quarta-feira, 28 de julho de 2021

Rayssa Leal, a Fadinha do Skate (fail)

Com apenas 13 anos, Rayssa Leal participou das Olimpíadas de Tóquio, conquistando a medalha de prata no street feminino de skate. Como foi uma das primeiras modalidades finalizadas da Olimpíada, Rayssa foi uma das primeiras a retornar ao Brasil. Monitorei cuidadosamente sua saída de Tóquio até sua conexão em Frankfurt.

Isso significa que teria que passar a noite no aeroporto, pois o voo chegaria ainda de madrugada, às 04:55hs. Também significava que ninguém me acompanharia esta noite. Se fosse alguma banda, talvez até tivesse a companhia de Carlos e/ou Jéssica, mas por skatista não. Recebi três encomendas de fotos autografadas por Rayssa, era pelo menos 300,00 reais em jogo, então claro que faria a tentativa.

O que eu não contava era com a presença maciça de cinegrafistas e repórteres, que foram contra a  orientação veículada pela imprensa de "fique em casa" e "evite aglomeração". É o famoso "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Para dar o furo, eles fazem qualquer coisa. Apenas lembrando que a maioria dos que lá estavam, pelo critério preferencial que levava em conta a idade, a grande maioria dos profissionais ainda não estava vacinada.

04:27hs: a aglomeção de profissionais da imprensa começou

Para tentar organizar, um dos seguranças do aeroporto comunicou que Rayssa passaria por uma área especialmente montada para a ocasião, o que provocou correria para ver quem chegava primeiro à tal àrea.

Mais aglomeração da turma que mandava ficar em casa e não aglomerar

Ao menos o segurança falou a verdade para a imprensa, pois Rayssa realmente apareceu na área reservada. Lembre-se, estamos falando de uma menina de 13 anos que encarava pela primeira vez o sucesso profissinal, ela parecia completamente intimidada em ser o foco da atenções. Só andou um pouquinho de skate após muitos pedidos da imprensa. Ela ficou pouco tempo, e retornou para o mesmo portão que apareceu. Os jornalistas se deram por satisfeitos e graças a Deus foram embora.

Meu instinto dizia que, após falar com a imprensa, Rayssa usaria o elevador da área reservada para subir ao andar seguinte e ser encaminhada ao portâo de embarque nacional. Sozinho e com sono, não tomei a decisão correta e simplesmente admiti a derrota: seria impossível falar com Rayssa desta vez. Mas foi exatamente o que aconteceu: após a debandada dos repórteres e cinegrafistas, a Fadinha realmente usou o elevador, como previ, e foi escoltada por seguranças do aeroporto em um longo percurso ao portão de embarque nacional. Se eu tivesse seguido minha intuição, mesmo escoltada, ela provavelmente pararia quando visse que eu queria apenas autógrafos.

Após retornar à mesma porta que usou para encarar os repórteres, simplesmente desisti. Enquanto havia debandada geral de profissionais da imprensa, caminhei calmamente para o terminal 2. Parei um tempo no portão de embarque para ver se conseguia reconhecer mais alguém. Talvez a desta vez não tão badalada Letícia Bufoni - eu não sabia que ela não morava no Brasil. Enquanto monitorava, vi Rayssa se aproximar cercada por alguns seguranças. Broxado, não a chamei, mas tive que encarar esse erro logo depois. Assim que passou a passagem para o próximo voo na catraca, Rayssa foi assediada por passageiros comuns e atendeu a todos. 😲 Essa foi para mim uma lição aprendida de uma forma dura.

Broxado, admiti a derrota, mas em segundos teria a lição de que não deveria ter desistido tão fácil
Aqui é possível ter uma ideia melhor de quantos seguranças escoltaram Rayssa, se vê ao menos quatro na imagem

Felizmente, consegui ver Rayssa, conseguindo foto e autógrafos, pouco mais de um mês depois, e literalmente ao lado de casa. Essa foi uma noite que eu deveria ter ficado em casa, mas ao menos serviu para me ensinar uma lição, um erro que não cometerei novamente.

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