quarta-feira, 14 de março de 2018

Londres: tour pelos locais históricos

Esta é a quarta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se você ainda não leu, clique aqui para ler a primeira, aqui para ler a segunda ou aqui para ler a terceira.

Nos dias seguintes, além dos passeios que qualquer turista faz, aproveitei para iniciar a tour pelos lugares históricos do Iron Maiden.

KOKO (Music Machine)

Anteriormente conhecido como “The Music Machine” e “Camden Palace”, é uma casa de shows e um antigo teatro em Camden Town. Foi importante no primórdio do Maiden: uma das melhores gravações piratas dos primeiros anos da banda é de um show realizado neste local (Music Machine 79)".

Até tentei tirar algumas selfies, mas ficou uma merda e desisti
Programação para março e abril de 2018. Em 1979, o Iron Maiden seria uma das atrações

Endereço: 1A Camden High St, London NW1 7JE, Reino Unido. O local fica logo à direita da estação Mornincton Crescent.

Hammers Social Club

Minha intenção era visitar o Upton Park, estádio do West Ham United. Como fã, tenho uma certa simpatia pelo time, embora não acompanhe. Não tem a ver com o Maiden diretamente, mas é tão importante para Steve Harris que acaba sendo também para os fãs. Ou alguém aí já esqueceu de onde veio o bordão "Up The Irons!"?

Seguindo as instruções da matéria, "pegar a linha verde (District) ou rosa (Hammersmith & City) até a estação Upton Park. Ao sair da estação virar à direita e andar reto (ou seguir o povo de roxo, em dia de jogo). Não tem como não ver um estádio enorme na sua frente =)". Eu simplesmente não o encontrei. No local, encontrei o Hammers Social Club, clube social dos fãs do West Ham, o que por si só já valeu a visita. Posteriormente, descobri que o estádio foi fechado após o jogo final da temporada 2015/16 e, então, demolido. O West Ham passou a usar o Estádio Olímpico de Londres, que foi arrendado à equipe por 99 anos, a partir de 2013.


Estádio Olímpico de Londres

Percebido o engano, estava na hora de corrigi-lo. No mesmo dia, localizei e fui ao novo estádio. Nem precisa dizer o quanto fali quando descobri a loja repleta de produtos do West Ham. Comprei camisas, chaveiros, canecas e até mesmo doces.



Endereço: Queen Elizabeth Olympic Park, London E20 2ST, Reino Unido. Próximo à estação Pudding Mill Lane.

22, Acacia Avenue

O endereço foi imortalizado na letra da música homônima que, assim como "Charlotte The Harlot" e "From Here To Eternity", cita a prostituta Charlotte.

De acordo com a Wikipedia, Acacia Avenue é um clichê na cultura britânica, uma metáfora para uma rua de classe média suburbana. Há pelo menos sessenta Acacia Avenue na Grã-Bretanha, nove delas na Grande Londres. Como saber qual é a correta? Simples: nenhuma! A letra não passa de ficção. Mas que é um grande barato chegar a uma dessas ruas cantarolando, ah é. Não tenha dúvida!

Uma consulta à Lirapedia (apelido do historiador Ricardo Lira) revelou que a música já estava pronta quando Adrian Smith ingressou no Iron Maiden, Harris apenas adaptou uma letra, já que a ideia original, é claro, não fazia menção alguma à Charlotte.


Quando retornava à estação, deixei passar o ponto que tinha que descer. Desembarquei no ponto seguinte e fiz o percurso de volta caminhando. No caminho, achei um serviço de passar roupa com um nome curioso, especialmente pela relativa proximidade àquele endereço muito particular...


Como chegar: É um local afastado do centro de Londres, na zona 6. É longe e mais caro para chegar lá, já que não está localizado nas zonas 2 ou 3, onde a mobilidade urbana é mais em conta. Pegue a linha verde (District) e desembarque em Elm Park (uma das últimas estações).

Ao sair da estação, a cerca de 10 metros à esquerda, há um ponto de ônibus. Pegue o ônibus 252 e desça na parada Chestnut Avenue (sem pânico, os ônibus tem um sistema sonoro que avisa qual a próxima parada). Ao desembarcar, atravesse a rua e olhe para direita, você deverá ver na esquina a placa indicando "Chestnut Avenue". Entre nela e caminhe por duas quadras até se deparar com a placa Acacia Avenue. Pronto, agora é só procurar pelo número 22.

Phantom Music Management

Quartel general do Iron Maiden, é a empresa responsável pelo gerenciamento de todos os interesses da banda, desde o licenciamento de produtos até o planejamento de turnês. Permaneci pouco tempo em frente ao local e tirei algumas fotos, mas certamente não fui mala o bastante para apertar a campainha. Além de ser horário de trabalho, sou apenas um fã, e disso o Maiden está cheio. 


Quando saí, mal andei uma quadra e fui surpreendido: Mr. Rod Smallwood caminhava em minha direção, indo para onde eu acabara de sair, com o auxílio de uma bengala. Claro que o abordei e tiramos uma foto – com o iPhone, já que a câmera já estava guardada e foi no susto demais para pega-la. Nem deu para dizer que vim do Brasil ou que já nos encontramos antes, ele simplesmente saiu apressado. Sim, isso foi sorte!


Endereço: 36 Bridle Lane, W1F 9BZ Londres. Vá à estação Picadilly Circus, atendida pelas linhas Bakerloo e Picadilly, e utilize o GPS de seu celular para se orientar.

Eventim Apollo (Hammersmith Odeon)

Casa de espetáculos inaugurada em 1932 com o nome de Gaumont Palace, foi renomeada para Hammersmith Odeon em 1962, e permaneceu com esta nomenclatura até 2000. Algumas músicas do álbum “Live After Death” foram gravadas lá, assim como o álbum “Beast Over Hammersmith”, gravado em 1982, mas lançado somente em 2002, como parte do boxset “Eddie's Archive”. Vários outros shows da banda aconteceram neste local.

Dei uma volta no lugar para tentar deduzir onde é a entrada dos artistas

Endereço: 45 Queen Caroline St, Hammersmith, London W6 9QH, Reino Unido.

É meio complicado explicar como chega, pois Londres tem duas estações próximas uma da outra e com o mesmo nome (Hammersmith), mas que atendem linhas diferentes. A mais próxima do lugar atende District line e Picadilly. A saída da estação é dentro de um shopping, você mal passa a catraca e já dá de cara com o Mc Donald's. Sem conhecer as saídas do lugar, acabei dando a volta olímpica no quarteirão. 

Sarm West Studios

Em tese, eu faria uma visita ao prédio do estúdio onde foram gravados os álbuns Dance of Death e A Matter of Life and Death. O que encontrei foi uma decepção. Rodeado por tapumes e grandes máquinas, a demolição do lugar estava em pleno andamento. Fica o registro de um pedaço da história que se vai...


Ruskin Arms

Conhecido principalmente pelo vídeo “Live at Ruskin Arms”, gravado em 1980 e lançado no DVD “Early Days” (2004), foi um pub muito importante na história do Maiden, palco de vários shows nos primórdios.

Após períodos de glória e decadência, quando fechou e reabriu as portas diversas vezes, o local foi arrematado por um hotel, que o oferecia como uma opção extra aos hóspedes. Porém, por £4.50, qualquer um poderia tomar café da manhã no local, no famoso “coma tudo o que puder”.

Sem saber de nada disso, cheguei por volta de 09:50 hs, tarde para o café, que finalizou minutos antes. Até pensei em retornar outro dia para conhecer por dentro, mas eram tantas atividades e lugares para conhecer, que não foi possível.


Endereço: 386 High St N, East Ham, London E12 6PH, Reino Unido

A estação mais próxima é a East Ham, atendida pelas linhas District Line e Hammersmith City. Ainda assim, é uma boa caminhada de algumas quadras. Não posso afirmar que o local ainda existe. Em setembro de 2018, o Ruskin Arms fechou as portas mais uma vez, provavelmente para sempre. Após beber, e aparentemente muito drogados, dois homens atacaram um cliente que estava no local com uma mulher, aparentemente sem motivo. Mesmo após deixa-lo inconsciente, as agressões não cessaram.

A polícia foi informada pelo Serviço de Ambulância e não pelos funcionários do lugar. Testemunhas disseram que as portas estavam abertas e eles simplesmente assistiram o ocorrido, sem interferir. Como a lei é regida em proteção à segurança do cidadão, o local foi fechado por determinação judicial. No Google Maps, com imagens produzidas em abril de 2019, o pub está fechado e tapumes reforçam portas e janelas.


Maiden Lane

Também fui a essa rua que não tem nenhuma relação com a história da banda, mas por motivos óbvios para quem é fã, vale dar uma passada para conhecer e tirar fotos. Como dizia Ricardo Pacheco: “É Maiden, porra!”


Como chegar: vá à estação Charing Cross, servida pelas linhas Bakerloo e Northern.  Não é longe, mas também não é fácil de explicar, então sugiro que se oriente com o GPS do celular.

(ex) Casa do Bruce Dickinson

Juliane, uma amiga que morou um tempo em Londres, me passou o endereço onde supostamente residia Bruce Dickinson - antes do divórcio - no bairro Chiswick. Ela disse que às vezes passava um tempo na frente do imóvel na esperança de encontrar o vocalista, mas nunca o viu por lá. Uma vez, viu a então esposa, Paddy, entrando no local com a filha do casal.

É uma casa de dois andares, relativamente grande, mas longe de ser uma mansão. A única coisa que chama atenção são os tapumes colocados nas aberturas do muro que cerca a propriedade, possivelmente para evitar invasão de privacidade.

Em 2018, um mês antes de minha ida à Inglaterra, Verônica, uma brasileira que mora na Europa decidiu, como eu, se aproximar dos locais que fazem parte da história da banda. Ao término da viagem, escreveu sobre suas aventuras no site “Iron Maiden Brasil”. Ela incluiu fotos e o endereço da residência de Bruce que, até então, ainda morava lá. Hoje todos sabem que Bruce enfrenta um divórcio e foi morar com sua nova namorada. Outras fãs, indignadas, entraram em contato diretamente com a Phantom Music Management que, percebendo a gravidade da situação, exigiu diretamente ao provedor que essas informações fossem retiradas do texto.

Este relato não será complementado com o endereço, pois é o tipo de informação que não deve ser compartilhada. Passar na frente apenas para tirar uma foto, provavelmente seja ok. A foto só faz parte deste relato porque ele não mora mais lá. Tem gente que, uma vez em Londres, pensaria em “acampar”, tocar a campainha, essas coisas que malucos fazem. Nunca é demais lembrar que John Lennon morreu em frente ao edifício onde residia, o Dakota, em Nova Iorque, atacado por um fã que lhe pediu um autógrafo horas antes. Ainda tem o caso de Dimebag Darrell, assassinado em pleno palco por um fã inconformado com a separação do Pantera.


Esta é a quarta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se quiser ler a quinta parte, clique aqui.


Nenhum comentário:

Postar um comentário