sexta-feira, 16 de julho de 2021

Jogadores do Palmeiras - Parte III

Durante o campeonato Paulista de 2021, com a pandemia de COVID-19 em pleno curso, foi estipulado pelo governador João Doria, em conjunto com a Federação Paulista de Futebol, um esquema de "bolha", onde os jogadores mantinham-se concentrados todo o tempo, saindo dos centros de treinamento apenas para jogar ou para algum outro compromisso relacionado ao futebol. A ideia era minimizar ao máximo qualquer contato com o mundo exterior, evitando a propagação do vírus.

Deve ter sido duro ser família de jogador nessa época, eles realmente não poderiam sair, era concentração em tempo integral. Por isso, ir ao CT para tentar conseguir fotos ou autógrafos era inútil, pois eles simplesmente não sairiam para nada, muito menos para nos atender. Sem ser capaz de entender que estávamos em uma pandemia, Anebelle às vezes me chamava para ir ao CT. Eu explicava porquê não iria, mas na semana seguinte ela me chamava novamente.

Porém, o tempo passou, o campeonato paulista terminou, a vacinação avançou e o esquema de bolha foi finalizado. No domingo, dia 11 de julho, a chamei para me acompanhar ao CT do Palmeiras e ajudar a conseguir os autógrafos que faltavam. Ela, no entanto, recusou veementemente. Sinceramente, fiquei puto.

Ela é do tipo que diz "eu vou em qualquer corre com você", mas quando a chamo para fazer algum durante a semana, ela, que está sempre ocupada em tarefas como levar a mãe idosa no médico, diz "de meio de semana é difícil, mas se me chamar no final de semana, eu irei". Desta vez, chamei num domingão, e levei um sonoro "não". Claro que isso tem a ver com a loucura dela, que enfim conseguiu entender que era impossível conseguir qualquer coisa lá. Ela é simplesmente incapaz de interpretar uma situação em tempo real. Ou pode para sempre, ou não pode para sempre, qualquer variante dá um tilt na cabeça dela.

Após explicar por diversas vezes durante a semana que agora poderíamos tentar novamente, pois o esquema de bolha terminou, consegui convence-la a me acompanhar ao CT. O treino começava às 11:00hs, nos encontramos por volta de meio dia. Os primeiros três ou quatro carros com jogadores não pararam. Não identifiquei quais eram, pois os vidros são completamente escurecidos. Mas isso foi suficiente para fazer Anebelle começar a resmungar: "to vendo que aqui será uma perda de tempo", "não vamos conseguir ninguém" e bla bla bla. Sinceramente, é um saco! Ela tem o dom de conseguir despertar meu mau humor.

Um pouco depois chegaram duas crianças, uma delas muito pequena, e eu sinceramente gostei, pois isso sempre ajuda. Depois descobri que uma das "crianças" tinha 20 anos. Fala sério, se eu tivesse que chutar, chutaria no máximo seis anos.

Apesar de ser um dos goleiros da seleção, e um dos dois únicos jogadores que são unaminidade no elenco - o outro é Gustavo Gomes - Weverton é humilde e foi o primeiro jogador a parar. Eu não tirei outra foto com ele, apenas coletei o autógrafo que não consegui na primeira vez que o vi. A doida, claro, tirou outra foto com ele. Se ainda fosse sem máscara, eu até entenderia, mas fazer coleção de fotos pandêmicas para que?


O segundo carro a parar trazia Wesley e Deyverson no banco de trás. Não reconheci o motorista, poderia ser algum jogador da base menos conhecido, alguém da comissão técnica, algum funcionário do Palmeiras, ou simplesmente o motorista de algum deles. Como em nosso primeiro encontro, Wesley foi bacana e não se importou em nos atender. Mais uma vez, não tirei uma segunda foto com ele, mas a doida sim.


Em seguida fui falar com Deyverson, que é simplesmente mega gente boa. Conversamos rapidamente, agradeci por ter retornado ao Palmeiras. Não que eu o considere um grande centroavante, muito pelo contrário, ele já perdeu gols que me irritaram demais. Mas com certeza é melhor que o "morto e sem vontade" Luiz Adriano, que não conseguia fazer gol nem mesmo de pênalti. Deyverson ao menos é palmeirense, tem vontade de jogar no Palmeiras e é raçudo. Mesmo sabendo que vou me irritar de vez em quando, eu estava verdadeiramente feliz de te-lo de volta no elenco, e de ter a oportunidade de conhece-lo. Até mesmo a doida disse que ele foi o mais legal que vimos naquele dia, e com razão.

Deyvin foi gente boa demais!

Enquanto eu era atendido pelo Deyverson, a doida me deixou na mão, pois mais um carro estava saindo. Ela tirou uma selfie com o jogador que estava nele, o terceiro goleiro Vinicius Silvestre. Mais uma vez me pergunto, para que, se ja tínhamos foto com ele? Uma fila de carros se formou e muitos jogadores saíram sem atender ninguém, mas eu entendo porquê. Naquele momento, se todos parassem, seria complicado, pois formaria um grande gargalo no portão, ninguém poderia entrar ou sair. Um dos jogadores que perdi com isso foi o monstruoso zagueiro Gustavo Gomes, de quem eu queria apenas o autógrafo. Que pena, isso significa que eu teria que retornar outro dia. Mas muitos jogadores sairiam ainda.

O primeiro foi o lateral esquerdo uruguaio Matias Viña. Como eu já tinha foto com ele, e não levei uma foto para ele autografar, deixei passar. A seguir, um dos que eu mais queria conhecer: Breno Lopes, o atacante responsável por fazer o gol na final contra o Santos, que nos deu a segunda Libertadores. Confesso que não o reconheci, mesmo sem máscara, achei que ele é um pouco diferente do que quando o vejo na TV. Talvez fosse o boné.; como já disse, sou péssimo fisionomista. Mas observei a tatuagem no pescoço e rapidamente comparei com a foto que levei, era ele mesmo. Também foi gente boa e assinou a melhor foto que levei para a ocasião, com a taça da Copa Libertadores. Mesmo que ele não faça mais nada enquanto jogue no Palmeiras, estará para sempre na história do clube.

FOTASSA! Mas quem liga!? Eu e o Breno Lopes, porra! Ele deu uma das maiores alegrias da minha vida!

O próximo a deixar o CT foi o zagueiro reserva Kuscevic. Na primeira vez que o encontrei, não consegui tirar uma foto, então aproveitei a oportunidade. Não levei nada para ele autografar.

O chileno Kuscevic

A seguir, Patrick de Paula. Ele foi totalmente diferente do que eu imaginava que seria. Foi atencioso, mas pareceu muito tímido, muito na dele. Eu o imaginava um pouco mais extrovertido, mas tudo bem. Consegui o autógrafo mas, para minha surpresa, não tirei foto. Quando cheguei em casa e fui checar as fotos, simplesmente não havia foto com ele. Que vacilo! E nem me lembro porque não tirei.


Porém sabendo quem foi o próximo, talvez se explique. Era um dos jogadores que eu mais queria conhecer: o habilidoso meia Raphael Veiga, quase craque. Quando o vi, exclamei "chegou o melhor meia do Brasil", que ele retriuiu com um sorrisão. Como todos, foi super gente boa. Pena que o autógrafo deu uma borrada de leve, mas também nada catastrófico.

Raphael Veiga! Orgulho de ver esse cara com a camisa do Palmeiras! Não perde um pênalti sequer!

Veio, então, o grande maestro do time no momento, o meia Gustavo Scarpa. Foi um dos mais quietos, mas como todos, assinou e tirou foto numa boa. 


O próximo carro a sair trazia o treinador de goleiros Rogerio Godoy, que fez questão de parar para nos avisar que não havia mais jogadores no local, somente o técnico Abel Ferreira ainda estava por lá. Isso foi um pouco frustrante, pois eu ainda tinha esperanças de ver Jaílson, William Bigode e Rony. Ele nos informou também que o carro do Abel é dourado. 

Se Weverton e Jaílson estão pegando até pensamento, a culpa é dele, o gente fina Rogerio Godoy

Enquanto eu e a doida discutíamos para ver se esperaríamos ou não, já que de lá seguiríamos do CT para o Manifesto Bar para ver o Jeff Scott Soto, eis que o portão abriu e um carro dourado veio em nossa direção. Para nossa surpresa, Abel desceu dele para nos atender - até hoje, foi o único que fez isso, o que fez com que as fotos ficassem bem melhores, apesar de também pandêmicas, já que todos estávamos de máscara. Eu comentei que o havia visto no dia anterior no aeroporto, mas acho que ele não ouviu, pois não respondeu. Mas não se importou em autografar e tirar outra foto. Fim de corre! Valeu muito a pena. Dos 12 autógrafos que eu pretendia conseguir, consegui 8. Adiantou bastante, agora faltava pouco, provavelmente eu conseguiria em apenas mais uma tentativa.

Após muitas tentativas falhas, finalmente consegui o autógrafo do Abel Ferreira, técnico campeão da Libertadores e da Copa do Brasil

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