sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Chris Slade

Então ex baterista do AC/DC, Chris Slade veio ao Brasil para uma apresentação no Blackmore Rock Bar. Era um show que eu gostaria de assistir, mas estava completamente sem dinheiro. Como não sabia em qual hotel ele estava, o jeito foi tentar na porta do lugar. Infelizmente não foi uma boa ideia pois, quando ele saiu da passagem de som, não apenas o pessoal que sempre estava nos corres, como também os fãs comuns tentaram cerca-lo, e ele preferiu não atender ninguém.

Neste dia foi a única vez que eu percebi algum sinal de inteligência no Mestre. Enquanto Slade tentava se desvencilhar, ele correu até a van e falou com o motorista. Voltou com uma informação inusitada: o músico estava no hotel Transamerica da Alameda Lorena. Apenas um problema: o único Transamerica que conhecíamos fica na zona sul, próximo ao Credicard Hall. Foi nesse dia que descobrimos que existem várias unidades do Transamerica em São Paulo.

No dia seguinte cedo, fomos ao hotel e foi o mesmo de sempre: esperar, esperar e esperar. Lá pelo final da tarde, Slade desceu, provavelmente para almoçar. Aproveitamos para aborda-lo.


Chris Slade retornou ao AC/DC em 2015.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Nightwish

A primeira vez em que o Nightwish veio ao Brasil desde que comecei a fazer corres foi em 2008 - quando eu nem sabia ainda que fazia corres. Nesse ano conheci apenas integrantes do Iron Maiden e o Paul Di'anno. Logo, nem ao menos cogitei tentar conhecer o Nightwish, quando a banda apresentou-se em novembro.

Em 2010, Marco Hietala apresentou-se no Blackmore Rock Bar com sua banda secundária, Tarot, e até pensei em ir para conhece-lo e tirar uma foto. Porém, por algum motivo relacionado ao trabalho, não consegui ir e tive que me contentar em aguardar pela próxima oportunidade.

Dois anos depois, em agosto, foi anunciado que o Nightwish viria ao Brasil para três apresentações em dezembro, em Porto Alegre (9), Rio (10) e São Paulo (12). Essa é uma banda que, até então, eu não havia prestado atenção, embora fosse uma das prediletas de muitos dos amigos que frequentavam o que eles mesmos chamam de corres góticos. Na verdade, são corres de metal sinfônico, mas ok. Logo, eu iria ao corre apenas pelo critério da "figurinha nova", já que não tinha foto com nenhum dos integrantes.

Certa noite, ao chegar do trabalho, Sheila perguntou se eu queria ir ao show do Nightwish. Explicou que descobriu que a empresa que trabalhava comprava ingressos de eventos para presentear funcionários que se destacavam. Todas as opções musicais oferecidas eram ruins, e a única que poderia interessar era essa, por isso a pergunta. Mesmo sem conhecer a banda direito, aceitei imediatamente. Na noite seguinte, ela já chegou em casa com os ingressos na mão.

Era difícil fazer as fotos para os integrantes das bandas autografarem, pois não havia nenhum local próximo de casa que fizesse a revelação no tamanho e padrão que eu precisava. Como não tenho carro, recorria à boa vontade da minha mãe para ajudar com uma carona, mas eu não ficaria enchendo o saco dela para isso a cada show que fosse anunciado. Portanto, era comum, no início de cada mês, irmos ao Extra Anhanguera, que possuía serviço de revelação de fotos, e eu já mandava fazer as fotos de todas as bandas anunciadas no mês anterior. Logo, no começo de setembro, a foto foi revelada com a vocalista Anette Olzon na formação.

No final do mesmo mês, Anette passou mal e não pode se apresentar com a banda no show de Denver (EUA). Os integrantes optaram por substituí-la por Alissa White-Gluz (então vocalista do The Agonist) e Elize Ryd (Amaranthe). Aparentemente seria uma solução temporária, mas Anette não ficou feliz com o fato do show não ser cancelado e reclamou publicamente. Isso, aliado ao inconformismo dos fãs, que desde a demissão de Tarja, consideravam que Anette nunca esteve à altura da vocalista anterior, levou à sua substituição definitiva por Floor Jansen.

Fiquei em uma sinuca de bico: deveria mandar fazer novamente a foto com Floor Jansen, ou levar a que já estava pronta para que todos, menos Floor, assinassem, conseguindo o autógrafo de Anette em outra ocasião, quando ela viesse com outra banda ou projeto? Como já tinha o autógrafo de Floor, optei pela segunda alternativa. Entretanto, quase dez anos se passaram e até hoje Anette não conseguiu manter-se musicalmente relevante para que algum produtor brasileiro se interessasse em traze-la.

No final de semana anterior à apresentação em São Paulo, eu estava ocupado fazendo corre de tenistas. Astros do esporte como Roger Federer, Maria Sharapova, Serena Williams e Jo-Wilfried Tsonga, entre outras estrelas, faziam uma turnê para mostrar aos fãs brasileiros um pouco de suas habilidades dentro das quadras. Esse foi um corre que fiz completamente errado: a ideia era conhecer Federer e a gatíssima Sharapova, os outros eu mal sabia quem eram, pois não acompanho o esporte. Entretanto, embora todos estivessem em São Paulo desde quarta-feira, iniciei o corre dois dias depois, e consegui conhecer somente Victoria Azarenka, então número um do mundo no feminino.

No sábado, a intenção era estar livre para ir ao aeroporto e encontrar com a banda já na conexão de São Paulo para Porto Alegre. Entretanto, como os objetivos do corre de tênis estavam longe de ser alcançados, decidi permanecer onde estava para continuar tentando, e encontrar com a banda somente quando os músicos retornassem a São Paulo.

Jess deu uma passada no Renaissance, o hotel onde os tenistas estavam, não me recordo se apenas para me dar um "oi" ou para tentar tirar foto com alguém. Seja qual fosse seu motivo, eu lhe daria um melhor para abandona-lo. Discretamente, a chamei em um canto e disse para ir ao aeroporto, pois o Nightwish passaria por lá no começo da tarde. Sua cara de espanto foi impagável:

- Hoje?!

- Hoje!

- Mas você tem certeza??? O show é só na semana que vem...

Isso é um pouco chato, você dá uma informação valiosa como essa na maior boa vontade, mas ainda precisa explicar, porque mesmo quem fazia corres não era capaz de entender como funcionavam os voos de conexão. Ainda assim, ela me ouviu e conseguiu encontrar com a banda, que a atendeu numa boa. 

Desde o corre do Evanescence, quando Jess se decepcionou com sua maior inspiração de vida, Amy Lee, precisava de um novo ídolo, e não foi difícil optar por Floor Jansen. Antes mesmo do ocorrido com Amy, ela montou uma fan-page do ReVamp, e enviou uma despretenciosa mensagem para Floor no Facebook da banda. Inacreditavemente, a vocalista não apenas leu, como respondeu, e assim se iniciou um ciclo de amizade e idolatria que perdura até hoje. Todas as vezes que Floor vem ao Brasil, Jess tem atenção especial e acesso facilitado.

2012 foi um ano difícil, em que realmente aprendi a fazer corre e tornei-me um hunter de verdade, capaz de descobrir hotéis quase sem ajuda. Fazer isso no ritmo em que eu fazia era extremamente cansativo. Era dezembro, fiz isso o ano inteiro e achava que merecia um descanso. Portanto, pedi para Jess perguntar o hotel à Floor, assim eu não precisaria, mais uma vez, "me virar nos 30".

Por outro lado, a irmã de Alvaro namorava o produtor do show, o holandês Eric de Haas. Isso fazia com que ele fosse "cunhado" de Eric, tivesse certa proximidade, e conseguisse informações privilegiadas, como a vez em que fomos ao aeroporto duas semanas após a saída do Symfonia do Brasil, pois a banda passou em São Paulo em uma conexão que jamais seríamos capazes de imaginar. Também pedi para que ele conseguisse essa informação.

Os dias se passavam e nada da informação chegar. Jess dizia que Floor conversava sobre praticamente qualquer assunto com ela, mas que não diria o hotel em que a banda ficaria, nem mesmo se ela perguntasse. Para ser honesto, me pareceu mentira. Alvaro dizia que sua irmã e Eric estavam brigados, e que ele não teria "cara" para pedir nada. Por isso, decidi fazer corre no aeroporto, não no hotel.

Sheila se aventurava na fabricação de sabonetes artesanais para tentar conseguir uma renda extra. Não recordo exatamente o porquê, mas quando comentei que o Nightwish viria, ela decidiu fazer sabonetes especiais para Floor, com o nome da vocalista, além de múltiplas cores e aromas. Como estaria no trabalho no horário da chegada da banda, me incumbiu de presentea-la em seu lugar.

No dia em que a banda retornou a São Paulo, encontrei-me com Laari no começo da tarde e ficamos conversando sobre corres, músicas etc. até chegar o horário de seguir ao aeroporto. O Nightwish sempre atrai muitos fãs e, como previsto, havia ao menos 25 à espera. Isso felizmente não foi um problema para a banda atender a todos. Até Emppu, que tem fama de ser chatinho com os fãs, estava relativamente de bom humor.

Floor Jansen, vocalista do Nightwish
Marko Hietala, então vocalista e baixista do Nightwish. Saiu da banda em 2021
Emppu Vuorinen, guitarrista do Nightwish
Jukka Nevalainen, baterista, foi afastado por problemas de saúde em 2014. Sua saída oficial foi anunciada em 2019
Tuomas Holopainen, tecladista do Nightwish
Troy Donockley era músico convidado, mas passou a integrar a banda oficialmente ao final da turnê

Após passar pelo portão de desembarque e sair para a área externa, os músicos já começaram a atender, mas esse processo foi interrompido porque a produção avisou que seria necessário atravessar todo o aeroporto até a área onde as vans tem autorização para estacionar. Os músicos interromperam o atendimento, mas prometeram retomar, atendendo quem faltasse quando chegasse lá. Eu já havia conseguido foto com todos, mas alguns fãs ainda não. Fãs e banda caminharam juntos. No caminho, Wesley posicionou-se atrás de Floor e tirou uma foto da bunda dela. Acho que ele tem foto da bunda de todas as vocalistas de metal, mas temos que admitir: embora as européias não sejam exatamente conhecidas por esse motivo, Floor tem um belo rabo. Enquanto isso, apressei o passo para chegar onde ficam as vans. Quando Floor passou, mostrei os sabonetes, dizendo que tinha um presente para ela, que pareceu ficar encantada.

Infelizmente não gostei de minha foto com Marco Hietala. Foi tirada contra a luz, não ficou legal. Então, fui obrigado a descer de meu orgulho, fazendo algo que definitivamente não costumo: pedir ajuda. Enviei mensagem para todos que poderiam saber de alguma coisa, desde fãs e hunters, até produtores. A essa altura, eu e Laari já estávamos a caminho do Hilton, onde eu desconfiava que a banda poderia ficar. Foi quando chegou a resposta de um amigo improvável, produtor de shows do Rio de Janeiro: a banda estava no Unique. Imediatamente descemos do ônibus e tomamos outro, que nos deixaria na Avenida Brigadeiro Luís Antonio, onde fica o hotel. Avisei a Sheila, que ficou de nos encontrar quando saísse do trabalho. Quem sabe ela conseguisse foto com a Floor, além de receber pessoalmente os agradecimentos pelos sabonetes?

Pouco depois que Sheila chegou, estávamos em frente ao hotel, quando apareceu Diego e Jess. Me senti duplamente traído. No ano anterior, quando o Mayan veio ao Brasil, Diego me implorou por ajuda, e eu ajudei. Assim que descobri o hotel, passei imediatamente a informação para ele. Jess, por sua vez, foi ainda pior: fiz um esquema todo especial para tentar coloca-la em frente à Amy Lee, e consegui, não importa o quão decepcionante foi o encontro. A ajudei com o Nightwish há poucos dias e ela disse que não sabia o hotel e que Floor não falaria. Como diabos, então, estava na minha frente, se ela em tese não tinha informação, levando em conta de que a banda tinha acabado de chegar à cidade???

Nos últimos meses, eu havia brigado com umas 20 pessoas que fazem corres, estava excluindo geral da minha vida. Dois a mais, dois a menos, não fazem diferença... E foi assim que eu e a Jess deixamos de nos falar por um ano e meio. Com o Diego, nunca houve retorno. Ouvi dizer que ele disse que não me avisou porque queria ter o momento dele com a banda. É justo. Mas quando foi necessário me pedir ajuda, pediu. Definitivamente não preciso de amigos assim!

Apenas Hietala apareceu para interagir com os pouquíssimos fãs que estavam em frente ao hotel. Era quem eu queria, mas Sheila ficou sem conhecer a Floor. Pena...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Jane Fonda

Eu morava a apenas duas quadras de onde meus avós moravam, portanto, desde que fiquei desempregado, minha avó simplesmente esperava que eu fosse almoçar "com ela" todos os dias. Geralmente eu comia sozinho, pois chegava em um horário em que ela e meu avô já haviam comido. Então ficava sozinho à mesa, enquanto meu avô assistia às notícias na TV e minha avó ficava na cozinha assuntando com a cozinheira. Isso me possibilitava ter "maus hábitos", como ficar mexendo no celular enquanto como (adoro!). Entrei em um site de notícias e meu coração quase parou:

Como assim, Jane Fonda estava em São Paulo e eu simplesmente não tinha a menor ideia?! O evento, em um shopping center em um bairro próximo, aconteceria das 12:00 às 14:00 hs e, pior, já era 13:00 hs. Desesperado, engoli a comida o mais rápido que pude e me despedi dos avós, dizendo que tomaria um táxi. Minha avó, entretanto, ofertou uma carona, que aceitei imediatamente. Chegamos por volta das 13:40hs no local, ela me deixou e retornou para casa. Até então eu nunca tinha participado desses eventos de livraria, e demorei alguns minutos para descobrir que era necessário comprar o livro para garantir acesso à fila da sessão de autógrafos.

Quando cheguei ao caixa, faltando 15 minutos para o término do evento, a atendente alertou que a pessoa que estava na minha frente seria a última que poderia participar: a partir de mim, mesmo comprando o livro, não seria mais possível. Fiquei indignado, argumentei que já deveria estar na fila, mas o segurança avisou que era necessário comprar o livro. Enfim, o que eu poderia fazer?! Se fosse hoje, eu correria para a garagem e procuraria por carros "suspeitos", o que é relativamente fácil de fazer, ainda que o shopping tenha diversos andares de estacionamento; mas nesse  dia eu era completamente inexperiente nesse tipo de corre. É claro que não comprei o livro, tive que me contentar em tirar algumas fotos dela assinando para outras pessoas.

Decidi tentar abordagem direta quando ela saísse do local. Quando aconteceu, acompanhada por um segurança, ela passou direto e entrou em um porta ao lado da loja, que certamente a levaria à garagem, enquanto outro segurança estava estrategicamente posicionado, garantindo que ninguém pudesse segui-la. Que pena! Tão perto e tão longe, tive a sorte de ver a notícia a tempo, mas tive azar em não conseguir finalizar a compra... Ao menos serviu para que eu ficasse esperto com eventos de livrarias, pois passei a monitorar todos. Entretanto, nunca houve um tão interessante quanto seria uma foto com Jane Fonda.

sábado, 24 de novembro de 2012

Arch Enemy

Parecia um corre simples, era só ir ao hotel, conseguir as fotos e fim, mas não foi o que aconteceu. Quando tivemos a confirmação de que a banda chegou no aeroporto, já que alguns amigos tentaram lá, Leo saiu da casa dele, em Guarulhos, passou em casa, e seguimos para o hotel, Meliá Jardim Europa. Embora tenhamos chegado cedo, naquela noite conseguimos encontrar somente Nick Cordle, Sharlee D'Angelo e Michael Amott, não houve sinal de Daniel Erlandsson ou Angela Gossow.

Nick Cordle, então guitarrista do Arch Enemy. Ele saiu da banda em 2014
Sharlee D'Angelo, baixista do Arch Enemy
Michael Amott, guitarrista do Arch Enemy

Eu, Leo, Sheila, Sara e Karina passamos algumas horas esperando no hall, sem conseguir ver os dois músicos faltantes. Como nada acontecia, comecei a mostrar para Karina fotos da época em que Leo passava chapinha no cabelo, ela rachou o bico. Isso rendeu ao Leo o apelido de "Chapinha", pelo qual é conhecido até hoje.

Estávamos sentados bem em frente aos três elevadores do hotel, quando um hóspede chegou, apertou o botão e esperou em frente ao terceiro, sem perceber que o primeiro chegou e abriu a porta. Como o elevador não chegava nunca - pois já estava lá, sem que ele se desse conta - ele, impaciente, apertou várias vezes o botão antes de perceber a porta aberta. Quando percebeu, tentou entrar, mas o elevador fechou a porta e ele tomou um tranco. Foi engraçado, mas a sempre escandalosa Karina explodiu de dar risada.

Percebendo que nada mais aconteceria naquele dia, decidimos ir embora, para retornar no dia seguinte cedo. No caminho, na rua de acesso entre a Marginal Pinheiros e a Avenida Eusébio Matoso, Leo estava parado, aguardando por uma oportunidade para entrar na via, quando sentimos o impacto. Um carro, conduzido por um moleque bem playboyzinho, bateu na traseira do carro de Leo. Nunca vou esquecer a cara de pânico dele e da namorada, quando viram que, do nosso carro, desceu um monte de cabeludo com cara de mau. 😆😆

Aquele não foi um bom dia para Leo. O pai dele enviava uma mensagem atrás da outra, desesperado porque o PCC fez ameaças de que fuzilaria qualquer um que estivesse na rua após o anoitecer. Leo não apenas estava, como ainda voltaria para casa com o carro batido.

Karina e Sara dormiram em casa, no quarto de hóspedes. Leo não poderia nos buscar na manhã seguinte, então nos viramos e fomos de táxi logo cedo, por volta de 07:30. A ideia era conseguir Daniel e Angela quando aparecessem para tomar café da manhã. Daniel deu as cara somente por volta das 10:30 hs, justamente no horário em que o café parava de ser servido. Será que veríamos Angela somente quando a banda saísse para almoçar?!

Daniel Erlandsson, baterista do Arch Enemy

Foi uma longa tarde, sem que absolutamente nada acontecesse. Angela só apareceu às 17:00 hs, quando a banda estava de saída para o show. A menos que tenha pedido comida no quarto, não jantou no dia anterior, não tomou café da manhã, não almoçou, não foi passar som, simplesmente ficou 24 horas trancada no quarto.

Já me hospedei em alguns hotéis por causa de bandas, hotéis bem melhores do que esse, e jamais o quarto foi tão bom para que eu decidisse permanecer recluso mais do que o tempo necessário para dormir. Fico pensando como pode existir artista tão apegado a ficar no quarto, sem sair para nada. A menos que tenha curtido a piscina ou a academia, foi o que ela fez.

Como iniciamos o corre por volta das 17 hs do dia anterior, quando Leo passou em casa, e como uma noite com Karina e Sara em casa não foi exatamente uma noite de sono bem dormida... eu estava no ar há bem mais que 24 horas. Acho que é possível notar isso em minha expressão quando tirei a foto com Angela.


Valeu a pena esperar? Sim, é claro! Angela nunca retornou ao Brasil pois, em 2014, anunciou o encerramento de sua participação como vocalista do Arch Enemy, dando lugar a Alissa White-Gluz. Ela continuaria trabalhando na banda, cuidando dos negócios exclusivamente como empresária. Se eu tivesse desistido, pensado "na próxima vez que a banda vier ao Brasil eu conseguirei", teria perdido para sempre essa oportunidade.

Essa estória é dedicada àqueles que acham que corre é fácil, que é chegar e conseguir as fotos sem dificuldade nenhuma. Corres são investimento de tempo e dinheiro. Perdi ao menos 24 horas da minha vida tentando conseguir fotos com o Arch Enemy nesta ocasião, e felizmente consegui. Também gastei uma grana que não deveria para comer alguma coisa e me manter de pé naquele dia. Como dizem por aí: que sorte!


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Formula 1 2012

Através de informações de amigos que faziam corres da Formula 1, fiquei sabendo que os pilotos e equipes ficavam espalhados em muitos hotéis da zona sul, incluindo Hilton, Hyatt, Sheraton, Transamerica e até mesmo Blue Tree Morumbi - isso em 2012, hoje são bem mais opções. Durante o período do Grande Prêmio do Brasil de Formula 1, meu objetivo principal era conhecer o hepta campeão da principal categoria do automobilismo, Michael Schumacher. Ele havia se aposentado em 2006, mas retornou à categoria em 2009. Agora, em 2012, o alemão anunciara sua aposentaria definitiva ao final da temporada, então provavelmente seria minha última chance para tentar conhece-lo.

Eu e Sheila fomos ao Sheraton e aguardamos no hall. Um dos seguranças que sempre trabalha com bandas nos viu e veio conversar conosco, curioso para saber quem tentávamos conhecer naquele dia. Ele ficou surpreso quando respondemos, o que significou que certamente ele não estava fazendo a segurança dos pilotos. Sheila perguntou quem era o artista que ele acompanhava, e seus olhinhos até brilharam quando ele respondeu "Alejandro Sanz". Quando Alejandro apareceu, ela correu para tirar uma foto com ele, que foi muito atencioso. Para dizer a verdade, tirei a foto dela, mas nem quis tirar uma com ele. Depois, é claro, me arrependi, mas já era tarde demais.

O tempo passou e alguns amigos, como Julio e Arthur, também chegaram ao hotel. Um pouco mais tarde, Felipe Massa deu uma passada por lá, e aproveitamos para tirar uma foto com ele. Após o treino classificatório, Schummy retornou ao hotel e foi direto à recepção, onde permaneceu por alguns minutos. Vimos mas não reagimos, apenas observamos. Seria ok aborda-lo quando ele saísse de lá, não enquanto estava tentando resolver algum problema.

Quando terminou, já estávamos perto o suficiente. Mostrei a foto (que já estava autografada por Felipe Massa), ele pegou a caneta, a pasta (para apoiar) e a foto, mas não autografou imediatamente. Saiu do hotel, saímos também. Então, autografou e devolveu tudo. Ele, no entanto, deixou a tampa da caneta cair, que saiu quicando por alguns metros. Fui pega-la e, nesse intervalo, ele tirou foto com todos.

Só faltava a foto comigo, e o corre terminaria. No entanto, ele se recusou, dizendo que havia finalizado. Então afastou-se e procurou se esconder atrás de uma pilastra, enquanto esperava o carro que o levaria para jantar ou para algum outro lugar, ou seja, esperava a toa, sem fazer absolutamente nada. Resolvi ir até lá e dar uma insistida, mas ele fez uma cara que dizia claramente “que saco!” e um gesto com a mão, como se espantasse um cachorro. O corre, é claro, acabou ali.

Um repórter que estava no hotel contou que, no autódromo, havia um menino de uns quatro anos, vestido de Michael Schumacher, que tentou contato com ele. Schummy passou direto, não atendeu. No fim, acho que não perdi muita coisa. Não vale insistir com quem não quer tirar foto nem mesmo com uma criança.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Rick Wakeman

O ex tecladista do Yes, Rick Wakeman, viria a São Paulo para se apresentar no Teatro Bradesco. A procura pelos ingressos foi tão grande que uma segunda apresentação foi agendada para logo após a primeira. Eu e Kevin estávamos confusos, pois não sabíamos fazer corres nesse teatro, que fica dentro do shopping Bourbon. Nesse dia, teríamos que descobrir. Exploramos as possibilidades de maneira tão absurda, que descobrimos uma escadaria que nos levou diretamente para o camarim. Porém, sabíamos que não poderíamos permanecer por muito tempo, pois logo alguém nos descobriria e expulsaria, então continuamos a exploração.

No andar E2, localizamos uma portaria, cujo porteiro negava ou permitia acesso ao backstage do teatro. Paramos um tempo para observar, mas temíamos que Wakeman passasse por outras entradas, haviam muitas. Chato e sem noção como sempre, Kevin decidiu conversar com o porteiro, para tentar extrair alguma informação. Foi o mesmo bla bla bla de sempre: "vim de Taubaté, sou muito fã"... Impressionantemente, ele conseguiu. O porteiro disse não apenas o hotel onde Rick Wakeman estava, mas também o hotel onde ficavam todos os artistas contratados pelo teatro em 2012: Blue Tree Morumbi.

Após o primeiro show, fomos para lá. Calculamos que ele chegaria por volta de 00:30 hs, mas já era quase 03:00 hs e nada aconteceu, o que nos fez crer que o porteiro havia nos enganado. Já estávamos quase desistindo quando uma van estacionou em frente ao hotel. Quando o abordamos, Wakeman pediu apenas que fôssemos muito rápidos, pois teria apenas duas horas de sono. Era só eu e Kevin, duas fotos e alguns autógrafos, agradecemos e fomos embora. Kevin me deixou em casa e seguiu para Taubaté.

Rick Wakeman, uma verdadeira lenda dos teclados
Dave Colquhoun, guitarrista do Rick Wakeman

Assim que postei a foto no Facebook, Marcelo Zava me chamou no Messenger, perguntando qual era o hotel. Eu disse, mas salientei que Wakeman sairia para o aeroporto às 05:00 hs, e já era 03:40 hs. Ele teve que se apressar. Depois contou que, assim que chegou, Wakeman saiu do hotel com a mala na mão. Por pouco não conseguiu. Ao menos sabemos que ele falou a verdade, quando disse o horário de saída.

As perguntas que ficam: por que Wakeman estava em um hotel na zona sul, se o teatro fica na zona oeste? Por que, tendo um flat exatamente em frente ao shopping onde fica o teatro, ou tendo vários hotéis próximos ao aeroporto de Guarulhos, decidiram coloca-lo em um hotel na zona sul, sabendo que ele teria que pegar um voo para Santiago tão cedo? Quem foi o gênio que decidiu isso???

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Crucified Barbara

Sobre o corre em si, não há muito o que dizer: as meninas do Crucified Barbara, uma banda que não existe mais, estavam em um hotel que também não existe mais, o Linson, na rua Augusta. Eu, Sheila e Leo passamos a tarde esperando. Conforme desciam, conseguíamos, fácil.

Mia Coldheart, vocalista e guitarrista do Crucified Barbara
Klara Force, guitarrista do Crucified Barbara
Ida Evileye, baixista do Crucified Barbara
Nicki Wicked, baterista do Crucified Barbara


Mas há duas estórias extras

A primeira aconteceu enquanto eu conversava com o produtor do show.  Ele queria saber como sabíamos o hotel, e eu explicava que sempre fazíamos isso, e que existiam padrões que identificávamos com facilidade, quando o vocalista do Sepultura, Derrick Green, apareceu no hotel para encontrar suas amigas do Crucified. Por acaso, eu tinha uma foto já autografada por Andreas Kisser, então pedi para que ele autografasse também.

O produtor pirou, simplesmente não acreditava que eu tinha uma foto do Sepultura pré-autografada ali comigo. Na verdade eu não a carregava 100% do tempo, mas fazia sentido leva-la quando estivesse fazendo corre. Aquela não era a primeira vez que encontrei Derrick ao acaso, isso já aconteceu no SWU, em 2011. Se acontecesse novamente, eu estaria preparado, e aconteceu... Não tiramos uma foto desta vez, pois ele parecia apressado e eu já tinha foto com ele, mas Sheila não tinha, então tirei a dela.

A segunda é bem mais sinistra e precisa ser contada do começo. Quando o Kiss anunciou shows no Brasil em 2012, muitos hunters decidiram pagar pelo meet & greet. Valia muito a pena, pois garantia uma foto com a banda mascarada e um show acústico exclusivo, onde os pagantes escolhiam na hora o setlist. É claro que se uma música muito obscura fosse pedida, provavelmente a banda não seria capaz de toca-la. Quando alguém sugeria alguma, os músicos verificavam com os outros integrantes se era possível tocar, se todos concordassem, mandavam ver. Para se ter uma ideia, este foi o setlist do show acústico do meet & greet no Rio de Janeiro:

  1. Hide Your Heart
  2. Do You Love Me
  3. Wall Of Sound
  4. Shandi Plaster Caster
  5. I
  6. Spit
  7. Tears Are Falling
  8. Sure Know Something

Sensacional, não!? Nem estava tão caro: 900 dólares. Isso, para quem é fã, simplesmente não tem preço, conhecer seus ídolos, tirar fotos, conseguir autógrafos e ainda assistir a um show acústico do Kiss como se fosse no Manifesto Bar, de tão próximo que estaria de Paul Stanley & cia.

Mas havia um problema: eu estava desempregado e não tinha sequer como sonhar em pagar esse valor. Vagabundo e sustentado pela mãe, Jonas também não. Por isso, desde que o show foi anunciado, ele dizia insistentemente que esse corre deveríamos fazer juntos, pois éramos os únicos que não teriam dinheiro para pagar pelo meet. Era algo que enchia o saco, pois todas as vezes que ele me via, falava nisso.

Pois bem, o show do Crucified Barbara foi um dia após o show do Kiss em Porto Alegre, o próximo show seria em São Paulo. Eu queria tentar conhecer o Kiss, e abandonaria o corre das meninas, se necessário. Jonas disse que estava em contato com um amigo do sul, que lhe avisaria quando a banda saísse da cidade. Jonas, como Kevin, é bem chato. Eu no hotel do Crucified Barbara, e ele ligando o tempo todo.

Houve um momento em que recebi uma nova informação, que dizia que a banda saíra do hotel rumo ao aeroporto. Liguei para Jonas e contei-lhe o que fiquei sabendo. Ele respondeu que seu amigo lhe disse que a banda nem saiu do hotel ainda. Tranquilizado, concentrei-me no corre do Crucified Barbara. Eu estava no Linson, a 5 minutos de carro do Emiliano. Leo estava conosco, logo tínhamos carro à disposição se fosse necessário correr para lá.

Após o corre do Crucified Barbara ser completado com sucesso, como não havia novas informações, retornamos para casa. De noite, Jonas ligou, dizendo que estava muito nervoso com a proximidade do corre. Contou que, de tarde, resolveu sair de casa para esfriar a cabeça e que, por acaso, estava em frente ao Emiliano quando o Kiss chegou. Fiquei simplesmente sem reação. Como assim, alguém sai para esfriar a cabeça passeando em frente ao Emiliano?! Esse filho da puta do Jonas nos enganou, caímos como patos.

Não bastasse todo seu histórico de imbecilidade, como no dia em que "atropelou" Sheila, que estava usando um robofoot, apenas para chegar primeiro em A.J. Pero, no corre do Twisted Sister; ou no dia em que saiu carregado por dois seguranças, berrando como uma menininha, balançando as perninhas no ar, ao tentar chegar em Steven Tyler, no corre do Aerosmith; ou no dia em que chegou com Anebelle no corre do Saxon... Agora mais essa!

Jonas testou a minha amizade e a da Sheila a todos os limites, estava na hora de colocar um basta definitivo. Portanto, desse dia em diante, o excluí e bloqueei de tudo. Até falo com ele quando o encontro em corres, ele sempre fala em reatar a amizade, mas jamais conseguirá.

Esse corre do Crucified Barbara foi em 2012. Depois disso, saímos na porrada em 2013, ele conseguiu estragar um hotel que era tão bom com fãs, o Meliá Jardim Europa, que adotou políticas anti-fãs depois que ele chegou bêbado e causou com hóspedes, no corre do Testament, em 2016. No mesmo 2016, puxou o cabelo de Steven Tyler, no ano seguinte estragou completamente o corre do Ace Frehley. Graças a Deus ele vai a poucos corres mas, quando vai, geralmente estraga, é um imbecil completo.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Edguy e Slash

Slash já é um cara difícil, quase inacessível, ainda tive que aguentar um bando de retardados que se concentrou em frente ao hotel, cerca de 30 fãs cantando músicas do Guns, fala sério! Mas eu tinha uma carta na manga, fruto da experiência de corres anteriores: eu sabia onde ele jantaria naquela noite. Então, chamei Sheila e Larissa, que estavam comigo, e fomos somente nós para a churrascaria. Chegando lá, bingo! O carro que saíra do hotel pouco antes, em meio à cantoria dos fãs, estava no estacionamento.

Decidimos ficar bem em frente à porta de entrada e saída do lugar, não haveria como não dar de cara com ele. E foi exatamente o que aconteceu: quando saiu, o chamei, e mostrei a foto, dando a entender que gostaria de um autógrafo. Ele virou e fez um sinal para que eu me aproximasse, autografou minha foto e os dois CDs de Larissa. Sheila não tinha nada para autografar, então pediu uma foto e ele negou. Ela insistiu, dizendo que poderia ser uma única foto com os 3. Ele deu aquela vacilada, estava quase aceitando, quando foi empurrado para dentro do veículo que o aguardava pelo segurança.


Fica a pergunta: segurança chato? Não! Exceto raras exceções, ele apenas cumpre ordens, é tudo encenação. Já soube de artistas que disseram ao segurança "se algum fã me abordar eu vou atender, mas você está fudido!". Ou seja, não quer atender, mas também não quer se passar por mala. Então quem passa por mala é o segurança. Mais uma vez: existem exceções, existe segurança que é babaca trabalhando com qualquer artista, em qualquer situação.

Marcelo Zava sempre conta:

"No corre do Tears for Fears, eu, Kevin, Leandro Caíque, Deca e Bono estávamos na porta principal do Hilton e o Orzabal saiu pela lateral. Nós corremos e chamamos, ele viu e ignorou. Aí peguei o carro e corremos. Estava muita chuva, e eu caí pra pista expressa, eles ficaram na local e pegaram trânsito. Fui pela Dutra e eles pela Ayrton Senna. Quando cheguei no trevo, onde as duas rodovias se juntam, eles passaram e eu colei. Quando descemos do carro, o segurança (velho conhecido de quem faz corres), nos viu e falou "não acredito!!!", com cara de bravo. Orzabal não queria atender, mas falamos "Você não vai nos atender?! Olha o nosso estado, estamos todos molhados", aí ele atendeu. Depois que os caras entraram pra sala de embarque, o segurança veio até nós e disse "Bora tomar um café?".

Retomando a estória, retornamos ao hotel e conseguimos chegar antes que Slash o que, teoricamente, é impossível, já que ele estava na nossa frente. Com certeza passou em algum outro lugar antes de retornar. A van com a banda chegou antes, e os músicos pararam para nos atender. O problema é que eles fizeram "boi de piranha". Enquanto a banda atendia, Slash passou às nossas costas, sem que ao menos percebêssemos, até que fosse tarde demais para tentar aborda-lo. 

Ainda assim, os músicos, especialmente Todd Kerns, foram gente finíssima. O hotel tem um corredor um pouco longo que conduz à porta giratória que dá acesso às áreas internas. Após atender a todos, ele já estava na metade do caminho, quase na porta, quando uma fã de última hora atravessou a rua,  berrando pelo nome dele, que parou e retornou para atende-la. A bem da verdade: pouquíssimos músicos fariam isso, mesmo os que são conhecidos por ser legais. Ponto para ele!

Todd Kerns, gente finíssima, baixista do Slash
Frank Sidoris, guitarrista do Slash

Na mesma noite, ainda conseguimos uma foto com Tobias Sammet, do Edguy.

Não sabe o porquê dessa mancha na cara dele? Clique aqui e saiba

No dia seguinte, eu e Larissa tentamos no Espaço das Américas, mas conseguimos apenas uma foto com Jens Ludwig, do Edguy, que saiu para fumar um cigarro enquanto rolava a apresentação do Slash. Para mim, foi um corre bem decepcionante. Eu não esperava conseguir uma foto com o Slash, já sabia que ele é chato, mas esperava ao menos conseguir as fotos com todos os integrantes do Edguy e também uma foto com Miles Keneddy, vocalista da banda do Slash e do Alter Bridge. Ficou para uma próxima ocasião.

Jens Ludwig, guitarrista e co-fundador do Edguy

domingo, 28 de outubro de 2012

Paulo Maluf

Uma coisa que assumo com muito orgulho: sempre fui malufista. Maluf era um político à moda antiga, eram outros tempos, onde um pouco de corrupção era aceitável. Apenas entenda: todos roubavam, mas apenas Maluf fazia. Não está convencido?! Vamos lá:
  1. Foi responsável pelas obras de 78 pontes, viadutos, pontilhões e túneis nos dois mandatos como prefeito
  2. Construiu boa parte das vias que integram as marginais Tietê e Pinheiros a ainda mais de 30 importantes avenidas na capital
  3. O complexo viário José Roberto Fanganiello Melhem, que liga as avenidas Rebouças, Paulista e Doutor Arnaldo foi construído durante a primeira passagem de Maluf pela prefeitura paulistana
  4. Uma das obras de Maluf é o Minhocão, que liga o centro de São Paulo à zona oeste, em 3,4 km de extensão
  5. A avenida Brigadeiro Faria Lima foi uma das obras feitas por Maluf
  6. Como prefeito, Maluf também deu início ao projeto Cingapura, de urbanização de favelas
  7. Na segunda passagem pela prefeitura, Maluf construiu a avenida Água Espraiada, com 17 km de extensão, ligando a marginal Pinheiros ao Jabaquara. A obra também incluiu um piscinão para evitar inundações
  8. Na segunda passagem pela prefeitura, Maluf construiu o complexo viário Ayrton Senna, um conjunto de túneis sob o Parque Ibirapuera, na zona sul
  9. Foi também nessa gestão que Maluf construiu o piscinão do Pacaembu para conter inundações na região
  10. Maluf canalizou 26 córregos na periferia da cidade
  11. No centro da capital, Maluf revitalizou o terminal Bandeira, que havia passado cerca de 20 anos com uma estrutura improvisada. O novo local foi inaugurado em 1996, integrado à estação Anhangabaú do Metrô
  12. Maluf deu andamento às obras da rodovia dos Imigrantes, que liga o planalto paulista à baixada santista, quando era secretário de Transportes. A pista norte foi entregue em 1976 e se tornou uma alternativa à já sobrecarregada rodovia Anchieta
  13. Quando Maluf ocupava a Secretaria Estadual dos Transportes, ocorria a construção da primeira linha de metrô, inaugurada em 1974, no último ano dele à frente da pasta. O trecho inicial da linha Azul ia do Jabaquara à Vila Mariana e no ano seguinte foi estendido até a praça da Sé, no centro
  14. No governo do Estado, Maluf foi responsável pela expansão do maior sistema de abastecimento de água da Grande SP: o Cantareira. Ele fez as duas principais represas (Jaguari-Jacareí), acrescentando 22 mil litros de água por segundo ao sistema
  15. Como governador, construiu a Rodovia dos Trabalhadores (renomeada em 1994 como "Rodovia Ayrton Senna"), a Rodovia Mogi-Bertioga, a Ponte do Mar Pequeno, o Terminal Rodoviário Governador Carvalho Pinto (conhecido como Terminal Rodoviário do Tietê) e, em parceria com o Ministério da Aeronáutica, o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (renomeado em 1999 como Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, concluído após o fim de sua gestão, em 1985). Iniciou as usinas hidrelétricas de Nova Avanhandava, Porto Primavera, Taquaruçu, Três Irmãos e de Rosana. Inaugurou e equipou o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
Somente obras "faraônicas", mas tente imaginar São Paulo sem elas, simplesmente não seria a cidade que é. Hoje, os políticos discutem bobagens como desativação do Minhocão para construção de um parque, ou até mesmo a demolição. Vão enfiar o trânsito da região onde, no rabo?! Eu prefiro acreditar que São Paulo não tem prefeito desde 1996.

Pitta, Marta Suplicy, Serra, Kassab, Haddad, Doria e Bruno Covas, são todos piadas de muito mal gosto. Provavelmente, se somar todos, não se atinja o número de obras de um único mandato de Maluf. Há entre esses nomes, algum honesto? É pouco provável mas, se houver, fez o que? Dormiu?! Quais são suas obras?! Basta uma pesquisa no Google com o nome do prefeito + a palavra "condenado" para ver a lista com a série de delitos cometidos pelos citados (eu facilitei para você, basta clicar no nome do prefeito acima, para verificar suas condenações).

Já que no chatíssimo mundo de hoje é necessário explicar tudo nos mínimos detalhes, é claro que todos os prefeitos deixaram uma obra ou outra. Mas é certo que não chegaram perto da dimensão ou da importância da maioria das obras de Maluf.  Ou seja, é demagógico e hipócrita afirmar que Maluf rouba. É claro que rouba! Mas quem não rouba? Ao menos Maluf deixou um legado, suas obras estão aí, firmes e fortes até hoje. Algumas não caem nem mesmo com explosão. Qual é o legado de quem o sucedeu? Faz-me rir!

Portanto, era um sonho conhecer o homem que definitivamente mudou para melhor o destino de minha cidade. Quando comecei a frequentar o aeroporto de Congonhas, conheci Ricardo Ramalho, que me disse que Maluf desembarcava costumeiramente às quintas-feiras. Fui sete quintas-feiras consecutivas, mas ele não desembarcou. O jeito foi mudar a estratégia. Pareceu uma boa ideia descobrir onde Maluf votava e ir até lá em um dia de eleição. Essa é uma informação pública, constante no próprio perfil dos candidatos no site do TSE, logo não foi difícil descobrir que Maluf votava na Faculdade de Engenharia de São Paulo (Fesp), nos Jardins. Uma pesquisa no Google revelou que, em eleições passadas, ele costumava aparecer para votar de manhã, por volta das 09:30 hs.

Eu e Sheila chegamos por volta das 08:30 hs e aguardamos. Pouco depois das 09:00 hs, Maluf estacionou seu Porsche bem em frente ao local de votação. Ao descer do veículo, foi abordado por "repórteres" de algum programa bobagento da época, como Pânico ou CQC. Ele até os atendeu mas, ao perceber que não seria uma entrevista séria, caminhou para a sessão eleitoral. Ele passou por nós e apenas o cumprimentamos. Os tais "repórteres" não desgrudavam. Quando ele saiu, ainda com eles em seu encalço, eu disse para Sheila que era agora ou nunca. Maluf caminhava conversando com um deles, quando interrompi, dizendo que gostaria de tirar uma foto com ele. Ele aceitou, mas perguntou o que significava a palavra escrita em minha camiseta. Era Zildjian, uma marca de pratos para bateria. Será que ele achava que Zildjian seria um xingamento ou algo assim?!


Pode acreditar: Maluf é um dos pouquíssimos políticos com quem eu tiraria foto. Já encontrei ao acaso com Luiza Erundina, Eduardo Suplicy, Marta Suplicy, José Serra, Gilberto Kassab, Fernando Haddad, Marcelo Crivella, Celso Russomanno e muitos outros, nem reagi. Tirei foto com Geraldo Alckin e João Doria, não por admira-los mas, numa época em que os ânimos de petistas e anti-petistas estavam acirrados, se uma foto com eles irritasse os petistas, eu tiraria sem pensar duas vezes. Também já tirei fotos com políticos que acreditei serem merecedores de meu voto ou confiança, mas que se revelaram uma completa decepção, como Joice Hasselmann e Flavio Bolsonaro. Tiririca e Sergio Reis, tirei mais pelo que fizeram na música do que na política. Por outro lado, tenho orgulho demais de minhas fotos com Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, esses me representam completamente, até que algo prove o contrário. Se um dia isso acontecer, pode ter certeza de que não serei retardado de participar de manifestações "Bolsonaro livre" ou algo assim.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Richie Ramone + Marky Ramone

Carlos fazia corres há quase 30 anos, então tem fotos com todos os Ramones, incluindo os falecidos Joey, Dee Dee e Johnny. Eu fazia corres há apenas 4 anos, e restavam 5 Ramones vivos (isso em 2012, Tommy faleceu em 2014). Esse dia seria minha chance de conhecer dois, os bateristas Richie e Marky. Talvez fosse um pouco surreal, mas ambos estavam em São Paulo, cada um com a sua própria banda. Natural, já que eles se odeiam e sempre se criticaram publicamente.

Logo cedo, eu, Jonas, Felipe Godoy e Raphael "Disposto" fomos ao Braston da rua Martins Fontes, e aguardamos pela chegada de Richie, que estava a caminho do aeroporto. Entre os músicos que compunham a banda, havia um que era bastante interessante, pois tocou no Warlock com Doro Pesch: Tommy Bolan. O japonês Jiro Okabe completava o trio. Quando chegaram, todos foram simpáticos e tudo se resolveu muito rapidamente.

Richie Ramone, gravou 3 álbuns com os Ramones
O guitarrista Tommy Bolan integrou a formação original do Warlock
O baixista Jiro Okabe é sempre um cara legal com os fãs
Tão logo o primeiro corre terminou e já inicamos o segundo. Marky estava hospedado no hotel Paulista Wall Street, na rua Itapeva. Seguimos para lá, onde ganhamos a companhia de Alvaro e da cuidadora de idosos. Alvaro não estava tão interessado em conhecer Marky. Fã de Misfits, aproveitou o fato do vocalista Michale Graves integrar o Marky Ramone's Blitzkrieg.

Para ser sincero, eu não conhecia os demais integrantes, então meu foco era apenas Marky e Michale Graves. Os outros músicos poderiam passar em minha frente um milhão de vezes, que certamente eu não seria capaz de reconhece-los. Ainda conseguimos um bônus, o baterista Tony White, do Chrome Division, que se apresentaria no mesmo evento. Eu não o reconheci, mas Raphael sim. Mais uma vez foi tudo muito fácil. Hotel de boa, onde os funcionários não ficam enchendo nosso saco, e músicos mais de boa ainda.

Tony White, baterista do Chrome Division
Michale Graves, vocalista do Marky Ramone's Blitzkrieg, ex Misfits
O baterista Marky Ramone é considerado integrante da formação clássica dos Ramones
Mesmo ainda sem saber, esse foi o último corre que fiz com Jonas e com a cuidadora de idosos. O que aconteceu logo depois, a partir dos corres do Kiss e do Robert Plant, tornou inviável qualquer tipo de relação minimamente amistosa. Houveram brigas que se tornaram, especialmente para eles, algo extremamente pessoal. Para mim, é treta de corre. Mas eles preferiram levar a outro nível.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

G3

Enquanto o G3 não chegava, eu, Sheila, Jonas e Estéfano tirávamos fotos com os bônus que desembarcavam em Congonhas. O primeiro deles foi a sempre simpaticíssima atriz Deborah Evelyn. Já a encontrei ao menos 3 vezes, ela sempre foi absurdamente legal, muito acima da média. Nesse dia, quando Jonas a abordou, ela disse "Você fica sempre aqui tirando foto com famosos, né? Eu me lembro de você!".

Na verdade, tínhamos conseguido fotos com ela duas semanas antes, quando realmente estávamos congonhando a toa, mas agora estávamos ali esperando pelo G3. De qualquer forma, ela zuou o Jonas, adorei! Eu mesmo só participei da abordagem porque tinha revelado a foto tirada na primeira ocasião, então queria o autógrafo.

Já encontrei Deborah Evelyn ao menos 3 vezes, ela sempre foi absurdamente legal, muito acima da média

Na sequência, passou a atriz Tânia Alves, o cantor Jair Rodrigues e a atriz Flávia Monteiro, do eterno "A Menina do Lado" (nem venha falar de pedofilia, pois eu e ela temos a mesma idade; logo, quando ela estava nua na telona com 14 anos, eu também tinha 14). Jair, que morreu menos de dois anos depois, foi mega gente boa. Estava bem claro que eu não era fã dele, mas mesmo assim já chegou brincando, naquele jeitão que todo mundo via na TV, era um cara autêntico, bem diferente daquele que diz no palco que somos uma família, blood brothers, mas fora dele foge dos fãs como o diabo foge da cruz.

Tania Alves
Fiquei chateado quando soube que Jair Rodrigues faleceu, era um cara legal
Flavia Monteiro, a eterna Menina do Lado

Em seguida, desembarcou o ator Thiago Lacerda. Não foi a primeira nem a última vez que eu vi. Ele é enorme (de acordo com o Google, tem 1,96m) e passa que nem um touro brabo, é difícil faze-lo parar. Não interage, apenas balança a cabeça, tira uma foto e já sai correndo, é bizarro. Nesse dia, Sheila e Léo conseguiram uma foto com ele, eu nem fiz questão, tanto que não tenho até hoje.

O cantor do Biquíni Cavadão, Bruno Gouveia, desembarcou e veio direto falar conosco. Ele não nos conhecia, mas percebeu o óbvio, disse que quem estávamos esperando já estava desembarcando, e mostrou no celular a foto que tirou com Joe Satriani. Sheila aproveitou o gancho e pediu para tirar uma foto com ele segurando o celular com a foto com Joe. Não sei porque não fiz o mesmo, não curto Biquini Cavadão, mas ele foi tão gente boa, que realmente não sei porque não. 

Bruno Gouveia do Biquíni Cavadão e Sheila

Na sequência, o G3 desembarcou. Para nossa surpresa, apenas os músicos, nenhum segurança os acompanhava, e não havia nenhuma van esperando por eles. Então, todos foram para a área externa, próxima ao desembarque - nessa época era permitido que vans parassem para embarcar bandas, hoje é proibido. Sendo assim, o corre em si foi mega tranquilo, todos os músicos atenderam de boa. Finalmente completei o Dream Theater - faltava o Mike Mangini, que não consegui dois meses antes.

Enfim conheci Joe Satriani, sou muito fã
Steve Morse, do Deep Purple, era um dos guitarristas dessa formação do G3
John Petrucci, do Dream Theater, era o guitarrista que finalizava esta formação do G3
Os músicos não estavam fazendo nada mesmo, aproveitei para tirar mais uma foto
Dave LaRue foi o baixista que excursionou com o G3
Mike Mangini, baterista do Dream Theater, completava a banda de apoio

O corre acabou, mas ficamos por perto. Queríamos poder ajudar se o transporte deles não aparecesse. Incrivelmente, realmente ajudamos. Uma molecada aleatória desembarcou, eram fãs que reconheceram Joe Satriani, foram "voando" para cima dele, prontos para cerca-lo. Quando vimos, eu e Léo nos colocamos na frente, impedindo. Pedimos para eles se acalmarem e ir um de cada vez. Só então permitimos. Acredite se quiser, mas nesse dia os seguranças fomos nós! Logo depois a van chegou, e os músicos seguiram seu caminho até o hotel.