Ysabella aprontou tanto na Europa que quase cheguei ao ponto de cancelar a passagem de volta, e ela que se virasse para retornar. Porém, antes mesmo de partirmos rumo a Londres, combinamos que comemoraríamos o retorno com um voo de balão. Como tenho palavra, mantive o passeio, mas tomei providências adicionais. Primeiro: levei a Arianne, com quem eu estava saindo desde que retornei. Segundo: como fui responsável por reservar os lugares no ônibus que nos levaria à cidade, garanti que sentássemos bem longe de Ysabella. Os assentos 1 e 2 eram nossos, o dela era 43.
Quase tivemos que adiar os planos, pois Arianne se atrasou a ponto de eu ter que subornar o motorista para atrasar por uns minutos. "Só posso segurar 5 minutos, senão sou multado pelos fiscais de plataforma". "Então aguente cinco minutos!", foi o que disse enquanto passava 20 reais a ele, sem que os demais passageiros percebessem. É errado, eu sei! Mas o próximo ônibus partiria em duas horas, e Arianne não estava tão longe. Eu sabia que o trem em que ela estava havia acabado de sair da estação Marechal Deodoro para a Barra Funda. Quando ela chegou à plataforma, faltava menos de 20 segundos para o ônibus ter que partir sem multa.
Ysabella, aliás, passou a viagem inteira discutindo com o namorado (?!) 😆 inglês. Ele queria sair, ela não queria deixar. Era algo como "você não vai sair porque estamos namorando", ela em Boituva e ele em Londres. Como o ônibus para Tatuí apenas passaria por Boituva, descemos na rodovia e caminhamos algumas quadras em direção ao hotel Toyo Inn, mas nem deu tempo de chegar: o tal namorado 😆😆 terminou de vez a palhaçada 😆😆😆 É sério que ela achava mesmo que estava namorando?! 😆😆😆😆
O sol já estava se pondo, e de noite saímos apenas para comer alguma coisa em um restaurante próximo. Depois nos recolhemos aos quartos, eu estava em um com Arianne, e Ysabella estava em outro, tendo como companhia a fossa de ter tomado um fora pelo whatsapp. Deve ter sido uma longa noite, tadinha 😆 Pra mim e para Arianne foi 😆😆
A primeira foto com Arianne, como namorados |
Esteja onde estiver, o importante é tirar foto |
De qualquer forma, o passeio se iniciava muito cedo, antes mesmo do sol nascer já estávamos no local, prontos para voar. "Ah, mas nas fotos já está claro". Sim, porque todo o procedimento para inflar o balão não é tão rápido, ainda estava escuro quando começamos.
Ysabella parecia feliz, mas estava chateada com o término do "namoro" 😆 |
Voar de balão é uma experiência interessante, principalmente se for sua primeira vez - era a nossa - mas prefiro algo com mais emoção. Voa muito baixo, nem da medo. Os únicos momentos emocionantes são quando surge algum fio de alta tensão no caminho, e o baloeiro deve aumentar a chama para ganhar altura e evitar colisão. Fora isso, legal, mas nada demais.
Como o passeio terminou? O balão é um aeróstato que viaja impulsionado pelo vento consoante a sua direção e intensidade, então não seria possível retornar ao ponto de partida. Quando foi atingido o tempo contratado para a atividade (de 40 minutos a uma hora), o baloeiro diminuiu a intensidade das chamas, fazendo com que a altitude fosse perdida rapidamente.
"Caímos" em um pasto, e foi solicitado resgate pelo celular. Logo, alguns veículos foram até onde estávamos para ajudar a desinflar e remover. Incluso no preço da atividade, nada como tomar champanhe em um pasto repleto de dejetos de ruminantes, não?!
Já que estávamos em Boituva, eu e Ysabella decidimos fazer algo que nos desse emoção de verdade: saltar de paraquedas. Chamamos Arianne para ir conosco, mas ela preferiu a segurança de ter os pés no chão. Já que é assim, ao menos haveria alguém para me fotografar. Porém, com tantos paraquedistas saltando o tempo todo, nem o super zoom de minha câmera foi capaz de ajuda-la. Na verdade, ela conseguiu somente uma foto comigo no ar, outra no pouso, outra no pós pouso. Ainda bem que comprei o pacote de vídeo.
Esse foi meu segundo salto. O primeiro aconteceu mais de 20 anos antes, em 1996 ou 1997, no aeródromo de Sorocaba. É claro que eu mal lembrava da experiência, então tive que reaprender com as rápidas instruções transmitidas pelo instrutor.
O único momento que dá um pouco de medo é quando você se aproxima da porta para saltar. Por uma fração de segundo, seu lado racional tenta convence-lo de que sair do avião é idiotice. Talvez seja, mas no segundo seguinte o instrutor já mergulhou com você colado a ele. Eu não havia compreendido bem qual era o momento onde deveria soltar os braços, então no vídeo é possível ver o instrutor tentando me fazer solta-los, mas com o barulho do vento eu não estava entendendo o que ele dizia. A partir do momento em que você pula, não tem mais como ter medo.
O único momento ruim é o da abertura do paraquedas. O tranco é muito forte, especialmente na virilha, por onde passavam as cintas que me prendiam ao instrutor e a todo o resto. Mesmo assim, estou sempre pronto para um terceiro salto, pois a sensação é maravilhosa. Todo mundo deveria tentar ao menos uma vez na vida.