sexta-feira, 22 de abril de 2022

Timo Tolkki

Timo Tolkki foi, no passado, um dos meus heróis. Stratovarius, para quem não sabe, está no meu top 3 de bandas prediletas, junto com Blind Guardian e Within Temptation - Iron Maiden não conta pois não é banda, é religião. A relevância que ele tinha na década de 1990 era absurda. Quando comecei a acessar a internet, discada, via modem 33.600, a internet não era o lugar amigável que é hoje. Não tinha Facebook e nem ao menos Orkut - as redes sociais surgiram apenas em 2004.

Na minha primeira experiência online, um amigo jogou-me em uma sala de bate-papo do UOL. Durante seis meses, foi basicamente o que fiz. Entrava todas as noites e madrugadas para papear e dar uma xavecada na mulherada. Época difícil, pois quase ninguém tinha fotos. Algo que lembro bem é que, em cada sala de bate-papo que eu entrava, havia pelo menos uns três Timo Tolkkis, ou seja, pessoas que utilizavam o nome dele como nickname. Os fãs da época o endeusavam absurdamente. Como esse gênio musical conseguiu sair dessa posição confortável para o quase ostracismo não é um mistério.

Em dezembro de 2003, Timo anunciou as saídas de Timo Kotipelto e Jörg Michael. No mês seguinte, anunciou que a banda continuaria com uma nova formação, incluindo uma mulher nos vocais, Miss K. Felizmente nada disso se confirmou e ele anunciou o fim do Stratovarius, mas na real, quem acabou saindo da banda foi ele, alengando estar mais interessado em novos projetos, como o Revolution Renaissance.

A nova banda não emplacou e ele tentou novamente como o Symfonia. Nem mesmo a presença de André Matos conseguiu salvar a banda, que tocou para as moscas em um Blackmore Bar absolutamente vazio. Depois Timo tentou emplacar um novo projeto, Timo Tolkki's Avalon, que apesar das presenças ilustres de convidados como Michael Kiske, Elize Ryd, James Labrie, Floor Jansen, Anneke van Giersbergen, Sharon den Adel, e até mesmo o brasileiro Raphael Mendes, conhecido por ter um timbre de voz muito parecido com o de Bruce Dickinson, mais uma vez Timo não conseguiu voltar ao topo.

Timo e Dominika, quando eram casados

Paralelamente, as palhaçadas em sua vida pessoal se multiplicavam. Em diversas ocasiões postou mensagens no Facebook em tom suicida, sem contar as polêmicas com sua agora ex esposa Dominika Gottová. Dominika é filha de Petr Macháček, um dos maiores cantores de todos os tempos da República Tcheca, alguém comparável ao que o Roberto Carlos representa no Brasil. Quando Petr adoeceu, Dominika, que vivia com Tolkki na Finlândia, retornou à República Tcheca para cuidar do pai. Timo aproveitou a ausência para ter um caso, não se importando em ser fotografado com o novo affair. As fotos chegaram à Dominika, que pediu o divórcio imediatamente. Até aí tudo ok, acontece todos os dias milhares de vezes no mundo todo. Petr, porém, faleceu em 2012, depois do divórcio, deixando para Dominika uma fortuna estimada em 66 milhões de euros. Timo e Dominika não estavam mais casados, mas ainda assim por algum motivo, ele se achou no direito de receber a metade desse valor. Muitas vezes ele vai à República Tcheca apenas para perturbar Dominika. É algo tão absurdo que repórteres e fotógrafos de tablóides já o esperam no aeroporto, pois sabem que ele chega pra causar.

Conheço essa historia pois tenho uma amiga que mora lá. Helen foi a responsável pela tradução do livro de Timo Tolkki para português. Eu enviei uma mensagem no Facebook dela em 2012, apenas cumprimentando-a pela tradução, mas acabamos nos tornando amigos. Nos encontramos duas vezes, uma em 2013 quando ela veio com uma comitiva do governo tcheco ao Brasil e em 2018, quando estive na República Tcheca apenas para almoçar com ela.

Timo, agora reduzido a "Gordinho Maluquinho", negociou em janeiro de 2022 a vinda de sua banda ao Brasil, com Marcos, da Dark Dimensions. Marcos ofereceu 500 dólares, alegando que um show dele não atrairia mais do que 80 pagantes. Timo sentiu-se ofendido, garantindo ser capaz de levar 2000 pessoas a um show em São Paulo. Será?! Jogando a merda no ventilador, expôs a situação em seu perfil no Facebook e bloqueou Marcos. Acabou vindo em abril sem produtora, em um acerto direto com o Manifesto Bar, e sem banda (somente ele com músicos locais). E ainda teve confusão com os músicos que contatou para o show.

Quem foi ao show diz que tinha 100 pessoas e olhe lá... Mas o maior indicador da popularidade de Timo é que ele divulgou o horário da chegada de seu voo a São Paulo, mas apenas três pessoas se dispuseram a prestigiar sua chegada ao país: eu, Carlos e Marcio. Todos estaríamos de qualquer jeito, mesmo que ele não tivesse divulgado.

Ao menos foi super gente boa. Três pessoas foram busca-lo no aeroporto. Ele as cumprimentou e disse "Vou ali falar com meus amigos e já volto". Tirou fotos, distribuiu autógrafos em todos os itens que levamos, e disse que lembrava de Carlos e de mim, mas não de Marcio. O encontrei duas vezes em 2009 e outras duas em 2011 - em sua até então última vinda ao Brasil - além dele ser meu amigo no Facebook. Nos despedimos e fomos embora, tomamos o ônibus para a estação de trem. 

Ao passar o bilhete único, Marcio estava sem saldo. Tentou carrega-lo com dois cartões, mas ambos foram recusados, também por falta de saldo. Carlos acabou pagando a passagem dele. Eu o teria deixado lá. Ele é legal, mas "faz broadcast", e como sempre acabou falando o que não deveria no corre do Kiss, no mês seguinte. Mas essa é outra história...

Timo é meio doido, mas é um cara legal

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