quinta-feira, 23 de junho de 2022

Gloria Pires

Em agosto de 2013, eu, Sheila e Ricardo Ramalho tentamos conseguir uma foto com Gloria Pires, que apareceria na pré estreia do filme "Flores Raras", se não me engano no shopping Cidade Jardim. Admito, não soubemos nos posicionar muito bem, pois quando a vimos, cercada por outras pessoas (segurança? produção? amigos? fãs?), já estava passando ao nosso lado. Sheila a chamou, mas ela não ouviu ou fingiu não ouvir, então tudo o que conseguiu foi forçar uma foto. FOTASSA! Como já era tarde e no dia seguinte Sheila tinha que trabalhar cedo, finalizamos e fomos embora. Por anos fiquei com essa impressão, que ela foi mala.

Quase dez anos se passaram, e em 2022 houve a terceira edição do Ageless Talks no shopping Pátio Higienópolis, com a participação de diversos convidados. Chamei o Eric para me acompanhar no corre. Quando ele apareceu, disse que tinha outro evento de noite, desta vez no shopping Frei Caneca, onde Gloria Pires participaria de um debate após a exibição do filme "A Suspeita". Ele me convidou para acompanhar ele e Rodrigo, que nos encontrou no final da tarde e também consseguiu umas tirar algumas fotos. A princípio recusei, pois minha noite estava reservada para assistir ao primeiro confronto de São Paulo x Palmeiras na Copa do Brasil. Entretanto, lembrei que seria transmitido apenas pela Amazon Prime Video, e eu não tenho essa coisa, então aceitei seguir de um shopping a outro e continuar no corre.

Quando Gloria chegou, agora assumindo os cabelos brancos, infelizmente usava máscara. Ela foi imediatamente requisitada por uma equipe de TV que a aguardava, retirando o acessório pandêmico para uma rápida entrevista. Somente eu, Eric e Rodrigo a aguardávamos, mais ninguém. Mantivemo-nos à distância, apenas esperando que fosse liberada, pois tínhamos certeza que recolocaria o mais rápido possível. Sem perda de tempo, já pedi para tirar uma foto com ela assim que isso aconteceu. Desta vez, bem diferente de 2012, ela foi extremamente simpática e receptiva. Aceitou com o maior sorriso no rosto. "Mas é claro que sim", respondeu. Tiramos as fotos e retornamos às nossas casas. Este foi um dia bom, em que praticamente tudo deu certo, nos dois corres.

Anos fazendo isso e nunca aprendo a posar direito. Em minha defesa, alego que estava um pouco intimidado pela lembrança de 2013

Ageless Talks

Eu estava em casa de boa, lendo notícias nos principais portais, quando li no UOL que no dia seguinte haveria o evento Ageless Talks no Teatro UOL, no shopping Pátio Higienópolis, com diversos convidados interessantes. Seria a oportunidade de conseguir todos de uma vez, assim como acontece quando há alguma pré estreia para convidados, como a do filme "Nada a Perder 2", que aconteceu em 2018. Parecia fácil como roubar doce de criança, e foi mesmo.

A primeira convidada, Marina Lima, teve participação apenas online. Já a encontrei cerca de meia dúzia de vezes, mas por um motivo ou por outro nunca consegui a foto. Geralmente a via quando estava acompanhada de alguém cuja foto me interessava mais, mas sei que ela não é mala, e que uma foto com ela rolaria sem problemas. Me interessa, claro, por ela ter posado para a Playboy em 1999.

A atração seguinte era um debate que contava com a atriz Cristiana Oliveira, a eterna Juma de Pantanal original. Sempre tive uma paixão platônica por ela, com quem já encontrei duas vezes antes. O problema é que enquanto ela saía, o alvo principal deste corre, Penélope Nova, chegava. Sozinho, tive um momento de indecisão, então deixei passar quando um segurança acompanhou Cristiana ao elevador. Isso não significa nada, bastaria chama-la que ela atenderia de boa. Falha minha, admito.

Vi quando uma menina da produção conduziu Penélope à "entrada secreta", na lateral do teatro, reservada para os artistas entrarem diretamente nos camarins. A saída, entretanto, seria pela frente, pois todas posavam para um fotógrafo em frente a um painel montado logo na entrada do evento. Até este momento, eu estava sentado em um banco exatamente na frente do teatro, apenas observando.

Na rodada de debates seguinte não houve convidadas que me interessaram e nem fui capaz de reconhecer a maioria delas. Se Eric, meu companheiro para esse corre, não aparecesse logo, eu certamente perderia alguns de meus alvos, pela minha completa incapacidade de reconhece-los. Sempre falo: sou péssimo fisionomista. A essa altura, Isabel Fillardis passou em minha frente e simplesmente não a reconheci.


Quando acabou a terceira rodada de debates, observei quando Penélope Nova foi ao painel na entrada do teatro para tirar fotos, então posicionei-me melhor, em uma área onde eu poderia aborda-la independentemente de para onde fosse. Foi nessa hora que Eric chegou. Até então, observe, não tirei foto alguma, e apenas reconheci Cristiana Oliveira, que não abordei, e Penélope Nova, que era o alvo principal, mas estava com medo de não reconhecer Tania Khallil que, como Marina Lima, já encontrei algumas vezes, mas nunca consegui foto até então.

Quando Penélope saiu, fiz a abordagem e ela foi extremamente receptiva. Perguntei se poderia tirar uma foto, e ela respondeu "Mas é claro que sim, só se for agora". Tania saiu na sequência, e quem a reconheceu foi o Eric. Desta vez ele a abordou e fui no vácuo. Easy.

Quem eu mais queria conhecer neste corre, Penélope Nova foi muito gente boa
Tania Khallil também foi bastante receptiva, e enfim consegui uma foto com ela, pois a vi muitas vezes desde 2012

Como o banco onde eu estava anteriormente foi ocupado por outras pessoas que saíram do teatro, eu e Eric nos sentamos em volta de uma mesa um pouco mais afastada, mas ainda em frente à entrada. De repente, olhei para o lado e reconheci meu segundo alvo principal: o ex nadador Fernando Scherer, mais conhecido como Xuxa. Eu e Eric observamos quando uma menina do evento conduziu Fernando e a mulher que o acompanhava à entrada secreta e os seguimos. Ela, entretanto, foi apenas mostrar por onde o casal deveria entrar, pois ainda estava um pouco cedo para o debate com ele, e eles provavelmente iriam comer alguma coisa na praça de alimentação do shopping, mas vimos ali a melhor oportunidade para fazer a abordagem. 

O chamei e exibi a foto que levei para ele autografar. Extremamente receptivo, passou alguns momentos contemplando a foto, comentando algo como "nossa, como eu era jovem, 20 anos se passaram". Fez um dos autógrafos mais completos que já vi, com nome (passei o do Fabio, que me encomendou a foto autografada) e data. A mulher que o acompanhava (sua esposa? infelizmente não consegui identifica-la nem mesmo após pesquisar sobre) perguntou se poderia tirar uma foto da foto autografada. Eric disse que ela postou nos stories, mas não percebi esse momento. Se foi, fico feliz. Perguntei se poderíamos tirar fotos com ele, no que fomos atendidos imediatamente. Gente finíssima! Depois ainda retornou e pediu para marca-lo se eu postasse a foto nas redes sociais. É claro que fiz isso quando cheguei em casa.


Todos os que abordamos foram gente boa, mas Fernando Scherer foi realmente diferenciado, um verdadeiro campeão!
Quarta rodada de debates

A quarta rodada começou e descobrimos que um de nossos alvos principais, a atriz Denise Fraga, também participou online, assim como Marina Lima.  A quinta rodada não trouxe ninguém que nos interessasse. Na sexta, tinha Isabel Fillardis e Murilo Rosa.

Quinta rodada de debates
Sexta rodada de debates

Isabel Fillardis foi a primeira a sair. Eu já sabia como ela estava vestida pois Eric pesquisou no Instagram. Fiz a abordagem, fácil. Já Murilo saiu de óculos escuros. Tirei a foto de Eric, mas como desde 2017 tenho uma foto com ele sem óculos, não aproveitei para tirar mais uma.

Isabel Fillardis, muito simpática, foi um prazer conhece-la. E, claro, mais uma foto com uma capa de Playboy (nov/1996)
Sétima e última rodada de debates

Neste momento Rodrigo chegou e juntou-se a nós no corre. Após o término do último debate, Eric reconheceu Didi Wagner, com quem já tinha foto. Eu já a tinha visto um pouco mais cedo, mas não a reconheci. Como todos, foi super gente boa. Fernando Scherer e Fernanda Keller saíram mais ou menos ao mesmo tempo. Enquanto abordamos Fernanda, Fernando aproveitou para ir embora, sem perceber que Rodrigo também queria uma foto com ele.

Didi Wagner foi uma das mais simpáticas
Fernanda Keller, como todos nós, pode ter envelhecido, mas sua simpatia continua intacta

Uma menina da produção tentou puxar papo conosco justamente enquanto abordávamos Fernanda, perguntando se conseguimos muitas fotos. Como faltava Fernando para Rodrigo, nós meio que a deixamos no vácuo e corremos atrás do casal, que agora já estava um andar abaixo (se ela por acaso ler isso nos desculpe, não gostamos de levar naba e muito menos de dar, mas fomos abordados na hora errada).

Quando alcançamos Fernando e a mulher que o acompanhava, ele foi, mais uma vez, bastante solícito. Esse foi o fim deste corre, mas ainda haveria mais um, com a atriz Gloria Pires, em outro shopping da cidade

terça-feira, 14 de junho de 2022

András "Hide Pain Harold" Arató (fail)

Harold tornou-se conhecido com o meme 'rindo de nervoso'
Era uma terça feira a noite quando amigos avisaram que "Hide Pain Harold" postou estar voando para o Brasil. Se a publicação que fez avisando que estava a caminho fosse daquele dia, eu daria um jeito de estar no desembarque. Afinal, as três vezes que voei de Londres para cá foram com escala em Madrid, é um voo que conheço muito bem. Como chega extremamente cedo, 04:55hs, eu faria o sacrifício de passar a noite no aeroporto por uma foto engraçada e inusitada. Já fiz isso um monte de vezes, seria apenas mais uma. Seria a chance de ter uma foto com um meme mundialmente conhecido, já que falhei em minha oportunidade anterior, quando conheci a menina Chloe, mas levei naba.

O aviso, entretanto, veio atrasado. A publicação era do dia anterior, o que significava que ele já estava entre nós há algumas horas. Restava saber o que diabos veio fazer, e em qual cidade, então passei a monitorar cuidadosamente. Mas os dias passaram sem absolutamente nenhuma novidade. Não dava para simplesmente escolher um hotel no chute, até porque eu teria errado. Se tivesse que chutar, diria que ele poderia estar em algum hotel na região da Avenida Paulista. Sem saber o motivo da viagem, seria apenas um chute ruim. O pior é saber que o cara é gente boa. Um amigo do Chile, Eduardo, enviou-me sua foto com ele, tirada em outra ocasião.

Após 24 horas sem nenhuma novidade, fiz o que era possível fazer: enviei uma mensagem educada no direct do Instagram, assim como fiz com Ross Halfin anos antes - e me dei bem na ocasião - mas desta vez não obtive resposta. Mais 24 horas se passoram sem novidades e o mistério só aumentava: que diabos veio fazer aqui? Foi quando ele postou uma foto em um bar, cantina, restaurante ou sei la o que. Sou "especialista" em reconhecer hotéis através de fotos, mas não tenho a mesma habilidade em locais para comer e/ou beber. Eu continuava sem a menor ideia de onde poderia estar.

O jeito foi postar a foto no Facebook. Quem sabe eu tivesse a sorte de algum dos meus contatos reconhecer o lugar. Além do mais, neste corre, tornar menos fechada a informação poderia ser uma vantagem. Haveria três ou quatro interessados em fazer o corre, e três ou quatro pensam melhor do que um. Valeria tentar, porém nem mesmo o mais pinguço dos meus amigos foi capaz de reconhecer o local. O mistério continuava.

Stephanie, sempre ela, encontrou o seguinte comentário entre as centenas do post: "Encontrei com ele na rua Olimpíadas ontem". Não lembro onde essa rua fica, então joguei no Google Maps. Foi então que a primeira pista surgiu: é a rua do Pullman Vila Olímpia. Comentei isso com ela inclusive, que achava que ele poderia estar lá. Mas era noite, tarde para arriscar sair de casa para um hotel do outro lado da cidade, ainda mais por puro achismo. O jeito era continuar monitorando.

No dia seguinte acordei mais ou menos cedo, por volta das 09:00hs (isso é cedo, sou absolutamente noturno), mas já havia uma mensagem de Stephanie, dizendo que enviou um direct para ele e foi respondida. Fdp, respondeu a ela rapidinho, mas ignorou minha mensagem... Entretanto, nenhuma informação relevante foi obtida.

Não demorou para Harold postar uma foto no Parque do Ibirapuera. Pensei em ir, mas é uma área imensa e ele poderia estar em qualquer parte, ou até mesmo já ter ido para outro lugar. Sem celular, não pareceu uma boa ideia. Nem demorou muito e ele postou mais uma foto, desta vez na Avenida Paulista. Em seguida, uma foto na Liberdade. Mas que diabos! Ele estava rodando São paulo toda e nós sempre um passo atrás. Mas ao menos parecíamos estar fazendo a coisa certa. De noite eu provavelmente tentaria ir ao Pullman para verificar se minha intuição estaria correta. Digo "provavelmente" porque, poucas horas mais tarde, ele postou um vídeo já dentro do avião, despedindo-se do Brasil. Este corre foi um fiasco, nem começou e já estava terminado.
Harold e Eduardo (Chile)


















Admitida mais uma derrota, surgiu a cofirmação do que eu desconfiava desde a véspera: um funcionário do Pullman postou uma foto com ele, onde claramente é possível ler o nome do hotel. Eu estava certo, mas agora era tarde demais. O pior, entretanto, viria no mesmo dia, quando Harold já voava a caminho de casa. Eduardo, o chileno, enviou duas postagens de um perfil do Facebook onde o próprio Harold revelou o hotel um dia antes. Puta que pariu! Monitorei Instagram, Twitter e até a página oficial dele no Facebook. O que não fiz, nem nenhum de meus amigos, foi monitorar a página pessoal dele, que eu nem sabia que existia. Era uma foto ganha, fácil, mas comemos bola, deixamos passar. Será que os dois anos de pandemia nos tornaram tão ruins assim?! 😪

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Carlos Alberto de Nóbrega

Na noite de domingo, 18 de abril de 2022, foi anunciada a programação semanal do Podpah. Era uma semana mais curta devido ao carnaval adiado pela pandemia, mas antes de começar a "festa", ao menos três convidados participariam da gravação no estúdio. Os de quinta feira, dia 21, eram Carlos Alberto de Nóbrega e sua esposa, Dra. Renata Domingues. Carlos Alberto, então com 86 anos, é indiscutivelmente um dos monstros sagrados da televisão brasileira, tão grande quanto Hebe Camargo, Ronald Golias, Chacrinha, Gugu Liberato, Chico Anysio, Cid Moreira, Jô Soares, Fausto Silva... Provavelmente só não é maior que seu patrão Silvio Santos. Apenas por isso já se torna uma foto interessantíssima.

21 de abril, feriado de Tiradentes. A portaria estava operacional mas a garagem não, ou seja, seria impossível comer bola, de monitorar a frente do prédio e ele entrar pela garagem ou vice versa. Nosso "trabalho" estava facilitado. Eu, Samii e Sophie aguardamos por pelo menos uma hora e meia, mas ele e sua esposa simplesmente não apareceram. Nenhum comunicado de cancelamento foi divulgado. Acompanhamos pelo celular da Samii, não houve transmissão do podcast. Simplesmente não aconteceu, sem mais nem menos. Admitimos a derrota, sem entender muito bem o que aconteceu, e retornamos para nossas casas.

Em 8 de maio foi feito um novo anúncio da presença do casal no podcast. Samii, desta vez, não poderia me acompanhar, assim como Sophie. Desta vez, prevenido, decidi esperar o podcast começar, para somente então sair de casa. A estratégia deu certo pois a cena repetiu-se: o casal não apareceu, nenhum comunicado de cancelamento foi emitido e não houve transmissão do podcast. Mas que diabos! Já estava virando palhaçada!

Houve anúncio da presença de Carlos Alberto em outros podcasts, como o Flow, mas eu não iria até a pqp (Vila Prudente) para correr o risco dele não aparecer. Mesmo no Flow, a presença dele foi agendada e reagendada algumas vezes, o que tornava tudo mais estranho. Será que ele estaria com algum problema de saúde que o impossibilitava de aparecer nos compromissos?!

Em 5 de junho, pela terceira vez, foi anunciada a presença do casal. no Podpah. Eu já estava totalmente escaldado, é claro que somente sairia de casa quando o podcast estivesse rolando, se rolasse. Para ser sincero, nem esperava mais nada. Achei a postura da empresa, de não emitir ao menos um comunicado, muito pouco profissional. É óbvio que os caras do Podpah não agendam ou deixam de agendar seus convidados levando em consideração se vou ou não fazer o corre, mas também é certo que eu gasto tempo e dinheiro para estar lá, então vê-lo não aparecer duas vezes sem nem ao menos saber porquê certamente é muito broxante.


No dia em que a suposta aparição aconteceria, eu pretendia seguir meu plano à risca. No Messenger, Eric enviou uma mensagem comunicando que faria o corre, esperando por ele já na chegada e convidando-me a acompanha-lo. Expliquei porquê não iria, mas ele rebateu ao dizer "Carlos Alberto repostou stories do Podpah agora há pouco, não deve cancelar". Isso me convenceu, então brinquei e respondi "ok, vamos nessa merda, mas se cancelar eu vou pegar o velho na porrada". Ele respondeu "Kkkkkkkk somos 2".

Sabe aqueles dias em que tudo dá errado?! Pois é, foi hoje! Pra começar, eu não tinha saldo no Bilhete Único. Até onde sei, o local mais próximo de minha casa onde consigo carrega-lo no cartão de débito é na estação Água Branca, que fica há cerca de meia hora de caminhada de minha casa, mas havia um problema de pobre. Eu poderia carrega-lo e seguir de trem à Barra Funda, afinal é apenas uma estação, mas se o fizesse teria que gastar mais uma passagem. Parecia mais jogo continuar caminhando até a Avenida Marquês de São Vicente e tomar um ônibus, assim eu poderia voltar para casa de ônibus sem pagar uma nova passagem.

Saí de casa às 17:50hs. No caminho, percebi que esqueci a porra da máscara (malditos sejam os pandeminions e seu medinho que me forçam a usar essa merda). Ao chegar na estação, felizmente havia um ambulante vendendo máscaras. Comprei uma, carreguei o bilhete e caminhei à avenida, agora debaixo de chuva - quem me conhece sabe que nunca ando com guarda-chuva. Já era 18:30hs e nada do ônibus aparecer. Acabei entrando em um que deixou-me na estação Barra Funda. Caminhei o mais rápido que pude, debaixo de uma agora quase tempestade, chegando por volta de 18:50hs como se tivesse pulado de roupa em uma piscina. Pra piorar, estar ali significava perder ao menos um bom pedaço de Palmeiras x Botafogo, pelo campeonato brasileiro.

Eric já estava na espera, disse que chegou 18:30hs e que o Carlos Alberto ainda não tinha entrado. Então, como desta vez não era feriado e a garagem estava aberta, começamos a saga de ir para a garagem a cada carro que chegava, rertornando à frente do edifício na sequência. Os minutos se passavam... e nada! Senti-me como em um meme, aquele do palhaço, não acreditando que pela terceira vez esse podcast não iria acontecer e eu estava lá novamente.

O tempo passava e começou a inevitável sessão besteirol que acontece em todos corres. Imitávamos a inconfundível risada de Carlos Alberto: "eles estão todo molhados HA HA HA HA", "vou deixa-los esperando pela terceira vez HA HA HA HA", "não vão conseguir foto comigo de novo HA HA HA HA"... Já tinha acontecido algo assim quando fui com Samii, dois meses antes.

Quando aproximava-se de 19:20hs e realmente já não esperávamos mais nada, eis que um carro parou quase à nossa frente. Carlos Alberto desembarcou, usando máscara, e foi recepcionado por duas pessoas que já o aguardavam para conduzi-lo ao Podpah. Eu e Eric mantivemo-nos afastados enquanto esse contato inicial era feito, mas procurei ficar à vista, exibindo a foto que levei para ele autografar. Quando percebeu, me chamou e assinou numa boa. Nem pedi mais nada, apenas agradeci, mas eu realmente estava broxado.

Qualquer pandeminion diria o mesmo blá blá blá de sempre: "ain, é um senhor, do grupo de risco, precisa usar máscara". Eu concordaria se ele gravasse o programa sem tira-la, o que obviamente não aconteceu (clique aqui para assistir ao podcast completo). É apenas a hipocrisia de sempre, nós podemos transmitir coronavírus, os apresentadores não.

Fiquei sem foto com um dos grandes da TV brasileira, mas já deu, chega de tirar fotos com máscara. Ainda tirei a do Eric, mas ele estava tão broxado quanto eu. Durante os minutos de espera, debatemos que provavelmente ele não atenderia na chegada, diria que estava atrasado e teríamos que esperar pela saída. Isso não aconteceu, mas ainda assim esperaríamos se tivéssemos certeza de que ele não usaria máscara ao sair. Nenhum dos dois quis pagar para ver. Nos despedimos e caminhei até o terminal Barra Funda, onde peguei um ônibus. Cheguei em casa e o Palmeiras já vencia por 3x0 (o jogo terminou 4x0).

Carlos Alberto é um dos grandes, mas preferi ficar sem foto a tirar uma foto com ele usando máscara
Desta vez me contentei apenas com o autógrafo, chega de tirar fotos pandêmicas!

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Jogadores do Palmeiras 2022 - Parte XI

Dois dias depois, ainda focado no trampo do menino Lourenzo, retornei para o segundo dia de "trabalho", desta vez conseguindo 6 jogadores profissionais (Marcos Rocha, Rony, Marcelo Lomba, Breno Lopes, Raphael Veiga e Vinícius Silvestre) e 5 da base que treinam com os profissionais (Giovani, Vanderlan, Fabinho,  Pedro Bicalho e Naves).

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Jogadores do Palmeiras 2022 - Parte X

Eu estava em casa numa boa quando um amigo disse que me passaria um contato que tinha um "trabalho" para mim, relacionado ao Palmeiras. "Outra camisa autografada", pensei. Quando me adicionou, queria que eu gravasse vídeos com os jogadores parabenizando o filho de uma cliente, um menino chamado Lourenzo, que completaria 8 anos. 

Pareceu interessante, mas eu não sabia quanto cobrar. Foi a primeira vez que me pediram algo assim. Sem pensar muito, fiz um preço ruim, 10 reais por cada jogador. Se parar pra pensar, uma faxineira qualquer cobra em média 160 reais por um dia de trabalho. Fui quatro dias ao CT para conseguir algo absolutamente exclusivo e ganhei apenas 230 reais. Realmente um mal negócio, todos os amigos com quem comentei disseram que cobrei barato demais.

Apenas lembrando: por ordens médicas, devido a problemas cardíacos, não posso trabalhar ao menos até julho de 2022, limitando qualquer esforço físico a apenas fazer caminhadas. Como o CT é relativamente próximo de casa - 40 minutos andando - isso é algo que eu posso fazer e ainda ganhar um troco. No fim, não deixa de ser um trabalho, pois é necessário ter tempo e disposição para passar dias coletando votos de felicidades.

Em minha primeira tentativa consegui 8 jogadores profissionais (Dudu, Piquerez, Wesley, Scarpa, Jorge, Luan, Jaílson e Gabriel Menino) e 2 da base que treinam com os profissionais (Lucas Freitas e Gabriel Silva). Rafael Navarro e Abel Ferreira disseram que não gravam vídeos. Apenas lembrando, cinco jogadores estavam ausentes por terem convocações na data FIFA. Weverton e Danilo estavam com a seleção brasileira, Gustavo Goméz com a paraguaia, Atuesta com a colombiana e Kuscevic com a chilena.








































Uma torcedora presente no local observou a chegada de um senhor que parecia ter grande intimidade com os funcionários do Palmeiras, comentando que parecia o pai do Endrick, Douglas Ramos, mas não tinha certeza. Me aproximei e perguntei se era. Vendo minha câmera, ele a princípio mostrou-se receoso em falar comigo, pois achou que eu era da imprensa. "Um jornalista publicou diversas bobagens, alegando que eu estava negociando o passe do Endrick para jogar na Europa imediatamente, sem passar pelos profissionais do Palmeiras. Por conta disso, estou recebendo ameaças de muitos torcedores", justificou. 

Endrick sempre foi apontado como o novo Pelé

Quando o convenci que era apenas um torcedor e que queria apenas uma foto com ele, mostrou ser muito humilde e gente boa. Eu não recordava de sua fisionomia, mas sempre li histórias sobre ele, como quando recusou que Endrick jogasse em outros times porque nenhum oferecia o que ele pedia, que a moradia da família fosse bancada pelo clube ou que fosse oferecido um emprego a ele. O Palmeiras foi o único que aceitou as condições, e por algum tempo ele trabalhou como faxineiro no clube, além de ter também a moradia custeada. Jaílson, então goleiro do Palmeiras, pagou o tratamento dentário dele, ao perceber que ele não comia com os demais funcionários do clube por não ter dentes. 

Apesar da pouca idade, Endrick foi o principal destaque da Copa São Paulo 2022, onde a maioria dos jogadores é do sub-20, e também da seleção brasileira sub-17 campeã do Torneio de Montaigu 2022, na França, onde também foi o artilheiro, marcando 5 gols em 4 jogos. Agora, assediado por times como Real Madrid e Machester City, entre outros, estava há pouco mais de um mês de poder assinar legalmente seu primeiro contrato, com multa de 60 milhões de euros. Sem dúvidas será um dos grandes nomes do futebol mundial nos próximos anos.

Senti-me como se estivesse em 1956 tirando uma foto com seu Dondinho, pai do Pelé, então com 15 anos

domingo, 29 de maio de 2022

Kool Metal Fest - Belphegor + bandas nacionais

Se você deseja eliminar uma mosca que está incomodando, um mata-mosca provavelmente seja uma opção melhor do que um míssil nuclear. Foi mais ou menos como me senti neste dia. Juntos, eu e Carlos temos quase 50 anos de corre, 35 dele, 14 meus. Isso nos faz pensar sempre no improvável, no inusitado, no mais difícil. Entretanto, às vezes as coisas se resolvem de maneira simples, e é assim que seria neste dia se fôssemos o mata-mosca, não o míssil nuclear. Era um corre simples, bastaria ir à porta do Carioca Club e conseguir fotos com todo mundo.

Decidimos ir ao hotel, nos encontramos por volta de 14:30hs em frente ao Quality Faria Lima. Não havia nenhum sinal de que a banda pudesse estar lá. Era, porém, um pouco cedo. Se viessem depois do almoço de Pomerode, onde apresentaram-se na noite anterior, Belphegor e as bandas brasileiras poderiam ainda não estar em São Paulo. Isso confirmou-se quando Carlos viu, no Instagram, uma foto tirada dentro do avião, onde se via claramente integrantes do Crypta e do Belphegor. O jeito era esperar mais um pouco. 

O problema foi o sol, fortíssimo, que atingia toda a área em frente ao hotel. Ficar horas esperando nessas condições seria péssimo, então atravessamos a rua e nos mantivemos na sombra, relativamente longe. De repente algo bizarro aconteceu. A banda chegou de... carro?! Vimos quando ao menos Helmuth Lehner desembarcou, foi nele que ambos concentramos a atenção. Não percebemos neste momento se o resto da banda veio com ele. Com a confirmação do hotel e acreditando que todos os músicos estivessem lá, mantivemo-nos à espera. Não demoraria tanto assim para que saíssem para o Carioca Club.

Somente quando Helmuth desceu é que percebemos que apenas ele veio mais cedo. Se tivéssemos percebido antes, teríamos caminhado ao Carioca Club e muita coisa já poderia ter se resolvido. Ele nos atendeu numa boa. A expressão dele está estranha?! Nem repara, em todas está as fotos igual, comigo, com Carlos e com "Jéssico" (Filipe, namorado da Jessica, que fez corres conosco até 2021, mas que hoje reside em Portugal).

Seguimos para o Carioca Club. Além do Belphegor, as bandas que nos interessavam no festival eram Krisiun, Crypta e Ratos de Porão. Eu já tinha foto com todos do Krisiun, no Crypta faltava apenas a foto com a nova guitarrista, Jéssica di Falchi, além de fotos não pandêmicas com Luana Dametto e Tainá Bergamaschi. Com Fernanda Lira não era necessário, pois tenho uma foto boa com ela tirada em 2012, mas seria bom renovar se não estivesse pandêmica. Com o Ratos de Porão tinha, até então, tinha fotos apenas com Gordo e Boka, faltava Jão e Juninho.

O show do Belphegor já rolava há algum tempo quando Fernanda Lira, do Crypta, e Juninho, do Ratos de Porão, saíram do Carioca Club. Ninguém usava máscaras, nem nós, nem os produtores, nem fãs, nem mesmo a esposa de João Gordo, Viviana Torrico, que estava exatamente na nossa frente neste momento. Mas o casal pandêmico, claro, usava. Carlos ficou indignado e comentou comigo "que punk de meia tigela!", o que concordei completamente.

Muitas pessoas acreditam que em um belo dia o coronavírus simplesmente desaparecerá, mas a verdade é que daqui para frente teremos que conviver com ele de forma endêmica para sempre. Algumas pessoas vão adoecer, outras poucas morrerão, mas normal. Acontece até mesmo com gripe comum, faz parte da vida. Pessoas morrem. E sempre serão os mais fracos, jamais dois jovens fortes como Fernanda e Juninho. O pior já passou! Usarão máscara até quando? Por que diabos tomaram a vacina se não confiam nela?!

Carlos, que desde jovem é frequentador assíduo de baladas, sempre conta que quem frequentava o Madame Satã na década de 1980 ganhava, na entrada, um vale "sangue do diabo". O tal "sangue do diabo" era feito misturando o resto das bebibas que sobrava nos copos e garrafas dos clientes. João Gordo frequentava o Madame nessa época e ficava na entrada abordando todo mundo, querendo o vale que a maioria dispensava.

Agora ali, na minha frente, outro músico do Ratos de Porão usava máscara sem necessidade, por puro e simples medo do vírus. Como eu não tinha uma foto com ele, o chamei e tirei, mas é definitivamente decepcionante. Ele tira a máscara quando está no palco, em um ambiente fechado onde vírus circulam livremente. Não há mais o que justifique usa-la. Nem valeria a pena tirar outra foto pandêmica com Fernanda, então nem a abordei quando ambos retornaram para os camarins do Carioca Club.

Apenas lembrando que, em novembro de 2020, quando nem vacina havia ainda, os caras do Krisiun fizeram o primeiro show presencial após o início da pandemia, no mesmo Carioca Club. Após a apresentação, os músicos - exceto Moisés - saíram da casa sem máscaras, tirando fotos com qualquer um que os abordasse.

Após o fim da apresentação do Belphegor, Helmuth saiu em frente ao Carioca Club para fumar, e estava nem aí de atender a galera, tirou fotos com todo mundo que quis. Os músicos contratados saíram algumas vezes, principalmente para carregar os instrumentos para a van. Abordamos o ex baterista do Vader, James Stewart. Educadamente, respondeu que estava ocupado e que falaria conosco mais tarde. O guitarrista Molokh passou por nós diversas vezes, sempre acompanhado por uma "ficante" brasileira, mas não o abordamos. O único integrante que não vi foi Serpenth.

Após o último show, seria uma boa ideia permanecer ali e aguardar ao menos a saída do Jão, o único integrante do Ratos de Porão que jamais encontrei. Entretanto, na confusão da saída de fãs, vi quando ao menos Helmuth embarcou na van, que ligou o motor e partiu. Mesmo a pé, nosso caminho daria menos voltas, então corremos e conseguimos chegar ao hotel antes. Para nossa surpresa, Helmuth era o único passageiro. Onde diabos estariam os demais?! Não fazia sentido algum, uma banda desse tamanho com integrantes em dois hotéis? Decidimos aguardar onde estávamos.

Moisés, do Krisiun, chegou de carro com a esposa. Carlos tirou uma foto com ele. Eu deveria ter tirado também, mas estava entretido em observar a aproximação de uma segunda van que despontou na rua do hotel. Ela estacionou exatamente à nossa frente, do outro lado da rua. Trazia o batera James Stewart e três das meninas do Crypta. Todos descarregaram a van, era tanta mala e instrumento que lotou o hall do hotel. Nos oferecemos para ajudar, mas elas agradeceram e disseram que não seria necessário. Ok, elas que sabem.

A primeira a falar conosco foi a novata Jéssica di Falchi, que infelizmente estava pandêmica. Depois, renovei as fotos com Tainá Bergamaschi e Luana Dametto, desta vez sem máscara com ambas. Na única vez que as vi, em janeiro de 2021, a vacinação no Brasil tinha começado há apenas cinco dias, mesmo assim somente para profissionais de saúde e idosos com mais de 90 anos. Nenhum de nós estava vacinado na ocasião, mas ainda assim Tainá não usava máscara. Minha foto com ela só não foi com ambos sem máscara porque Fernanda Lira protestou quando eu ia abaixa-la apenas para tirar a foto.

Pouco depois, Jéssica di Falchi tirou a máscara ainda no hall do hotel. Ficamos sem graça de pedir uma nova foto
A foto não pandêmica aconteceu com um ano e meio de atraso
Quem não a conhece e a julga por seu tamanho não imagina o quanto ela é gigantesca com as baquetas na mão atrás de uma bateria

James disse que nos atenderia, mas entrou no hotel e pelo visto esqueceu. Vendo que eu, Carlos e "Jéssico" não fomos embora, Jéssica aproximou-se, desta vez sem máscara, e perguntou se estávamos esperando alguém. Com nossa resposta, foi buscar James, que enfim nos atendeu. Sabíamos que ele era o ex baterista do Vader, mas não sabíamos que ele é o baterista do Decapitated. Ele despediu-se de nós dizendo que voltaria em breve a São Paulo para tocar no Setembro Negro. Também disse que outro baterista se juntaria ao Belphegor para o restante da turnê, pois ele iria aos Estados Unidos no dia seguinte para juntar-se ao Decapitated.

James Stewart acabara de fazer seu último show com o Belphegor, ao menos nesta turnê

Esperamos até meia noite por Molok e Serpenth. Nem sinal deles. Decidimos desistir, deixar para a próxima. Nem sempre nossa "mágica" da certo...

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Emperor

Eric de Haas, da Dynamo Records, é nosso amigo há muitos anos. Ele sempre traz bandas a São Paulo, ou as acompanha como tour manager, e jamais incomodou-se com nossa presença. Pelo contrário, ele é meu amigo no Facebook e pessoalmente conversamos numa boa todas as vezes que nos encontramos, em qualquer situação. Desta vez, devido ao COVID-19, a coisa estava totalmente diferente. O Sonata Arctica faria uma turnê no Brasil. Fiz o cálculo, o voo de Helsínquia faria uma escala em Madri e pousaria em São Paulo de madrugada, ou seja, se eu quisesse ver a banda já na chegada ao aeroporto, teria que passar a noite por lá, pois o primeiro trem expresso começa a operar às 05:00hs e não seria possível chegar a tempo. Se, entretanto, os cálculos estivessem errados, passaria uma noite no aeroporto a toa, então nao custava nada confirmar. Não costumo perguntar nada para ele, mas todas as vezes em que perguntei algo de aeroporto ou hotel ele passou numa boa, então sabia que responderia sem problemas. Sua resposta, entretanto, me surpreendeu:

"Olá meu amigo, dessa vez não posso mesmo informar nada e nem deixar alguém chegar perto da banda, porque isso aumenta o risco de alguém pegar COVID e não poder embarcar para o próximo país. Portanto eu não vou deixar ninguém chegar perto mesmo. Na próxima deve dar certo, mas agora infelizmente não."

Embora não fosse a resposta que eu espeva, é claro que eu respeitaria essa posição, afinal não pretendo pisar na bola com alguém que sempre ajudou. Além disso, tenho fotos com o Sonata Arctica em 2013 e 2017. Queria mais alguns autógrafos, mas era algo que eu teria que entender. Algo me preocupava entretanto. Em poucos meses, Eric traria o Emperor, em uma situação totalmente diferente: foi anunciado que seria a primeira e única apresentação da banda no Brasil. Seria bem mais difícil respeitar isso, e não falo nem por mim. Simplesmente ninguém tinha foto com esses caras, eu imaginava que todos queriam.

O Sonata cancelou a turnê antes mesmo de começar, justamente porque integrantes da banda contraíram COVID-19. Isso provavelmente faria Eric ficar ainda mais rigoroso com os fãs. Portanto, a ideia era matar o corre o mais rápido possível, já na chegada ao aeroporto, porque eu imaginava que seria o "inferno na Terra".

Como os shows começaram no México e desceram, passando por diversos países antes de finalizar a tour latino-americana em São Paulo, pude observar se estavam atendendo ou não, se estavam pandêmicos ou não. Eu ainda estava traumatizado com o recente corre da Tarja. Ihsahn parecia pandêmico, quase que só tirou fotos de máscara, exceto uma que vi com um colombiano. Samoth estava de boa, tirando foto com todo mundo, sem máscara, nem aí. Aparentemente, Trym era o único que não estava tirando fotos com ninguém, ao menos não vi nenhuma. Enfim chegou nossa vez de tentar.

Combinei o corre apenas com o Carlos e com a Samii. Além de nós, foram ao aeroporto Maria Cláudia, Marcus e Léo. Algo, entretanto, estava muito estranho. Mal chegamos e já vimos o Sombra. Seria possível que o Eric o contratou para proteger a banda de nós? Não fazia sentido nenhum. Mais algum tempo se passou e chegou o Renatão. Um segurança já era exagero, dois era impensável. Ficamos realmente confusos, não era o que esperávamos. O pior é que eles não falavam nada, ficavam na deles no canto deles, um pouco a frente de nós. Poderiam abrir o jogo e mandar logo a real, se a banda vai atender, se não vai, mas não.

Quando a banda desembarcou, Eric veio um pouco a frente dos músicos e caminhou até Sombra e Renatão. Claro que mantivemos a distância necessária para que esse contato fosse feito em paz. Então caminharam em nossa direção e simplesmente passaram por nós. Chamamos Ihsahn, Eric viu e retornou. Primeiro, apresentou Ihsahn ao Sombra. Em seguida, disse para ele nos atender. Isso nos deixou ainda mais confusos. E a foto foi pandêmica, tal como foi nos outros países.

Ihsahn foi o único que parou para atender nesta noite. Parte da culpa foi nossa, que observamos demais e nos sentimos intimidados

Imaginamos que ainda seria possível falar com os outros músicos, seguimos até a van, mas eles entraram enquanto Ihsahn nos atendia. Eric estava super de boa, falou conosco como sempre fala. Parecia que realmente nos enganamos ao julgar que todo aquele esquema de segurança era para nós. Estamos acostumados a lidar com seguranças, mas não é o tipo de coisa que se espera em bandas como Emperor. Ali mesmo, discutimos se valeria retornar no sábado, quando a banda deixaria o país, e decidimos que sim.

Assim que cheguei em casa, Carlos disse que já sabia o hotel. Estéfano estava no Renaissance esperando o The Kooks, quando viu uma van chegar com o Sombra e "uma banda" que ele não sabia quem era. Mas nós sabíamos. Taí mais uma coisa que não fazia sentido nenhum, um hotel 5 estrelas para uma banda série C. Mesmo assim, mantivemos o plano de retornar ao aeroporto. Isso não faz nenhum sentido. A pandemia paralisou todos os shows por praticamente dois anos. Imaginamos que as produtoras estavam sem dinheiro devido ao enorme tempo de inatividade, mas esta parecia gastar desnecessariamente ao contratar seguranças e hospedar em hotel caro.

No dia seguinte houve o show. Arianne ganhou um par de ingressos em uma promoção ainda em 2020, no entanto, devido à pandemia, o show foi adiado diversas vezes. Carlos comprou o segundo ingresso dela, então foi no show em meu lugar. Sem problemas, ele é mais fã do que eu. Para mim, o barato era tirar foto com "figurinha nova".

Já no sábado, todos foram desistindo de ir ao aeroporto. Carlos, que tem problemas estomacais, teve uma crise e não foi. Maria Cláudia tinha um curso de arte tumular em um cemitério. Marcus não quis retornar para mais fotos pandêmicas. Restava eu, Samii e Leo. 

Samii levou sua filha Sophie. Como eu e ela somos fumantes, nos revezávamos entre observar o movimento dos passageiros e fumar. Nunca íamos os dois, era sempre um de cada vez. Em uma das vezes, quando retornei, olhei para o lado e vi o que estávamos procurando: a banda e toda sua equipe técnica, bem como Sombra e Eric. Samii comeu bola, mas eu não. A ideia era aguardar que todos fizessem o check-in, então abordaríamos um a um antes que seguissem para o portão de embarque. Sombra e Eric não pareciam minimamente dispostos a nos atrapalhar.

Um casal aleatório de fãs aproximou-se da banda, fez a abordagem e foi atendido numa boa. Aproveitamos a deixa para fazer o mesmo, principalmente porque observamos que Ihsahn tirou foto sem máscara. Ihsahn e Samoth foram bastante receptivos conosco, principalmente ao notar a presença de Sophie. No entanto, não conseguimos encontrar Trym no meio daquela galera. Samii estava desconfiada que um deles era Trym, mas não me pareceu, ainda mais quando comparei o cara que estava em nossa frente com o da foto que levei. Ainda assim ela fez a abordagem, e realmente não era ele, mas ao menos isso serviu para que ele mostrasse qual deles era Trym, que estava completamente diferente do que estava na foto para autografar,

Samoth pediu apenas para que as fotos fossem tiradas sem flash. Ok, ficam menos nítidas, mas tudo bem

Ao ver Sophie, Trym foi ainda mais receptivo e houve uma conversa entre ele e Samii sobre filhos. Ele contou que tinha dois filhos pouco mais novos que Sophie, disse que estava com saudade deles e que com o fim da turnê os veria em breve.

Será que fomos os únicos fãs a tirar fotos com Trym na América Latina?!
Sophie demonstrou mais uma vez que sua presença nos corres pode ajudar bastante

Leo, entretanto, foi fazer entrega de bolos - que ele passou a fazer e comercializa-los durante a pandemia - mas estava a caminho. A banda e equipe já tinha quase feito o check-in e estava próxima de embarcar. Leo avisou Samii que estava no ônibus, chegando no terminal 1 - ainda faltaria passar pelo 2 e pelo 3. Decidimos aguardar até para dar uma força e tirar as fotos quando ele chegasse. Enquanto esperávamos, o casal que abordou a banda aproximou-se de nós e perguntou se vimos o Trym. Eles estavam com a mesma dificuldade que nós para reconhece-lo. Mostrei nossa foto com ele, eles se aproximaram novamente e também conseguiram.

Todos aguardamos pelo Leo, enquanto conversávamos com o casal. Não foi coincidência estarem ali, eles realmente fizeram um corre, embora parecessem não muito acostumados a faze-lo. Ficaram felizes em saber que foram, conosco, quem conseguiu uma foto com o Trym na América Latina - dias mais tarde descobri que um colombiano também conseguiu. Enfim, chegou o momento em que banda e equipe despediram-se de Sombra e Eric e seguiram para o portão de embarque. Exatamente um minuto depois, Léo chega esbaforido. Infelizmente, perdeu por muito, muito pouco. Tiramos uma foto para lembrar a ocasião,nos despedimos e nos separamos. O casal foi comer algo e eu, Samii, Sophie e Leo pegamos o traslado para a estação de trem. Leo, é claro, estava inconformado. Infelizmente acontece...

Leo, Samii, Sophie, o casal e eu