A livraria Cultura sempre agendava sessões de autógrafos interessantes. Era obrigatório para mim, no começo de cada mês, dar uma olhada em quais eventos aconteceriam, às vezes rolavam boas oportunidades para conhecer alguma celebridade que me interessasse. Nesta ocasião foi com o então goleiro do Palmeiras, Fernando Prass. O problema desse tipo de evento é que precisa comprar o livro, e eu estava numa fase meio sem dinheiro, então não poderia me dar ao luxo de fazer gastos supérfluos.
Sabendo que um livro autografado pelo Prass é fácil de passar para frente, decidi ir, pagar o livro no cartão, e depois revende-lo pelo preço que paguei. Eu não estava interessado em lucrar, queria apenas participar do evento, conhecer e tirar uma foto com o goleiro, além de conseguir um autógrafo extra em uma foto, como faço em todos os corres. O livro eu passaria para outra pessoa, sabendo que se quisesse, poderia comprar um exemplar novamente quando estivesse vivendo dias melhores.
Propositalmente cheguei no final do evento, pois o último da fila sempre pode se dar ao luxo de conversar um pouco mais com o autor, já que não há mais ninguém para ser atendido, então ninguém da produção ficará apressando. No entanto, um cidadão teve a mesma ideia que eu, ou conseguiu ser ainda mais "atrasado" e me deixou como penúltimo na fila.
Um outro problema desse tipo de evento é que o autor sempre quer saber seu nome para autografar nominal. É claro que um livro com dedicatória "para Adriano" seria difícil de vender, mesmo que pelo preço de custo. Quando chegou minha vez, expliquei para Prass que tinha dois filhos, e que prometi dar o livro autografado àquele que conseguisse as melhores notas no colégio, então, como ainda não sabia quem seria, ele deveria apenas assinar, sem dedica-lo a ninguém. Prass gostou, disse que foi uma boa ideia.
Eu menti, pois não tenho filhos. Mas essa foi maneira que encontrei para convence-lo a não colocar dedicatória. Também lhe pedi para autografar a foto, completando que essa era para mim, e que iria pendura-la na parede com orgulho. Não pendurei, mas passou a integrar minha numerosa coleção de autógrafos. Prass é ídolo, devo a ele as alegrias que tive em tantas partidas, especialmente na que o Palmeiras conquistou a Copa do Brasil 2015 sobre o Santos, com a disputa de penalidades sendo decidida na cobrança dele.
Fernando Prass e Andrei Kampff, autor do livro sobre o goleiro |
Ainda tive uma última satisfação: o próprio goleiro postou uma foto comigo em seu perfil oficial no Instagram. Quanto ao livro, no dia seguinte, o ofereci pelo preço de custo aos meus amigos no Facebook, e Lucas, de Manaus, o comprou. Como o frete para lá é caro, ele disse que viria a São Paulo em alguns dias, e que pegaria pessoalmente. Quando veio, houve algum problema e não conseguimos nos encontrar. O livro ficou à espera até o corre da Formula 1 de 2019, que fizemos juntos. Foram mais de 2 anos, quase 3, mas o livro finalmente chegou a Manaus, seu destino final.
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