domingo, 25 de março de 2018

Balão + Paraquedas

Ysabella aprontou tanto na Europa que quase cheguei ao ponto de cancelar a passagem de volta, e ela que se virasse para retornar. Porém, antes mesmo de partirmos rumo a Londres, combinamos que comemoraríamos o retorno com um voo de balão. Como tenho palavra, mantive o passeio, mas tomei providências adicionais. Primeiro: levei a Arianne, com quem eu estava saindo desde que retornei. Segundo: como fui responsável por reservar os lugares no ônibus que nos levaria à cidade, garanti que sentássemos bem longe de Ysabella. Os assentos 1 e 2 eram nossos, o dela era 43.

Quase tivemos que adiar os planos, pois Arianne se atrasou a ponto de eu ter que subornar o motorista para atrasar por uns minutos. "Só posso segurar 5 minutos, senão sou multado pelos fiscais de plataforma". "Então aguente cinco minutos!", foi o que disse enquanto passava 20 reais a ele, sem que os demais passageiros percebessem. É errado, eu sei! Mas o próximo ônibus partiria em duas horas, e Arianne não estava tão longe. Eu sabia que o trem em que ela estava havia acabado de sair da estação Marechal Deodoro para a Barra Funda. Quando ela chegou à plataforma, faltava menos de 20 segundos para o ônibus ter que partir sem multa.

Ysabella, aliás, passou a viagem inteira discutindo com o namorado (?!) 😆 inglês. Ele queria sair, ela não queria deixar. Era algo como "você não vai sair porque estamos namorando", ela em Boituva e ele em Londres. Como o ônibus para Tatuí apenas passaria por Boituva, descemos na rodovia e caminhamos algumas quadras em direção ao hotel Toyo Inn, mas nem deu tempo de chegar: o tal namorado 😆😆 terminou de vez a palhaçada 😆😆😆 É sério que ela achava mesmo que estava namorando?! 😆😆😆😆

O sol já estava se pondo, e de noite saímos apenas para comer alguma coisa em um restaurante próximo. Depois nos recolhemos aos quartos, eu estava em um com Arianne, e Ysabella estava em outro, tendo como companhia a fossa de ter tomado um fora pelo whatsapp. Deve ter sido uma longa noite, tadinha 😆 Pra mim e para Arianne foi 😆😆

A primeira foto com Arianne, como namorados 
Esteja onde estiver, o importante é tirar foto

De qualquer forma, o passeio se iniciava muito cedo, antes mesmo do sol nascer já estávamos no local, prontos para voar. "Ah, mas nas fotos já está claro". Sim, porque todo o procedimento para inflar o balão não é tão rápido, ainda estava escuro quando começamos.

Ysabella parecia feliz, mas estava chateada com o término do "namoro" 😆

Voar de balão é uma experiência interessante, principalmente se for sua primeira vez - era a nossa - mas prefiro algo com mais emoção. Voa muito baixo, nem da medo. Os únicos momentos emocionantes são quando surge algum fio de alta tensão no caminho, e o baloeiro deve aumentar a chama para ganhar altura e evitar colisão. Fora isso, legal, mas nada demais. 

Como o passeio terminou? O balão é um aeróstato que viaja impulsionado pelo vento consoante a sua direção e intensidade, então não seria possível retornar ao ponto de partida. Quando foi atingido o tempo contratado para a atividade (de 40 minutos a uma hora), o baloeiro diminuiu a intensidade das chamas, fazendo com que a altitude fosse perdida rapidamente.

"Caímos" em um pasto, e foi solicitado resgate pelo celular. Logo, alguns veículos foram até onde estávamos para ajudar a desinflar e remover. Incluso no preço da atividade, nada como tomar champanhe em um pasto repleto de dejetos de ruminantes, não?!


Já que estávamos em Boituva, eu e Ysabella decidimos fazer algo que nos desse emoção de verdade: saltar de paraquedas. Chamamos Arianne para ir conosco, mas ela preferiu a segurança de ter os pés no chão. Já que é assim, ao menos haveria alguém para me fotografar. Porém, com tantos paraquedistas saltando o tempo todo, nem o super zoom de minha câmera foi capaz de ajuda-la. Na verdade, ela conseguiu somente uma foto comigo no ar, outra no pouso, outra no pós pouso. Ainda bem que comprei o pacote de vídeo.



Esse foi meu segundo salto. O primeiro aconteceu mais de 20 anos antes, em 1996 ou 1997, no aeródromo de Sorocaba. É claro que eu mal lembrava da experiência, então tive que reaprender com as rápidas instruções transmitidas pelo instrutor.

O único momento que dá um pouco de medo é quando você se aproxima da porta para saltar. Por uma fração de segundo, seu lado racional tenta convence-lo de que sair do avião é idiotice. Talvez seja, mas no segundo seguinte o instrutor já mergulhou com você colado a ele. Eu não havia compreendido bem qual era o momento onde deveria soltar os braços, então no vídeo é possível ver o instrutor tentando me fazer solta-los, mas com o barulho do vento eu não estava entendendo o que ele dizia. A partir do momento em que você pula, não tem mais como ter medo.

O único momento ruim é o da abertura do paraquedas. O tranco é muito forte, especialmente na virilha, por onde passavam as cintas que me prendiam ao instrutor e a todo o resto. Mesmo assim, estou sempre pronto para um terceiro salto, pois a sensação é maravilhosa. Todo mundo deveria tentar ao menos uma vez na vida.


sábado, 17 de março de 2018

Atenas

Mais do que um relato sobre minha primeira visita à Grécia, este é o relato sobre minha estupidez.

Há muitos anos, uma grega, Theodora, me enviou solicitação de amizade no Facebook e nos tornamos amigos rapidamente. Sempre conversávamos sobre as culturas de nossos países, até porque ela é grande admiradora do Brasil, seu sonho é conhecer o país, mas tem medo de voar, então era pouco provável que viesse nos visitar.

Certa vez eu disse que se um dia fosse à Europa, passaria na Grécia apenas para conhece-la. Com a viagem a Londres marcada, eu precisava cumprir a promessa. Deste modo, comprei passagem Londres-Atenas para sábado, 17 de março, retornando no domingo, 18 de março. O único motivo de minha ida à Grécia era para conhece-la, e eu só não voltaria no mesmo dia porque não havia voo em um horário que fosse aceitável. Não adiantava chegar de manhã para retornar no começo da tarde, por exemplo. Se houvesse um voo de volta à noite, era o que eu teria escolhido, mas não havia.

Já que eu teria que pernoitar na cidade, decidi que seria ideal estar em um hotel com vista para o Partenon. Era um hotel caro, algo como 300 euros, mas dane-se, é o tipo de coisa que se faz apenas uma vez na vida. Quanto ao voo, mais uma vez optei pelos serviços da companhia aérea de baixo custo RyanAir, o "ônibus voador", com conforto tão baixo quanto o preço - a menos que você pague por ele, e eu não paguei. Era apenas uma viagem de 4 horas...


Dois dias antes, Ysabella voou para Hamburgo, na Alemanha, onde encontrou-se com algum contatinho. Não me importo com isso, afinal éramos apenas amigos. Mas eu precisava dela na Grécia para me ajudar com a comunicação com Theodora, que é professora de inglês e fala o idioma fluentemente. Portanto, comprei uma passagem para ela também, de Hamburgo para Atenas, com chegada mais ou menos no mesmo horário que o meu.

Quando cheguei, problema zero para passar na alfândega, o oficial nem ao menos olhou para meu rosto, já carimbou e desejou boas vindas, tudo sem levantar os olhos uma vez sequer. O voo de Ysabella já havia pousado, então rapidamente nos encontramos. Mas "havia" um problema. Ela disse estar doente, precisando de cuidados médicos, mas alegava que seu seguro de viagem era válido apenas no Reino Unido. Sinceramente, não acreditei em nada do que ela disse... quem seria burro o bastante para fazer um seguro de viagem que não valesse na Europa, sendo que desde o início ela sabia que passaria por República Tcheca, Alemanha e Grécia?! Além do mais, a Europa exige seguro viagem, mas a Inglaterra não. Por fim, o valor é exatamente o mesmo para um seguro que inclua Europa e Reino Unido - se houver diferença, é realmente insignificante.

Estava claro que ela queria voltar para se encontrar com o boy inglês com quem estava ficando. Mas, se fizesse isso, seria muito sacana, pois embora tenha me ajudado bastante antes de sairmos do Brasil, com a organização da viagem, não ajudou em muita coisa depois que a viagem começou. No dia do Burr Fest, eu a dispensei de me ajudar porque estava entre amigos que se esforçavam para me entender. No dia em que encontrei com Dennis Willcock, ela não estava comigo, pois foi marcado de última hora, e ela já havia combinado de ver o boy. Agora, na Grécia, que seria a única vez que ela faria valer a pena eu ter pago pela passagem de ida e volta do Brasil para a Inglaterra, estava dando uma dessas... 

Ela estava sem dinheiro e queria que eu pagasse a passagem para a Inglaterra, mas é claro que eu não estava a fim de ajuda-la com essa farsa. O problema é que eu já havia ajudado. Quando ela foi para a Alemanha, não tinha euros. Preocupado com isso, deixei meu travel card reserva com ela, pedindo para que ela usasse somente em caso de emergência, para que não passasse por apuros, sozinha em um país estrangeiro. Depois, se gastasse algo, poderia me pagar em libras quando retornássemos à Inglaterra.

Naquele dia, assim que desembarquei, carreguei o travel card, pela internet, com 300 euros para pagar o hotel. Ysabella disse que um tio havia lhe emprestado o cartão, e que conseguiu comprar a passagem com ele. Ela ficou no aeroporto, eu tomei um táxi e fui direto ao hotel. Quando fui na recepção fazer o check-in, o atendente disse que meu cartão não passou. Verifiquei o extrato online no celular e descobri o porquê: o tio dela era eu, já que ela havia usado meu cartão para pagar pela passagem. Muito puto da cara, recarreguei mais 300 euros, e paguei o hotel. Nem adiantava ligar ou enviar mensagem xingando, pois ela ainda estaria voando para Londres.



Mandei uma mensagem para Theodora, dizendo "estou no quarto tal, me procure quando chegar". A resposta foi algo como "não vou ao seu quarto, sou uma mulher casada!". Aquele definitivamente não era o meu dia. Respondi que era apenas para ela saber como me chamar quando chegasse. Subi e deitei um pouco. Algum tempo depois, quando ela chegou, pediu à recepção para me ligar: "Sr. Adriano? A senhora Theodora está esperando pelo senhor na recepção". "Ok, já estou descendo".

Quando desci, ela não estava à vista. Perguntei por ela, e me informaram que estava à minha espera no restaurante do sétimo andar. Fui para lá. Quando me viu, ela simplesmente começou a tremer. Se beliscava como se não fosse verdade eu estar ali. Levantou e me deu um abraço apertado. Sim, eu cumpri a promessa, agora estávamos frente a frente. Foi um momento muito emocionante.

Passamos toda a tarde e uma parte da noite ali, conversando sobre tudo. Até que consegui me virar bem - o que me fez questionar por que diabos eu trouxe a Ysabella, que não estava me ajudando em nada...  Apesar de todos os problemas, aquela foi uma das tardes mais agradáveis da minha vida.

Ao fundo, as ruínas do Partenon. Era possível ver que passava por processo de restauração

Quando nos despedimos, combinamos que ela retornaria no dia seguinte para me levar ao aeroporto. Decidi acordar cedo para conhecer o Partenon. Theodora me alertou sobre "trombadinhas" sempre dispostos a furtar câmeras e celulares de turistas. Perguntei se eles usavam armas, ela disse que não. Então, de boa... Sou de São Paulo, não é um grego desarmado que vai me tocar o terror...

A cama do hotel era tão deliciosa, me envolveu de tal forma, que acordei apenas às 11 hs. Theodora voltaria para me encontrar ao meio dia. Nesse intervalo, tudo o que eu conseguiria fazer é conhecer o Templo de Zeus - ou o que restou dele, pois foi quase totalmente destruído por um terremoto - que ficava logo em frente ao hotel. Fui entrando, mas um funcionário me abordou e disse que era necessário comprar um ingresso. Ok. 3 euros apenas. 

O hotel era um desses prédios ao fundo, à esquerda da imagem
Para chegar ou sair do templo de Zeus, é necessário passar pelo Arco de Adriano

Eu já havia percebido que foi um erro passar tão pouco tempo na Grécia. Se fosse possível, eu deveria voltar, não apenas para conhecer o Paternon, mas também para aproveitar as dicas de Theodora sobre as praias e ilhas gregas.

Foi um passeio curto, retornei ao hotel, fiz o check-out e encontrei com Theodora e Dimitri - o marido - no restaurante. Ainda houve tempo para uma última foto com Theodora. Dimitri fez questão de levar minha mala por todo o percurso até o carro, que foi estacionado longe do hotel. Quando chegamos, a surpresa: o carro era apenas um mercedes esportivo, daqueles que só se vê em filmes. Fiquei boquiaberto. Não entendo de regras de trânsito gregas, mas tanto Dimitri, quanto o motorista de táxi que me levou ao hotel pisaram fundo, com vontade. Foi emocionante.


No aeroporto, eu e Theodora desembarcamos, Dimitri foi estacionar. Passei em uma loja e comprei diversas estatuetas, que passaram a enfeitar minha mesa de trabalho no Brasil. 6 euros cada. Theodora me acompanhou ao portão de embarque, demos um longo abraço e prometi retornar. Já na sala de embarque, fui me atualizar de como estavam as coisas mundo afora. Por que será que não fiquei surpreso quando vi uma foto de Ysabella no Instagram, jogando neve para o alto, com a legenda "hoje foi o dia mais feliz da minha vida"?!


Durante o voo de volta, observei o quanto absurdamente lotado é o tráfego aéreo europeu. Durante todo o tempo, outras aeronaves cruzavam por cima e por baixo, deixando rastros no céu. Uma delas acompanhou nosso voo por quase todo o percurso, um pouco mais alta e a direita de nós. A velocidade devia ser a mesma ou muito próxima. Também pensei que deveria cancelar a passagem de volta ao Brasil de Ysabella, e ela que se virasse para voltar, foda-se... Será que eu teria tanta maldade em meu coração??? 😈

Passei pela alfândega inglesa sem problemas, o oficial que me atendeu foi extremamente simpático, inclusive. Mais uma vez, não tive dificuldade alguma em me comunicar com ele, o que definitivamente me convenceu de que eu não precisava de Ysabella ou de ninguém para interagir com quem fala inglês. Foi apenas um medo idiota que me fez ter a infeliz ideia de leva-la.

Quanto ao dinheiro que ela usou do meu cartão para pagar a passagem, não foi o único prejuízo que tive - por exemplo, a passagem dela de retorno para Londres no mesmo voo que eu foi desperdiçada -  mas foi o único que fiz questão de receber de volta. E ela pagou. Mais de um ano depois, mas pagou. Tem coisas que a gente aprende da pior maneira possível. Quem te paga uma viagem para Londres apenas para que você atue como intérprete em duas ou três ocasiões? Ninguém! Fiz o que absolutamente ninguém faz, e recebi isso em troca. Fui um completo idiota, admito, mas lição aprendida!

sexta-feira, 16 de março de 2018

Londres: Simon Drake e Dennis Stratton

Esta é a quinta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se você ainda não leu, clique aqui para ler a primeira, aqui para ler a segunda, aqui para ler a terceira ou aqui para ler a quarta.

Em 1993, o show de despedida de Bruce Dickinson, que deixava o Iron Maiden, contou com a participação do ilusionista Simon Drake, que apresentou números especialmente desenvolvidos para a ocasião, como o momento em que Dave Murray tem suas mãos decepadas e o gran finale, onde Bruce Dickinson é assassinado.


25 anos se passaram, e agora eu estava em Londres. Fabio, um amigo da Bahia que conheci através do Facebook, decidiu aproveitar minha estadia na cidade para ser meu "corre manager". Apesar de estar na cidade para conhecer ex integrantes do Iron Maiden, eu estava de "férias". Sim, da pra conhecer muitas celebridades em Londres que jamais vieram ao Brasil. Mas eu não estava lá para perder meu precioso tempo em esperas em hotéis ou aeroportos. Se fosse fácil e certo, eu aceitava, se não, deixava passar. E é nisso que consistia o "trabalho" de Fabio: ele entrava em contato com celebridades e tentava agendar um encontro entre eu e elas.

Naquele dia, o mesmo que fui ao Ruskin Arms, visitei as ruínas dos Sarm West Studios e o Eventim Apollo (Hammersmith Odeon), Fabio me disse que havia agendado um encontro com Simon Drake. Toda a tratativa foi com a esposa do mágico, que disse "meu marido foi levar as crianças comer hambúrgueres, seu amigo pode se encontrar com eles lá". Não lembro exatamente onde foi o encontro, só sei que tomei o underground (metrô), fui até a estação mais próxima do lugar, caminhei algumas quadras e... quando entrei na hamburgueria, Drake me convidou para sentar com ele e seus filhos. Tivemos uma longa conversa. Meu inglês não é perfeito, mas consegui entender praticamente tudo que ele me disse.

Ele contou que aquela foi sua primeira e última experiência com uma banda. Ele sabia bem que aquele show foi especial, pois era a despedida de Bruce Dickinson, e o direito de transmissão ao vivo foi comercializado para o mundo inteiro: "o Iron Maiden lucrou milhões com aquele show, mas eu ganhei apenas £10.000 para fazer o que fiz. Minha mágica atingiu milhões de pessoas, então fiquei com a sensação de que perdi dinheiro. Nunca mais quis trabalhar com bandas...". Ele disse que hoje em dia trabalha em um show próprio e me deu um panfleto com detalhes do espetáculo. Pedi para que autografasse, e fui prontamente atendido.

Seus filhos eram crianças adoráveis. Um tanto pequenas, estavam muito curiosas sobre o fato de eu não falar inglês corretamente. Sentado à mesa com a família, os acompanhei na degustação de um hambúrguer. Quando todos terminaram de comer, Simon pagou a conta - inclusive a minha parte - e se despediu. Não precisava, eu poderia pagar, mas ele fez questão. Foi um grande prazer conhece-lo, ele foi realmente muito agradável, me fez sentir entre amigos, fazendo com que minha experiência na cidade fosse um pouco mais memorável. Fabio realmente marcou um golaço agendando um encontro entre nós, com certeza ambos curtimos a experiência.


O vídeo abaixo foi postado em meu perfil do Facebook, na época do acontecimento:


Na mesma noite, eu iria a um pub afastado, no extremo norte de Londres, para assistir ao show de Den & Dave (Dennis Stratton e Dave Edwards). Para chegar, fui à última estação da Central Line, Epping e, de lá, ainda eram uns quatro quilômetros para o pub. Fui de taxi. No caminho, recebi uma informação boa: Paul McCartney acabara de postar que estava em um trem, vindo de Liverpool para Londres. Eu poderia abortar a chance de conhecer Dennis Stratton, o guitarrista que tocou no primeiro álbum do Iron Maiden, para tentar encontrar McCartney, mas mesmo se conseguisse seria muito difícil convence-lo a tirar uma foto. Preferi não trocar o certo pelo duvidoso.


O táxi entrou em uma rodovia sem iluminação, com mato dos dois lados. De repente, no meio do nada, surgiu o pub. Era o único ponto iluminado em quilômetros. Entrei. Havia muitos casais, todos na faixa dos 60 anos, talvez um pouco mais, muitíssimo bem arrumados, e eu era o único cabeludo com camiseta do Iron Maiden. Dennis estava arrumando o equipamento, testando tudo. Me viu e veio falar comigo. Expliquei que era do Brasil e que estava lá somente para conhece-lo. Ele foi bastante atencioso, assinou tudo o que levei. Disse que por várias vezes produtores brasileiros entraram em contato, querendo leva-lo ao Brasil, mas que nunca deu certo.



O repertório era composto por covers de bandas conhecidas, com ambos na guitarra e Dennis na voz na maioria das músicas. Quando terminou, tirei uma foto com ele, e outra com Dave. Quando chamei Dave, ele achou que era para ele tirar uma foto minha com Dennis, mal acreditou quando eu disse que era com ele que eu queria a foto. Na verdade, eu sabia muito bem quem ele era: o homem que acompanhava Dennis em seus projetos há décadas, especialmente em uma banda chamada Remous Down Boulevard, com quem Dennis tocou ainda antes de integrar o Iron Maiden.

Dennnis Stratton, guitarrista que participou da gravação do primeiro álbum do Iron Maiden
Dave Edwards, guitarrista que acompanha Dennis Stratton em seus projetos há quase 50 anos 

Mas havia um problema: após o show, eu precisaria de um táxi para retornar ao underground ou ao hotel. Eu não tinha como chamar táxi ou uber, pois meu travel card era rejeitado pelos aplicativos - e nunca entendi exatamente o porque, já que estava devidamente carregado - na prática, é um cartão pré-pago. Eu estava no meio de nada, não havia onde encontrar táxi. Retornei ao pub, falei com Dennis, e expliquei o que acontecia. Ele foi falar com o dono do pub, que conseguiu chamar um táxi para mim.

Eu o ajudei a carregar todos os equipamentos para o carro. Ele poderia, então, simplesmente se despedir e ir embora, mas fez questão de ficar até me ver dentro do táxi. Achei isso de um respeito e consideração enorme, foi uma grande noite. Mesmo sabendo o quanto seria caro, optei por ir de taxi até meu hotel, já estava tarde e no dia seguinte eu viajaria para a Grécia.

Esta é a quinta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se quiser ler a sexta parte, clique aqui.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Londres: Dennis Willcock at Cart & Horses

Esta é a sexta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se você ainda não leu, clique aqui para ler a primeira, aqui para ler a segunda, aqui para ler a terceira, aqui para ler a quarta ou aqui para ler a quinta.

Eu estava em Londres e já tinha conhecido Bob Sawyer, Terry Wapram, Tony Moore, Doug Sampson e Terry Rance, já tinha feito o meet & greet com o Skid Row, já tinha dado uma volta na London Eye, já tinha passado um dia na República Tcheca, já havia começado minha tour pelos lugares históricos relacionados ao Iron Maiden e... nem sinal de Dennis Willcock. Alguém com quem conversei tanto e julgava ter uma amizade, estava me ignorando sistematicamente há  semanas. Visualizava minhas mensagens, mas não respondia. Sinceramente, desisti, me conformei de que não iria conhece-lo, mesmo estando geograficamente tão próximo. 

Inconformado com a situação, um amigo em comum, Fabio - o mesmo que agiu como "corre manager" e agendou um encontro entre eu e Simon Drake - interferiu a meu favor. Ele conseguiu falar com Dennis e o convenceu a me encontrar no Cart & Horses. Após passar o dia conhecendo pontos como Koko e London Stadium, segui ao famoso pub. Quando cheguei, não havia sinal de Dennis, então aproveitei para filmar e tirar algumas fotos do lugar, e para comer um hambúrguer vegetal.


Vegetable burger with cheese, tomatoes, caramelized onions & fries, é genial!
Não é o palco original, onde o Iron Maiden se apresentou em 1976. Houve uma reforma nos anos 80, infelizmente
Até a porta do banheiro do lugar é relacionada ao Iron Maiden

Dennis chegou acompanhado de Terry Wapram e Mike Chudleigh. Foi muito amigável. Ficou cerca de uma hora no local, depois disso teria que pegar o trem, pois eram 3 horas de viagem até sua casa. Mas, enquanto esteve lá, assistimos a uma partida de futebol na TV e conversamos principalmente sobre Iron Maiden. 


A grande cereja do bolo daquela noite não veio nem de Dennis, nem de Terry: Mike me mostrou uma gravação de 1978, com Dennis no vocal, e algumas músicas eram bem diferentes do que as que foram gravadas nos álbuns - especialmente Phantom of The Opera. Diz a história que quem costurou a música para que ficasse como conhecemos foi Terry Wapram, mas a versão que ouvi era ainda muito diferente. Pude ouvir, mas não pude ter uma cópia - esse é o tipo de material que os colecionadores orgulham-se em manter somente para si. Pelo menos uma foto do celular de Mike eu tive que tirar...


Dennis me presenteou com cápsulas de sangue falso que ele utilizava nos shows do Maiden, e que passou a utilizar nos shows do Gibraltar V1, sua banda em 2018. Isso foi poucos meses antes dele surtar, processar o Iron Maiden, ser odiado e hostilizado pelos fãs, e apagar todas as suas contas em redes sociais - para nunca mais voltar.

Sinceramente, não tenho essa raiva toda de Dennis, como a maioria dos fãs. Provavelmente ele tenha razão sobre ser autor ou co-autor de algumas músicas - e sei bem que Steve Harris e Rod Smallwood não são exatamente santos imaculados. A lembrança que tenho dele é de um cara meio xarope, com quem mantive amizade por algum tempo, e que tornou aquela noite um momento especial para mim. 

Dennis Willcock (ex vocalista) e Terry Wapram (ex guitarrista) do Iron Maiden
A clássica foto no palco do Cart & Horses
A foto clássica no palco do Cart & Horses com 2 ex integrantes do Iron Maiden, Terry Wapram e Dennis Willcock
Dennis me presenteou com as cápsulas de sangue falso, utilizadas em suas performances desde os anos 70
É claro que eu as trouxe devidamente autografadas. Isso é história viva!!!!

Por outro lado, outro ex integrante do Iron Maiden foi bem babaca comigo: Thunderstick, o baterista da formação de 1977, mais conhecido por integrar o Sansom na mesma época em que Bruce Dickinson cantava na banda. Antes de ir a Londres, eu o contatei através do Facebook, anunciando minha viagem e dizendo que gostaria de encontra-lo por apenas dois minutos, para conseguir uma foto e alguns autógrafos. Ele disse que não tinha tempo, pois estava ensaiando com sua nova banda. 

Ofereci uma boa grana para assistir a um ensaio - provavelmente mais do que ele ganharia por um show - mais uma vez ele recusou, alegando que as músicas não estavam ensaiadas o suficiente, e que ele não gostaria que eu ou qualquer outra pessoa as visse da forma que estavam. Ainda insisti dizendo "apenas me passe o endereço do estúdio, eu te encontro na saída de algum ensaio, prometo que serão apenas dois minutos". Mais uma vez, a resposta foi negativa. Sinceramente, não preciso disso: nos últimos anos conheci bateristas muito mais importantes que Thunderstick. Ele faz shows em lugares pequenos por £5 para um público minúsculo em Londres. Se ele se acha tanto assim, que vá se danar!

Esta é a sexta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se quiser ler a sétima parte, clique aqui. (link temporariamente desabilitado)


Londres: tour pelos locais históricos

Esta é a quarta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se você ainda não leu, clique aqui para ler a primeira, aqui para ler a segunda ou aqui para ler a terceira.

Nos dias seguintes, além dos passeios que qualquer turista faz, aproveitei para iniciar a tour pelos lugares históricos do Iron Maiden.

KOKO (Music Machine)

Anteriormente conhecido como “The Music Machine” e “Camden Palace”, é uma casa de shows e um antigo teatro em Camden Town. Foi importante no primórdio do Maiden: uma das melhores gravações piratas dos primeiros anos da banda é de um show realizado neste local (Music Machine 79)".

Até tentei tirar algumas selfies, mas ficou uma merda e desisti
Programação para março e abril de 2018. Em 1979, o Iron Maiden seria uma das atrações

Endereço: 1A Camden High St, London NW1 7JE, Reino Unido. O local fica logo à direita da estação Mornincton Crescent.

Hammers Social Club

Minha intenção era visitar o Upton Park, estádio do West Ham United. Como fã, tenho uma certa simpatia pelo time, embora não acompanhe. Não tem a ver com o Maiden diretamente, mas é tão importante para Steve Harris que acaba sendo também para os fãs. Ou alguém aí já esqueceu de onde veio o bordão "Up The Irons!"?

Seguindo as instruções da matéria, "pegar a linha verde (District) ou rosa (Hammersmith & City) até a estação Upton Park. Ao sair da estação virar à direita e andar reto (ou seguir o povo de roxo, em dia de jogo). Não tem como não ver um estádio enorme na sua frente =)". Eu simplesmente não o encontrei. No local, encontrei o Hammers Social Club, clube social dos fãs do West Ham, o que por si só já valeu a visita. Posteriormente, descobri que o estádio foi fechado após o jogo final da temporada 2015/16 e, então, demolido. O West Ham passou a usar o Estádio Olímpico de Londres, que foi arrendado à equipe por 99 anos, a partir de 2013.


Estádio Olímpico de Londres

Percebido o engano, estava na hora de corrigi-lo. No mesmo dia, localizei e fui ao novo estádio. Nem precisa dizer o quanto fali quando descobri a loja repleta de produtos do West Ham. Comprei camisas, chaveiros, canecas e até mesmo doces.



Endereço: Queen Elizabeth Olympic Park, London E20 2ST, Reino Unido. Próximo à estação Pudding Mill Lane.

22, Acacia Avenue

O endereço foi imortalizado na letra da música homônima que, assim como "Charlotte The Harlot" e "From Here To Eternity", cita a prostituta Charlotte.

De acordo com a Wikipedia, Acacia Avenue é um clichê na cultura britânica, uma metáfora para uma rua de classe média suburbana. Há pelo menos sessenta Acacia Avenue na Grã-Bretanha, nove delas na Grande Londres. Como saber qual é a correta? Simples: nenhuma! A letra não passa de ficção. Mas que é um grande barato chegar a uma dessas ruas cantarolando, ah é. Não tenha dúvida!

Uma consulta à Lirapedia (apelido do historiador Ricardo Lira) revelou que a música já estava pronta quando Adrian Smith ingressou no Iron Maiden, Harris apenas adaptou uma letra, já que a ideia original, é claro, não fazia menção alguma à Charlotte.


Quando retornava à estação, deixei passar o ponto que tinha que descer. Desembarquei no ponto seguinte e fiz o percurso de volta caminhando. No caminho, achei um serviço de passar roupa com um nome curioso, especialmente pela relativa proximidade àquele endereço muito particular...


Como chegar: É um local afastado do centro de Londres, na zona 6. É longe e mais caro para chegar lá, já que não está localizado nas zonas 2 ou 3, onde a mobilidade urbana é mais em conta. Pegue a linha verde (District) e desembarque em Elm Park (uma das últimas estações).

Ao sair da estação, a cerca de 10 metros à esquerda, há um ponto de ônibus. Pegue o ônibus 252 e desça na parada Chestnut Avenue (sem pânico, os ônibus tem um sistema sonoro que avisa qual a próxima parada). Ao desembarcar, atravesse a rua e olhe para direita, você deverá ver na esquina a placa indicando "Chestnut Avenue". Entre nela e caminhe por duas quadras até se deparar com a placa Acacia Avenue. Pronto, agora é só procurar pelo número 22.

Phantom Music Management

Quartel general do Iron Maiden, é a empresa responsável pelo gerenciamento de todos os interesses da banda, desde o licenciamento de produtos até o planejamento de turnês. Permaneci pouco tempo em frente ao local e tirei algumas fotos, mas certamente não fui mala o bastante para apertar a campainha. Além de ser horário de trabalho, sou apenas um fã, e disso o Maiden está cheio. 


Quando saí, mal andei uma quadra e fui surpreendido: Mr. Rod Smallwood caminhava em minha direção, indo para onde eu acabara de sair, com o auxílio de uma bengala. Claro que o abordei e tiramos uma foto – com o iPhone, já que a câmera já estava guardada e foi no susto demais para pega-la. Nem deu para dizer que vim do Brasil ou que já nos encontramos antes, ele simplesmente saiu apressado. Sim, isso foi sorte!


Endereço: 36 Bridle Lane, W1F 9BZ Londres. Vá à estação Picadilly Circus, atendida pelas linhas Bakerloo e Picadilly, e utilize o GPS de seu celular para se orientar.

Eventim Apollo (Hammersmith Odeon)

Casa de espetáculos inaugurada em 1932 com o nome de Gaumont Palace, foi renomeada para Hammersmith Odeon em 1962, e permaneceu com esta nomenclatura até 2000. Algumas músicas do álbum “Live After Death” foram gravadas lá, assim como o álbum “Beast Over Hammersmith”, gravado em 1982, mas lançado somente em 2002, como parte do boxset “Eddie's Archive”. Vários outros shows da banda aconteceram neste local.

Dei uma volta no lugar para tentar deduzir onde é a entrada dos artistas

Endereço: 45 Queen Caroline St, Hammersmith, London W6 9QH, Reino Unido.

É meio complicado explicar como chega, pois Londres tem duas estações próximas uma da outra e com o mesmo nome (Hammersmith), mas que atendem linhas diferentes. A mais próxima do lugar atende District line e Picadilly. A saída da estação é dentro de um shopping, você mal passa a catraca e já dá de cara com o Mc Donald's. Sem conhecer as saídas do lugar, acabei dando a volta olímpica no quarteirão. 

Sarm West Studios

Em tese, eu faria uma visita ao prédio do estúdio onde foram gravados os álbuns Dance of Death e A Matter of Life and Death. O que encontrei foi uma decepção. Rodeado por tapumes e grandes máquinas, a demolição do lugar estava em pleno andamento. Fica o registro de um pedaço da história que se vai...


Ruskin Arms

Conhecido principalmente pelo vídeo “Live at Ruskin Arms”, gravado em 1980 e lançado no DVD “Early Days” (2004), foi um pub muito importante na história do Maiden, palco de vários shows nos primórdios.

Após períodos de glória e decadência, quando fechou e reabriu as portas diversas vezes, o local foi arrematado por um hotel, que o oferecia como uma opção extra aos hóspedes. Porém, por £4.50, qualquer um poderia tomar café da manhã no local, no famoso “coma tudo o que puder”.

Sem saber de nada disso, cheguei por volta de 09:50 hs, tarde para o café, que finalizou minutos antes. Até pensei em retornar outro dia para conhecer por dentro, mas eram tantas atividades e lugares para conhecer, que não foi possível.


Endereço: 386 High St N, East Ham, London E12 6PH, Reino Unido

A estação mais próxima é a East Ham, atendida pelas linhas District Line e Hammersmith City. Ainda assim, é uma boa caminhada de algumas quadras. Não posso afirmar que o local ainda existe. Em setembro de 2018, o Ruskin Arms fechou as portas mais uma vez, provavelmente para sempre. Após beber, e aparentemente muito drogados, dois homens atacaram um cliente que estava no local com uma mulher, aparentemente sem motivo. Mesmo após deixa-lo inconsciente, as agressões não cessaram.

A polícia foi informada pelo Serviço de Ambulância e não pelos funcionários do lugar. Testemunhas disseram que as portas estavam abertas e eles simplesmente assistiram o ocorrido, sem interferir. Como a lei é regida em proteção à segurança do cidadão, o local foi fechado por determinação judicial. No Google Maps, com imagens produzidas em abril de 2019, o pub está fechado e tapumes reforçam portas e janelas.


Maiden Lane

Também fui a essa rua que não tem nenhuma relação com a história da banda, mas por motivos óbvios para quem é fã, vale dar uma passada para conhecer e tirar fotos. Como dizia Ricardo Pacheco: “É Maiden, porra!”


Como chegar: vá à estação Charing Cross, servida pelas linhas Bakerloo e Northern.  Não é longe, mas também não é fácil de explicar, então sugiro que se oriente com o GPS do celular.

(ex) Casa do Bruce Dickinson

Juliane, uma amiga que morou um tempo em Londres, me passou o endereço onde supostamente residia Bruce Dickinson - antes do divórcio - no bairro Chiswick. Ela disse que às vezes passava um tempo na frente do imóvel na esperança de encontrar o vocalista, mas nunca o viu por lá. Uma vez, viu a então esposa, Paddy, entrando no local com a filha do casal.

É uma casa de dois andares, relativamente grande, mas longe de ser uma mansão. A única coisa que chama atenção são os tapumes colocados nas aberturas do muro que cerca a propriedade, possivelmente para evitar invasão de privacidade.

Em 2018, um mês antes de minha ida à Inglaterra, Verônica, uma brasileira que mora na Europa decidiu, como eu, se aproximar dos locais que fazem parte da história da banda. Ao término da viagem, escreveu sobre suas aventuras no site “Iron Maiden Brasil”. Ela incluiu fotos e o endereço da residência de Bruce que, até então, ainda morava lá. Hoje todos sabem que Bruce enfrenta um divórcio e foi morar com sua nova namorada. Outras fãs, indignadas, entraram em contato diretamente com a Phantom Music Management que, percebendo a gravidade da situação, exigiu diretamente ao provedor que essas informações fossem retiradas do texto.

Este relato não será complementado com o endereço, pois é o tipo de informação que não deve ser compartilhada. Passar na frente apenas para tirar uma foto, provavelmente seja ok. A foto só faz parte deste relato porque ele não mora mais lá. Tem gente que, uma vez em Londres, pensaria em “acampar”, tocar a campainha, essas coisas que malucos fazem. Nunca é demais lembrar que John Lennon morreu em frente ao edifício onde residia, o Dakota, em Nova Iorque, atacado por um fã que lhe pediu um autógrafo horas antes. Ainda tem o caso de Dimebag Darrell, assassinado em pleno palco por um fã inconformado com a separação do Pantera.


Esta é a quarta parte de um texto sobre minha experiência em Londres em 2018. Se quiser ler a quinta parte, clique aqui.