quarta-feira, 28 de julho de 2021

Rayssa Leal, a Fadinha do Skate (fail)

Com apenas 13 anos, Rayssa Leal participou das Olimpíadas de Tóquio, conquistando a medalha de prata no street feminino de skate. Como foi uma das primeiras modalidades finalizadas da Olimpíada, Rayssa foi uma das primeiras a retornar ao Brasil. Monitorei cuidadosamente sua saída de Tóquio até sua conexão em Frankfurt.

Isso significa que teria que passar a noite no aeroporto, pois o voo chegaria ainda de madrugada, às 04:55hs. Também significava que ninguém me acompanharia esta noite. Se fosse alguma banda, talvez até tivesse a companhia de Carlos e/ou Jéssica, mas por skatista não. Recebi três encomendas de fotos autografadas por Rayssa, era pelo menos 300,00 reais em jogo, então claro que faria a tentativa.

O que eu não contava era com a presença maciça de cinegrafistas e repórteres, que foram contra a  orientação veículada pela imprensa de "fique em casa" e "evite aglomeração". É o famoso "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Para dar o furo, eles fazem qualquer coisa. Apenas lembrando que a maioria dos que lá estavam, pelo critério preferencial que levava em conta a idade, a grande maioria dos profissionais ainda não estava vacinada.

04:27hs: a aglomeção de profissionais da imprensa começou

Para tentar organizar, um dos seguranças do aeroporto comunicou que Rayssa passaria por uma área especialmente montada para a ocasião, o que provocou correria para ver quem chegava primeiro à tal àrea.

Mais aglomeração da turma que mandava ficar em casa e não aglomerar

Ao menos o segurança falou a verdade para a imprensa, pois Rayssa realmente apareceu na área reservada. Lembre-se, estamos falando de uma menina de 13 anos que encarava pela primeira vez o sucesso profissinal, ela parecia completamente intimidada em ser o foco da atenções. Só andou um pouquinho de skate após muitos pedidos da imprensa. Ela ficou pouco tempo, e retornou para o mesmo portão que apareceu. Os jornalistas se deram por satisfeitos e graças a Deus foram embora.

Meu instinto dizia que, após falar com a imprensa, Rayssa usaria o elevador da área reservada para subir ao andar seguinte e ser encaminhada ao portâo de embarque nacional. Sozinho e com sono, não tomei a decisão correta e simplesmente admiti a derrota: seria impossível falar com Rayssa desta vez. Mas foi exatamente o que aconteceu: após a debandada dos repórteres e cinegrafistas, a Fadinha realmente usou o elevador, como previ, e foi escoltada por seguranças do aeroporto em um longo percurso ao portão de embarque nacional. Se eu tivesse seguido minha intuição, mesmo escoltada, ela provavelmente pararia quando visse que eu queria apenas autógrafos.

Após retornar à mesma porta que usou para encarar os repórteres, simplesmente desisti. Enquanto havia debandada geral de profissionais da imprensa, caminhei calmamente para o terminal 2. Parei um tempo no portão de embarque para ver se conseguia reconhecer mais alguém. Talvez a desta vez não tão badalada Letícia Bufoni - eu não sabia que ela não morava no Brasil. Enquanto monitorava, vi Rayssa se aproximar cercada por alguns seguranças. Broxado, não a chamei, mas tive que encarar esse erro logo depois. Assim que passou a passagem para o próximo voo na catraca, Rayssa foi assediada por passageiros comuns e atendeu a todos. 😲 Essa foi para mim uma lição aprendida de uma forma dura.

Broxado, admiti a derrota, mas em segundos teria a lição de que não deveria ter desistido tão fácil
Aqui é possível ter uma ideia melhor de quantos seguranças escoltaram Rayssa, se vê ao menos quatro na imagem

Felizmente, consegui ver Rayssa, conseguindo foto e autógrafos, pouco mais de um mês depois, e literalmente ao lado de casa. Essa foi uma noite que eu deveria ter ficado em casa, mas ao menos serviu para me ensinar uma lição, um erro que não cometerei novamente.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Jogadores do Palmeiras - Parte VI

Eu e Denis retornamos ao CT do Palmeiras, mas desta vez abordamos somente o recém contratado lateral esquerdo Jorge, e Borja, que retornou de empréstimo ao Junior Barranquilla. Foi nossa sorte, pois poucos dias depois o Palmeiras oficializou um novo empréstimo do atacante, desta vez para o Grêmio, o que, como torcedores, nos deixou bastante putos, já que acreditávamos que o artilheiro da Libertadores ainda tinha lenha para queimar no Palmeiras e estaria mais experiente nesta segunda passagem. Fazer o que, né? Teríamos que nos contentar com Deyverson. Ah se eu soubesse como seria a final da Libertadores 2021, talvez não tivesse xingado tanto o Deyvin...

Eu botava muita fé na segunda passagem de Borja pelo Palmeiras, que infelizmente não aconteceu
Jorge foi contratado com Piquerez para suprir a venda de Matías Viña ao Roma, e de Lucas Esteves, emprestado ao Colorado Rapids

sábado, 24 de julho de 2021

Fabio Jr

Mais um corre que fiz apenas para ajudar Anebelle, porque realmente não estava minimamente interessado. "É o que tem pra hoje", é o que ela dizia toda vez que sugeria algum corre esquisito durante a pandemia. Alguns amigos, como Marcelo Zava, já fizeram o corre antes, e todos disseram a mesma coisa: Fabio Junior não aparece na passagem de som, somente vai à casa de shows quando o show já está pra começar.

Adiantou avisar isso pra doida? Não era nem 13:00hs e ela já estava buzinando e berrando na porta de casa. Fui, mas avisei que acontecesse o que acontecesse, retornaria para assistir ao jogo do Palmeiras pela Libertadores contra o Universidad Catolica (1x0, gol de Marcos Rocha). E assim foi, passamos a tarde toda parados que nem idiotas no estacionamento do Espaço das Américas e nada aconteceu. Quando a hora do jogo se aproximou, fui para casa.

Durante o intervalo, ela contou que conseguiu uma foto com Fiuk (filho do Fábio Jr), mas que Fabio Jr veio de carro, que entrou direto no Espaço das Américas, sem oferecer nenhuma chance de abordagem. Um amigo dela contou que viu Simony e uma das filhas de Sílvio Santos chegando para assistir ao show. Por fim, ela perguntou se eu aceitaria voltar para tentar a saída do show. Vamos, né?! Fazer o que?! Ela passou em casa e fomos.

O carro que trouxe Fiuk entrou no Espaço das Américas e saiu poucos minutos depois com os vidros escuros fechados. A seguir, o carro de Fabio Junior, que estava no estacionamento, também entrou. Saiu em seguida, mas Fabio Jr deixou a janela aberta. O motorista não parou. Fiquei à distância apenas observando a cena patética: Anebelle berrando, pedindo para Fabio Jr parar e tirar uma foto. Ele respondeu que não, pois estávamos na pandemia.

O motorista tentou sair pelo portão da Avenida Francisco Matarazzo, que estava fechado, o que o obrigou a passar por nós novamente. A doida continuou o berreiro:

- Fabio, eu estou vacinada. Com a Pfizer!

- Eu também, mas tem que cuidar!

Que naba maravilhosa! 😆 

Logo a seguir, chegaram algumas senhoras do fã clube do Fabio Jr, que nos perguntaram se ele já saiu. Quando confirmamos, nos mostraram dezenas de fotos que têm com ele, garantindo que ele sempre atende todos após os shows - o que eu já sabia - mas que desta vez foi diferente devido à pandemia. 

Restava a consolação, ou seja, tentar Simony e a filha do Silvio Santos (não pergunte qual, realmente não sei). Saímos do estacionamento e passamos por um portão lateral, onde vimos Simony à distância e passamos a segui-la com os olhos. Quando saiu de onde estava conversando com o marido e amigos para ir ao banheiro, fizemos a abordagem. Ela não se importou de tirar fotos e disse "vamos fazer uma coisa, eu fico sem mascara e vocês com, ta bom?". Por mim, estava ótimo! Claro que prefiro sem, mas infelizmente não era possível. Quando retornei para casa e postei a foto no Facebook, um amigo chileno fez o favor de editar a imagem.

Foto original, pandêmica
Foto editada, não pandêmica

Ainda procuramos pela tal filha do Sílvio Santos e demos uma olhada para ver se não encontrávamos mais algum bônus, mas mais nada aconteceu nesta noite.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Hernán Crespo (fail)

Sheila agora tinha um segundo emprego: trabalhava com o namorado em uma barraca de drinks em uma feira que acontecia todas as quinta-feiras à noite, quase em frente ao CT do Palmeiras. Ela enviou uma foto de Crespo, então treinador do São Paulo, que foi à barraca vizinha para encomendar vinho.

Assim como era perto do CT do Palmeiras, era do CT do São Paulo. Sabemos que muitos jogadores moram em prédios próximos, talvez fosse também o caso de Crespo, o que aumentava a possibilidade dele retornar à feira. Comentei com Carlos e decidimos arriscar. Fomos e aguardamos, mas Crespo não apareceu. Era uma feira muito pequena, montada em um estacionamento. Qualquer um conseguiria passar em frente a todas as barracas em dois ou três minutos. Carlos ficou atento quando viu dois tipos "suspeitos", que acreditava que eram os jogadores do São Paulo Benitez e Rigoni. Os seguimos, mas só teve certeza quando os ouviu falando em espanhol e também ao notar uma tatuagem no pescoço de Rigoni.

Fizemos uma abordagem discreta, quando estavam para entrar no carro, estacionado ao lado de uma das barracas. O responsável pela barraca nem tinha percebido, mas quando os abordamos, quis tirar selfies também. Apenas tirei as fotos de Carlos.

Rigoni foi reconhecido pela tatoo no pescoço
Benitez estava mais irreconhecível, mas andando com Rigoni e falando em espanhol, não foi difícil deduzir

Ainda fomos à feira mais pelo menos meia dúzia de vezes, mas nunca mais encontramos jogadores, e muito menos Hernán Crespo. Ao menos nos divertimos, eu comendo pastel de camarão e Carlos com os drinks de Sheila.

Na última vez que fomos, eu estava no CT do Palmeiras com Denis e seguimos direto para a feira, onde encontramos Carlos. A barraca da Sheila não estava montada, no lugar havia outra barraca. Durante as rondas, encontramos Sheila muito puta da vida, dizendo que foi expulsa da feira. Ela chegou a comprar o material para fazer os drinks, mas quando chegou para trabalhar, descobriu que alguém simplesmente pagou um pouco a mais pelo espaço, e ela e o namorado foram sumariamente expulsos, sem mais nem menos.

Puta sacanagem! Isso, entretanto, foi bom para eles, pois nessa época trabalhavam apenas uma vez por semana com drinks, mas desde então arrumaram outras alternativas, fizeram novos contatos e têm sido presença constante em eventos diários, como shows, festivais culinários (como o festival do camarão, que às vezes acontece no Memorial da América Latina), entre outros eventos. O que parecia ruim aumentou em muito o trabalho, e espero, o faturamento.

Jogadores do Palmeiras - Parte V

Quando cheguei em casa após minha mais recente ida ao CT do Palmeiras, escaneei todos os autógrafos que consegui e postei-os em meu perfil do Facebook. Lucas, um amigo de Manaus que também faz corres por lá - mas em ritmo muito menor, pois vão poucos artistas para a cidade - perguntou se eu conseguiria autógrafos de Abel Ferreira e Dudu para ele presentear sua mãe. Queria também os autógrafos de Weverton e Luan, que integraram a equipe campeã olímpica de 2016. Além disso, são paulino, ficou sabendo da iminência do corre do Crespo, ex astro da seleção argentina que atualmente é técnico do São Paulo. Combinamos os valores e consegui uma nova encomenda. 

Por outro lado, comentei com Fabio, que fez a primeira encomenda dos autógrafos dos jogadores, que Mathias Viña estava na iminência de ser negociado com o futebol italiano. Vinã não estava entre os autógrafos que ele encomendou, mas com a nova informação recebi o sinal verde: "ok, consiga o Vinã também". Minhas contas do mês de julho estavam salvas, agora seria possível pagar todas, incluindo as atrasadas. E lá fui eu ao CT novamente, onde meia dúzia de torcedores também aguardava pela saída dos jogadores.

Para minha surpresa, o primeiro a parar foi Lucas Lima. Detestado pela torcida pelo salário altíssimo e péssimo desempenho, nunca parou nas vezes anteriores. Atendeu numa boa. Mas, claro, não levei nada para autografar, já que obviamente meus compradores não queriam nada dele.

Quem não sorriria ganhando muito para não fazer nada?!

Saiu um carro com Luan na direção e Deyverson no banco de passageiro. Luan abriu a janela e disse "estamos indo tomar a segunda dose da vacina de COVID. Quando voltar eu falo com vocês". Foi seguido por duas vans que, acredito, levaram o resto dos jogadores. De fato, todos retornaram depois de algum tempo.

Aguardamos mais um pouco, o primeiro a deixar o local foi Patrick de Paula. Com ele, faltava apenas a foto, que não sei porque não foi tirada na primeira vez que o encontrei.

Patrick de Paula, que bateu o pânalti que garantiu ao Palmeiras o título do Campeonato Paulista 2020

A seguir, uma das gratas revelações da base, o zagueiro Renan. Também tirei apenas foto, pois não tinha nada para ele autografar.

Renan conseguiu se firmar no time titular, era um nome constante nas escalações

Cumprindo sua promessa, Luan parou para nos atender. Entreguei a foto e pedi: "por favor, você pode escrever Para Lucas?". Para minha surpresa, passou um bom tempo escrevendo, quase que fazendo textão: "Para Lucas, um abraço do amigo Luan". Legal!

Luan é gente boa, uma pena que tem o péssimo hábito de falhar em jogos decisivos

Weverton também atendeu ao sair do treinamento. Como já tinha foto com ele, não pedi outra, mas peguei o autógrafo que Lucas encomendou. O mesmo aconteceu com Viña. É um cara legal, se dedicou com a camisa do Palmeiras e sempre parou para atender em todas as vezes que estive no CT. Desejo a ele tudo de bom em sua carreira e em seu novo clube, o Roma


Por fim, uma sequência de jogadores que eu não tinha nada para autografar, então rolou apenas fotos: o atacante colombiano Ivan Angulo, o meio-campista Matheus Fernandes e o lateral Marcos Rocha. Além deles, tirei mais uma foto com o Deyverson, que desta vez saiu do carro para atender. Outros jogadores, como Luiz Adriano, Willian, Rony, Scarpa e Raphael Veiga também pararam para atender, mas não os incomodei, porque já tinha a foto e os autógrafos que precisava com eles.

Angulo já estava com negociações avançadas de empréstimo ao Portimonense de Portugal
Matheus Fernandes acabou de chegar ao time, após uma má sucedida passagem pelo Real Madrid
Marcos Rocha. Ao menos recuperei uma das fotos que perdi em última passagem pelo CT
A ideia era conseguir uma foto melhor com Deyverson, mas não ficou tão boa assim. Paciência!

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Jogadores do Palmeiras - Parte IV

Anebelle é foda, no pior sentido da palavra. Apenas 3 dias antes, fomos ao CT do Palmeiras, conseguimos diversas fotos e autógrafos com os jogadores e ela saiu dizendo que adorava ir lá, pois é divertido. Após o corre do Jeff Scott Soto, perguntei se voltaria comigo ao CT no dia seguinte, quando recebi uma surpreendente resposta negativa, "pois é um corre cansativo".

Eu precisava ir com ou sem ela. Como já mencionei em posts anteriores do Palmeiras, os autógrafos que conseguia eram encomenda de um comprador em específico. Minhas contas, como as de todo mundo, nunca param de chegar. Algumas já estavam atrasadas, e eu precisava ganhar dinheiro para paga-las. Mas percebi que quando Anebelle precisava de mim eu estava lá. Perdi praticamente dois dias tentando ver Jeff Scott Soto, com quem já tenho 3 fotos boas, apenas para ajuda-la a conseguir. Quando preciso dela, não quer ir porque o corre que há pouco tempo era divertido agora é cansativo. Tomar no cu! Eu que estou me cansando dela!

Detesto fazer corre sozinho, mas desde que vender autógrafos tornou-se minha principal fonte de renda na pandemia, não tenho o direito de gostar ou não. Encaro e pronto, é obrigação. Anebelle é uma merda: não para de falar (e só sabe reclamar ou falar mal da vida dos outros), berra, se desespera... Porém, ainda assim, se pudesse escolher, faria o corre com ela. Ir ao CT sozinho é complicado, tentarei explicar porquê.

Na primeira vez que fomos, nada aconteceu. Na segunda, consegui apenas 3 autógrafos: Felipe Melo, Gabriel Verón e Luiz Adriano. Na terceira, mais 8: Weverton, Wesley, Deyverson, Breno Lopes, Patrick de Paula, Raphael Veiga, Gustavo Scarpa e Abel Ferreira. Era necessário conseguir ainda 4 autógrafos: Rony, William, Gustavo Gomez e Jaílson. "E os outros jogadores"? Como disse, é uma encomenda. Meu comprador pediu esses e são esses que eu teria que conseguir. Havia outros jogadores com quem eu apenas queria foto, já que não teria nada para eles autografarem. Quem já consegui foto e autógrafo estava livre de mim.

Sem a doida para ajudar, decidi levar um cartaz feito com cartolina, escrito "Gustavo Gomez, Jaílson, Rony, William: Só falta vocês!". Além deles, faltava Gabriel Menino, no Japão com a seleção olímpica, e Edu Dracena, ex zagueiro que agora era assessor de futebol. Então imagine: em uma mão eu segurava o cartaz. Na outra, a pasta com as fotos e a caneta, além da câmera pendurada no pescoço. A cada carro que parasse, teria que rapidamente identificar o jogador - o que estava cada dia mais fácil - e tomar a ação apropriada: ignorar, tirar foto, pegar autógrafo ou tirar foto e pegar autógrafo.

Havia um grupo de meninas, todas muito jovens e um tanto emocionadas. Seria inútil pedir a alguma para ajudar a tirar minhas fotos. Essa geração de foto com celular não está acostumada a utilizar câmeras, ainda mais uma semi-profissional como a minha. Por mais que seja basicamente apenas apertar um botão, tem pequenas particularidades, como dar um leve toque no mesmo botão para focar, e só então apertar para bater a foto. Isso provavelmente seria complicado demais para elas, nem arrisco.

O primeiro a parar foi Lucas Esteves. Uma das meninas comentou que enviou mensagem para o Instagram dele na véspera, e que ele havia prometido atende-la. Promessa cumprida, foi até mesmo um dos poucos que desceu do carro - além dele, só Abel Ferreira e Deyverson tem esse costume. Entretanto, como outros carros com jogadores continuavam a sair, o ignorei, apesar de não ter foto com ele, pois poderia perder algum dos alvos que realmente interessavam ou, em outras palavras, cuja assinatura seria capaz de ajudar a pagar minhas contas.

O segundo a parar foi Dudu. Algumas meninas deram berros - como mecionei antes, elas são um tanto emocionadas. Eu não tinha nada para ele autografar, pois já havia conseguido meses antes no aeroporto. Porém, diferentemente da primeira vez que o encontrei, agora ele estava sem máscara. Logo, aproveitei para tirar outra foto.

A seguir, o meio campista Danilo. Como Esteves, parou apenas porque a mesma menina entrou em contato com ele pelo Instagram. Foi gente finíssima. Porém, mais uma vez, deixei de tirar uma foto que eu não tinha para monitorar os carros que continuavam a sair após o fim do treinamento do dia. Eu ainda perderia mais um jogador com quem não tinha foto neste dia: Marcos Rocha. Mesmo assim, perdi Jaílson e Gustavo Gomez, pois não consegui faze-los parar - se a doida estivesse lá provavelmente seria um pouco mais fácil. 

Por falar em doida, a dita cuja apareceu, falando que estava fazendo algumas compras para a mãe e que passou apenas "para conferir se eu realmente fui". Claro que viu as meninas e ficou reclamando, dizendo que "estava muito cheio". Que pessoa negativa e desgradável que ela é, reclama de tudo. As meninas estavam de boa. Apesar de emocionadas, não atrapalhavam ninguém - e alguns jogadores "raros" estavam parando apenas por causa delas. Felizmente, não ficou muito tempo até dizer que tinha que ir embora. Logo depois, saiu o carro de Rony, o jogador que ela mais queria conhecer.

Quando Rony parou, entreguei a foto para assinar. Enquanto ele assinava, comentei que não consegui reconhece-lo na primeira vez que o encontrei. Ele quis saber porquê, respondi "você estava de óculos e boné". "Mas eu sempre ando assim". Se é assim, neste dia eu estava com sorte, pois ele estava sem os acessórios. Anebelle viu a cena à distância e retornou correndo, esbaforida. É doida mesmo com o pé machucado, mas aproveitei que estava ali para tirar mais uma foto, com Rony bem mais reconhecível do que na primeira que tirei. Bati a foto dela, que então se mandou de vez.

A seguir, Andrey Lopes, mais conhecido como Cebola, saiu caminhando do CT. Aproveitei para tirar uma foto com ele. Auxiliar técnico, substituiu interinamente Wanderley Luxemburgo após sua demissão do Palmeiras em 2020, até a chegada de Abel Ferreira. O time, sob seu comando, teve desempenho impecável, com 100% de aproveitamento.

A seguir, um dos mais aguardados. Em minha quarta tentativa, William Bigode finalmente parou para atender. Foi mega gente boa, distribuindo fotos e autógrafos a todos os presentes. Claro que aproveitei a oportunidade para conseguir um dos autógrafos que pagou minhas contas do mês.

Por fim, Abel Ferreira saiu, parou o carro, desceu e atendeu a todos. Não o incomodei pois, após uma série de tentativas frustradas, era a terceira vez em apenas uma semana que eu o via. Nas duas vezes anteriores, consegui foto na primeira e foto + autógrafo na segunda. Era hora de deixa-lo em paz. Mas as meninas fizeram a festa!

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Jeff Scott Soto

Com a pandemia ainda fora de controle, o Manifesto Bar anunciou o primeiro show internacional no Brasil desde março de 2020: o vocalista americano Jeff Scott Soto, conhecido por seus trabalhos em bandas como Yngwie Malmsteen, Talisman, Axel Rudi Pell, W.E.T., Sons of Apollo, entre outras. Diz a lenda que ele abriu mão do cachê para as duas apresentações que faria no local, a primeira com uma compilação dos principais sucessos de sua carreira, e a segunda tocando músicas em homenagem ao Queen.

Por incrível que pareça, Carlos e Jessica não se animaram nada com esse corre. Ok, todos já tínhamos fotos com Jeff, mas fiquei surpreso, pois eles diziam que após a pandemia "tirariam foto até mesmo com o campeão do torneio de botcha" (numa alusão de que não importava qual fosse o corre, eles estariam). Mas não foi bem assim. Ok, se eu realmente quisesse, teria que me virar sozinho. Ou com Anebelle...

Com a aproximação dos shows, fiquei atento ao Instagram. Fiquei feliz ao constatar que Jeff aparentemente não é pandêmico, ou seja, provavelmente foto sem máscara rolaria numa boa, já que na Rússia estava atendendo aos fãs assim, além de frequentar lugares públicos despreocupadamente, sempre sem o acessório. Eu já tinha 3 fotos boas com ele antes da pandemia começar, então só valeria a pena se rolasse foto sem máscara.

Por mais que seja várzea (ou seja, fácil demais), a saudade de voltar a tirar uma foto com um artista internacional era grande. No entanto, esse corre era muito mais interessante para Anebelle, que ainda não tinha foto com ele. Como ela estava me ajudando com os corres do Palmeiras, ainda que do jeito doido dela, pareceu justo ajuda-la a conseguir uma foto com o Jeff. Mas, claro, ela também queria sem máscara.
No domingo anterior aos shows no Brasil, Jeff postou uma mensagem agradecendo e despedindo-se de São Petersburgo. Não me preocupei, pois não tinha a ideia de ir ao aeroporto para conseguir essa foto logo na chegada ao país, porém rapidamente concluí que ele teria que ir para Moscou, distante algumas centenas de quilômetros de onde estava, e que lá haveria voo para o Brasil - com conexão em Paris - somente no dia seguinte, chegando aqui na terça-feira. Fiquei surpreso quando, na segunda-feira, ele postou uma foto pandêmica com a banda - formada por músicos brasileiros - no terminal 3 do aeroporto de Guarulhos. Já estavam em São Paulo, passariam a semana toda aqui. Afinal, o que vieram fazer com tanto tempo de antecedência?

Também imaginei que durante a estadia ele ou algum dos músicos acabasse postando algo que nos levasse a concluir em que hotel ele estava - embora tivéssemos algumas suspeitas - mas isso não aconteceu. Na terça feira, a banda reuniu-se em um estúdio para ensaiar. Na quarta, já estava em outro local, gravando um clipe de vídeo. Não consegui identificar o estúdio a tempo, mas obtive a localização onde o clipe foi gravado.

Jeff e meu ex vizinho Rudney
Após o dia de gravações, Jeff, banda e equipe decidiram dar uma esticada no The Metal Bar. Esse bar tem como proprietário (ou como um dos proprietários) um ex vizinho de infância. Eu e Rudney éramos crianças, depois adolescentes, quando morávamos no mesmo prédio em Higienópolis. Com o surgimento do Orkut, voltamos a manter contato. Nos encontramos algumas vezes, como no show do Symfonia em 2011 ou no Viper Day em 2015. Em 2020, ele comprou alguns autógrafos de minha coleção pessoal para usar na decoração do bar, mais ou menos na época em que estourou a pandemia de COVID.

Se ele tivesse avisado que tinha uma visita ilustre, eu teria dado uma passada lá. Sem problemas, provavelmente nem se lembrou. O importante é que a foto aconteceu sem máscara. Provavelmente conseguiríamos também.

Como na quinta feira aparentemente a gravação do clipe continuou, Anebelle me convidou para dar uma passada no local. Fomos, mas nos demos mal, pois aparentemente se localiza dentro de um condomínio fechado, daqueles onde é necessário se identificar e obter autorização para entrar. Pura perda de tempo! Desistimos, mas tentaríamos no dia seguinte, na frente do Manifesto, logo que ele chegasse para passar o som.

Na sexta feira, chegamos no meio da tarde e não havia sinal algum de movimentação. Conforme os minutos se passavam, os músicos começaram a chegar, entrando rapidamente por uma porta que ficou estrategicamente destrancada. Não nos incomodamos, pois o foco era única e exclusivamente no Jeff que, claro, foi o último a chegar.

Mal o encontro aconteceu e Anebelle já começou com loucura: como ele desceu do carro usando máscara, rolou uma foto pandêmica. Ela então perguntou, em português, em qual hotel ele estava hospedado. Jeff, é claro, não entendeu nada e me olhou, como que esperando que eu traduzisse. Foi o que fiz, e ainda recebi uma resposta meio grossa, pois ele disse que hotel é como se fosse a casa dele, portanto não iria falar.

Nem tentei tirar uma foto também, pois não queria foto pandêmica. Tão logo Jeff entrou para a passagem de som, perguntei à maluca porquê diabos ela perguntou o hotel. "Porque eu queria uma foto sem máscara". Então porquê diabos não pediu para ele tirar a máscara?! Coisas de Anebelle, eu já deveria estar acostumado...

Era apenas 16:00hs, o show terminaria por volta das 23:00hs, mas ela queria ficar por perto para tentar novamente após o show. Perguntou se eu a acompanharia e respondi positivamente, desde que fôssemos comer alguma coisa. De carro, fomos ao McDonalds da Rua Henrique Schaumann. Após pegar nossos pedidos, subimos ao andar superior para comer. Quando terminamos, Anebelle desceu a escada, pisou em falso e torceu o pé. A coisa foi feia, acabamos parando em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) onde ela foi medicada. Porém, só foi liberada às 23:20hs. Apenas por desencargo de consciência retornamos ao Manifesto; eu realmente acreditava que o corre já estava perdido.

Quando chegamos, havia alguns fãs em frente, o que indicava que o show realmente havia terminado. No entanto, outros tantos saíam do local, o que provavelmente indicaria que Jeff ainda estava lá. Sem querer encontrei Luiz, um amigo de Facebook, que decidiu permanecer justamente para tentar tirar uma foto com ele e me confirmou que Jeff ainda se encontrava lá. Conversamos por alguns minutos, até que Jeff saiu de máscara e começou a atender todos que quisessem. Julguei que não tiraria a máscara ali, talvez fosse melhor segui-lo para o hotel. Anebelle concordou, correndo para o carro, pronta para iniciar a perseguição.

Após atender a todos, Jeff entrou no carro, onde os demais ocupantes já o esperavam. As portas se fecharam, o carro saiu. Anebelle, para variar, fez loucura: ao invés de fazer uma perseguição discreta, à distância, literalmente colou na traseira do carro. Se acelerava, ela acelerava. Se diminuia, ela diminuia. Se trocasse de faixa, ela trocava de faixa. Parecia um carrapato, e com certeza nada discreto.

Isso talvez fosse necessário se fosse com alguém muito raro, talvez Mick Jagger dos Rolling Stones. Pelo amor de Deus, era apenas Jeff Scott Soto, alguém que em tempos sem pandemia vem ao Brasil praticamente todos os anos, e que inclusive já tem show marcado para São Paulo em 2022, com o Sons of Apollo. Não precisava de maluquice para conseguir uma foto sem máscara com ele. Isso foi motivo de discussão: eu reclamando que ela deveria ser mais discreta, seguir mais à distância, e ela berrando que quem dirigia era ela e que eu deveria ficar quieto.

Foi quando aconteceu o grande momento da noite em minha opinião. O carro que levava Jeff virou na Avenida Faria Lima, sentido zona sul. Logo na quadra seguinte, havia uma blitz da lei seca. O carro de Jeff passou sem problemas, mas um policial mandou Anebelle encostar. Ela começou a berrar "agora não! agora não!". À distância, um policial com uma lanterna sinalizava para ela avançar até ele, e já parecia ficar impaciente, pois ela permanecia parada, resmungando algo como "não é possível! hoje não!".

Sinceramente, achei que ela faria alguma besteira que nos levaria à cadeia ou à apreensão do veículo, como xingar o policial ou algo assim. Felizmente, ele quis apenas conferir a carteira de motorista e a liberou. Mas era tarde: o carro que perseguíamos já estava longe e foi impossível continuar. Sem outra saída, finalizamos.

Jeff com fã no Manifesto
Anebelle chorou e xingou por todo o caminho até minha casa. Nem parecia que tínhamos perdido apenas Jeff Scott Soto que, ainda por cima, se apresentaria novamente no mesmo local em apenas dois dias. Não tinha porque ser desequilibrada. Me lembrei imediatamente da Mel, minha falecida ex, o desequilíbrio era o mesmo. 

Em casa após um dia cansativo, nem demorei para pegar no sono. Quando acordei, conversei via Messenger com Luiz, o amigo que encontrei na noite anterior. Ele disse que Jeff perguntou a uma das meninas se queria que ele tirasse a máscara para a foto, mas ela respondeu que não era necessário. Se tivéssemos ficado, provavelmente teríamos conseguido a foto do jeito que Anebelle tanto queria. Além disso, ele se apresentou sem máscara (quem conhece o local sabe o quanto é pequeno e o quanto é impossível manter-se distante do público), além de tirar fotos sem máscara após o show, especialmente com mulheres.

No domingo, eu já estava quase saindo de casa quando um amigo, colecionador de autógrafos, Cris, me chamou no Messenger. Eu já havia oferecido a ele uma foto autografada pelo Jeff, mas ele não se interessou porque iria ao show e conseguiria por si mesmo. Entretanto, quando Jeff passou para atender os amigos que o acompanhavam, Cris tinha ido ao banheiro. Graças a eles, teve seus CDs autografados, mas queria ter conseguido ao menos um autógrafo com dedicatória "To Cris". Então, ele me chamou para perguntar se eu conseguiria uma foto autografada pelo Jeff. Se estivesse com dedicatória, ele compraria. Dinheiro extra é sempre bem vindo, especialmente nestes tempos pandêmicos, mas havia um problema: o local onde mando revelar as fotos não abre de domingo. Se ele tivesse pedido antes...

Em seguida, Alisson também me chamou no Messenger. Foi ele quem me avisou que aconteceria o show do Jeff mas, enfim, é meio enrolado. Disse que apareceria para o show de sexta-feira, mas ficou preso no trabalho e não tinha certeza nem ao menos se conseguiria ir domingo. Ao menos me deu a ideia de "revelar" a foto na Alphagraphics, uma franquia de gráficas que, por acaso, tem uma unidade na Avenida Faria Lima, poucas quadras distante do Manifesto, que que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Enviei um email para lá, expliquei o que precisava, e recebi a resposta rapidamente, dizendo que não trabalhavam com revelação de fotos, mas que seria possível fazer impressão da imagem em papel couchê. Ficaria mais caro do que eu pago normalmente e abaixo do padrão de qualidade que costumo utilizar, mas era o que dava para conseguir no domingão. Entrei em contato com Cris, combinamos o valor, e mandei fazer a foto. Restava então conseguir o rabisco.

Anebelle passou em casa, onde deixou o carro (ela estava com o pé machucado, lembra?). Fomos de Uber. Quase no destino, desembarquei para buscar a foto na Alphagraphics e a reencontrei em frente ao Manifesto. Alisson apareceu trazendo um amigo: "ele é porteiro do prédio onde moro e curte muito o trampo do Jeff Scott Soto. Quando comentei que seria possível tirar uma foto com o Jeff, perguntou se poderia me acompanhar". Sem problemas: em corres varzeanos, todos são bem vindos. Alisson, que não é pandêmico, estava o tempo todo sem máscara. No entanto, quando Jeff apareceu, colocou o acessório.

Foi a primeira vez que vi o Jeff chato. Atendeu, mas parecia de má vontade. Talvez tenha nos reconhecido de dois dias antes, mas pelo menos assinou a foto (oba! faturei!). Perguntei se seria possível abaixar a máscara para tirar uma foto com Anebelle. Ele respondeu que não faria isso por causa da pandemia. Sinceramente? Desta vez eu o achei um puta de um cuzão. Tirou fotos sem máscara na Rússia, várias no Brasil, cantou sem máscara em ambiente fechado etc etc etc, para agora dizer que não tiraria por causa da pandemia? Seja coerente pelo menos, ou tira com todo mundo com máscara, ou não tira com ningém. Acabei tirando uma foto pandêmica, assim como Anebelle, Alisson e o porteiro. A coisa foi tão broxante que nenhum de nós ficou para tentar novamente. Finalizamos ali.

Jeff Pandemic Soto

Jogadores do Palmeiras - Parte III

Durante o campeonato Paulista de 2021, com a pandemia de COVID-19 em pleno curso, foi estipulado pelo governador João Doria, em conjunto com a Federação Paulista de Futebol, um esquema de "bolha", onde os jogadores mantinham-se concentrados todo o tempo, saindo dos centros de treinamento apenas para jogar ou para algum outro compromisso relacionado ao futebol. A ideia era minimizar ao máximo qualquer contato com o mundo exterior, evitando a propagação do vírus.

Deve ter sido duro ser família de jogador nessa época, eles realmente não poderiam sair, era concentração em tempo integral. Por isso, ir ao CT para tentar conseguir fotos ou autógrafos era inútil, pois eles simplesmente não sairiam para nada, muito menos para nos atender. Sem ser capaz de entender que estávamos em uma pandemia, Anebelle às vezes me chamava para ir ao CT. Eu explicava porquê não iria, mas na semana seguinte ela me chamava novamente.

Porém, o tempo passou, o campeonato paulista terminou, a vacinação avançou e o esquema de bolha foi finalizado. No domingo, dia 11 de julho, a chamei para me acompanhar ao CT do Palmeiras e ajudar a conseguir os autógrafos que faltavam. Ela, no entanto, recusou veementemente. Sinceramente, fiquei puto.

Ela é do tipo que diz "eu vou em qualquer corre com você", mas quando a chamo para fazer algum durante a semana, ela, que está sempre ocupada em tarefas como levar a mãe idosa no médico, diz "de meio de semana é difícil, mas se me chamar no final de semana, eu irei". Desta vez, chamei num domingão, e levei um sonoro "não". Claro que isso tem a ver com a loucura dela, que enfim conseguiu entender que era impossível conseguir qualquer coisa lá. Ela é simplesmente incapaz de interpretar uma situação em tempo real. Ou pode para sempre, ou não pode para sempre, qualquer variante dá um tilt na cabeça dela.

Após explicar por diversas vezes durante a semana que agora poderíamos tentar novamente, pois o esquema de bolha terminou, consegui convence-la a me acompanhar ao CT. O treino começava às 11:00hs, nos encontramos por volta de meio dia. Os primeiros três ou quatro carros com jogadores não pararam. Não identifiquei quais eram, pois os vidros são completamente escurecidos. Mas isso foi suficiente para fazer Anebelle começar a resmungar: "to vendo que aqui será uma perda de tempo", "não vamos conseguir ninguém" e bla bla bla. Sinceramente, é um saco! Ela tem o dom de conseguir despertar meu mau humor.

Um pouco depois chegaram duas crianças, uma delas muito pequena, e eu sinceramente gostei, pois isso sempre ajuda. Depois descobri que uma das "crianças" tinha 20 anos. Fala sério, se eu tivesse que chutar, chutaria no máximo seis anos.

Apesar de ser um dos goleiros da seleção, e um dos dois únicos jogadores que são unaminidade no elenco - o outro é Gustavo Gomes - Weverton é humilde e foi o primeiro jogador a parar. Eu não tirei outra foto com ele, apenas coletei o autógrafo que não consegui na primeira vez que o vi. A doida, claro, tirou outra foto com ele. Se ainda fosse sem máscara, eu até entenderia, mas fazer coleção de fotos pandêmicas para que?


O segundo carro a parar trazia Wesley e Deyverson no banco de trás. Não reconheci o motorista, poderia ser algum jogador da base menos conhecido, alguém da comissão técnica, algum funcionário do Palmeiras, ou simplesmente o motorista de algum deles. Como em nosso primeiro encontro, Wesley foi bacana e não se importou em nos atender. Mais uma vez, não tirei uma segunda foto com ele, mas a doida sim.


Em seguida fui falar com Deyverson, que é simplesmente mega gente boa. Conversamos rapidamente, agradeci por ter retornado ao Palmeiras. Não que eu o considere um grande centroavante, muito pelo contrário, ele já perdeu gols que me irritaram demais. Mas com certeza é melhor que o "morto e sem vontade" Luiz Adriano, que não conseguia fazer gol nem mesmo de pênalti. Deyverson ao menos é palmeirense, tem vontade de jogar no Palmeiras e é raçudo. Mesmo sabendo que vou me irritar de vez em quando, eu estava verdadeiramente feliz de te-lo de volta no elenco, e de ter a oportunidade de conhece-lo. Até mesmo a doida disse que ele foi o mais legal que vimos naquele dia, e com razão.

Deyvin foi gente boa demais!

Enquanto eu era atendido pelo Deyverson, a doida me deixou na mão, pois mais um carro estava saindo. Ela tirou uma selfie com o jogador que estava nele, o terceiro goleiro Vinicius Silvestre. Mais uma vez me pergunto, para que, se ja tínhamos foto com ele? Uma fila de carros se formou e muitos jogadores saíram sem atender ninguém, mas eu entendo porquê. Naquele momento, se todos parassem, seria complicado, pois formaria um grande gargalo no portão, ninguém poderia entrar ou sair. Um dos jogadores que perdi com isso foi o monstruoso zagueiro Gustavo Gomes, de quem eu queria apenas o autógrafo. Que pena, isso significa que eu teria que retornar outro dia. Mas muitos jogadores sairiam ainda.

O primeiro foi o lateral esquerdo uruguaio Matias Viña. Como eu já tinha foto com ele, e não levei uma foto para ele autografar, deixei passar. A seguir, um dos que eu mais queria conhecer: Breno Lopes, o atacante responsável por fazer o gol na final contra o Santos, que nos deu a segunda Libertadores. Confesso que não o reconheci, mesmo sem máscara, achei que ele é um pouco diferente do que quando o vejo na TV. Talvez fosse o boné.; como já disse, sou péssimo fisionomista. Mas observei a tatuagem no pescoço e rapidamente comparei com a foto que levei, era ele mesmo. Também foi gente boa e assinou a melhor foto que levei para a ocasião, com a taça da Copa Libertadores. Mesmo que ele não faça mais nada enquanto jogue no Palmeiras, estará para sempre na história do clube.

FOTASSA! Mas quem liga!? Eu e o Breno Lopes, porra! Ele deu uma das maiores alegrias da minha vida!

O próximo a deixar o CT foi o zagueiro reserva Kuscevic. Na primeira vez que o encontrei, não consegui tirar uma foto, então aproveitei a oportunidade. Não levei nada para ele autografar.

O chileno Kuscevic

A seguir, Patrick de Paula. Ele foi totalmente diferente do que eu imaginava que seria. Foi atencioso, mas pareceu muito tímido, muito na dele. Eu o imaginava um pouco mais extrovertido, mas tudo bem. Consegui o autógrafo mas, para minha surpresa, não tirei foto. Quando cheguei em casa e fui checar as fotos, simplesmente não havia foto com ele. Que vacilo! E nem me lembro porque não tirei.


Porém sabendo quem foi o próximo, talvez se explique. Era um dos jogadores que eu mais queria conhecer: o habilidoso meia Raphael Veiga, quase craque. Quando o vi, exclamei "chegou o melhor meia do Brasil", que ele retriuiu com um sorrisão. Como todos, foi super gente boa. Pena que o autógrafo deu uma borrada de leve, mas também nada catastrófico.

Raphael Veiga! Orgulho de ver esse cara com a camisa do Palmeiras! Não perde um pênalti sequer!

Veio, então, o grande maestro do time no momento, o meia Gustavo Scarpa. Foi um dos mais quietos, mas como todos, assinou e tirou foto numa boa. 


O próximo carro a sair trazia o treinador de goleiros Rogerio Godoy, que fez questão de parar para nos avisar que não havia mais jogadores no local, somente o técnico Abel Ferreira ainda estava por lá. Isso foi um pouco frustrante, pois eu ainda tinha esperanças de ver Jaílson, William Bigode e Rony. Ele nos informou também que o carro do Abel é dourado. 

Se Weverton e Jaílson estão pegando até pensamento, a culpa é dele, o gente fina Rogerio Godoy

Enquanto eu e a doida discutíamos para ver se esperaríamos ou não, já que de lá seguiríamos do CT para o Manifesto Bar para ver o Jeff Scott Soto, eis que o portão abriu e um carro dourado veio em nossa direção. Para nossa surpresa, Abel desceu dele para nos atender - até hoje, foi o único que fez isso, o que fez com que as fotos ficassem bem melhores, apesar de também pandêmicas, já que todos estávamos de máscara. Eu comentei que o havia visto no dia anterior no aeroporto, mas acho que ele não ouviu, pois não respondeu. Mas não se importou em autografar e tirar outra foto. Fim de corre! Valeu muito a pena. Dos 12 autógrafos que eu pretendia conseguir, consegui 8. Adiantou bastante, agora faltava pouco, provavelmente eu conseguiria em apenas mais uma tentativa.

Após muitas tentativas falhas, finalmente consegui o autógrafo do Abel Ferreira, técnico campeão da Libertadores e da Copa do Brasil