sábado, 25 de abril de 2015

Yngwie Malmsteen

Sempre ouvi dizer que o virtuosíssimo guitarrista sueco é mala. Todos os picture hunters da antiga tem ao menos uma estória para contar sobre ele, geralmente não muito boa. Carlos sempre diz que, há alguns anos, houve um meet & greet no Manifesto Bar e, ainda assim, ele somente aceitava receber os fãs que tivessem seu álbum mais recente. Quem não tivesse, que se danasse.

Em 2013, quatro amigos, dois homens e duas mulheres, o esperavam no aeroporto, na conexão entre o voo nacional e o voo internacional. Hoje existe passagem interna para essa conexão. Na época, qualquer passageiro deveria fazer o desembarque nacional e caminhar por cerca de 400 metros até o portão de embarque internacional. Uma das meninas era muito fã e disse que decidiu aprender a tocar guitarra ao ouvir sua música, que ele era a sua inspiração. Ele não se importou nem um pouco e recusou-se a tirar foto com todos.

Em 2015, Malmsteen retornou ao país para se apresentar no Monsters of Rock, em São Paulo. Todos os corres desse festival eu fiz com o Leo. Quando estava prestes a desembarcar, já estávamos esperando. Somente nós, mais ninguém. Então, avistei Renatão esperando no desembarque. Ele geralmente trabalha para a Top Link, mas naquele dia estava lá fazendo um bico que consistia em receber e conduzir Malmsteen ao hotel. Me aproximei e o cumprimentei. Tivemos uma conversa muito amigável, onde eu disse que ele poderia recepcionar e se apresentar para o músico sem ser incomodado e, somente depois, tentaríamos a abordagem. Ele concordou.

Como ainda faltavam alguns minutos, decidi sair do terminal para fumar um cigarro. Neste momento, o namorado da Fabi estava chegando para começar seu turno no aeroporto. Ele me viu e perguntou quem eu estava esperando. Quando respondi, resolveu usar o “crachá mágico” para entrar na sala de desembarque. Retornou pouco depois, contando que, após vê-lo, o ajudou a chegar à esteira onde as bagagens seriam descarregadas. Pediu uma foto e foi prontamente atendido. É muito difícil alguém negar após receber uma ajuda de um profissional uniformizado.

Após o músico passar pelo portão de desembarque, Renatão se aproximou para apresentar-se. Somente quando eles deram os primeiros passos em direção à saída, que eu e Leo tentamos nos aproximar.

O que aconteceu foi completamente surreal: quando notou nossa presença, ele levantou os braços, berrou “nããããããão” e acelerou os passos. Aceleramos também, em direção a outra saída, por onde ele teria que passar para chegar à van. Conhecendo bem a fama de mala dele, resolvemos usar a única arma que tínhamos: dar uma chorada, quase que implorando se fosse necessário. Não é meu estilo, mas valeria tentar.

Acabei usando um truque que quase nunca deu errado: disse que estava esperando para conhece-lo há quase 30 anos. Inacreditavelmente, funcionou, pois ele parou e disse que tiraria a foto, mas somente uma com nós dois. Sensacional, até porque, com um de cada lado, era possível cortar a imagem para parecer que foi uma foto individual. Mal o flash disparou e ele já estava apressado rumo à van novamente.


Eu ainda estava totalmente incrédulo com o que acabara de acontecer, mas Leo notou que simplesmente esquecemos de pedir autógrafos. De minha partem confesso, nem foi esquecimento. Tínhamos apenas duas fotos iguais e não pareceu uma boa ideia pedir para o cara que gostava de assinar apenas seu último álbum. Porém, ainda levado pelo espírito de “quem não chora não mama”, Leo pegou as fotos e correu atrás dele novamente. Inacreditavelmente, ambas voltaram autografadas. Foi um sucesso maior do que esperávamos, embora uma das fotos tenha borrado. Acabei ficando com ela, afinal foi Leo que conseguiu as assinaturas.


Mas a estória não termina aí. Quando a van chegou ao hotel, alguns fãs estavam ali na frente. Nenhum estava lá por causa dele, eram muitos artistas hospedados, mas ele provavelmente achou que estava e exigiu entrar pela garagem. Acontece que o procedimento, usado para grandes artistas, não é tão simples e requer autorização do gerente. O motorista o alertou sobre a possibilidade de demora, mas ele, ainda assim, foi irredutível. Então, o motorista entrou no hotel para conseguir o que era necessário e, meia hora depois, quando retornou, Malmsteen finalmente conseguiu entrar pela garagem, como um rockstar. Fãs que estavam hospedados relatam que ninguém o viu no hotel. Sua saída também aconteceu pela garagem.

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