domingo, 28 de outubro de 2012

Paulo Maluf

Uma coisa que assumo com muito orgulho: sempre fui malufista. Maluf era um político à moda antiga, eram outros tempos, onde um pouco de corrupção era aceitável. Apenas entenda: todos roubavam, mas apenas Maluf fazia. Não está convencido?! Vamos lá:
  1. Foi responsável pelas obras de 78 pontes, viadutos, pontilhões e túneis nos dois mandatos como prefeito
  2. Construiu boa parte das vias que integram as marginais Tietê e Pinheiros a ainda mais de 30 importantes avenidas na capital
  3. O complexo viário José Roberto Fanganiello Melhem, que liga as avenidas Rebouças, Paulista e Doutor Arnaldo foi construído durante a primeira passagem de Maluf pela prefeitura paulistana
  4. Uma das obras de Maluf é o Minhocão, que liga o centro de São Paulo à zona oeste, em 3,4 km de extensão
  5. A avenida Brigadeiro Faria Lima foi uma das obras feitas por Maluf
  6. Como prefeito, Maluf também deu início ao projeto Cingapura, de urbanização de favelas
  7. Na segunda passagem pela prefeitura, Maluf construiu a avenida Água Espraiada, com 17 km de extensão, ligando a marginal Pinheiros ao Jabaquara. A obra também incluiu um piscinão para evitar inundações
  8. Na segunda passagem pela prefeitura, Maluf construiu o complexo viário Ayrton Senna, um conjunto de túneis sob o Parque Ibirapuera, na zona sul
  9. Foi também nessa gestão que Maluf construiu o piscinão do Pacaembu para conter inundações na região
  10. Maluf canalizou 26 córregos na periferia da cidade
  11. No centro da capital, Maluf revitalizou o terminal Bandeira, que havia passado cerca de 20 anos com uma estrutura improvisada. O novo local foi inaugurado em 1996, integrado à estação Anhangabaú do Metrô
  12. Maluf deu andamento às obras da rodovia dos Imigrantes, que liga o planalto paulista à baixada santista, quando era secretário de Transportes. A pista norte foi entregue em 1976 e se tornou uma alternativa à já sobrecarregada rodovia Anchieta
  13. Quando Maluf ocupava a Secretaria Estadual dos Transportes, ocorria a construção da primeira linha de metrô, inaugurada em 1974, no último ano dele à frente da pasta. O trecho inicial da linha Azul ia do Jabaquara à Vila Mariana e no ano seguinte foi estendido até a praça da Sé, no centro
  14. No governo do Estado, Maluf foi responsável pela expansão do maior sistema de abastecimento de água da Grande SP: o Cantareira. Ele fez as duas principais represas (Jaguari-Jacareí), acrescentando 22 mil litros de água por segundo ao sistema
  15. Como governador, construiu a Rodovia dos Trabalhadores (renomeada em 1994 como "Rodovia Ayrton Senna"), a Rodovia Mogi-Bertioga, a Ponte do Mar Pequeno, o Terminal Rodoviário Governador Carvalho Pinto (conhecido como Terminal Rodoviário do Tietê) e, em parceria com o Ministério da Aeronáutica, o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (renomeado em 1999 como Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, concluído após o fim de sua gestão, em 1985). Iniciou as usinas hidrelétricas de Nova Avanhandava, Porto Primavera, Taquaruçu, Três Irmãos e de Rosana. Inaugurou e equipou o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
Somente obras "faraônicas", mas tente imaginar São Paulo sem elas, simplesmente não seria a cidade que é. Hoje, os políticos discutem bobagens como desativação do Minhocão para construção de um parque, ou até mesmo a demolição. Vão enfiar o trânsito da região onde, no rabo?! Eu prefiro acreditar que São Paulo não tem prefeito desde 1996.

Pitta, Marta Suplicy, Serra, Kassab, Haddad, Doria e Bruno Covas, são todos piadas de muito mal gosto. Provavelmente, se somar todos, não se atinja o número de obras de um único mandato de Maluf. Há entre esses nomes, algum honesto? É pouco provável mas, se houver, fez o que? Dormiu?! Quais são suas obras?! Basta uma pesquisa no Google com o nome do prefeito + a palavra "condenado" para ver a lista com a série de delitos cometidos pelos citados (eu facilitei para você, basta clicar no nome do prefeito acima, para verificar suas condenações).

Já que no chatíssimo mundo de hoje é necessário explicar tudo nos mínimos detalhes, é claro que todos os prefeitos deixaram uma obra ou outra. Mas é certo que não chegaram perto da dimensão ou da importância da maioria das obras de Maluf.  Ou seja, é demagógico e hipócrita afirmar que Maluf rouba. É claro que rouba! Mas quem não rouba? Ao menos Maluf deixou um legado, suas obras estão aí, firmes e fortes até hoje. Algumas não caem nem mesmo com explosão. Qual é o legado de quem o sucedeu? Faz-me rir!

Portanto, era um sonho conhecer o homem que definitivamente mudou para melhor o destino de minha cidade. Quando comecei a frequentar o aeroporto de Congonhas, conheci Ricardo Ramalho, que me disse que Maluf desembarcava costumeiramente às quintas-feiras. Fui sete quintas-feiras consecutivas, mas ele não desembarcou. O jeito foi mudar a estratégia. Pareceu uma boa ideia descobrir onde Maluf votava e ir até lá em um dia de eleição. Essa é uma informação pública, constante no próprio perfil dos candidatos no site do TSE, logo não foi difícil descobrir que Maluf votava na Faculdade de Engenharia de São Paulo (Fesp), nos Jardins. Uma pesquisa no Google revelou que, em eleições passadas, ele costumava aparecer para votar de manhã, por volta das 09:30 hs.

Eu e Sheila chegamos por volta das 08:30 hs e aguardamos. Pouco depois das 09:00 hs, Maluf estacionou seu Porsche bem em frente ao local de votação. Ao descer do veículo, foi abordado por "repórteres" de algum programa bobagento da época, como Pânico ou CQC. Ele até os atendeu mas, ao perceber que não seria uma entrevista séria, caminhou para a sessão eleitoral. Ele passou por nós e apenas o cumprimentamos. Os tais "repórteres" não desgrudavam. Quando ele saiu, ainda com eles em seu encalço, eu disse para Sheila que era agora ou nunca. Maluf caminhava conversando com um deles, quando interrompi, dizendo que gostaria de tirar uma foto com ele. Ele aceitou, mas perguntou o que significava a palavra escrita em minha camiseta. Era Zildjian, uma marca de pratos para bateria. Será que ele achava que Zildjian seria um xingamento ou algo assim?!


Pode acreditar: Maluf é um dos pouquíssimos políticos com quem eu tiraria foto. Já encontrei ao acaso com Luiza Erundina, Eduardo Suplicy, Marta Suplicy, José Serra, Gilberto Kassab, Fernando Haddad, Marcelo Crivella, Celso Russomanno e muitos outros, nem reagi. Tirei foto com Geraldo Alckin e João Doria, não por admira-los mas, numa época em que os ânimos de petistas e anti-petistas estavam acirrados, se uma foto com eles irritasse os petistas, eu tiraria sem pensar duas vezes. Também já tirei fotos com políticos que acreditei serem merecedores de meu voto ou confiança, mas que se revelaram uma completa decepção, como Joice Hasselmann e Flavio Bolsonaro. Tiririca e Sergio Reis, tirei mais pelo que fizeram na música do que na política. Por outro lado, tenho orgulho demais de minhas fotos com Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, esses me representam completamente, até que algo prove o contrário. Se um dia isso acontecer, pode ter certeza de que não serei retardado de participar de manifestações "Bolsonaro livre" ou algo assim.