domingo, 29 de novembro de 2020

Políticos do PSDB

Nunca fui fã do PSDB, sempre considerei que esse partido é a esquerda tentando se camuflar de direita, quase tão danoso ao Brasil quanto o PT. Eleitor desde 1989, votei apenas 3 vezes em candidatos do partido, duas delas em total desespero, quando tive que escolher entre merda (PT) ou bosta (PSDB); forçosamente optando pelo que parecia feder menos. A primeira vez foi no segundo turno de 2014; votei em Aécio para tentar impedir a reeleição de Dilma. No segundo turno de 2020, optei por Bruno Covas, não por gostar ou apoiar, mas para impedir Boulos de conquistar a prefeitura paulistana.

Também votei no Doria para governador em 2018, quando ele usava o slogan "Bolsodoria", e parecia que seria um aliado do presidente Bolsonaro, mas ele rapidamente traiu a todos os seus eleitores e nunca mais será eleito a nenhum cargo que disputar. Ainda assim, reconheço que historicamente o partido e alguns de seus representantes tiveram seus méritos. Fernando Henrique Cardoso, como Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, foi indiretamente o pai do Plano Real, que conseguiu reduzir os índices inflacionários brasileiros a níveis aceitáveis, estabilizando a economia, que só voltou a ser ameaçada após o desastroso primeiro governo de Dilma Rousseff. Foi necessário derruba-la e conduzir ao poder seu vice, Michel Temer, para limpar a merda que já estava em curso avançado. Por isso, é claro que uma foto com eles seria sensacional, ainda que na pandemia e com máscara.

Desde 2012 fiz algumas tentativas de conhecer Fernando Henrique Cardoso, sem sucesso. Na primeira, esperei um dia inteiro no interior do hotel Renaissance, onde o ex presidente participou de um evento, mas infelizmente ele usou alguma saída alternativa e nem ao menos o vi. Na segunda, em agosto de 2013, ele participou de um bate-papo no Teatro Eva Wilma. Eu e Sheila ficamos na entrada do lugar, quando o público já estava acomodado em seus lugares. A ideia era aborda-lo quando chegasse, pois tínhamos um compromisso e não poderíamos esperar pela saída. No entanto, ele atrasou e veio rodeado por diversos seguranças. Nem tentamos, pois estava claro que ele não pararia. Assistimos um pouco da palestra e fomos embora.

Em 2018, no dia do segundo turno, cheguei ao colégio Nossa Senhora de Sion, em Higienópolis, por volta das 06:50hs. Fiquei até às 13:30. Eu estava sozinho e já de saco cheio de esperar em pé, pois não havia onde sentar ou encostar. Acreditando que ele não apareceria mais, já que dificilmente teria uma opção entre Bolsonaro e Haddad, desisti. Depois soube que ele apareceu para votar pouco antes das 17:00hs, quando encerrava-se o horário da votação. Pior: para tentar o FHC nessa oportunidade, deixei de ir com o Eric a um colégio no Morumbi, onde vota o Faustão. Ele conseguiu de boa, e eu fiquei sem foto com Faustão e FHC.

Eu não votei no primeiro turno de 2020. As opções eram todas inaceitáveis. O menos ruim - e apenas menos ruim - era o Arthur do Val "mamãe falei", mas ele não tinha chance de ir ao segundo turno. Covas, Boulos e Russomano não me animaram a sair de casa. Já em 2018, eu planejei fazer dois corres de eleição em 2020: Faustão no primeiro turno e Ana Paula Arósio no segundo. Com a pandemia, e sabendo que as fotos rolariam de máscara, não me animei.

Boulos, porém, foi ao segundo turno, e o ex presidente (que vergonha!!!!) Lula recomendou voto nele "em defesa da democracia". Foi o incentivo que faltava para me fazer sair de casa e votar no Covas. E, já que eu sairia para votar, decidi aproveitar para fazer alguns corres de políticos do PSDB, incluindo o próprio FHC e o ex presidente Michel Temer. Temer, inclusive, vota na PUC, o mesmo local que eu.


Eu e Anebelle chegamos à PUC às 06:50. Por volta de 07:05, Michel Temer apareceu, acompanhado por um segurança, e foi imediatamente cercado pelos jornalistas que o esperavam. Como vimos o carro que o trouxe, decidimos esperar por ele próximos ao veículo. Após votar, ele saiu apressado, claramente tentando se desvencilhar dos jornalistas. Por um segundo pensei que não nos atenderia, mas felizmente veio em nossa direção quando mostrei a foto para autografar. Nos atendeu, mas foi chatinho. Tentou me devolver a caneta após autografar, mas queríamos mais dois autógrafos. Ele ficou reclamando, dizendo que tinha que ir. Após assinar, pedimos para tirar foto com ele, ainda que de máscara. Mais uma vez, ele reclamou, mas as fotos aconteceram.


É claro que nosso corre foi um prato cheio para os jornalistas, que aproveitaram o momento para nos fotografar e filmar. Um deles veio falar conosco quando Temer se foi, querendo saber porque pegamos os autógrafos. Como ele jamais entenderia o que fazemos da vida, menti dizendo que era para um blog sobre política que pretendia lançar, com uma promoção de inauguração onde seriam sorteados os autógrafos dos ex presidentes para os visitantes.

Aproveitei para votar e seguimos então para o colégio Sion. Chegamos por volta de 07:30, e demoraria cerca de 3 horas para que FHC aparecesse, segundo meus cálculos. Eu sempre soube que ele mora em um edifício na Rua Rio de Janeiro, mas eu nunca soube o prédio exato. Eu sabia também que, apesar de seus 89 anos, ele viria caminhando, possivelmente acompanhado pelo candidato Bruno Covas, exatamente como fez no primeiro turno.

Quando chegamos, rapidamente identificamos os diversos jornalistas e fotógrafos que o aguardavam. Esse tipo de corre tem uma vantagem: você pode relaxar, não precisa ficar prestando atenção. Se os jornalistas ficarem ouriçados é porque algo vai acontecer. E eles estavam todos de boa, reunidos em um canto, conversando entre si. Assim foi por algumas horas. Por volta de 10:00 hs, alguns correram para a rua Rio de Janeiro, outros permaneceram onde estavam. Decidimos acompanhar os que foram, e demos de cara com FHC e Bruno Covas caminhando, cercados por simpatizantes, mas não os abordamos - não era o momento ainda. Os jornalistas tiravam fotos e mais fotos, e não estávamos muito a fim de aparecer nelas, então apenas acompanhamos a uma certa distância.


Deixamos os dois seguir para a sessão onde o ex presidente votaria, com o plano de aborda-los na volta. Anebelle queria esperar na Rua Rio de Janeiro, mas eu não tinha tanta certeza de que Bruno Covas retornaria, já que no primeiro turno, após votar com FHC, ele seguiu para o Colégio Saint Paul's, nos Jardins, para acompanhar o voto de João Doria.

Quando os dois saíram do colégio, eu planejava aborda-los ali mesmo, assim que os jornalistas se dispersassem. Anebelle, entretanto, estava com a câmera e saiu correndo como uma doida. Eu corri atrás, berrando várias vezes para ela voltar, mas a doida não ouviu ou fingiu não ouvir. Então parei de correr e não demorou muito para que quem começasse a gritar fosse ela, para que eu a acompanhasse. Como não dei ouvidos, veio até mim.

Não demorou para que FHC passasse por nós, desta vez acompanhado apenas por dois amigos, na maior tranquilidade. Ele foi simpático e atencioso, assinou as três fotos no maior bom humor e não se importou em tirar fotos. Porém, assim como aconteceu com Silvio Santos em 2015, não gostei de minha foto com ele, pois a sombra em meu rosto não ajudou.


Retornamos para a frente do colégio para verificar se Bruno Covas ainda estava por lá, mas foi inútil. Exatamente como previ, ele foi votar com João Doria. Graças ao desespero da doida, perdemos a foto com ele. Porém, isso foi consertado de maneira magistral pouco mais tarde.

Quando caminhávamos para o carro, reencontramos FHC caminhando devagar à nossa frente, e decidimos aborda-lo novamente, já que não gostei da foto. Me desculpei, disse que a foto não ficou legal, e ele não se importou em tirar mais uma. Também não ficou ideal, mas melhorou um pouco. Qualquer dia o encontrarei novamente, espero, até para conseguir uma foto sem máscara. Logo em seguida, ele entrou no prédio onde mora, e finalmente sei qual é o prédio exato.


Seguimos para o colégio nos Jardins, e chegamos pouco antes que Doria e Bruno Covas. Tal como aconteceu com FHC, eles vieram acompanhados de uma comitiva enorme de simpatizantes. Anebelle se enfiou entre eles e conseguiu uma foto com João Doria. Eu não quis, pois já tenho uma de 2017, sem máscara. Ela também conseguiu uma foto entre João Doria e Bruno Covas, e me chamou para tirar também, mas me recusei, pois os jornalistas estavam tirando fotos e mais fotos. Fazer corre com Anebelle não é de todo ruim, mas ela definitivamente não entende o timing do negócio, aquela não era hora de abordar ninguém.

Enquanto esperávamos pela saída, Bia Doria, a esposa do governador, saiu do colégio. Fomos falar com ela, que foi mega simpática e ficou um tempo conversando conosco. Minha foto com ela não ficou muito boa, ela fechou os olhos, mas ok, qualquer foto com máscara sairia ruim. FOTASSA!


Após algum tempo, Doria e Covas saíram apressados do colégio, com os jornalistas carrapatos não querendo desgrudar. Eles caminharam por alguns metros e vi quando Covas entraria no carro que o aguardava. Para não ter que seguir até o colégio onde ele votaria, o abordei. Ele aceitou tirar a foto, e pedi que fizéssemos o V da vitória. Em uma situação normal, ele jamais seria a minha escolha, mas é delicioso irritar petistas e esquerdistas em geral. Boulos é o caralho, chupa!!!!


Fim de corre! Esse foi maravilhoso, tudo saiu exatamente como planejado. Perdemos Bruno no Sion, mas conseguimos no St. Paul's. Tá valendo! Mais tarde vi que o repórter que nos abordou na PUC postou uma nota no site. Ele aumentou um pouquinho a história, dizendo que eu iria também atrás do Lula. Se fosse, seria apenas para conseguir autógrafos para vender pros admiradores de bandido. Eu jamais tiraria uma foto com ele. Mas não foi o caso.

domingo, 8 de novembro de 2020

Krisiun

Para desespero dos pandêmicos, em 2020, quando ainda nem havia vacina no Brasil, o Krisiun realizou um show no Carioca Club. Todas os protocolos de segurança foram adotados, como lotação reduzida a 25% da capacidade, distanciamento entre as mesas, uso de máscaras, sanitização dos ambientes, aferição de temperatura, entre outros. Foi, de fato, o primeiro show presencial no Brasil desde o inicio das medidas de isolamento e confinamento social impostas por conta da pandemia. 

Eu já tinha fotos com toda a banda desde 2015, quando encontrei seus integrantes sem querer desembarcando no aeroporto de Guarulhos, enquanto esperava pelos músicos do Anathema. Anebelle ainda não tinha e me chamou para tirar as fotos dela. "É o que tem pra hoje", dizia. De saco cheio de ficar em casa por meses, topei. No horário combinado, ela passou em casa e seguimos para o Carioca Club. Quando chegamos, o show já tinha terminado. Fãs. banda, produção, todos confraternizavam numa boa em frente ao Carioca, a maioria sem usar máscara.

Sem tirar a máscara, Anebelle aproximou-se dos músicos e pediu para tirar uma foto com eles, no que foi prontamente atendida. Agora me diz: por que diabos essa doida quis sair de casa no meio da pandemia para tirar foto de máscara?????? Como apenas Moisés estava de máscara, removi a minha e tirei fotos decentes com Max e Alex. Moisés apressou-se em entrar na van enquanto eu tirava fotos, talvez nem tenha percebido que eu também queria com ele. Sem problemas, ele estava pandêmico. Minha lógica foi: se todos nos cuidamos até hoje, nenhum de nós está doente. Paguei pra ver, não peguei COVID e ainda consegui duas fotos ótimas.

Preservei a identidade da doida para evitar processo, mas a foto real está exatamente assim: banda sem máscara e ela com
Alex Camargo, baixista e vocalista do Krisiun
Max Kolesne, baterista do Krisiun

sábado, 7 de novembro de 2020

Paula Toller

Eu sempre soube que Paula Toller é mala. Muitos amigos tem foto com ela, mas todos, sem exceção, dizem que é chata. Marcelo Zava, por exemplo, contou que uma vez sabia que ela desembarcaria em Congonhas, e que aproveitou para levar dois CDs para autografar. Ela disse que só assinaria um, e que ele teria que escolher em qual deles queria. No fim ela assinou os dois, mas apenas porque Zé Congonhas, que não levou nada para assinar, tirou o outro CD da mão de Zava e deu para ela assinar. Sem alternativa, assinou. Mas que estresse desnecessário, né não?!

Carlos diz que, quando a encontrou, também no aeroporto, estava à espera de outra banda, mas havia dois fãs de Paula que queriam tirar foto com ela e, claro, ele também tiraria, como bônus. Os fãs fizeram a abordagem assim que ela passou pelo portão de desembarque, mas ela sugeriu que fosse uma foto coletiva. "Mas estamos só nós dois aqui", retrucaram. "Pois é, mas depois o fotógrafo também vai querer tirar, então serão 3 fotos". Puto da cara com a atitude imbecil, Carlos respondeu "Não, eu nem sei quem é você, só vou tirar as fotos deles, mas não quero foto com você".

Por isso, torci o nariz quando Anebelle me chamou para acompanha-la no corre da Paula Toller, que se apresentou no Teatro Santander, em show com isolamento social. Porém, como ela me ajudou no corre do Salt Bae, pareceu justo retribuir, embora eu soubesse que a naba seria certa. Se Paula já é chata em situações normais, imagine tendo a desculpa do COVID. Ah, dane-se, pelo menos eu sairia de casa... Bora!

Nossa experiência dizia que Paula ficaria no Hilton ou no Hyatt. Combinamos que tentaríamos antes do show no Hilton. Se não fosse lá, tentaríamos depois do show no Hyatt. Quando chegamos, ficamos de boa em frente ao hotel, quando fomos abordados por um segurança que não conhecíamos: "Posso ajudar?". Para não entregar nossa intenção, enrolei, dizendo que já me hospedei diversas vezes no hotel (o que é verdade) e estava com saudade, então vim dar uma volta por ali.

Algum tempo depois, Paula saiu do hotel e embarcou em um veículo. Anebelle nem a viu, pois estava desatenta, olhando para outro lado. Eu demorei demais para reconhece-la de máscara, pois já tinha visto diversas loiras mascaradas e todas pareciam mais ou menos iguais. Quando tive certeza que era ela, não havia mais tempo, pois já estava entrando no carro. Decidimos, então, ir ao Mc Donald's, já que teríamos longas horas de espera pela frente. Ao passarmos pelo tal segurança, ele disse "eu sabia que vocês estavam aqui pela Paula Toller", o que confirmou que era ela mesmo. Conversamos um pouco com ele, que se mostrou gente boa e não disposto a nos atrapalhar.

Comemos, retornamos e, de fato, foram longas horas de espera. Nesse meio tempo, conversei com um dos seguranças antigos, que me confirmou que entre os funcionários, nenhum morreu, embora ele conheça outras pessoas vitimadas pela doença. Então, ao menos no mundo dos corres, o COVID não trouxe mudança alguma: ninguém morreu. Eu soube do falecimento de alguns seguranças que trabalham com bandas, mas nenhum trabalhava com as bandas que costumo conhecer.

Quando Paula chegou já era quase uma hora da manhã. Anebelle fez a abordagem, mas Paula não reagiu. Ficou olhando para ela, sem dizer nada. A mulher que a acompanhava (assessora? empresária?) falou por ela, dizendo que se Anebelle quisesse uma foto, teria que ser com distanciamento social. Eu tirei a foto dela, quase um metro distante da Paula. Depois ela tirou a minha, unicamente para eu ter uma prova de que realmente estava fazendo corre, já que passei quase 12 horas fora de casa, e isso evitaria confusão com a Arianne. Porém, nada neste mundo me fará postar a foto real. Postarei essa com efeito de transformação em desenho, porque assim sempre poderei negar que fiz esse corre. Que ridículo, foto com distanciamento social!

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

O primeiro corre pós início da COVID-19

Um reflexão sobre o COVID-19

A bem da verdade: a pandemia de COVID-19 veio para foder todos nós. O que é pior: as pessoas enloqueceram! É claro que o vírus é perigoso e é fato que mais de 1.000.000 de pessoas morreram ao redor do planeta, mas o que foi feito, da forma como foi feito, foi loucura. A vida como conhecemos simplesmente deixou de existir. 

Longe de minimizar qualquer morte, mas considerando apenas matematicamente, o que é 1.000.000 perto de quase 8 bilhões?! É apenas um número desprezível. Claro que isso muda quando trata-se de vidas perdidas, mas desde o início houveram muitas pessoas que não tiveram a opção de se isolar ou de ficar em casa. São os profissionais de serviços essenciais, desde quem trabalha na produção de alimentos até quem os comercializa, profissionais da saúde, bombeiros, forças de segurança pública etc etc etc. A vida deles importa ou somente a de seus familiares e amigos?

Outra parcela da população foi forçada a permanecer em casa, embora uma parte significativa tenha aceitado com prazer. Muitas empresas não tiveram outra saída senão fechar suas portas, sob pena de multas e intervenções governamentais. No Brasil houveram muitas cenas especialmente grotescas, como a de cidadãos sendo retirados à força de praias e parques, enquanto outros enfrentavam diariamente meios de transporte absolutamente lotados, até porque os governadores e prefeitos "gênios" proibiram a circulação de veículos particulares através da instituição de rodízios. Parece claro que deve ser mais seguro estar em um ônibus lotado do que solitário em seu próprio automóvel.

Vimos a maior parte dessa população ser dizimada pelos efeitos do vírus? Não! O vírus é mortal apenas para uma parcela pequena. Sei que não adianta dizer isso para quem perdeu um ente querido, mas nos últimos anos também perdi diversos amigos com menos de 50 anos, por motivos "bobos". Um, de 34 anos, morreu por infecção hospitalar. Outra, de 42, foi internada por um problema na garganta e saiu em um caixão. Outro, que não tinha nem 25 anos, não sobreviveu a uma cirurgia, fora os casos de câncer e infarto. Minha ex, Mel, foi assassinada com 45 anos. Infelizmente pessoas morrem com ou sem COVID-19.

Bares e restaurantes foram fechados por meses. Quando reabriram, o aumento no número de casos não aconteceu ou não foi significativo. Os campeonatos de futebol foram paralisados por meses. Quando o futebol voltou, diversos casos foram reportados, mas absolutamente nenhum jogador morreu, nem dos times milionários, nem daqueles que vendem o almoço para comprar a janta.

No final de semana do feriado de 7 de setembro, boa parte dos paulistanos, já de saco cheio de ficar em casa, decidiu viajar para a praia. As notícias, após duas semanas - que é o tempo de incubação do vírus após infectar um indivíduo - alertavam que o aumento de casos de COVID no litoral chegou a 60%. A realidade: aumentou 3 casos, eram 5, tornaram-se 8.

O que quero dizer com tudo isso: é claro que o vírus é perigoso e mortal, mas não se deve deixar de viver por causa dele. Basta tomar os cuidados, como máscara, alcool gel, manter distancia minima em filas... Vão morrer algumas pessoas?! Vão! Mas morreriam do mesmo modo se não houvesse o COVID. Morrer faz parte, infelizmente. Eu prefiro morrer como homem a viver como rato entocado.

Dito isso, é necessário retornar a março de 2020

Para entender o que aconteceu nesse meio tempo, será necessário retornar a março, quando meus relatos pararam de ser escritos, unicamente porque não se havia mais corres a fazer. Durante o carnaval, em 26 de fevereiro, foi confirmado oficialmente o primeiro caso de coronavírus no Brasil. No dia seguinte, já eram 132 os casos suspeitos. O segundo caso confirmado veio em 29 de fevereiro. Em 2 de março eram 2 casos confirmados e 433 suspeitos... 

Na época, eu estava fazendo o corre da Xuxa. Nas duas primeiras vezes que eu e Arianne fomos ao programa, onde ela sempre tira foto com todos após as gravações, não demos sorte. Na primeira, ela correu para o aeroporto de guarulhos para se despedir de Sasha, que estava retornando aos Estados Unidos. Na segunda, tinha que embarcar ao Rio de Janeiro para participar do carnaval. E então houve o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil. Eu e Arianne ficamos um pouco receosos: será que ela tiraria fotos com os fãs ainda assim??? Felizmente tirou.

Depois disso, entre os dias 4 e 11 de março, fiz um corre de teatro (Precisamos Falar de Amor sem Dizer Eu te Amo, com Priscila Fantin e Bruno Lopes), Martin Barre's Jethro TullGilby Clarke + Matt Sorum + Sebastian BachJohn CaleMauro Castano. E então chegou o fatídico dia 14. Alguns shows foram cancelados, mas o daquele dia, da banda The Hellacopters, que se apresentou no Carioca Club, estava confirmadíssimo.

Fazer um corre custa dinheiro, e às vezes custa muito dinheiro. Se eu tiver sorte, pode custar apenas R$4,40, que é o valor de uma passagem de ônibus em São Paulo - com o bilhete único, é possível fazer até quatro embarques em ônibus diferentes em um período de 3 horas. No entanto, para isso acontecer, seria necessário chegar e conseguir fechar a banda em um tempo extremamente curto. Já aconteceu?! Algumas poucas vezes.

Na maior parte das vezes, três horas é tempo insuficiente para finalizar um corre com sucesso. Então, sendo realista, provavelmente eu pagaria R$8,80 para ir e voltar. Mais o preço da foto para autografar, R$6,00, mais provavelmente um lanche no McDonald's, cerca de R$23,00. Contando por baixo, cada corre custa em média R$37,80. Esse valor pode aumentar se for necessário usar outras conduções (como trem ou metrô) ou retornar outros dias para finalizar um corre inacabado.

Não é muito para quem faz poucos corres. Para mim, que faço normalmente 15 ou 20 corres mensais, torna-se um gasto significativo no final do mês. Por isso, decidi não fazer esse corre. Eu estava guardando minha energia e, principalmente, minha grana, para os corres muito mais importantes que aconteceriam na sequência. Neste momento ainda não havia uma grande preocupação com o vírus - mas era o começo da loucura generalizada.

Se eu soubesse que aquele seria o último corre em muito tempo, eu teria ido, mesmo sem conhecer a banda direito.  Descobrir o hotel foi moleza: Ida Edlund, namorada de um dos integrantes entregou o ouro em seu perfil no Facebook. Embora somente essa foto seria o bastante para que eu identificasse corretamente, ela facilitou ainda mais  ao adicionar marcação ao hotel. Mais mole que isso, impossível.

Carlos e Jessica me chamaram para acompanha-los, mas preferi ficar em casa. Se eu soubesse que a vocalista do Lucifer, Johanna Sadonis, esposa de Nicke Andersson, veio com o marido, eu os teria acompanhado. Eles tiraram fotos lindas com ela, mas não lamentei muito, pois em breve aconteceria o corre do ano para mim: Sammy Hagar. O problema é que a partir de então foi um festival interminável de cancelamentos, que se estende até hoje. Faltava apenas uma semana, e o show foi simplesmente cancelado!!!

Beleza! Vamos ficar em casa por uma semana, e então estará tudo bem, foi o que pensei. Durante 7 dias, não saí de casa para nada. A bem da verdade, eu tinha tudo o que precisava: cigarro, comida, coca-cola, ração pros gatos... Depois desse período, foi necessário sair para fazer algumas compras. Então comecei a sair duas ou duas vezes por semana somente para o essencial: comprar ração dos gatos, fazer feira, fazer mercado.

Nos primeiros 30 dias não usei máscara. Somente comecei a usar quando isso se tornou obrigatório e os estabelecimentos passaram a exigir para permitir a entrada dos clientes. As saídas se tornaram mais frequentes e diversificadas: McDonalds, correios... Só não fazia corres pois não havia corres a fazer.

Ok, não perdi ninguém devido ao vírus. Nenhum amigo próximo, nenhum parente. Mas não importa, minha família foi dizimada poucos anos antes da pandemia, e perdi amigos próximos também antes da pandemia. Quando o coronavírus chegou, os fracos e doentes já haviam partido, não havia mais quem morrer...

Os meses foram passando... abril, maio, junho, julho, agosto, setembro... e nada da vida retornar ao normal. Então, o chef e restaurateur turco Nusret Gökçe, mais conhecido como Salt Bae, anunciou que viria ao Brasil para gravar filmes publicitários para a Marfrig. A princípio não me interessei muito, muitos amigos me alertaram sobre essa possibilidade de corre, mas não animei. Depois pensei "foda-se, é o que tem pra hoje, ao menos acabarei com essa abstinência do satanás". Eu não o conhecia, mas dane-se, eu estarei. Além do mais, pelos vídeos que ele postava, certamente seria uma figura que valeria a pena conhecer.

Entretanto, no dia das gravações, comi bola, simplesmente esqueci. Alisson foi e conseguiu uma foto bacana com ele, ambos sem máscara! Quando retornou ao hotel, Salt Bae postou uma foto e reconheci imediatamente que se tratava do Renaissance. O problema é que a vi de madrugada, e nesse dia ele seguiria ao Rio de Janeiro, onde gravaria uma live no canal do Youtube de Michel Teló. Sem problemas, eu poderia esperar pela volta. Provavelmente ele ficaria no mesmo hotel. Mas não foi o que aconteceu.

Ele foi e retornou no mesmo dia, de jato particular. No dia seguinte, visitou fazendas e açougues, passou o tempo todo ocupado. De noite, houve uma recepção no hotel Tangará. No dia seguinte, minha dúvida era: ir para o Tangará ou ir para o aeroporto? Anebelle era a única que seria doida o bastante para me acompanhar num corre varzeano desses, então, mesmo sendo doida, a convidei. Ela queria tentar no Tangará, eu no aeroporto. O Tangará sempre foi um hotel chato com fãs. Além do mais, eu estava com saudade de ir ao aeroporto. Mesmo sabendo que o voo seria apenas de noite, decidimos ir cedo.

Que cena triste, meu amigo! Próximo ao desembarque do terminal 3, onde ficava o Bob's, a área foi fechada completamente para reformas. Pelo menos isso, estão aproveitando o tempo quase ocioso para fazer reformas e melhorias. Na área de embarque, um enorme quiosque oferece testes de coronavírus, obrigatórios para chegar na maioria dos países. Como o movimento é mínimo, muitas das portas automáticas foram desativadas e bloqueadas. Mas o mais triste foi ver o quadro de voos, tanto de chegadas, como de partidas. Pouquíssimos voos. Era meio dia e o quadro de chegadas indicava mais meia dúzia de voos naquele dia. Deprimente!


Quanto ao corre, não tivemos sucesso. Esperamos até 23 hs, ele não apareceu, fomos embora. Quando estávamos chegando em casa, Anebelle viu um story dele, já dentro do avião. De alguma maneira ele passou por nós e não percebemos. Desconfio que não o reconhecemos de máscara. Anebelle ficou puta da cara, mas eu estava feliz, mesmo sem encontra-lo, pois fiz o primeiro corre em 7 meses. Enfim eu me sentia vivo novamente!

quarta-feira, 11 de março de 2020

Mauro Castano

Cake Boss é uma série de televisão americana em formato reality show, transmitida pelo canal de TV a cabo TLC e também no Discovery Home & Health. O programa relata o cotidiano de Buddy Valastro com sua mãe, irmãs, cunhados, filhos, sobrinhos e primos. Em conjunto eles detêm como negócio uma padaria, a Carlo's Bakery, em Hoboken, Nova Jersey, onde dão especial destaque à confecção de bolos esculturais.

Marido de Maddalena, irmã de Buddy, Mauro é o braço direito de Buddy desde 1988. Esta foi a primeira vez que esteve no Brasil, seis anos depois de Buddy desembarcar pela primeira vez no país e pouco mais de três anos depois da abertura da primeira filial da Carlo's Bakery fora dos Estados Unidos. Em 2020 já são três lojas: na rua Bela Cintra, no Shopping Tamboré e no Shopping Center Norte. Mauro veio para conhece-las e também para interagir com fãs, que poderiam tirar fotos, pegar autógrafos, e até mesmo ajuda-lo na montagem dos tradicionais canollis, em ao menos três eventos.

Aproveitando o corre de John Cale, resolvi conhecer Mauro logo na primeira oportunidade, na loja da rua Bela Cintra. Quando cheguei, fiquei surpreso pelo fato do movimento na loja estar normal. Quando Buddy veio foi o inferno na terra. Ok que Mauro não é Buddy, mas eu esperava algum nível de confusão, por menor que fosse. Mal entrei e já o avistei atrás do balcão, preparando doces.

Não consegui visualizar como seria possível conseguir uma foto naquele momento, então encontrei um canto e aguardei por uma oportunidade. Um dos funcionários disse que se eu quisesse uma foto com ele seria possível, mas eu teria que preencher um termo de cessão de direitos de imagem - pois, se fosse filmado e/ou fotografado, não poderia reclamar caso as imagens fossem exibidas nos programas ou mídias sociais da empresa - o que concordei.

O problema foi o que aconteceu depois: fui levado para trás do balcão, mas tive que usar uma touca. Isso é higienicamente compreensível, já que eu estava em área de manuseio de alimentos mas, fala sério... foto com touca?! Definitivamente não! Até tirei, porque era uma foto na cozinha, com ele, é diferente e tal... Mas é claro que não gostei e conseguiria outra melhor em breve. Como na loja provavelmente não conseguiria a foto perfeita, retornei ao corre de John Cale, onde a naba se concretizou.


Livre para conseguir uma foto melhor, fui ao hotel onde Mauro estava e aguardei por algumas horas. Quando apareceu, ele me reconheceu, fazendo uma referência à camiseta do AC/DC que eu usava. Expliquei que eu gostaria de tirar outra foto, pois não gostei da foto de touca. Ele aceitou, sem problemas. Assim como todos que conheci da Carlo's Bakery, Mauro é um cara legal. Apesar do programa, eles não se sentem nem agem como celebridades, por isso os encontros sempre são muito amigáveis.


John Cale

Logo após o cancelamento oficial do show que eu considerava como o corre do ano em 2020, Samy Hagar, Carlos me enviou uma imagem com algo que não estava em nosso planejamento: "John Cale, do Velvet Underground, participa de conversa aberta ao público em SP". Sendo sincero, provavelmente nunca ouvi falar nele nem na banda, então pesquisei, e descobri que ele fundou a primeira banda de Lou Reed, em 1964. Logo, não importava se eu conhecia ou não, conhece-lo seria historicamente relevante.


Um contato interno do SESC me confirmou o hotel que ele ficaria. Como o evento se iniciava às 17 hs, cheguei às 15:00 hs na esperança de conseguir aborda-lo quando saísse para o evento, mas nem sinal dele, provavelmente já estava na rua e foi direto para lá. Abandonei o corre temporariamente e fui à Carlos Bakery da rua Bela Cintra, onde Mauro Castano, braço direito do Buddy Valastro, estaria para um encontro com quem quisesse conhece-lo. Fui, consegui a foto e retornei.

Carlos foi ao evento de John Cale, acompanhado de Estéfano. Perguntei como foi e ele respondeu que rolou apenas autógrafo, mas ficou bem claro que ele não queria atender. A essa altura, Anebelle já havia chegado ao hotel, e contei como foi a experiência de Carlos. Como sabíamos que os 2 estavam a caminho para uma segunda tentativa, achamos melhor entrar e esperar em frente ao bar, onde existem sofás e um telão que transmitia futebol. A ideia era dividir: 2 pessoas fora, 2 pessoas dentro. Se o cara é chato, essa é uma configuração que provavelmente funcione melhor do que 4 fora ou 4 dentro.

Quando Cale chegou, entrou no hall, então Anebelle se aproximou para aborda-lo, e foi completamente ignorada. Assim como no SESC, duas assessoras interviram, explicando que ele não atenderia devido ao surto de corona vírus. Ela tentou insistir, mas ele desviou como se ela não existisse. Indignada, ficou um bom tempo xingando e praguejando, enquanto ele se afastava, caminhando ao elevador.

Ela não sabe perder, não sabe receber não como resposta. Fazer o que, a gente tenta, mas nem sempre dará certo, o cara tem todo direito de não atender. Porém, sem dúvida, Cale entrou para o top 10 dos maiores malas que conheci. Como não reagi, era apenas uma fã e ele, foi simplesmente ridículo.

Carlos relatou que, momentos antes, quando a van estacionou, eles se aproximaram, ficando muito próximos a Cale quando ele desembarcou. Chamaram, é claro, mas foram ignorados. Deste modo, finalizaram o corre. Já em casa, amigos da Grécia me confirmaram que ele é chato mesmo com os fãs e que sempre foi assim.


domingo, 8 de março de 2020

Gilby Clarke + Matt Sorum + Sebastian Bach

O alerta acendeu na sexta-feira, dia 06, quando o ex baterista do Guns'n'Roses, Matt Sorum, postou uma foto no Instagram, logo ao desembarcar no aeroporto do Guarulhos. Fiquei sabendo no mesmo dia, mas não sabia o que ele veio fazer no país, e muito menos onde estava.

No sábado, em tese, eu faria dois corres: Amon Amarth + Powerwolf e Tuff. Graças a um vizinho fdp, cancelei tudo. Ele despejou restos de tinta, já pastosa, na sarjeta. Fui a um mercado próximo, de noite e, ao retornar, não percebi a porcaria, pisei, escorreguei, e o dedão do pé esquerdo bateu com tudo na quina. Se quebrou, se não quebrou, nem sei, não fui ver isso. Consegui fazer o corre do Martin Barre no dia seguinte, ainda não estava tão roxo, nem tão inchado. Dois dias depois, o jeito foi ficar em casa quieto.

No domingo de madrugada, Carlos enviou uma mensagem comentando que Sorum veio para participar de um evento fechado e que Sebastian Bach e Gilby Clarke estavam com ele. Tínhamos a desconfiança de um hotel, porque uma fã postou uma foto com eles e, é claro, reconhecemos o local, que era próximo a um hotel que conhecemos bem. Valeria a pena investigar.

Foto: reprodução do Instagram

Como já estava um pouco melhor, decidi ir relativamente cedo ao aeroporto para tentar conhecer o Powerwolf, já que eu já tinha fotos com o Amon Amarth. Quando cheguei, por volta das 10:00 hs, havia um pequeno grupo de fãs e hunters esperando também. Mas logo descobrimos que foi viagem perdida, pois a banda postou uma foto dentro do avião, se despedindo de São Paulo. Fazer o que, não da para ganhar todas...

Givaldo e Hana aceitaram me acompanhar ao hotel para confirmar as suspeitas. Foi uma longa espera em um dia chuvoso. Um amigo de Givaldo informou que Sorum iria naquele dia para Piracicaba, onde participaria de um evento de lançamento de sua cerveja personalizada. Sheila (não minha ex) e Marcio, que estavam à procura dos músicos, nos viram em frente ao hotel e permaneceram conosco. Houve uma hora em que um carro estacionou, a atriz Regina Casé desembarcou e entrou no hotel. Não houve como aborda-la, mas a abordaríamos se e quando saísse.

Foto: reprodução do Instagram

Por volta das 14:30, Sorum saiu do hotel e nos atendeu na maior simpatia. Ele é sempre legal.


Três horas mais tarde, Regina Casé saiu. A abordamos e ela aceitou tirar fotos, desde que fosse rápido, pois estava indo participar das gravações do Faustão. Sempre ouvi dizer que ela era chata, alguns congonheiros sempre falavam mal (embora ela estivesse na lista de Zé Congonhas como uma das "legais"), mas a achei muito simpática.


A essa altura, muitos outros já haviam chegado ao hotel: Carlos, Jessica, Queiroz*, Anebelle, Marcus e Gabrielle. Pouco depois, Gilby Clarke saiu. Alguém tentou aborda-lo, mas ele sinalizou que atenderia depois, então deixamos que seguisse seu caminho. Provavelmente foi apenas almoçar, embora já fosse quase 18:00 hs. Jessica e Queiroz o seguiram e conseguiram. O resto, ele atendeu quando voltou, absurdamente simpático. Ele sempre foi um dos músicos mais legais.


Por volta de 20:30, já havia esfriado bem, eu estava longe de casa há 11 horas, cansado, com o dedo ruim, tomando chuva o dia inteiro. Vimos quando o segurança de Gilby Clarke foi embora, e concluímos que nada mais aconteceria. Quase todos decidimos finalizar. Apenas Sheila (e a mãe dela) e Anebelle permaneceram.

De acordo com Sheila, 20 minutos após sairmos, Sebastian desceu. Foi abordado e aceitou tirar fotos, mas o flash do celular falhou. Isso, é claro, fez com que a já normalmente louca Anebelle entrasse em desespero total. Sheila descreve a cena: 

"Sebastian já tinha tirado as fotos, Anebelle e minha mãe em desespero porquê o flash não funcionou, então ele gritou que queria fumar, que era para deixa-lo em paz, e virou as costas. Eu respeitei, então atravessei a rua, mas minha mãe e Anebelle ficaram lá batendo boca com ele. Ele dizia apenas "no understand, no understand". Quando ele terminou de fumar, atravessei novamente e a selfie rolou de boa. Anebelle não gostou da foto, queria que fosse de câmera, ela ficou surtando de um lado e o Sebastian gritando do outro, eu não sabia onde enfiar a cara. Só faltou pegar a pipoca e sentar no banco para assistir"

Claro que ainda havia a possibilidade de tentar ve-lo no aeroporto, com eles saindo do Brasil. Mas, para mim, já estava bom. Não consegui a foto com Sebastian mas, paciência, já tenho de outras ocasiões. Mais uma vez, não se pode ganhar todas...


quinta-feira, 5 de março de 2020

Martin Barre

Martin Barre integrou o Jethro Tull de 1969 a 2012. Após a dissolução da banda, ele e Ian Anderson, os dois principais integrantes, estavam rompidos. Cada um montou sua própria versão para manter viva a história e a tradição da banda original: Martin Barre's Jethro Tull e Ian Anderson's Jethro Tull. Em 2017, Ian, que detêm os direitos sobre o nome, anunciou o retorno do Jethro Tull com os integrantes que compunham sua banda solo. Martin continuou com sua própria banda. Na prática, há duas bandas tocando praticamente as mesmas músicas.

Em 2019, foi anunciado um show com Martin Barre no Espaço das Américas, acompanhado de Barriemore Barlow, baterista do Jethro Tull de 1971 a 1980. O tecladista do Ozzy Osbourne, Adam Wakeman (filho de Rick Wakeman) seria um convidado especial para esta apresentação. Já em 2020, poucas semanas antes do show, a participação de Barriemore Barlow foi cancelada, sendo substituído por Dee Palmer.

O corre começou na véspera do show, quando Carlos me enviou uma foto com a vista do hotel, postada por Adam Wakeman no Instagram. Não parecia a vista do Renaissance, onde a princípio pensamos que a banda de Martin Barre poderia ficar. Após investigar a vista de alguns hotéis no Google Maps, rapidamente cheguei à conclusão de qual era o hotel correto.


A expectativa confirmou-se na mesma noite, quando Barre postou uma foto em sua página oficial no Facebook: a banda toda reunida, jantando em um restaurante que eu conhecia muito bem, já que participei de muitos almoços familiares no lugar. Reconheci imediatamente o local: ficava na mesma rua e quadra do hotel que identifiquei.

Foto: reprodução do Facebook

No dia seguinte, fui cedo, pois tinha a informação de que, em ocasiões anteriores, Barre foi ao local do show muito cedo e passou o resto do dia por lá. Cheguei por volta de 09:00 hs e, como este não é um hotel problemático com fãs, entrei e esperei sentado em um sofá no hall. Não demorou muito e Kevin chegou. Isso tinha um lado bom, pois não gosto de fazer corres sozinho.

Vimos quando Adam Wakeman e o vocalista Dan Crisp desceram para tomar café da manhã, mas preferimos não aborda-los, priorizando para agir quando aparecessem nossos alvos - Martin Barre e Dee Palmer. Se fôssemos expulsos após aborda-los, ao menos já teríamos os integrantes principais.

Kevin observou que Palmer também fazia seu desjejum no restaurante do hotel. Enquanto esperávamos que ela terminasse a refeição, Martin entrou no hotel e foi direto à recepção, onde disse alguma coisa. Quando virou-se para ir ao elevador, Kevin o chamou. Foi então que percebemos seus sérios problemas de visão: ele tentou ver quem o chamava, mas não fixou o olhar em nossa direção, parecia que não conseguia identificar em que direção ou por quem foi chamado.

Kevin foi até ele para pedir autógrafos em alguns álbuns. Martin aceitou, mas não conseguia ver onde teria que assinar, então Kevin guiou a mão dele para que soubesse onde assinar. Ele desculpou-se, alegando estar sem óculos, mas assinou tudo. Kevin pediu para tirar uma foto com ele, que aceitou. Na minha vez, Martin desculpou-se por estar "fedendo", justificando que estava na rua fazendo exercícios. Não me importei muito com isso.

Martin Barre tornou-se um senhor extremamente simpático e educado, foi um prazer enorme conhece-lo

Barre subiu, tomou banho, e desceu novamente. Encontrou-se com o baixista Alam Thomson e com o baterista Darby Todd no hall, e saíram para passear. Abordamos somente Alam, pois não tínhamos certeza se Darby era mesmo Darby - havia um técnico de som parecido com ele, então estávamos em dúvida. Até saber quem era quem, não nos arriscaríamos a fazer uma abordagem errada.


Alam Thomson, o baixista, foi um dos mais simpáticos, pareceu realmente curtir o contato com os fãs

Dee Palmer finalizou seu café da manhã, e a abordamos quando deixava o restaurante. Também nos atendeu sem problemas, tirando fotos conosco e autografando os álbuns de Kevin.

David, seu nome de nascimento, é hermafrodita, ou seja, nasceu com órgãos genitais masculino e feminino. Na infância, foi criado como menino, assumindo a identidade masculina. Chegou até mesmo a se casar com uma mulher. Três anos após a morte da esposa, em 1998, Palmer assumiu sua identidade transgênero, passando por uma cirurgia de mudança de sexo, e respondendo pelo nome de Dee.

Como seus trabalhos com o Jethro Tull foram concebidos antes da mudança de gênero, o nome creditado nos álbuns foi o de registro (David Palmer).

Independentemente de sua condição intersexual, Dee foi educada e atenciosa, e isso é o que interessa para nós

Quando Martin, Alam e Darby retornaram, já havíamos solucionado a dúvida com o produtor, então abordamos Darby para tirar uma foto com ele.


Um casal apareceu no hotel para se encontrar Adam Wakeman. Chamado ao hall, ele desceu, foi quando aproveitamos para aborda-lo. Ele nos atendeu e saiu com o casal.


Martin desceu e sentou-se próximo a nós, no mesmo sofá onde estava Kevin. Neste momento, o que aconteceu me deixou totalmente boquiaberto: Anebelle entrou no hotel, desesperada como sempre. Eu jamais imaginaria que ela seria capaz de encontrar o hotel, pensava que ela estava por aí perdida e sem informação, mas fui obrigado a dar o braço a torcer: infelizmente ela aprendeu a fazer corres. Como estava sozinha, ela pediu para que eu tirasse suas fotos, o que concordei. Então, abordou Martin e tirei sua foto com ele.

Os outros integrantes foram descendo e se reunindo no hall, onde estávamos. Marcio, avisado por Anebelle, também chegou ao hotel. Fui tirando as fotos dos dois com cada integrante que aparecia. Dan Crisp, o único integrante que faltava para mim e Kevin, foi o quarto músico a descer. Eu e Kevin finalizamos, mas ainda faltavam dois integrantes para Marcio e Anebelle. No entanto, em menos de cinco minutos, todos desceram, e pudemos finalizar o corre. Ou quase...


Tem vezes que eu gostaria de ser sem noção como Kevin. De manhã, abordou Martin Barre assim que ele chegou ao hotel após os exercícios, conseguiu foto e autógrafo. Depois o abordou novamente para pedir uma palheta (isso é algo que não faço; se já pedi foto e autógrafo, vou ficar pedindo palheta também?). Martin respondeu que não tinha, mas que lhe daria uma mais tarde. Quando desceu, algumas horas depois, cumpriu a promessa e lhe entregou a palheta. Kevin, chato como sempre, pediu para tirar mais uma foto, desta vez segurando a palheta.

Agora, não satisfeito, o abordou mais uma vez, para pedir uma foto com todos os integrantes da banda. Já dava para perceber que Martin, tão gentil e educado na primeira abordagem, começava a ficar de saco cheio. A foto rolou, e até mesmo eu tirei com todos. Mas é complicado, Kevin fica todo o tempo abordando, importunando...

Martin Barre's Jethro Tull + Dee Palmer + Adam Wakeman

Finalizamos o corre. Fui a uma padaria próxima com Marcio e Anebelle, onde comemos alguma coisa. Enquanto aguardávamos pela comida, Marcio e Anebelle receberam uma mensagem de uma hunter do bem, aquela melhor do que a CIA, dizendo que sabia o hotel, perguntando se queriam a informação.

Eu estava com eles, então sei que não foram os responsáveis pelo vazamento. Sobrou apenas um suspeito óbvio: Kevin. Se ele estava "fazendo broadcast", ainda mais para quem estava fazendo, definitivamente não serve para fazer corres comigo. Eu o bloqueei no Messenger, então ele pode tentar me chatear a vontade, que não conseguirá mais falar comigo. Após 10 anos, este foi o fim de minha parceria com ele.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Precisamos Falar de Amor sem Dizer Eu te Amo

Em 5 de fevereiro, Eric me enviou uma mensagem, dizendo que naquele dia estrearia a nova peça com Priscila Fantin, "Precisamos Falar de Amor sem Dizer Eu te Amo", no Teatro Folha. Confesso que fiquei tentado, afinal, Priscila foi muito fofinha quando a conheci dois anos antes, mas estava evitando repetir corres, então recusei. Quase um mês depois, Roberto me perguntou se eu iria com ele tentar uma foto com Priscila, então respondi que se ele passasse em casa, sim. Como ele aceitou, fomos.

Quando a peça acabou, e os pagantes começaram a sair, observamos que cerca de 8 pessoas permaneceram, provavelmente para esperar pelos artistas. Lá não tem muito segredo, basta esperar na porta, pois eles saem pelo mesmo lugar que o público. Não demorou e os 2 atores que participam da peça, o casal Fantin e Bruno Lopes, saíram para confraternizar com eles.

Parece que os artistas estão tomando consciência de que o mundo mudou, que em pleno 2020 é importante tirar fotos com os fãs, pois a galera gosta de postar em redes sociais. Não é apenas uma foto: muitas vezes, acaba sendo divulgação para os desligados que nem sabiam que a peça estava rolando.

Enfim, não há o que reclamar: ambos atenderam a todos da forma mais simpática possível. Eu e Roberto não nos importamos de ser os últimos. Priscila foi tão gente boa quanto na vez anterior. Bruno também foi muito gente fina. Corre simples, rápido, fácil e divertido, assim como tem que ser.



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Xuxa, a Rainha dos Baixinhos

Maria da Graça Meneghel, ou simplesmente Xuxa, é um dos maiores nomes entre as celebridades nacionais. Ela construiu o maior império de entretenimento infanto-juvenil ibero-americano. É uma unanimidade, indiscutível, então é claro que era alguém que eu gostaria de conhecer. Por muitos anos, entretanto, nem ao menos considerei a possibilidade de tentar, pois achava que seria algo que beirasse o impossível.

As dificuldades eram muitas. Com um patrimônio que ultrapassa 700 milhões de reais, Xuxa é uma das poucas artistas que não utiliza voos comerciais, apenas jato privado. Sim, ela tem seu próprio avião, e espera-la em Congonhas jamais seria uma opção. Mesmo se fosse, sua base de fãs não seria a mais educada, civilizada ou organizada. Se ela desembarcasse aleatoriamente, tudo bem, desde que eu tivesse a sorte de estar no desembarque. Porém, se os fãs desconfiassem de sua vinda - por um story postado no Instagram, por exemplo - seria o que já conheço bem de corres com artistas que atraem público jovem: aeroporto lotado, berros, choro, um querendo passar por cima do outro...

Foi o que aconteceu no passado quando amigos a encontraram em eventos, como em um ocorrido no Parque do Ibirapuera. Todos a descreveram como boazinha, atenciosa, que tenta atender todos os fãs: o problema são os próprios fãs, que simplesmente não sabem se comportar. Não é possível tirar uma foto boa com ela, pois está sempre cercada por todos os lados, com cada um querendo ser o próximo a ser atendido. Não sabem se organizar, não sabem ser educados. Ok, eu já vi isso acontecer em corre do Iron Maiden e em poucos outros, mas nos corres que costumo fazer essa é a exceção, jamais a regra.

Em 2019 recebi uma informação muito vaga, dando conta que ela estaria gravando em São Bernardo do Campo e que, quando saía do local das gravações, era possível aborda-la para tentar conseguir uma foto. Pelo que soube, parece que ela abria o vidro do carro, e o fã posava do lado de fora. Não é uma foto muito boa, mas ainda assim é uma foto com a Xuxa. Porém, não animei tentar com as informações que tinha.

No final do ano, entretanto, surgiu a luz no fim do túnel: Deca me disse que seu ex marido trabalhava com a produção de Xuxa, que estava gravando um programa chamado The Four - um reality show musical onde os  participantes precisavam batalhar para garantir seus lugares na final do programa. Apenas um deles seria o vencedor e embolsaria o prêmio de R$ 300 mil.


Após cada gravação, Xuxa dispunha-se a tirar uma foto com cada participante da plateia, que era composta por cerca de 500 pessoas. Sim, Xuxa tirava foto com 500 pessoas. Era permitido levar itens para autografar, mas eles deviam ser deixados com a produção no momento da revista e entrega dos termos. Xuxa autografa tudo no camarim, antes de entrar no palco. Após as gravações, os itens podiam ser retirados no mesmo lugar onde foram deixados na entrada.

Deca presenteou-me com este compatcto da Copa de 1982, que foi devidamente autografado por Xuxa

Era muitíssimo raro Xuxa não atender. Até onde sei, aconteceu apenas 4 vezes (e eu estava em duas delas, ó vida, ó azar). É apenas para evitar reclamações ou processos nas ocasiões em que ela não puder atender. 
  • Na primeira vez, em 2019, foi quando seu cachorro morreu. Eu a compreendo perfeitamente, muitas vezes perder um cão é pior que a perda de um membro da família ou, ao menos, tão ruim quanto.
  • Na segunda, também em 2019, Xuxa precisava voar ao Rio de Janeiro para despedir-se de Sasha, que embarcaria para os Estados Unidos.
  • Na terceira, em 2020, Xuxa também foi se despedir de Sasha, desta vez no aeroporto de Guarulhos. Só sei disso porque Tadeu, um amigo de Brasília que é viajante profissional, estava embarcando para Miami e as encontrou se despedindo. Ele também encontrou com Bruna Marquesine, que também viajava na ocasião. Ele aproveitou para tirar fotos com Xuxa e Bruna.
  • Na quarta, na sexta feira em que se iniciava o carnaval 2020, Xuxa teve que correr ao aeroporto para participar do desfile.
Como já disse antes, quem cuidou de todo o meu processo de participação, bem como da Arianne, foi a Deca. Apenas mandamos nossos nomes e números dos documentos para ela, que fez todo o resto. 

Não tivemos sorte nas duas primeiras vezes que fomos. Na terceira, como faz normalmente, ela tirou foto com as mais de 500 pessoas que compunham a plateia. Para atender esse número absurdo, tudo era feito de maneira quase robotizada: formavam-se algumas filas, e todos deveriamm olhar para frente o tempo todo. Xuxa vinha por trás, posava por meio segundo, sempre sorrindo. O fotógrafo batia uma foto, e repetiam os procedimentos com quem estava ao lado. Deste modo, ela conseguia esvaziar o lugar em apenas 10 ou 15 minutos.

Não era poss[ivel nem mesmo agradecer ou falar com ela: mal a foto era batida, o segurança (bem cavalo) já te puxava da formação e empurrava para saída. Os artistas vivem dizendo para não encostar (e, pode observar em minhas fotos, eu já tomei isso como padrão), mas os seguranças não veem problemas em encostar em você. Está certo que a Xuxa tem alguns fãs complicados, mas achei bem errado isso aí, tem que agir contra quem apronta, não contra todos que estão lá apenas para tirar uma foto...


Ao término da segunda gravação que fui - e que Xuxa não atendeu - aproveitei para tentar conseguir fotos com os jurados. Como há várias saídas do lugar, consegui apenas com a Aline Wirley, que saiu na que eu estava. Ela foi super fofinha, atendeu muita gente também, fazendo questão de conversar com cada um. Isso é ótimo pela atenção que você ganha, mas péssimo pelo tempo que é necessário esperar na fila para que chegue a sua vez. Eu estava sem câmera, então tive que me virar com o celular da Deca.

Aline Wirley

Fabíola Fisher venceu uma batalha no terceiro programa mas perdeu no quarto

Tita Garcia, uma das candidatas, não foi classificada para batalhar no quarto programa
O vocalista do Sioux66, Igor Godoi, perdeu a batalha contra Alma no quarto programa