domingo, 21 de maio de 2017

Tarja

Conheci Cassandra em 2013, durante o corre do Alcatrazz. Na ocasião, ela integrava a equipe que trabalhou no evento. Alguns meses depois, eu estava sem dinheiro para prestigiar o show "Super Peso Brasil", que contou com as bandas Stress, Taurus, Salário Mínimo, Metalmorphose e Centúrias, então fui com Sheila para a frente do Carioca Club, para tentar conseguir fotos na chegada/saída das bandas.

Para nossa surpresa, Cassandra era a responsável por controlar o acesso, ela conferia os ingressos e liberava a entrada. Conversamos por um tempo, e ela questionou se iríamos entrar. Quando dissemos que não estávamos muito bem de grana, ela liberou nossa entrada ainda assim, mesmo sabendo que não tínhamos ingresso. Surpresos, agradecemos e entramos, assistimos umas duas músicas somente, mas conseguimos a maioria das fotos que eu queria.

Em 2017, Cassandra me chamou para acompanha-la a Piedade-SP para ver o show gratuito que Tarja faria na cidade. Pra dizer a verdade eu não estava muito interessado, mas a coisa mudou quando ela disse que estava na produção e que me colocaria dentro do camarim da Tarja, o que facilitaria muito conseguir fotos e autógrafos, então aceitei.

No dia do show, seguimos com mais dois amigos para a cidade. Quando atravessávamos a área urbana, a caminho do local, uma van passou por nós, em sentido contrário, em uma rua de mão dupla. Como reconheço certos padrões com facilidade, não foi difícil saber que aquela era a van da banda, provavelmente retornando com a vocalista para o hotel após a passagem de som. Cassandra fez o retorno e a seguimos até o hotel JWF. Ao chegar, entretanto, o motorista apenas estacionou em frente ao hotel: a van estava vazia. Confusos, esperamos por algum tempo mas, como nada aconteceu, e com a proximidade do horário do show, concluímos que a banda provavelmente já estava no local, então seguimos para lá.

Quando chegamos, paramos em uma cancela com guarita, onde Cassandra identificou-se ao responsável como integrante da equipe da produção. Ele conferiu o crachá "all access" e liberou o acesso. Mas havia uma surpresa: Cassandra não fazia parte da produção. De fato, ela realmente já trabalhou em produções da Tarja em São Paulo, mas não fazia parte da equipe naquela noite. O crachá era verdadeiro, mas antigo. O cara na guarita não saberia diferenciar.

Fiquei chocado com a mentira, pois significou que não haveria nenhum acesso facilitado ao camarim. Eu deixei de fazer o corre da Tarja em São Paulo apenas porque Cassandra disse que conseguir acesso à vocalista em Piedade seria garantido. No entanto, como conhecia todo mundo no universo das produções, Cassandra logo identificou o verdadeiro responsável pela produção local e foi falar com ele, para tentar facilitar o meu lado. Ele respondeu que não seria possível, pois Tarja estava com péssimo humor. Ela reclamou da estrutura do local e quase que o show não aconteceu.


Ok, teríamos que tentar no hard mode. Menos mal que já sabíamos para onde ir quando o show terminasse. Quando acabou, retornamos para a frente do hotel e aguardamos. Outros fãs seguiram a van. Então, quando Tarja chegou, éramos ao todo 8 pessoas. Marcelo, o marido, a escoltou para o interior do hotel, não permitindo qualquer interação entre ela e os fãs. Claro que chamamos, sem resultado. A bem da verdade: se ela quisesse atender, não seria Marcelo quem conseguiria impedir. Ela que é chata mesmo.

O retorno para casa foi complicado. Cassandra não usou GPS, se perdeu, e a viagem que duraria duas horas durou o dobro. Pra dizer a verdade, já estava quase amanhecendo quando chegamos em São Paulo. Ainda era possível tentar no aeroporto, pois aquele foi o último show de Tarja no país, e haveria voos prováveis logo cedo.

Entretanto, não achei uma boa ideia, pois eu e Sheila estávamos nos divorciando. Não parecia certo chegar em casa na hora do almoço, mesmo sabendo que em poucos dias não seríamos mais casados. Eu deveria estar em casa desde o começo da madrugada, então desisti de tentar mais uma vez para evitar stress.

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