O consagrado diretor de cinema, conhecido por filmes como O Sexto Sentido ou Corpo Fechado, esteve em São Paulo para divulgar seu novo longa-metragem, Fragmentado. Carlos, eu, Jéssica e Estéfano não tínhamos ideia de em qual hotel ele estaria, então pareceu uma boa ir ao shopping JK Iguatemi, onde ele participaria de uma coletiva de imprensa, e também aconteceria uma sessão especial do filme com a presença de Shyamalan.
O evento era restrito para convidados e o shopping isolou uma área com fita, mas apenas isso não nos deixaria invisíveis, então teríamos a possibilidade de chama-lo. Estávamos apenas em quatro pessoas, provavelmente rolaria de boa. Quando ele passou da coletiva de imprensa para a sessão do filme, o chamamos, ele olhou, mostramos que tínhamos material para autografar. Ele veio, autografou tudo rapidamente, mas nem houve tempo para que pedíssemos as fotos, pois ele correu para a sessão. Tudo bem, esperaríamos mais um pouco, mas ele teria que sair de lá, então teríamos mais uma chance.
Entre os convidados, reconhecemos apenas Sophia Abrahão, então aproveitei para tirar uma foto com ela |
O problema é que ele estava com o mesmo segurança que acompanhou Sarah Brightman e Patrick Stewart, então não seria tão fácil. Como previsto, não foi. Quando ele passou, chamamos mais uma vez, mostrando a câmera, dando a entender que queríamos tirar fotos com ele. Ele fez menção de vir, mas vimos quando o segurança disse para ele não ir. Eles entraram em um corredor e sumiram de nosso campo visual, mas ele retornou sozinho, sinalizando rapidamente que falaria conosco depois, provavelmente quando as atividades do evento fossem finalizadas.
Bem mais tarde, sem mais sinais de que qualquer pessoa ainda estivesse no local, as luzes da área delimitada foram todas apagadas. Fim de corre, não havia o que fazer. Sabemos que não se pode ganhar todas, mas é incrível como aquele segurança sempre conseguia atrapalhar, e sem motivos: éramos apenas 4 pessoas, ele nos conhecia e sabia que só queríamos uma foto, um autógrafo, e iríamos embora. Então, não dá pra entender porque ele fazia tanta questão de atrapalhar.
Eu estava louco por um cigarro, já que estava sem fumar há umas quatro ou cinco horas. Carlos disse que precisava passar no banheiro, então disse que o esperaria no ponto de ônibus em frente ao shopping. Quando nos reencontramos, ele disse "descobri o hotel", então fiquei olhando com cara de "wtf? e ele continuou: "aproveitei para dar uma olhada no Instagram, verificar se ele não postou nada que nos ajudasse, e bingo"! Ele postou essa foto antes de sair para o evento. Nela há elementos suficientes para que pudéssemos identificar o local.
Com anos e mais anos de experiência, sabíamos que ele estava em um hotel 5 estrelas, assim como sabíamos que a maioria deles não tem vista para um prédio com piscina. Isso nos ajudou a eliminar quase todos, sobrando apenas dois, que tínhamos dúvida: Emiliano ou Fasano. Com a ajuda de Sheila, que estava em casa e poderia fazer pesquisas no computador melhor e mais rápido que nós (na rua e usando 3G), rapidamente descobrimos que era o Emiliano. Seguimos para lá.
Foram longas horas de espera, porém. Sabemos que muitas vezes os artistas não vão direto do evento para o hotel, geralmente param para jantar em algum restaurante, pode demorar mesmo. Mas naquela noite estava demorando demais, já era quase 01:30 da manhã, e nem sinal dele, então começamos a desconfiar que ele foi direto para o hotel, sem jantar, e que havíamos perdido. Todos já haviam desanimado.
O único momento que nos tirou brevemente do tédio da espera foi quando chegou um carro com Gilberto Gil, que também estava hospedado lá. Aproveitamos para tirar fotos com ele mas, na hora, Carlos não percebeu que um pingo d'água caiu na lente. Como Gilberto tirou comigo e já entrou, não tive como pedir para tirar outra. Que se dane, nem sou fã, só queria porque ele foi uma das atrações nacionais do Rock In Rio de 1985.
A rua estava pouco movimentada, mas era possível notar que havia alguns veículos ao longe, provavelmente parados no semáforo. Comentei que esperaria, no máximo, por aqueles carros. Se eles passassem por nós, sem entrar na área do hotel, seria o fim do corre para mim. Todos concordaram. Porém, o diretor estava em um deles, que deu seta e iniciou a manobra necessária para o desembarque de passageiros. Nos aproximamos silenciosamente.
O tal segurança desceu primeiro, sem perceber nossa presença, de costas para nós. Tranquilão, botou as mãos no bolso e saiu assobiando, como se pensasse no que faria com o dinheiro fácil que recebeu para "proteger" um artista que ninguém conseguiu descobrir onde estava. Quando Shyamalan desembarcou, o chamamos. O segurança levou um choque, tirou as mãos do bolso, virou-se em nossa direção, e abriu os braços, como quem dissesse "eu não acredito que vocês estão aqui". A reação foi essa: ele, sempre disposto a atrapalhar, desta vez simplesmente admitiu a derrota. Nesse dia, nós ganhamos!
Em apenas 30 segundos, todos já tínhamos a foto, e enfim poderíamos ir para nossas casas descansar. Isso não poderia ter acontecido muitas e muitas horas mais cedo, evitando tudo o que veio depois?! Às vezes tem que ser do modo mais difícil, mas naquela noite não nos importamos. Agora sabíamos o quanto somos bons no que fazemos!
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