sábado, 24 de novembro de 2012

Arch Enemy

Parecia um corre simples, era só ir ao hotel, conseguir as fotos e fim, mas não foi o que aconteceu. Quando tivemos a confirmação de que a banda chegou no aeroporto, já que alguns amigos tentaram lá, Leo saiu da casa dele, em Guarulhos, passou em casa, e seguimos para o hotel, Meliá Jardim Europa. Embora tenhamos chegado cedo, naquela noite conseguimos encontrar somente Nick Cordle, Sharlee D'Angelo e Michael Amott, não houve sinal de Daniel Erlandsson ou Angela Gossow.

Nick Cordle, então guitarrista do Arch Enemy. Ele saiu da banda em 2014
Sharlee D'Angelo, baixista do Arch Enemy
Michael Amott, guitarrista do Arch Enemy

Eu, Leo, Sheila, Sara e Karina passamos algumas horas esperando no hall, sem conseguir ver os dois músicos faltantes. Como nada acontecia, comecei a mostrar para Karina fotos da época em que Leo passava chapinha no cabelo, ela rachou o bico. Isso rendeu ao Leo o apelido de "Chapinha", pelo qual é conhecido até hoje.

Estávamos sentados bem em frente aos três elevadores do hotel, quando um hóspede chegou, apertou o botão e esperou em frente ao terceiro, sem perceber que o primeiro chegou e abriu a porta. Como o elevador não chegava nunca - pois já estava lá, sem que ele se desse conta - ele, impaciente, apertou várias vezes o botão antes de perceber a porta aberta. Quando percebeu, tentou entrar, mas o elevador fechou a porta e ele tomou um tranco. Foi engraçado, mas a sempre escandalosa Karina explodiu de dar risada.

Percebendo que nada mais aconteceria naquele dia, decidimos ir embora, para retornar no dia seguinte cedo. No caminho, na rua de acesso entre a Marginal Pinheiros e a Avenida Eusébio Matoso, Leo estava parado, aguardando por uma oportunidade para entrar na via, quando sentimos o impacto. Um carro, conduzido por um moleque bem playboyzinho, bateu na traseira do carro de Leo. Nunca vou esquecer a cara de pânico dele e da namorada, quando viram que, do nosso carro, desceu um monte de cabeludo com cara de mau. 😆😆

Aquele não foi um bom dia para Leo. O pai dele enviava uma mensagem atrás da outra, desesperado porque o PCC fez ameaças de que fuzilaria qualquer um que estivesse na rua após o anoitecer. Leo não apenas estava, como ainda voltaria para casa com o carro batido.

Karina e Sara dormiram em casa, no quarto de hóspedes. Leo não poderia nos buscar na manhã seguinte, então nos viramos e fomos de táxi logo cedo, por volta de 07:30. A ideia era conseguir Daniel e Angela quando aparecessem para tomar café da manhã. Daniel deu as cara somente por volta das 10:30 hs, justamente no horário em que o café parava de ser servido. Será que veríamos Angela somente quando a banda saísse para almoçar?!

Daniel Erlandsson, baterista do Arch Enemy

Foi uma longa tarde, sem que absolutamente nada acontecesse. Angela só apareceu às 17:00 hs, quando a banda estava de saída para o show. A menos que tenha pedido comida no quarto, não jantou no dia anterior, não tomou café da manhã, não almoçou, não foi passar som, simplesmente ficou 24 horas trancada no quarto.

Já me hospedei em alguns hotéis por causa de bandas, hotéis bem melhores do que esse, e jamais o quarto foi tão bom para que eu decidisse permanecer recluso mais do que o tempo necessário para dormir. Fico pensando como pode existir artista tão apegado a ficar no quarto, sem sair para nada. A menos que tenha curtido a piscina ou a academia, foi o que ela fez.

Como iniciamos o corre por volta das 17 hs do dia anterior, quando Leo passou em casa, e como uma noite com Karina e Sara em casa não foi exatamente uma noite de sono bem dormida... eu estava no ar há bem mais que 24 horas. Acho que é possível notar isso em minha expressão quando tirei a foto com Angela.


Valeu a pena esperar? Sim, é claro! Angela nunca retornou ao Brasil pois, em 2014, anunciou o encerramento de sua participação como vocalista do Arch Enemy, dando lugar a Alissa White-Gluz. Ela continuaria trabalhando na banda, cuidando dos negócios exclusivamente como empresária. Se eu tivesse desistido, pensado "na próxima vez que a banda vier ao Brasil eu conseguirei", teria perdido para sempre essa oportunidade.

Essa estória é dedicada àqueles que acham que corre é fácil, que é chegar e conseguir as fotos sem dificuldade nenhuma. Corres são investimento de tempo e dinheiro. Perdi ao menos 24 horas da minha vida tentando conseguir fotos com o Arch Enemy nesta ocasião, e felizmente consegui. Também gastei uma grana que não deveria para comer alguma coisa e me manter de pé naquele dia. Como dizem por aí: que sorte!


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