quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Anvil

A princípio eu não tinha muito ideia de em qual hotel o Anvil seria hospedado pela produtora que trouxe a banda a São Paulo. Um dos integrantes da banda, não recordo quem, deu uma forcinha, postando nas redes sociais uma foto com a placa com o nome do hotel: Linson, na rua Augusta, um 3 estrelas já bem conhecido de quem fazia corres. Assim fica fácil demais. Combinei de encontrar com Givaldo e Arthur, que eram os únicos que estavam disponíveis para o corre em horário comercial, como eu estava.

Quando cheguei, descobri que fui o primeiro a chegar, mas não poderia esperar por eles, pois o baterista Robb Reiner estava a toa parado em frente ao hotel. Eu o abordei e consegui uma selfie. Ele entrou no hotel e subiu para o quarto. Givaldo e Arthur chegaram na sequência, então as fotos ficaram melhores. O primeiro a nos atender foi o hoje ex-baixista, que tem o curioso nome de Sal Italiano. Gente finíssima! O segundo foi Steve "Lips" Kudlow, também gente finíssima.

Robb Reiner é quietão, na dele, mas me atendeu numa boa quando o abordei
Sal foi gente boa, ficou um tempo conversando conosco
Lips também atendeu a todos na maior educação e boa vontade

Fabi chegou ao hotel quinze minutos depois. Lips parecia um tiozinho, estava no sofá folheando uma revista, com o óculos de leitura apoiado no nariz. Sal, que também subiu ao quarto, retornou. Imagino que não houve tempo para tomar banho, mas com certeza trocou de roupa. Robb Reiner também desceu e tirou foto com todos.

Aproveitei para tirar mais uma com Robb Reiner, porque sou péssimo para tirar selfies.

Sheila chegou no hotel a seguir. Lips ainda estava no lobby, então o chamei, apresentei Sheila, e pedi para ele tirar uma foto com ela, no que fui atendido prontamente. Estávamos fazendo como sempre fizemos, de forma calma, educada, sem incomodar ninguém, sem gritar. Neste momento, o gerente nos abordou para pedir que saíssemos das dependências do hotel. Houve um rápido bate-boca, pois não fizemos nada que justificasse. Enquanto eu discutia com o cidadão, Sheila aproveitou para tirar as fotos com Sal e Robb, então me chamou e "atendemos" o pedido imbecil do gerente.

Saímos comentando o quanto foi absurdo ser expulsos de um hotel 3 estrelas, ainda mais sem um motivo que justificasse a atitude do gerente. Atravessando a rua, na esquina, há poucos metros, há uma padaria. Sempre que estávamos nessa região com algum dinheiro, passávamos lá para comer alguma coisa e tomar um sorvete, foi o que fizemos. Eu, Sheila, Fabi, Givaldo e Arthur conseguimos foto com todos os músicos, então todos fomos para lá. Inclusive a banda. 

Tão logo atravessamos a rua, percebemos que os músicos saíram do hotel logo depois de nós, vindo em nossa direção. Quando também atravessaram a rua, todos percebemos para onde iriam. Já na padaria, sentaram em torno da mesa que ficava literalmente ao lado da que estávamos, mas é claro que não os incomodamos mais. 

O gerente provavelmente estava se achando o espertão porque nos expulsou do hotel... No ano seguinte, ̶m̶a̶n̶i̶f̶e̶s̶t̶a̶n̶t̶e̶s̶ vândalos protestavam contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Aquela palhaçada do "não vai ter Copa", lembra? A tropa de choque foi convocada pelo governador Geraldo Alckmin para dispersa-los. Para fugir, invadiram o hotel, provocando pânico entre os hóspedes. Perguntar não ofende: onde estava o gerente machão para expulsar os  ̶m̶a̶n̶i̶f̶e̶s̶t̶a̶n̶t̶e̶s̶  vagabundos de lá???? Felizmente, em 2016  ̶a̶q̶u̶e̶l̶a̶ ̶e̶s̶p̶e̶l̶u̶n̶c̶a̶ o hotel foi fechado, cercado por tapumes e nunca mais reabriu.

Isso foi seis anos antes do COVID. Por que estão todos mascarados? Boas intenções certamente não tinham!
O artigo 5º, inciso IV, da Carta Constitucional dispõe: "É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"
De acordo com o Google Maps, esta foto, que exibe o que foi o hotel Linson, é de dezembro de 2021

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ringo Starr & His All Starr Band

Era a segunda vez que Ringo Starr veio ao Brasil e era minha segunda tentativa para conseguir uma foto com ele. Começarei com um spoiler: não vi nem sinal de Ringo desta vez. Com ele, ficou para uma próxima tentativa.

Sua banda, no entanto, é formada por músicos maravilhosos, não apenas no domínio de seus respectivos instrumentos, mas principalmente como pessoas. É evidente que para estar na banda de Ringo é necessário ter uma carreira acima da média e todos, sem exceção, gravaram e/ou excursionaram com artistas de primeira grandeza, mas ainda assim foram inacreditavelmente educados, receptivos e atenciosos.

É claro, fizemos como sempre fazemos, na maior educação e civilidade. No hotel, estávamos somente eu, Marcelo Zava, Sheila e Deca, todos muito experientes em corres. Além de nós, é claro, Claudia Tapety, uma das maiores fãs de Beatles do Brasil, que conheci no corre do Paul McCartney em 2010. Apenas com hunters e fãs de verdade, não houve nenhum tipo de problema ou contratempo.

Alguns dias antes, Sheila comentou com uma colega de serviço que tentaria ver Ringo Starr. Ela disse algo como "Sério?! Que legal! Sou muito fã do baterista que excursiona com ele, o Gregg Bisonette". Como o aniversário dessa colega acontecia na mesma semana, Sheila resolveu surpreende-la, presenteando-a com uma foto autografada por ele, com dedicatória. Para isso, pediu que eu fizesse uma foto apenas dele e me incumbiu de conseguir o rabisquinho. Estava fácil, pois também sou fã dele e já intencionava levar uma foto para ele autografar, bastava então mandar fazer mais uma.

O super simpático Gregg foi o primeiro que encontramos. Ele, que tocou em ábuns de dezenas de artistas, incluindo os três primeiros lançamentos solos de David Lee Roth, não se importou em autografar duas fotos, e em uma delas escreveu "Happy Birthday". Na minha escreveu "Oi" com uma carinha feliz.

Gregg Bisonette foi muito gente boa, é um cara totalmente do bem
O segundo músico que vimos foi o tecladista Gregg Rolie. Ele também tem uma carreira consolidada como vocalista nas bandas de Santana e Journey – ambas as quais foi co-fundador. O próximo foi o sorridente saxofonista Mark Rivera, mais conhecido por seu trabalho com Billy Joel. Como Bisonette, Rolie e Rivera foram bastante simpáticos concosco.

Todos os músicos nos atenderam inacreditavelmente bem, incluindo Gregg Rolie
Nem parecia que estávamos em frente a alguns dos melhores e mais experientes músicos do planeta
O guitarrista Steve Lukather foi o próximo a falar conosco. Que cara absurdamente bacana! Antes de integrar o Toto, trabalhou durante a década de 1970 como músico de estúdio, gravando mais de 1.500 álbuns de uma extensa gama de artistas e gêneros, o que lhe concedeu o status de ser um músico prolífico. Também contribuiu para álbuns e singles de sucesso como compositor, arranjador e produtor, mais notavelmente como um importante colaborador de vários álbuns de estúdio de Michael Jackson, incluindo Thriller. 

Para completar a banda, vimos Todd Rundgren, que foi introduzido no Rock & Roll Hall of Fame em 2021. Considerado um pioneiro nas áreas de música eletrônica, rock progressivo, videoclipes, software de computador e entrega de música pela Internet. Organizou o primeiro concerto de televisão interativa em 1978, projetou o primeiro tablet gráfico colorido em 1980 e criou o primeiro álbum interativo, No World Order, em 1994.

Só conheci gente fraca neste dia, não?! Mesmo ainda faltando conhecer o baixista Richard Page, meu corre finalizou aí. Eu não voltaria para tentar ver Ringo, ainda mais depois da forma patética que ele saiu do hotel em 2011, fazendo sinal de paz e amor com a mão, enquanto ignorava solemente os menos de dez fãs que ali estavam para tentar ao menos tirar uma foto com ele. Ou o que será que ele achou? Que estávamos no hotel para ganhar tchauzinho à distância?!

Provavelmente você não consiga ter noção de quanto Steve Lukather é gente boa!
Todd Rundgren foi o último a aparecer. Como todos, foi incrível no atendimento aos fãs 

Nesta tarde conheci dois fãs de Beatles, Denis e Guilherme, que faziam alguns corres ocasionalmente. Eles vieram falar comigo pois sabiam, através de amigos em comum, que eu era um dos caras que conseguiu ver Paul McCartney. Sinceramente, não liguei muito. Eu conheço gente o tempo todo, e a maior parte fica pelo caminho. Vida de corre é difícil, parece divertido mas não é. Não é todo mundo que realmente se transformará em alguém como eu, Carlos ou Leo, para citar alguns exemplos. 

A façanha que os dois estavam prestes a conseguir é quase inacreditável até mesmo para mim. Eles foram os únicos que acreditaram que seria possível ver Ringo, então foram os únicos a retornar ao hotel no dia em que a banda seguiu para a próxima cidade da turnê. Tal como aconteceu comigo com Paul McCartney em 2010, um segurança de Ringo os viu fora do hotel e foi até eles para avisar que Ringo os atenderia.

Quando menos se deram conta, Ringo já estava em frente a eles. Rolou não apenas fotos, como também autógrafos, no caso, nas camisetas que usavam. Todo mundo sabe que Ringo não assina mais nada já há alguns anos. Só acreditei quando vi as fotos. Simplesmente impressionante! Provavelmente foi a última vez que me impressionei com uma foto, pois realmente não acreditava que Ringo atenderia, tanto que não retornei ao hotel para tentar.

Tempos depois, Denis contou que essa foi sua segunda foto: "Antes do Ringo, conheci apenas o Duff McKagan". Sorte de principiante?!

Ringo e Denis

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Monsters of Rock 2013 - Dia 4

Após um day-off, era hora da única banda que ainda estava em São Paulo deixar a cidade, o Whitesnake. David Coverdale seria impossível, então nem ao menos tentei ve-lo embarcar. Às vezes, não é necessário estar presente para saber o que acontece. Como eu e Marcio conseguimos fotos com ele em Congonhas em 2011, os imitadores fizeram exatamente o que fizemos na ocasião, ou seja, estar em Congonhas. Todos eles! Logo, era óbvio que não valeria nem ao menos tentar. Quando se quer uma foto difícil é necessário fazer algo diferente. Imitar o que foi feito no passado simplesmente não é opção, pois todos farão o mesmo. Essa, enfim, é a diferença de quem sabe fazer corre e de quem não sabe.

Ainda cedo, eu e Sheila fomos ao aeroporto. Tão logo chegamos, surpresa: Ney Matogrosso, que eu tinha visto na tarde anterior, fazia check-in no balcão de uma companhia aérea. Sheila ficou um pouco chateada ao saber que consegui foto com ele e ela não, mas quis o destino que esse sentimento durasse pouco, quase nada. Assim que finalizou o procedimento, o abordamos. Ele ainda lembrava-se de mim, pois comentou alguma coisa sobre, só não recordo as palavras exatas. Coincidência incrível, nunca mais o encontrei ao acaso, nem antes nem depois.

Sheila nem conseguiu me invejar por muito tempo, pois quando chegamos ao aeroporto parecia que Ney estava esperando por ela

Quando a banda enfim apareceu, mirei somente nos músicos com quem ainda não tinha foto: o baterista Tommy Aldridge, o baixista Michael Devin e o tecladista Brian Ruedy. Missão cumprida, corre do Monsters of Rock finalizado, eu enfim poderia descansar, após sete dias consecutivos de corres diários.

Michael Devin foi baixista do Whitesnake de 2010 a 2021
Tommy Aldridge foi baterista do Whitesnake de 1987 a 1990, 2003 a 2007, e agora estava de volta à banda
Brian Ruedy, tecladista que tocou no Whitesnake de 2011 a 2014
Faltou apenas o autógrafo principal: David Coverdale, é claro

Apenas para constar: conforme previ, quando Coverdale deu as caras, o batalhão inteiro foi para cima dele, que correu e passou pelo portão de embarque o mais rápido que conseguiu. Quem sabe, sabe... 😉

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Monsters of Rock 2013 - Dia 3 (parte 2)

Esta é segunda parte do relato sobre o terceiro dia de corre no Monsters of Rock 2013. Se ainda não leu a primeira, clique aqui para ler.

Enquanto repetíamos as fotos, Warren DeMartini, guitarrista do Ratt, saiu do hotel apressado e seguiu pela rua Haddock Lobo no sentido contrário ao tomado por Ney Matogrosso. Eu e Leo o seguimos e conseguimos aborda-lo em frente ao Starbucks, então tiramos nossas fotos com ele.

Finalmente as vans começaram a chegar para buscar as bandas e conduzir seus integrantes ao aeroporto. A primeira foi a que levou o Buckcherry. O baixista Kelly LeMieux foi um dos últimos a embarcar. Ele veio como baixista substituto, então não havia uma foto oficial com ele. Desta forma, a foto do Buckcherry ficou com as assinaturas incompletas. O sempre gente boa Stevie D. veio se despedir, e me deu uma palheta. Até hoje não entendo porque não pedi mais uma foto com ele.

Eu e Leo seguimos Warren DeMartini até o Starbucks, mas valeu a pena
Kelly LeMieux veio ao Brasil como baixista convidado, mas acabou efetivado no Buckcherry
Não sei onde está minha foto com o guitarrista Keith Nelson, talvez tenha sido tirada com outra câmera, mas nunca a recebi
O guitarrista Stevie D. aproximou-se, se despediu e deu esta palheta. Uma pena eu não conseguir ser fã de Buckcherry

A segunda van conduziria o Dokken. Eu já tinha conseguido fotos com todos, faltava apenas o principal: Don Dokken. Quando saiu, embora caladão, não se importou em nos atender antes de embarcar. Também tirei mais uma foto com o baixista Sean McNabb, que agora estava de cabelo solto e sem óculos escuros, bem diferente do que quando o vi de manhã.

Don Dokken foi o último da banda a aparecer, já na hora de seguir ao aeroporto
Sean McNabb estava menos "disfarçado" desta vez
Mais uma completa para a coleção. Não sei dizer que diabos aconteceu na assinatura de Sean McNabb

A terceira van levaria o Ratt, então aquele que eu considerava como alvo principal saiu do hotel, o guitarrista Carlos Cavazo, da formação clássica do Quiet Riot. Como todos, foi gente boa e atendeu geral. Por fim, o baixista Juan Croucier fez o mesmo e foi o último a embarcar. Não sei o que aconteceu com o baterista Bobby Blotzer, ninguém o viu e com certeza não embarcou na van. Desta forma, a foto ficou sem a assinatura dele.

Carlos Cavazo, guitarrista do Ratt entre 2008 a 2014 e 2016 a 2018 era a grande cereja do bolo deste corre para mim
Juan Croucier, baixista do Ratt entre 1982 a 1992, 2012 a 2014 e 2016 a atualmente
Esta ficou incompleta, simplesmente nao vimos o baterista Bobby Blotzer

Por fim, saiu a van que levou os músicos do Geoff's Tate Queensrÿche. Como não vi Geoff Tate e a porta já estava prestes a fechar, corri até a van e perguntei onde ele estava. Rudy Sarzo respondeu que Geoff foi ao aeroporto de manhã cedo, antes de eu chegar. Fazer o que?! Com certeza eu o encontraria novamente em outra oportunidade no futuro. Fim de corre, ao menos por hoje. Era o sexto dia consecutivo de corres e ainda teria mais um.

Monsters of Rock 2013 - Dia 3 (parte 1)

Se o segundo dia de corre do Monsters of Rock foi totalmente improdutivo, o terceiro foi exatamente o oposto. Cheguei ao Renaissance por volta de 10:30hs e logo já consegui a primeira foto, com o irmão de Rudy Sarzo, o guitarrista Robert Sarzo do Geoff's Tate Queensrÿche. Não demorou para que Sean McNabb, baixista do Dokken, aparecesse e nos atendesse numa boa.

Robert Sarzo, guitarrista do Geoff's Tate Queensrÿche (que hoje passou a chamar-se Operation Mindcrime)
Sean McNabb, baixista do Dokken

Observei que Xavier Muriel, baterista do Buckcherry, estava no lobby do hotel e não dava sinais de que sairia tão cedo, então entrei para falar com ele. Felizmente os seguranças que trabalham no turno da manhã não são insuportáveis como os que trabalham à tarde e à noite, então consegui mais uma foto para a coleção. Quando estava saindo - afinal, não era necessário permanecer dentro do hotel, já que a maioria dos músicos nos atendia fora - vi Eddie Trunk e fui falar com ele novamente. Eu já o tinha visto cinco dias antes, mas é uma figura rara, talvez nunca retornasse ao Brasil, então aproveitei para tirar outra foto e agradecer pelos tuítes que fez após encontrar a mim e ao Alvaro no aeroporto.

Xavier Muriel, baterista do Buckcherry
Foi um prazer rever o gente finíssima Eddie Trunk

O ex baterista do AC/DC, Simon Wright, que agora integrava o Geoff's Tate Queensrÿche foi o próximo a aparecer. Ele é muito gente boa, eu já o conhecia há alguns meses, quando veio ao Brasil com o Dio Disciples. Foi um prazer revê-lo. Enquanto nos atendia, uma das meninas que estava no corre percebeu que um bônus interessante saiu do hotel, caminhando em direção à rua Haddock Lobo que, no trecho do hotel, é uma descida íngreme: Ney Matogrosso. Não sou fã, mas ele foi o primeiro a se apresentar na história do Rock in Rio, primeira atração do primeiro festival em 1985. Era a oportunidade de uma foto histórica, por isso nos apressamos em segui-lo. Na metade da descida conseguimos intercepta-lo. Foi um pouco seco, mas não se importou em tirar fotos.

O baterista Simon Wright, mais conhecido por seu trabalho com o AC/DC, é muito gente boa
O bônus da vez, Ney Matogrosso, foi o primeiro a artista a se apresentar em um Rock in Rio

Retornamos rapidamente ao hotel e uns quinze minutos se passaram sem que nada acontecesse. Então vimos quando Jon Levin, guitarrista do Dokken e Stephen Pearcy, vocalista do Ratt, que já estavam na rua, retornaram. Quase duas horas se passaram sem que nada acontecesse, quando o guitarrista Kelly Gray, do Geoff's Tate Queensrÿche apareceu. Assim que eu gosto, corres sem malas, todos atendendo, todos muito legais.

Jon Levin, guitarrista do Dokken
Stephen Pearcy, vocalista do Ratt
Kelly Gray, guitarrista do Geoff's Tate Queensrÿche
Kelly Gray foi o último integrante do Queensrÿche que consegui. Não vi Geoff Tate neste ano, consegui o autógrafo em outra ocasião

Mais uma hora se passou quando Mick Brown, baterista do Dokken, apareceu. As fotos que tiramos com ele não ficaram boas devido à posição do sol e das árvores do local, projetou muita sombra em nós. Pedimos uma nova sessão de fotos, pois as fotos de todos não ficaram tão boas, no que fomos prontamente atendidos com um sorriso no rosto. Que cara gente boa! Após nos atender, ficou conversando conosco e fumando. Meu amigo Luciano Piantonni tirou uma foto da gente fumando, parecia que eu não estava nem aí para a presença dele. Na verdade, não iria incomoda-lo mais com pedidos de fotos ou autógrafo, quanto a isso já estava plenamente satisfeito.

Esta foi a segunda foto que tirei com Mick Brown, baterista do Dokken, sem a sombra projetada das árvores
Pausa mais do que necessária para fumar um cigarro...

Este relato teve que ser dividido em partes devido a limitações do Blogger. Clique aqui para ler a parte 2.

domingo, 20 de outubro de 2013

Monsters of Rock 2013 - Dia 2

Sheila viajou a noite toda, e de manhã estava em casa, de volta da viagem que fez para ver seus pais no Mato Grosso do Sul. De tarde eu planejava fazer o corre das bandas que importavam no Monsters of Rock. Quase todas estavam no Renaissance, apenas Whitesnake estava no Hilton e Aerosmith no Emiliano. A ideia era abordar os músicos conforme chegassem do show. Portanto, mais próximo do anoitecer, eu e Sheila fomos ao Renaissance.

O plano não foi bem sucedido e conseguimos somente três fotos: com o baixista Rudy Sarzo e com o tecladista Randy Gane, ambos do Geoff's Tate Queensrÿche (hoje Operation Mindcrime), e com Josh Todd, vocalista do Buckcherry. Talvez até pudéssemos conseguir mais algumas fotos, mas Sheila voltou querendo fazer o corre de Sharon Corr, que ainda estava na cidade. Por este motivo, abandonei e a acompanhei. No dia seguinte teria mais...

Pela terceira vez em pouco mais de um ano, eu e Rudy Sarzo, agora baixista do Geoff's Tate Queensrÿche
Randy Gane, tecladista do Geoff's Tate Queensrÿche foi gente finíssima, até na imagem dá pra peceber que é
Josh Todd, vocalista do Buckcherry, também nos atendeu numa boa

sábado, 19 de outubro de 2013

Monsters of Rock 2013 - Dia 1

Após três dias de corre (Sharon CorrEddie TrunkViper), era hora de descansar, certo?! Errado! Enfim era hora de preocupar-se com as bandas que vieram ao Monsters of Rock 2013. As atrações de sábado não me atraíam tanto, decidi ignorar todas. Já as bandas que se apresentariam no domingo mereciam a minha atenção. Como gente como Jonas, cuidadora de idosos etc. estariam atrás do Aerosmith, preferi me concentrar em Whitesnake, Ratt, Dokken e Geoff Tate's Queensrÿche. Buckcherry e as bandas do primeiro dia do festival seriam tratadas como bônus: se conseguir consegui, se não conseguir dane-se!

Este corre consumiu quatro dias de minha vida. No primeiro deles fui de manhã ao aeroporto de Congonhas para tentar acompanhar o desembarque do Whitesnake e do Aerosmith. Infelizmente houve um congestionamento na Av. Washington Luís, o que me fez atrasar um pouco e perder o horário do desembarque. Não perdi muita coisa, pois David Coverdale correu o mais que pôde até a van, sem atender nenhum dos fãs que o esperavam. Broxado pelo atraso, sentei em um dos bancos do aeroporto e vi quando Nicole Bahls passou mais linda do que nunca, em um maravilhoso vestido branco, cercada por fãs que a acompanhavam. Apesar de ainda não ter foto com ela, não me animei a levantar para fazer a tentativa.

De noite fui atrás dos guitarristas do Whitesnake, Doug Aldrich e Reb Beach, que participaram de um workshop com bate papo no EM&T. É claro, foi fácil como tirar doce de criança. Muito acessíveis, tiraram fotos com qualquer um que quisesse, após o término do evento, já em frente ao local.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Viper

As bandas que se apresentaram no Monsters of Rock já estavam em São Paulo, mas eu ainda não havia começado este corre. Era dia de ver uma das bandas nacionais mais importantes para mim, o Viper, pois temos uma longa história em comum. Para que você entenda, terei de retornar a 1984, pouco antes do meu aniversário de 12 anos, quando fiz minha primeira viagem internacional, com a família, aos Estados Unidos. Uma das coisas que comprei por lá foi uma caderneta de autógrafos. Não sei porque comprei, talvez inconscientemente vislumbrasse o que eu viria a ser quase 25 anos mais tarde.

No ano seguinte eu estudava no colégio Nossa Senhora do Sion, em Higienópolis, São Paulo. Um de meus colegas de classe chamava-se Cristiano, que um dia contou que seu irmão Cássio tocava em uma banda. Ele convidou-me para assistir a um ensaio no próprio colégio, eu fui e adorei. Alguns dias depois, fomos a um show do Viper na antiga danceteria Raio Laser, em Moema. Terminou de madrugada, mas sem problemas, a mãe dele me trouxe para casa. Não sem antes eu estrear a caderneta que trouxe da América, pois nela consegui autógrafos de alguns integrantes do Viper.

Na semana seguinte, no intervalo, eu caminhava pelo pátio do colégio, quando o guitarrista Felipe Machado, que também estudava lá, me reconheceu e veio falar comigo, querendo saber o que achei do show. Dois dias depois fui ao correio postar uma carta, e encontrei sem querer Andre Matos fazendo o mesmo. Conversamos um pouco também. Tem noção que conheci o Andre com 14 anos? Felipe tinha 15, Yves 16 e Pit 17. Não me lembro a idade do Cassio Audi, mas deveria ser 13 ou 14 também. Eram os "Menudos do metal".

Com o tempo, aproximei-me muito de todos os integrantes. Passei a ser presença constante nos ensaios, acompanhei outros shows, inclusive aquele do incêndio no teatro do colégio Rio Branco. Realmente tornei-me fã, inclusive criando o primeiro fã clube brasileiro e fazendo anúncios para divulgar a banda em revistas especializadas. Curiosos enviavam cartas querendo saber mais sobre o trabalho, e eu respondia enviando uma fita cassete com a demo tape "The Killera Sword". Se comparado a hoje, eram tempos difíceis, mas bons...

Cássio Audi morava na rua Dr. Brasílio Machado. A duas quadras de distância, na rua Dr. Veiga Filho, em um mesmo edifício moravam os irmãos Yves e Pit Passarel em um apartamento, e Felipe Machado em outro. No prédio imediatamente vizinho, morava Andre Matos. Passei a andar com Felipe e Yves, os via quase todos os dias. Era comum panfletarem próximo à estação Santa Cecília do metrô, entregando aos transeuntes um papel com informações do próximo show. Também íamos frequentemente à Galeria do Rock, onde conversavam com donos de gravadoras independentes, pois sempre sonharam em gravar álbum.

Passei a frequentar o apartamento onde Cássio morava e aprendi as noções básicas de bateria. Isso me levou a procurar aulas, a princípio no Grupo AMA da rua Dr. Gabriel dos Santos, e depois no Conservatório Musical Carlos Iafelice da rua Turiassú. Sim, toquei bateria e tive algumas bandas na adolescência, mas depois me afastei, deixei para lá. Sabe como é, trabalho, namoro...

Essa aproximação com o Cássio meio que me tornou um roadie. Não era nada oficial, a banda nem tinha dinheiro para pagar um, mas diversas vezes ajudei a montar, desmontar e carregar a bateria do Cássio para algum ensaio ou show em São Paulo. Éramos muito jovens, tudo era novidade, tudo era divertido...

Afastei-me dos integrantes do Viper quando decidiram demitir o Cássio - e até hoje não entendo o porquê, ele era ótimo. Me lembro dele quase chorando quando contou sobre a demissão. Entreguei o controle do fã clube para Pit, que foi ao apartamento onde eu morava para pegar as cartas pendentes de resposta. Continuei fã, é claro, mas perdemos o contato completamente. Logo depois a banda lançou o fenomenal Theatre of Fate, até hoje um dos álbuns mais significativos do metal nacional.

Distante do mundo Viper, eu ouvia notícias de que Andre queria sair da banda para fazer faculdade de música. Achei uma idiotisse. Lembro que, quando eu estava com eles, Felipe se afastou por um ano para fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Por que sair? Por que não deixar a banda com um substituto temporário, retornando quando concluir os estudos? Hoje sabemos que Andre logo quis voltar, mas a banda, numa atitude mais idiota ainda, recusou aceita-lo de volta, o que o fez montar o Angra com o Rafael Bittencourt.

O primeiro álbum do Viper sem Andre, Evolution, foi muito bom. Pelo visto muitas músicas ainda eram feitas para a voz de Andre, por exemplo The Spreading Soul Forever, que foi regravada com sua voz décadas depois, quando o vocalista retornou à banda por algum tempo. A partir de então, em minha opinião, o Viper perdeu-se completamente. Primeiro com a mudança de estilo do Coma Rage. Foi um bom álbum, mas não era mais genial como os anteriores. Então veio o desastroso "Tem Pra Todo Mundo". O que foi aquilo?! Por muito tempo simplesmente larguei mão, não queria nem saber mais...

Em minha opinião, se os músicos se levassem a sério, poderiam estar hoje no nível do Helloween, conhecidos mundialmente, fazendo turnês... Felipe sempre preferiu ser jornalista, a guitarra e a banda são apenas hobbies. Yves pulou fora quando recebeu o convite do Capital Inicial, onde poderia ganhar muito mais dinheiro. Pit entregou-se às bebidas e sabe-se la mais o que - na verdade todos sabemos, mas é melhor nem dizer... O único que fez como deveria foi justamente Andre, que morreu reconhecido como o maior vocalista brasileiro de todos os tempos.

Sinceramente gostei do álbum All My Life, a banda acertou muito ao entregar os vocais para Ricardo Bocci e as composições são excelentes, quase como nos velhos tempos, além de demonstrar o amadurecimento musical. Porém, mas uma vez, os integrantes não se levaram a sério e não deram continuidade ao trabalho. Foi apenas um álbum quase que perdido no meio de uma discografia confusa...

Agora era 2012 e Andre estava de volta. Seria ele capaz de salvar o Viper? Eu não sei o que é lenda e o que não é, mas a história diz que, na época em que Andre saiu, a banda estourava na Europa e no Japão. Tudo o que eu queria era ve-los no lugar de onde nunca deveriam ter saído. 

Kevin me chamou para fazer com ele o corre, quando a banda apresentou-se com Andre no Via Marquês. Eu até fui, mas não sei porque não fiquei, talvez não estivesse passando bem mas realmente não me recordo. Um ano se passou e a banda agora tinha uma sessão de autógrafos marcada na Animal Records. Era a oportunidade que eu teria para rever meus ex amigos - ex porque nos afastamos, não porque brigamos. Será que se lembrariam de mim?

Escaneei os antigos autógrafos que sobreviveram, dois do Felipe e dois do Yves, coloquei todos no iPad e fui à Galeria para participar do evento. Levei também o Soldiers of Sunrise autografado por todos, exceto Andre, na época do lançamento.

Antes do evento, encontrei minha amiga Bruna, mais conhecida como Kitty, dando um rolê na própria Galeria com o guitarrista Stevie D. do Buckcherry. Aproveitei para tirar uma foto com ele.

O guitarrista Stevie D. do Buckcherry utilizou meus amigos Alvaro e Bruna como guias enquanto esteve na cidade

Fui então para a fila do evento. Quando chegou minha vez, contei algumas estórias, mostrei os autógrafos, mas não adiantou: absolutamente nenhum deles lembrou-se de mim. Ok, eu era magrelo, usava óculos e cabelo curto, meu apelido era "Loucão". Nem mesmo lembrar fatos da época ajudou... Parecia um bando de idosos com alzheimer, enquanto eu lembrava de cada detalhe...

Felipe observa no iPad o papel que autografou 28 anos antes
Viper: foi a primeira vez que encontrei-me com Hugo Mariutti e Guilherme Martin

Achou que não iria levar uma foto para eles assinarem?! Pena que usaram as canetas do evento e não a minha
Meu Soldiers of Sunrise agora estava completo com a assinatura do Andre

Pit doidão abandonou a sessão de autógrafos antes mesmo de chegar a minha vez. Quando saí decidi procura-lo, mas nem foi difícil pois estava há poucos metros da loja, cercado e assediado por fãs. Me meti na muvuca e consegui foto e autógrafo também. Desta vez, porém, nem disse nada nem mostrei nada. Ficaria para uma outra oportunidade. Missão completa! Agora sim eu poderia pensar em Monsters of Rock.

Pit completou a assinatura que faltava na foto
Pit saiu da loja sem mais nem menos, mas não escapou de atender seus fãs