sábado, 25 de março de 2017

Metallica

Acredite se quiser: Metallica já foi uma das minhas bandas favoritas. No começo dos anos 90, eu provavelmente não saberia dizer se era mais fã de Iron Maiden ou de Metallica. Estive no primeiro show da banda em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera, em 1989. Em 1993, foram 2 shows no Parque Antarctica, mas eu só tinha dinheiro para comprar um ingresso. Então, no primeiro dia, fui para frente do estádio, onde ao menos poderia ouvir o som. Depois subi em uma árvore e consegui assistir boa parte, porém ela estava cheia de formigas. No dia seguinte, retornei e assisti ao segundo show, desta vez dentro do estádio.

O que veio a seguir me afastou completamente da banda, hoje em dia eu não ouço nem mesmo os álbuns que adorava (todos até o Black Album). Load, Reload, St. Anger, Lulu, a guerra contra o Napster... Some-se a isso o fato de que Kirk Hammett e, principalmente, James Hetfield têm péssima fama no trato com os fãs, eu realmente não tinha mais motivos para ouvi-los, e muito menos para conhece-los. Entretanto, para quem faz corres na quantidade que eu faço, chega uma hora onde é como se fosse uma coleção de figurinhas. E os músicos do Metallica eram figurinhas novas para mim.

Não tínhamos certeza de em qual hotel a banda estaria, então eu e Carlos fizemos o que chamamos de via-crucis, que é passar pelos hotéis suspeitos e observar se há algum sinal que indique que a banda está ali. Primeiro fomos ao Unique, depois ao Renaissance, onde encontramos com Jessica. Já era umas 14:00hs, então paramos para comer no Habbib's próximo ao Renaissance. Havia uma promoção onde, ao comprar 20 esfihas, leva-se 30. Devidamente abastecidos, seguimos ao hotel Fasano.

Para nossa surpresa, foi rápido: pouco tempo após nossa chegada, os integrantes começaram a sair do hotel para ir ao autódromo de Interlagos, onde se apresentariam no Lollapalooza. Trujillo, sempre gente boa, atendeu a todos, Lars veio em seguida e atendeu também. Kirk foi o terceiro, nós o chamamos e ele a princípio não queria vir até nós, mas quando percebeu que Lars estava conosco, ficou sem graça e veio.

Nesse momento éramos apenas 5 pessoas, e ainda assim Kirk apenas autografou, não quis saber de tirar fotos. É claro que pedimos, mas ele respondeu "talvez amanhã". Fala sério, se não rolou com 5 pessoas, imagine no dia seguinte, quando haveria 50 ou mais fãs?! Para nós, o corre acabou ali, já que sabíamos que James Heatfield não atenderia. Com efeito, ele saiu, nos viu, entrou novamente e, quando saiu estava com o celular no ouvido, fingindo que conversava. Apenas acenou à distância. Quando a banda foi embora do hotel, dois dias mais tarde, havia apenas um fã, mas nem mesmo assim Kirk ou Heatfield atenderam.

Trujillo é sempre sociável, sempre gente boa
Lars também costuma atender aos fãs, especialmente quando não há bagunça nem loucos berrando por perto
Assinado por Robert Trujillo, Lars Ulrich e Kirk Hammett

Carlos, que faz corres desde 1987, conta que "todos os hunters das antigas" tem fotos com o Metallica. Em 1989, quando eu nem sonhava em fazer corres, a banda ficou no Hilton que existia no centro de São Paulo, próximo à praça Roosevelt. "Os músicos eram bonzinhos, todos atenderam, incluindo Kirk, Hetfield e Jason Newsted. Em 1993, ficaram no Crowne Plaza e todos atenderam novamente". Com o passar dos anos, Jason saiu e foi substituído por Trujillo, e Kirk e Hetfield se tornaram malas chatos.

Hoje em dia, é possível conseguir uma foto com Kirk se você estiver em seu dia de sorte. É difícil, mas não impossível. Hetfield é tão mala, mas tão mala, que não aparece nem mesmo no meet & greet que é sorteado para os membros do fã-clube. Em 2019, foi anunciado que ele participaria de um meet & greet pago nos shows de 2020. O preço? 2500 dólares, quando o dólar estava cerca de 4 reais. Porém, 2020 chegou e com ele veio o corona vírus...

Nem pagando 10.000 reais: conseguir hoje em dia uma foto com James Hetfield é impossível

quarta-feira, 22 de março de 2017

Borknagar

Quando os noruegueses do Borknagar vieram a São Paulo para um show no Hangar 110, ficaram hospedados no hotel Mercure São Paulo Pinheiros. Eu, Carlos e Jessica fomos lá após o show, onde todos nos atenderam numa boa. A curiosidade deste corre foi o tempo: embora o outono mal tivesse começado, a temperatura despencou, então era uma noite gelada. Eu estava de agasalho, mas tirei para tirar as fotos.

Alheios, os músicos, após nos atender, foram para uma área externa do bar do hotel, todos de bermuda, sem agasalho, como se estivesse agradável. Pra eles, que estão acostumados a invernos com  temperatura média de -6,8°C, podendo chegar facilmente a números ainda menores, provavelmente os 12 ou 13 graus que fazia em São Paulo naquela noite não os assustasse.

Pal Mathiesen, vocalista substituto do Borknagar
Øystein G. Brun, guitarrista do Borknagar
ICS Vortex, baixista do Borknagar
Baard Kolstad, baterista do Borknagar
Lars Nedland, tecladista do Borknagar

M. Night Shyamalan

O consagrado diretor de cinema, conhecido por filmes como O Sexto Sentido ou Corpo Fechado, esteve em São Paulo para divulgar seu novo longa-metragem, Fragmentado. Carlos, eu, Jéssica e Estéfano não tínhamos ideia de em qual hotel ele estaria, então pareceu uma boa ir ao shopping JK Iguatemi, onde ele participaria de uma coletiva de imprensa, e também aconteceria uma sessão especial do filme com a presença de Shyamalan. 

O evento era restrito para convidados e o shopping isolou uma área com fita, mas apenas isso não nos deixaria invisíveis, então teríamos a possibilidade de chama-lo. Estávamos apenas em quatro pessoas, provavelmente rolaria de boa. Quando ele passou da coletiva de imprensa para a sessão do filme, o chamamos, ele olhou, mostramos que tínhamos material para autografar. Ele veio, autografou tudo rapidamente, mas nem houve tempo para que pedíssemos as fotos, pois ele correu para a sessão. Tudo bem, esperaríamos mais um pouco, mas ele teria que sair de lá, então teríamos mais uma chance. 

Entre os convidados, reconhecemos apenas Sophia Abrahão, então aproveitei para tirar uma foto com ela

O problema é que ele estava com o mesmo segurança que acompanhou Sarah Brightman e Patrick Stewart, então não seria tão fácil. Como previsto, não foi. Quando ele passou, chamamos mais uma vez, mostrando a câmera, dando a entender que queríamos tirar fotos com ele. Ele fez menção de vir, mas vimos quando o segurança disse para ele não ir. Eles entraram em um corredor e sumiram de nosso campo visual, mas ele retornou sozinho, sinalizando rapidamente que falaria conosco depois, provavelmente quando as atividades do evento fossem finalizadas.

Bem mais tarde, sem mais sinais de que qualquer pessoa ainda estivesse no local, as luzes da área delimitada foram todas apagadas. Fim de corre, não havia o que fazer. Sabemos que não se pode ganhar todas, mas é incrível como aquele segurança sempre conseguia atrapalhar, e sem motivos: éramos apenas 4 pessoas, ele nos conhecia e sabia que só queríamos uma foto, um autógrafo, e iríamos embora. Então, não dá pra entender porque ele fazia tanta questão de atrapalhar.

Eu estava louco por um cigarro, já que estava sem fumar há umas quatro ou cinco horas. Carlos disse que precisava passar no banheiro, então disse que o esperaria no ponto de ônibus em frente ao shopping. Quando nos reencontramos, ele disse "descobri o hotel", então fiquei olhando com cara de "wtf? e ele continuou: "aproveitei para dar uma olhada no Instagram, verificar se ele não postou nada que nos ajudasse, e bingo"! Ele postou essa foto antes de sair para o evento. Nela há elementos suficientes para que pudéssemos identificar o local.


Com anos e mais anos de experiência, sabíamos que ele estava em um hotel 5 estrelas, assim como sabíamos que a maioria deles não tem vista para um prédio com piscina. Isso nos ajudou a eliminar quase todos, sobrando apenas dois, que tínhamos dúvida: Emiliano ou Fasano. Com a ajuda de Sheila, que estava em casa e poderia fazer pesquisas no computador melhor e mais rápido que nós (na rua e usando 3G), rapidamente descobrimos que era o Emiliano. Seguimos para lá. 

Foram longas horas de espera, porém. Sabemos que muitas vezes os artistas não vão direto do evento para o hotel, geralmente param para jantar em algum restaurante, pode demorar mesmo. Mas naquela noite estava demorando demais, já era quase 01:30 da manhã, e nem sinal dele, então começamos a desconfiar que ele foi direto para o hotel, sem jantar, e que havíamos perdido. Todos já haviam desanimado. 

O único momento que nos tirou brevemente do tédio da espera foi quando chegou um carro com Gilberto Gil, que também estava hospedado lá. Aproveitamos para tirar fotos com ele mas, na hora, Carlos não percebeu que um pingo d'água caiu na lente. Como Gilberto tirou comigo e já entrou, não tive como pedir para tirar outra. Que se dane, nem sou fã, só queria porque ele foi uma das atrações nacionais do Rock In Rio de 1985.


A rua estava pouco movimentada, mas era possível notar que havia alguns veículos ao longe, provavelmente parados no semáforo. Comentei que esperaria, no máximo, por aqueles carros. Se eles passassem por nós, sem entrar na área do hotel, seria o fim do corre para mim. Todos concordaram. Porém, o diretor estava em um deles, que deu seta e iniciou a manobra necessária para o desembarque de passageiros. Nos aproximamos silenciosamente.

O tal segurança desceu primeiro, sem perceber nossa presença, de costas para nós. Tranquilão, botou as mãos no bolso e saiu assobiando, como se pensasse no que faria com o dinheiro fácil que recebeu para "proteger" um artista que ninguém conseguiu descobrir onde estava. Quando Shyamalan desembarcou, o chamamos. O segurança levou um choque, tirou as mãos do bolso, virou-se em nossa direção, e abriu os braços, como quem dissesse "eu não acredito que vocês estão aqui". A reação foi essa: ele, sempre disposto a atrapalhar, desta vez simplesmente admitiu a derrota. Nesse dia, nós ganhamos!

Em apenas 30 segundos, todos já tínhamos a foto, e enfim poderíamos ir para nossas casas descansar. Isso não poderia ter acontecido muitas e muitas horas mais cedo, evitando tudo o que veio depois?! Às vezes tem que ser do modo mais difícil, mas naquela noite não nos importamos. Agora sabíamos o quanto somos bons no que fazemos!




domingo, 19 de março de 2017

Aeroporto de Congonhas

Em 2017, Marcelo Zava descobriu Congonhas. O aeroporto sempre esteve lá, é claro, mas ele percebeu que poderia congonhar e conseguir algumas fotos com celebridades e sub-celebridades nacionais se fosse ao aeroporto apenas para abordar quem desembarcasse aleatoriamente. Ele me chamou para acompanha-lo, algumas vezes aceitei.

Domingo cedo, ele já estava buzinando em meu portão. Quando chegamos, o primeiro aleatório a desembarcar foi Marciano. Tirei a foto de Zava, mas não fiz questão de ter uma foto com ele. Não consigo dar valor à música sertaneja, sempre achei algo muito irritante, não importa se "raíz" ou não. O segundo foi Sérgio Reis, outro sertanejo. Tirei a foto de Zava mas não quis tirar, até porque eu já tinha. Já o encontrei algumas vezes, ele é sensacional, vale pelo bom papo.

O terceiro foi o sambista Benito di Paula. Mais uma vez, tirei a foto de Zava, mas não pedi para tirar a minha. Placar parcial: Zava 3x0 eu. Então, uma sequência de 4 fotos que ambos tiramos: Deborah Bloch, Bruno Gagliasso, Ana Hickmann e Helen Ganzarolli.

Um pouco envelhecida, mas não importa: para mim Debora Bloch sempre será Beth Balanço
Não gosto das posições políticas de Bruno Gagliasso, mas é um grande ator, interpretou alguns personagens que curti
Linda, Ana Hickmann sempre demonstrou paixão pelos animais. Além do mais, foi mega gente boa
Helen Ganzarolli: sonhava em conhece-la desde os tempos da banheira do Gugu. Linda e gente finíssima.
Que mulher, meus amigos, que mulher!

Érick Jacquin foi o próximo a desembarcar, tirei a foto de Zava, mas não tirei uma com ele. Poderia até ter tirado, mas na real nem sabia quem é, já que nunca assisti Master Chef. A seguir veio Marcelo Nova, vocalista do Camisa de Vênus. Tirei a foto do Zava, mas não quis uma com ele, não sou fã. Parcial: 9x4. A décima a desembarcar foi Fernanda Lacerda, a Mendigata e, a seguinte, Juju Salimeni. Os congonheiros sempre comentavam que Juju não é muito simpática, então mantive certa distância na hora da foto.

Mendigata foi muito gente boa, mas nao percebi o quanto distante estava dela
Com Juju a distância foi intencional, pois eu conhecia sua fama de ser chata com os fãs, então não quis abusar

Em seguida, desembarcou Luis Carlini, guitarrista fundador da banda Tutti Fruti, que gravou e tocou com Rita Lee, foi guitarrista do Camisa de Vênus e gravou participações em mais de 400 álbuns de artistas como Barão Vermelho, Titãs, Radio Taxi, Vanguart, Filipe Catto, Marcelo Nova, Supla, Erasmo Carlos e Lobão. Não tirei com ele porque já tenho, mas Marcelo tirou. O que veio a seguir, Toquinho, eu poderia até ter tirado, mas pareceu estar com pressa, então tirei apenas de Marcelo Zava. 13x6.

Kid Vinil desembarcou a seguir. Era um cara legal, o encontrei duas vezes, e nas duas rolou um bom papo. Mal sabia que era a última vez que o veria: menos de um mês depois, em 16 de abril, sentiu-se mal durante uma apresentação em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, entrando em estado de coma. Foi transferido para São Paulo, onde morreu cerca de um mês depois, em 19 de maio, por uma parada cardíaca.

Kid Vinil: sempre gente boa e disposto a estabelecer uma conversa com quem o reconhecia e abordava

A partir desse momento Zé Congonhas juntou-se a nós. Ele sempre disse que, quando o assunto é tirar fotos, "o importante é a quantidade, não a qualidade". Em outras palavras, ele tira com qualquer famoso que passar, seja quem for. Eu não vou ficar tirando fotos com funkeiros e MCs, então nem vou contabilizar o tanto de foto que ele tirou, mas que eu e Zava ignoramos.

Em seguida, mais 4 que Marcelo tirou e eu não: o cantor Tiago Iorc e os atores Ricardo Pereira e Humberto Carrão, além do guitarrista Edu Ardanuy, ex Dr. Sin, mas com ele eu já tinha. Então, Zé Congonhas apontou para um cara que parou perto de nós, e disse que ele foi zagueiro na Copa de 1994. Eu olhei mas não reconheci. Ele disse que era o Aldair, mas eu sabia que não era. Completamente sem jeito, me aproximei e disse algo como "você jogou a Copa de 94, né? Me desculpa, mas me deu branco, não lembro seu nome", e ele respondeu que sim, que é o Marcio Santos. Que fotão, um tetra campeão mundial, é claro que sim! 19x8

Depois do tetra, o penta: Denílson, ex craque do Palmeiras e da seleção, também passou por lá: 20x9, placar final. Pra finalizar, um último nome: Denise Fraga. Acompanhada pelo marido, ela passou apressada, desceu a rampa, e fui atrás com Zé Congonhas, que a abordou. Mas ela é daquelas chatas que tira a primeira foto e já sai correndo. Eu até teria tirado com ela, mas percebi que não estava a fim, então deixa para lá...
Marcio Santos formou, com Aldair, a dupla de zaga titular do Brasil na Copa de 1994
Denílson, pentacampeão mundial de futebol na Copa do Mundo 2002

sexta-feira, 17 de março de 2017

Congonhas

Guilherme sempre foi um dos hunters mais ecléticos. Ele conseguiu tirar foto com artistas considerados dificílimos, como Ringo Starr e Slash, mas em contrapartida, levou naba de Alcione, Paula Fernandes e até mesmo de um grupo desconhecido de bolivianos que toca flauta na Praça da Sé. Ele contou que tentou conhecer Paula Fernandes em duas ocasiões, mas levou naba nas duas.

Após conseguir a foto com Charles Aznavour, mas não o autógrafo, na noite anterior, tornou-se necessário ir a Congonhas para tentar conseguir a assinatura que faltou. De madrugada, Japonês me chamou no Messenger, convidando para ir ao aeroporto no dia seguinte para tentar conhecer Paula Fernandes. Eu já estaria lá de qualquer maneira, mas é claro que topei, é o prazer de tentar conseguir uma foto difícil.

De manhã, quando eu e Leando Caíque conseguimos o autógrafo, demos uma passada no desembarque, onde encontramos Japonês e o Eric, que estava congonhando. Demos uma passeada pelo aeroporto e vimos quando o guitarrista Carlini subiu a escada rolante que leva ao portão de embarque. Subimos também, o abordamos, e conseguimos as fotos, fácil.

Se você não conhece, Carlini tocou com as bandas Tutti Frutti e Camisa de Vênus. Atualmente integra a banda do cantor e compositor Guilherme Arantes. Com Rita Lee, compôs e participou das gravações de alguns dos maiores sucessos da cantora, como Esse Tal de Roque Enrow, Agora Só Falta Você, Corista de Rock e Ovelha Negra. Também registrou participações em mais de 400 álbuns de músicos e cantores diversos Barão Vermelho, Titãs, Radio Taxi, Vanguart, Filipe Catto, Marcelo Nova, Supla, Erasmo Carlos e Lobão. 

Carlini e eu vivemos no mesmo bairro, mas fui conhece-lo no aeroporto. Está valendo!

Também encontramos Rolando Boldrin. Tirei as fotos de Leandro Caíque e do Japonês, mas não quis tirar foto uma com ele. Sempre achei sertanejo um estilo chato pra cacete, não parecia fazer sentido tirar só por tirar. Depois me arrependi, deveria ter tirado, mas era tarde demais, pois ele passou pelo portão de embarque.

Quando Paula desembarcou, Japonês fez uma abordagem muito educada, dizendo que estava há horas no aeroporto apenas esperando para conhece-la. Paula foi simpática e educada, bem diferente do que esperávamos, já que Guilherme levou duas nabas.

Paula Fernandes foi simpática e educada, bem diferente do que esperávamos

quinta-feira, 16 de março de 2017

Charles Aznavour

Considerado frequentemente como “Frank Sinatra francês”, Charles Aznavour desembarcou no Brasil, aos 92 anos, para uma série de shows. Como não tínhamos ideia de onde ele estava hospedado, eu e Zava decidimos ir ao Espaço das Américas e seguir o carro que levaria o cantor após a apresentação. E assim foi. Pensávamos que o carro nos levaria ao hotel, mas antes houve uma parada na Lellis Trattoria da rua Bela Cintra, onde Charles jantou. Decidimos esperar pela saída.

Brasileiro quando está na produção de evento tende a ser gratuitamente babaca com os fãs. Só queríamos duas fotos e um autógrafo, era algo que levaria 20 segundos no máximo. Conseguimos uma foto e zero autógrafo. "Pessoal, por favor, somente uma foto com os dois, ele está cansado". O próprio Charles Aznavour poderia negar foto e/ou autógrafo, mas sempre tem que ter um brasileiro babaca pra servir de porta voz. Enfim, nos contentamos com a foto, mas para mim o corre não terminou ali, pois ainda faltava o autógrafo. Zava ainda seguiu o carro mais uma vez, e foi assim que descobrimos em que hotel ele estava. 

Isso é lugar para colocar um relógio?! Fiquei com um chifre, porra!

Na manhã seguinte, fui ao aeroporto de Congonhas, onde o cantor embarcaria para o Rio de Janeiro, para conseguir o autógrafo que faltou. Lá, encontrei com Leandro Caíque. Quando Charles chegou, o pessoal da produção foi fazer os procedimentos de check-in, e ele ficou "dando sopa", sozinho no saguão. À distância, mostrei para ele a foto, dando a entender que queria um autógrafo. Simpático, ele veio até nós cantarolando e autografou. Quando foi tirar a foto com Caíque, o mesmo babaca do dia anterior já estava por perto e disposto a atrapalhar novamente, mas ainda assim a foto rolou.  

Eu fiquei feliz que consegui o autógrafo. Nós o acompanhamos à distância até o portão de embarque apenas para vê-lo embarcar, porque sabíamos que não haveria uma próxima vez. É uma sensação ruim saber que é a última vez que você vê alguém, que a próxima notícia que terá da pessoa será a notícia de falecimento. Ele tinha 92 anos, porra! 


Com efeito, Charles faleceu em outubro do ano seguinte. Poladian, a mesma produtora que o trouxe ao Brasil em 2017 emitiu uma nota de condolências, salientando que o cantor já estava contratado para uma nova série de shows no Brasil em março de 2019. Se tivesse sobrevivido, ele voltaria ao país com 94 anos! Que vitalidade! Foi um prazer conhece-lo, seigneur Aznavour!

terça-feira, 14 de março de 2017

Sheila Mello

Não importa se sou do metal, ainda assim vivi os anos 90 no Brasil, quando "É o Tchan!" estourou. Era impossível não ser atingido todo o tempo pelo som e pelas imagens do grupo, que tinha duas dançarinas, uma loira e uma morena, uma mais linda que a outra. Nunca gostei do som - embora admita que é um dos poucos bem feitos entre os artistas do mainstream da época, onde o pagode dominava com folgas - mas isso não foi impeditivo para que eu quisesse conhecer as Sheilas - Sheila Mello e Scheila Carvalho.

A oportunidade para conhecer Sheila Mello surgiu quando o shopping Mega Polo Modas, no Brás, anunciou um desfile para exibição dos modelos de roupas comercializados. Fui sozinho, e o evento estava lotado, atraiu bastante atenção. Observei o local para tentar descobrir por onde ela sairia. Muitos fãs a aguardavam atrás do palco e, quando ela saiu, até tentou atende-los, mas alguns pareciam animais, sem respeito algum, o que a fez desistir da ideia. Ao invés de se organizar e todo mundo conseguir de forma educada e civilizada, muitos optam por acotovelar-se na esperança de serem os próximos a ser atendidos. Deixo claro que nenhuma das pessoas retratadas nas imagens estavam entre os piores exemplos que encontrei naquele dia.


Quando consegui espaço, corri e me aproximei dela, que não estava mais disposta a parar. Tive, então, que fazer algo que não costumo, apelar: "Por favor, Sheila, eu vim de uma cidade tão longe apenas  para tentar te conhecer e tirar uma foto com você!". Funcionou, ela parou rapidamente, a foto rolou, e já entrou no carro que a tirou dali.


segunda-feira, 13 de março de 2017

Fernando Prass

A livraria Cultura sempre agendava sessões de autógrafos interessantes. Era obrigatório para mim, no começo de cada mês, dar uma olhada em quais eventos aconteceriam, às vezes rolavam boas oportunidades para conhecer alguma celebridade que me interessasse. Nesta ocasião foi com o então goleiro do Palmeiras, Fernando Prass. O problema desse tipo de evento é que precisa comprar o livro, e eu estava numa fase meio sem dinheiro, então não poderia me dar ao luxo de fazer gastos supérfluos.

Sabendo que um livro autografado pelo Prass é fácil de passar para frente, decidi ir, pagar o livro no cartão, e depois revende-lo pelo preço que paguei. Eu não estava interessado em lucrar, queria apenas participar do evento, conhecer e tirar uma foto com o goleiro, além de conseguir um autógrafo extra em uma foto, como faço em todos os corres. O livro eu passaria para outra pessoa, sabendo que se quisesse, poderia comprar um exemplar novamente quando estivesse vivendo dias melhores.

Propositalmente cheguei no final do evento, pois o último da fila sempre pode se dar ao luxo de conversar um pouco mais com o autor, já que não há mais ninguém para ser atendido, então ninguém da produção ficará apressando. No entanto, um cidadão teve a mesma ideia que eu, ou conseguiu ser ainda mais "atrasado" e me deixou como penúltimo na fila.

Um outro problema desse tipo de evento é que o autor sempre quer saber seu nome para autografar nominal. É claro que um livro com dedicatória "para Adriano" seria difícil de vender, mesmo que pelo preço de custo. Quando chegou minha vez, expliquei para Prass que tinha dois filhos, e que prometi dar o livro autografado àquele que conseguisse as melhores notas no colégio, então, como ainda não sabia quem seria, ele deveria apenas assinar, sem dedica-lo a ninguém. Prass gostou, disse que foi uma boa ideia.

Eu menti, pois não tenho filhos. Mas essa foi maneira que encontrei para convence-lo a não colocar dedicatória. Também lhe pedi para autografar a foto, completando que essa era para mim, e que iria pendura-la na parede com orgulho. Não pendurei, mas passou a integrar minha numerosa coleção de autógrafos. Prass é ídolo, devo a ele as alegrias que tive em tantas partidas, especialmente na que o Palmeiras conquistou a Copa do Brasil 2015 sobre o Santos, com a disputa de penalidades sendo decidida na cobrança dele.  

Fernando Prass e Andrei Kampff, autor do livro sobre o goleiro

Ainda tive uma última satisfação: o próprio goleiro postou uma foto comigo em seu perfil oficial no Instagram. Quanto ao livro, no dia seguinte, o ofereci pelo preço de custo aos meus amigos no Facebook, e Lucas, de Manaus, o comprou. Como o frete para lá é caro, ele disse que viria a São Paulo em alguns dias, e que pegaria pessoalmente. Quando veio, houve algum problema e não conseguimos nos encontrar. O livro ficou à espera até o corre da Formula 1 de 2019, que fizemos juntos. Foram mais de 2 anos, quase 3, mas o livro finalmente chegou a Manaus, seu destino final.


segunda-feira, 6 de março de 2017

The Pretty Reckless


Taylor Momsen
Em 2012, pensei em tentar conhecer o The Pretty Reckless, quando a banda se apresentou em São Paulo. Não sou fã, mas quem não quer uma foto com Taylor Momsen? O que faltou foi coragem: o primeiro show no Brasil foi em Curitiba, e existem voos diretos para lá saindo de Buenos Aires, onde a banda estava. A lógica dizia que o voo seria direto, e não com conexão em São Paulo, entretanto, não foi o que aconteceu. Morador de Curitiba, Vergil estava no aeroporto de Guarulhos, mas não pela banda, quando viu os músicos passarem, então aproveitou para conseguir uma foto com Taylor.

Para mim, o jeito seria tentar no hotel, mas desanimei quando uma fã, que por coincidência hospedou-se no mesmo hotel que a banda, postou a informação em um grupo, sem esquecer de, é claro, citar o nome e o endereço. Eu realmente não sei qual é o prazer que as pessoas tem em fazer isso...

Vergil, hunter de Curitiba, não estava fazendo corre, mas viu quando Taylor Momsen passou no aeroporto de Guarulhos

5 anos se passaram até que a banda retornasse e eu pudesse fazer uma tentativa. Com o corre devidamente estudado, fui ao aeroporto de Guarulhos para tentar conseguir as fotos na conexão entre São Paulo e Curitiba, que novamente receberia o primeiro show no país. Foram horas de espera até que a banda passasse, sem Taylor. Todos os músicos foram chatos, exceto o baixista Mark Damon, que explicou que Taylor estava doente e seguiria diretamente para o Rio de Janeiro, já que o primeiro show foi adiado. O jeito seria fazer uma nova tentativa quando a banda viesse do Rio para São Paulo. O problema eram os fãs: certeza que haveriam muitos surtadinhos prontos para berrar e chorar em Congonhas, eles costumam ser complicados.

Uma banda com 4 integrantes e somente Mark Damon foi legal

Como previsto, Congonhas estava tomado pelos fãs. A espera, entretanto, deu em nada, já que a banda foi retirada do aeroporto por alguma saída alternativa. Eu e 3 hunters resolvemos ir ao Espaço das Américas, para tentar conseguir as fotos no estacionamento do local. Apenas 4 pessoas estaria sossegado, mas não contávamos com a grosseria do manager da banda, que chegou pouco antes que os músicos.

Assim que nos viu, tornou-se extremamente agressivo, berrou pra cacete, e só faltou nos expulsar no chute. Nunca vi alguém tão rude quanto ele. Comunicando-se com o motorista da van da banda por celular, ele berrava que a van poderia vir somente quando nos retirássemos. Olhava para nós xingando e gesticulando. Apenas para não causar mais confusão, aceitamos sair. Do jeito que sou, não ia demorar para meter a mão na cara dele, seria melhor ir embora.

Saí de casa por uma banda que nem sou fã duas vezes, em três lugares, e tudo deu terrivelmente errado. Eu ainda poderia tentar no hotel Renaissance ou novamente em Congonhas, quando a banda deixasse a cidade no dia seguinte, mas já estava broxado e não fui. Resultado: Taylor atendeu tanto no hotel como no aeroporto. Às vezes eu desisto cedo demais...

Taylor atendeu Marcus no hotel. No aeroporto, atendeu os fãs que a esperavam. Desisti cedo demais

sábado, 4 de março de 2017

Ace Frehley

Fazia 18 anos que Ace Frehley não vinha ao Brasil, sua última vinda foi com o Kiss em 1999. Carlos conta que, na época, só rolou autógrafos, mas ele não quis tirar foto, assim como Peter Criss. Pode-se dizer, então, que era alguém com quem ninguém tinha conseguido foto.

Isso seria um problema, pois todos os hunters da cidade certamente tentariam, principalmente os "hunters de famosos", que só aparecem quando uma banda série A está na cidade. Para eles, bandas menores não importam, não são fãs de nenhuma. Só se interessam por shows menores quando envolve algum integrante ou ex integrante das bandas grandes, só querem fotos com alguém que todo mundo conheça.

Por esse motivo, Eu, Carlos e Jéssica descartamos ir ao aeroporto para tentar recepciona-lo. Era previsível que "a cidade inteira" estaria lá e que, portanto, hotel provavelmente seria uma aposta melhor. Fomos ao Estanplaza International e aguardamos pela chegada do músico. Após algum tempo, recebi mensagens de Leo contando como foi no aeroporto:

"Quando Ace desembarcou, eu o abordei. Ele foi educado e autografou meus álbuns. Quando eu ia tirar foto com ele, Jonas apareceu ensandecido, tentando forçar selfie. Ace disse que não precisava disso, que atenderia a todos se ele soubesse aguardar a vez, mas ainda assim ele não desgrudava, tentava abraça-lo, ficava cercando, cutucando, berrando. Tanto fez que Ace se emputeceu e começou a berrar, dizendo que a produtora que o contratou era uma porcaria, pois não providenciou seguranças para protege-lo."

Na verdade, havia um "segurança". Era um tour manager, mas com porte físico mais avantajado que o de muito segurança, o cara é enorme. Ele sempre trabalhou para uma produtora de São Paulo, mas não é incomum vê-lo recepcionar artistas de outras produtoras. Eu tive problemas com ele apenas na primeira vez que o encontrei, quando ele me impediu de conseguir a foto com Mike Terrana, então baterista da Tarja, quando já estávamos posando para a foto. Ele o arrancou de perto de mim e o conduziu até a van. Na época, achei que ele fosse um filho da puta, mas o reencontrei em diversas oportunidades depois disso como, por exemplo, quando veio Yngwie Malmsteen, e ele sempre foi legal.

Ele nada poderia fazer contra Jonas naquele dia. Apenas um não daria conta do infeliz histérico. Dentro do hotel do Aeromith, em 2012, eu vi Jonas ser arrastado do Skye por três seguranças, berrando e balançando os pezinhos no ar, após tentar "atacar" Steven Tyler. Quando esse imbecil encontra um músico que realmente gosta, ele se transforma, perde todo o bom senso, o respeito, e age como uma menininha tiete que só sabe berrar. No corre do Twisted Sister, em 2010, ele também aprontou. Posso citar mais uma dezena de estórias, pelo menos, onde ele se comportou mal.

O jeito era esperar que isso não respingasse em nós, que Ace conseguisse se acalmar no percurso ao hotel, e que nos atendesse quando chegasse. Porém, algo que não contávamos aconteceu: apenas a banda chegou ao hotel. Ace foi hospedado em outro. Para piorar o que já estava ruim, houve algum problema com a câmera, então tive que usar um celular sem flash (iPhone 4), e as fotos não ficaram grande coisa. Só não consegui com o baterista Scot Coogan, mas haveriam outras oportunidades.

Richie Scarlet, guitarrista do Ace Frehley
Chris Wyse, baixista do Ace Frehley

No dia seguinte, depois do show, eu, Carlos e Jéssica descobrimos que Frehley estava hospedado no mesmo hotel que o Kiss sempre fica quando vem a São Paulo. Fomos até lá, mas nada aconteceu. Na noite seguinte, seria a última possibilidade de conseguir, no aeroporto. Quando o carro com Ace chegou, o "segurança" desembarcou e veio conversar conosco:

"Fala galera, eu sei que vocês são de boa, mas infelizmente não vai rolar, o Ace está muito puto com o que aconteceu na chegada. Ele fez uma reclamação de mim para o dono da produtora, então se vocês virem aquele branquinho, pode avisar que se ele aparecer em banda que eu estiver trabalhando, vou moer ele na porrada. Banda minha ele não pega mais nenhuma, isso eu garanto". A banda embarcou primeiro, então consegui a foto que faltava com o baterista. 

Scot Coogan, baterista do Ace Frehley

Quando Ace finalmente desceu, após a produção fazer todos os procedimentos de check-in, já entrou no saguão caminhando como um touro brabo, nem olhava para os lados, e ainda protegido pela produção. Como já sabíamos que ele não atenderia, coloquei a câmera em modo vídeo, e a deixei pendurada no pescoço, gravando tudo. Observe: ao contrário de Jonas, eu respeito quando o artista não quer atender. Lamento, mas respeito. Também não berro que nem uma menininha, nem fico cercando. Acompanho à distância, o vídeo deixa isso bem claro. Se quer atender, ok. Se não quer, fazer o que?! O próprio Jonas disse uma vez que sou, usando as palavras dele, "o picture hunter educado".


Jéssica correu até ele, a essa altura já no corredor que antecede o portão de embarque. Incrivelmente ele parou para autografar. Quando vi, corri também e consegui o meu. Foto não rolou, mas ao menos isso.


É foda, né?! Quando uma banda ou um artista anuncia show em São Paulo, eu já penso logo em como será o corre. Tem aquela espera de meses até a chegada do grande dia, todo o planejamento, invisto tempo e dinheiro para ficar cinco segundos na frente do cara... Aí vem um imbecil desequilibrado e simplesmente estraga tudo!!!!

Por fim: houve a comercialização de meet & greet, Se eu tivesse comprado, teria a foto com Ace. Por que não comprei? Simples: estava totalmente sem dinheiro. Esse corre representou outra ruptura exatamente por esse motivo. Um amigo que fazia alguns corres conosco afastou-se de nós porque descobrimos o hotel e não passamos a informação para ele. Lógico que não passamos: ele comprou o meet & greet, Ace era um cara difícil... A foto dele estava garantida, a nossa não. "Ah, mas no meet só poderia autografar 2 itens, eu queria conseguir mais autógrafos". Problema seu! Faça seu corre, fazemos o nosso! Nós somos bons o bastante, não precisamos de sua ajuda! Tanto que descobrimos o hotel, você não!