Foi a segunda vez que encontrei Ross Halfin, fotógrafo de bandas gigantes, como Iron Maiden, Foo Fighters, Kiss e muitas outras |
Não sou tão baixo, tenho 1,76m. Mas pareci pequeno demais ao lado de Nick Simmons |
Foi a segunda vez que encontrei Ross Halfin, fotógrafo de bandas gigantes, como Iron Maiden, Foo Fighters, Kiss e muitas outras |
Não sou tão baixo, tenho 1,76m. Mas pareci pequeno demais ao lado de Nick Simmons |
Timo Tolkki foi, no passado, um dos meus heróis. Stratovarius, para quem não sabe, está no meu top 3 de bandas prediletas, junto com Blind Guardian e Within Temptation - Iron Maiden não conta pois não é banda, é religião. A relevância que ele tinha na década de 1990 era absurda. Quando comecei a acessar a internet, discada, via modem 33.600, a internet não era o lugar amigável que é hoje. Não tinha Facebook e nem ao menos Orkut - as redes sociais surgiram apenas em 2004.
Na minha primeira experiência online, um amigo jogou-me em uma sala de bate-papo do UOL. Durante seis meses, foi basicamente o que fiz. Entrava todas as noites e madrugadas para papear e dar uma xavecada na mulherada. Época difícil, pois quase ninguém tinha fotos. Algo que lembro bem é que, em cada sala de bate-papo que eu entrava, havia pelo menos uns três Timo Tolkkis, ou seja, pessoas que utilizavam o nome dele como nickname. Os fãs da época o endeusavam absurdamente. Como esse gênio musical conseguiu sair dessa posição confortável para o quase ostracismo não é um mistério.
Em dezembro de 2003, Timo anunciou as saídas de Timo Kotipelto e Jörg Michael. No mês seguinte, anunciou que a banda continuaria com uma nova formação, incluindo uma mulher nos vocais, Miss K. Felizmente nada disso se confirmou e ele anunciou o fim do Stratovarius, mas na real, quem acabou saindo da banda foi ele, alengando estar mais interessado em novos projetos, como o Revolution Renaissance.
A nova banda não emplacou e ele tentou novamente como o Symfonia. Nem mesmo a presença de André Matos conseguiu salvar a banda, que tocou para as moscas em um Blackmore Bar absolutamente vazio. Depois Timo tentou emplacar um novo projeto, Timo Tolkki's Avalon, que apesar das presenças ilustres de convidados como Michael Kiske, Elize Ryd, James Labrie, Floor Jansen, Anneke van Giersbergen, Sharon den Adel, e até mesmo o brasileiro Raphael Mendes, conhecido por ter um timbre de voz muito parecido com o de Bruce Dickinson, mais uma vez Timo não conseguiu voltar ao topo.
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Timo e Dominika, quando eram casados |
Ao menos foi super gente boa. Três pessoas foram busca-lo no aeroporto. Ele as cumprimentou e disse "Vou ali falar com meus amigos e já volto". Tirou fotos, distribuiu autógrafos em todos os itens que levamos, e disse que lembrava de Carlos e de mim, mas não de Marcio. O encontrei duas vezes em 2009 e outras duas em 2011 - em sua até então última vinda ao Brasil - além dele ser meu amigo no Facebook. Nos despedimos e fomos embora, tomamos o ônibus para a estação de trem.
Ao passar o bilhete único, Marcio estava sem saldo. Tentou carrega-lo com dois cartões, mas ambos foram recusados, também por falta de saldo. Carlos acabou pagando a passagem dele. Eu o teria deixado lá. Ele é legal, mas "faz broadcast", e como sempre acabou falando o que não deveria no corre do Kiss, no mês seguinte. Mas essa é outra história...
Timo é meio doido, mas é um cara legal |
A última vez que tirei uma foto com a Tarja foi em 2012. Nos anos seguintes a vi diversas vezes, mas em quase todas levei naba. Em uma das ocasiões ela ofereceu a possibilidade de tirar uma porcaria de uma foto coletiva da qual, é claro, recusei-me a participar. Na última vez, em 2018, era final da madrugada quando eu, Arianne e mais seis fãs a vimos sair do hotel, mas ela recusou-se a tirar fotos. No entanto, chegou em Belo Horizonte e tirou fotos sem problemas com os fãs que a aguardavam no aeroporto. Eu a acho chata. Como será que estaria quando voltasse a fazer shows, pós pandemia?
Para nossa sorte (?), o primeiro show da turnê era em Limeira e o segundo em São Paulo. O humor dela não estaria afetado pela má atitude de outros fãs em outras cidades. Pelo contrário: ela postou um vídeo já no avião, anunciando que estava vindo ao Brasil, e parecia animada. Restava saber se seria ou não pandêmica. Fizemos um esforço extra para vê-la, já que seu vôo chegaria às 04:55hs, ou seja, teríamos que passar a noite no aeroporto, já que não havia outra maneira de chegar, exceto pelos caríssimos táxis, Ubers, 99 etc.
Combinei com a Jess e fomos, acompanhados pela namorada dela, Carla. Pegamos o trem expresso da meia noite na Luz. Sabíamos que haveria outros fãs no aeroporto, com certeza a galera de sempre, mas não combinamos ou assuntamos com mais ninguém. Tão logo chegamos, já encontramos Hanna e Guilherme. Mais próximo da hora do pouso, encontramos Kléber, Letícia e Allan. Todos figurinhas carimbadas de corre da Tarja. A Carla era a única novidade - e mesmo assim foi porque namorava a Jess, não porque é fã de Tarja.
Quando Tarja enfim passou pelo portão de desembarque, continuou em frente rumo às conexões. Fez alguns gestos estranhos - na hora não entendi nada, mas depois descobri que o Renatão da Top Link a esperava um pouco mais à frente, já gravando um vídeo, que ela utilizou no Instagram para promover a turnê.
Todos nos aproximamos, mas mantivemos a distância necessária e o bom corportamento, enquanto ela conversava com o Renatão. Quando, enfim, finalizaram a conversa e caminharam para o carro que já a esperava, nos aproximamos. Foi aí que as coisas começaram a dar errado: Renatão nos disse que ela estava com medo de pegar COVID, e pediu para colocarmos as máscaras, que não são obrigatórias em São Paulo em ambientes externos e internos. Contrariado, coloquei, mas não gostei nada disso. Os autógrafos rolaram numa boa, ela autografou tudo o que levamos sem chiar, mas não queria tirar fotos.
Renatão sugeriu que tirássemos uma foto coletiva. Geralmente eu não participo de uma patifaria dessas, mas como fiquei de pegar autógrafos para dois amigos, era melhor participar.
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Kleber foi o único que não aceitou participar de uma patifaria dessas, mas ele pode ser visto ao fundo conversando |
Quando cheguei em casa, vi que a Tarja postou uma foto da janela do hotel, o que me fez ter a certeza que ela estava no Gran Estamplaza da rua Arizona. Um pouco mais tarde, ainda fui ao CT do Palmeiras conseguir algumas assinaturas. Só depois disso dormi um pouco. Quando acordei, me enviaram o vídeo que o Renatão fez no aeroporto - e eu apareço no final.
Jess enviou uma mensagem dizendo que a Tarja foi na Kiss FM. Geralmente eu saberia disso, mas estava cansado demais para saber. É claro que Tarja, que morre de medo de pegar vírus, não se importou nem um pouco em tirar a máscara na Kiss. Nós podemos passar vírus para ela, mas os locutores e outros funcionários da rádio não, pois são imunes. Hipócrita do caralho, como qualquer pandeminion!
Agora que conheço o esquema de alguns dos principais podcasts de São Paulo, de vez em quando me da vontade de fazer corres que normalmente eu não faria. O Podpah é relativamente próximo de casa. Geralmente vou de ônibus, mas na primeira vez que fui estava sem grana, então retornei para casa a pé, foi uns 45 minutos de caminhada.
Sempre assisti aos vídeos do Canal 90, canal do Youtube apresentado por Nogy, que é totalmente voltado à nostalgia dos anos 90. Nogy iria no Podpah. Por que não?! Ninguém quis me acompanhar, fui sozinho. Tiraria uma selfie e estaria tudo certo.
Quando cheguei, monitorei o movimento de quem entra pela porta da frente, mas também estava esperto com os carros que entravam na garagem. O movimento era pouco, pois o horário comercial já havia acabado. Um carro me chamou bastante a atenção, pois o passageiro desceu e perguntou para mim onde era a garagem. Indiquei, mas observei que o motorista provavelmente era o Nogy, então segui o carro até a garagem. Os dois, mais uma mulher - que mais tarde descobri tratar-se da esposa do Nogy, desembarcaram e foram fazer o acerto com o funcionário do estacionamento.
Me mantive à distancia, apenas observando. Quando passassem por mim, faria a abordagem. Já liguei a câmera, deixei tudo certo. O que eu não contava é que Nogy retornaria ao carro para estacionar. Aproveitei para me aproximar e falei novamente com o passageiro que me pediu informação. Confirmado que era mesmo o Nogy, anunciei o motivo de estar ali: tentar conseguir uma foto com ele. Todos foram extremanente simpáticos.
Nogy, entretanto, foi reconhecido por alguém quando retornava e ficou parado por um ou dois minutos conversando. Exatamente no momento em que retornou, a catástrofe: a câmera indicou que a bateria acabou. Fiz a abordagem, ele foi simpático, mas expliquei que estava sem celular e a bateria da câmera acabou. Ele respondeu que nao teria problema, pois tiraria uma selfie de seu celular e postaria nos stories no Instagram. Perguntou se eu tinha usuário no Instagram, pois assim ele me marcaria. Respondi que sim, "bandaseviagens", ele disse que faria a postagem imediatamente. Retornei para casa com o cu na mão de que ele não postasse a foto, mas postou. Que vergonha, mas foi assim que aconteceu. Nogy é gente finíssima!
Eu estava sossegado em casa, navegando na internet, quando Maria Cláudia perguntou se eu faria o corre do Molchat Doma. Ela,como já mencionei em outros textos, parece uma enciclopédia ambulante de rock, principalmente no que se refere a bandas estranhas. Respondi:
- Que desgraça é essa?!
- Uma banda da Bielorússia.
Fala sério! Eu nem sabia que na Bielorússia tinha banda, e ela já estava me chamando para o corre. Imediatamente procurei pelo som no Youtube e detestei o que ouvi. Não fosse Maria Cláudia perguntando, minha resposta seria "não" automaticamente. Foi ela, porém, quem me ensinou a fazer corre de bandas pequenas, e costumo ser uma pessoa grata, então aceitei, pois parecia ser a típica banda em que somente ela estaria interessada. Assim como no caso do Soen, eu iria apenas para ajuda-la.
No Chile, onde a banda apresentou-se antes de vir a São Paulo, foi fácil - "en Santiago es siempre mas facil". Eduardo e outros amigos chilenos conseguiram de boa.
O show em São Paulo foi em um domingo. Na segunda feira, quando a banda deixaria o país, combinei com Maria Cláudia que iríamos cedo ao aeroporto para conseguir fotos com os integrantes logo que fizessem o check-in na companhia aérea. Acordei cedo e fui, pois o horário de nosso encontro era às 08:30hs. Como eu estava sem celular, não havia como se comunicar após o momento em que saí de casa. O próximo show da banda seria em Hollywood, ou seja, os músicos teriam que voar para Los Angeles. Desde o início da pandemia de COVID-19, Sâo Paulo não oferecia mais voo direto para lá. Carlos não participou do corre diretamente mas ajudou a prever que o voo mais provável seria o Aeromexico com destino à Cidade do México.
Os minutos se passavam às dezenas e nada de Maria Cláudia chegar. Sentei na base de uma das pilastras internas do terminal, exatamente em frente ao check-in C e passei a monitorar a fila do check-in da Aeromexico. Vi quando uma passageira, ao empurrar seu carrinho de bagagem, deixou diversas malas cair ao chão e teve que recolher uma a uma. De repente, percebi que havia passageiros com cases de instrumentos, e consegui ler "Molchat Doma" neles. Fudeu, os caras estavam lá e nada da Maria Cláudia. Pior: eu não estudei esse corre, nem tinha uma foto dos caras para comparar, não tinha como acessar a internet para conferir a aparência deles. Eu sabia que estavam todos ali, roadies e banda, mas não sabia quem era quem. Esperava que Maria Cláudia estivesse comigo para isso, mas não estava. Embora tenha feito esse corre somente para ajudar, é claro que tiraria fotos com a banda também. É péssimo chegar em casa sem foto alguma, ainda que para mim fossem apenas "figurinhas novas".
Percebi quando um dos músicos - o único que eu fui capaz de recordar a fisionomia - afastou-se do grupo e caminhou aparentemente para o fumódromo. Fui atrás. Lá, identifiquei-me como fã. Ele estava de máscara - sabe-se lá porque, já que estava fumando - mas não se importou em abaixa-la para uma foto, que foi tirada por um dos roadies que o acompanhou. Agradeci e retornei para onde estava.
Egor Shkutko é o vocalista da desgraça biolorussa, ops, do Molchat Doma |
Desta vez de pé, fiquei observando enquanto roadies e banda faziam o check-in, enquanto conversava com um daqueles motoristas corporativos que buscam e levam pessoas ao aeroporto o tempo todo. Ele que veio falar comigo, pois me observou e estava curioso quanto a quem seriam "os famosos". Também disse que aquela passageira que derrubou as malas pouco antes era Jade Picon, ex BBB. Eu não faria o corre dela de jeito nenhum, mas já que estava ali, por que não?! Infelizmente, assim que ele disse quem ela era a vi, à distância, passar pelo portão de embarque.
Fiquei por perto até todos - banda e roadies - terminarem o check-in e seguirem para a sala para despacho de bagagens com dimensões especiais - o que inclui guitarras e outros innstrumentos musicais. Foi aí que abandonei o corre e retornei para casa. Ao chegar, Maria Claudia disse que seu ônibus se envolveu em um acidente - nada muito sério, mas teve que ficar parado, o que a impediu de chegar a tempo. De acordo com ela, chegou dez minutos depois que desisti. Provavelmente a banda já teria embarcado.
Avisei Isaac, um amigo mexicano que também faz corres, que vi a banda embarcando no voo da Aeromexico. Ele agradeceu, fez o corre e conseguiu fotos com todos após algumas horas. Ele enviou um vídeo da banda chegando ao México. Comunicação com hunters estrangeiros, cooperação internacional é sempre genial.