segunda-feira, 19 de julho de 2021

Jogadores do Palmeiras - Parte IV

Anebelle é foda, no pior sentido da palavra. Apenas 3 dias antes, fomos ao CT do Palmeiras, conseguimos diversas fotos e autógrafos com os jogadores e ela saiu dizendo que adorava ir lá, pois é divertido. Após o corre do Jeff Scott Soto, perguntei se voltaria comigo ao CT no dia seguinte, quando recebi uma surpreendente resposta negativa, "pois é um corre cansativo".

Eu precisava ir com ou sem ela. Como já mencionei em posts anteriores do Palmeiras, os autógrafos que conseguia eram encomenda de um comprador em específico. Minhas contas, como as de todo mundo, nunca param de chegar. Algumas já estavam atrasadas, e eu precisava ganhar dinheiro para paga-las. Mas percebi que quando Anebelle precisava de mim eu estava lá. Perdi praticamente dois dias tentando ver Jeff Scott Soto, com quem já tenho 3 fotos boas, apenas para ajuda-la a conseguir. Quando preciso dela, não quer ir porque o corre que há pouco tempo era divertido agora é cansativo. Tomar no cu! Eu que estou me cansando dela!

Detesto fazer corre sozinho, mas desde que vender autógrafos tornou-se minha principal fonte de renda na pandemia, não tenho o direito de gostar ou não. Encaro e pronto, é obrigação. Anebelle é uma merda: não para de falar (e só sabe reclamar ou falar mal da vida dos outros), berra, se desespera... Porém, ainda assim, se pudesse escolher, faria o corre com ela. Ir ao CT sozinho é complicado, tentarei explicar porquê.

Na primeira vez que fomos, nada aconteceu. Na segunda, consegui apenas 3 autógrafos: Felipe Melo, Gabriel Verón e Luiz Adriano. Na terceira, mais 8: Weverton, Wesley, Deyverson, Breno Lopes, Patrick de Paula, Raphael Veiga, Gustavo Scarpa e Abel Ferreira. Era necessário conseguir ainda 4 autógrafos: Rony, William, Gustavo Gomez e Jaílson. "E os outros jogadores"? Como disse, é uma encomenda. Meu comprador pediu esses e são esses que eu teria que conseguir. Havia outros jogadores com quem eu apenas queria foto, já que não teria nada para eles autografarem. Quem já consegui foto e autógrafo estava livre de mim.

Sem a doida para ajudar, decidi levar um cartaz feito com cartolina, escrito "Gustavo Gomez, Jaílson, Rony, William: Só falta vocês!". Além deles, faltava Gabriel Menino, no Japão com a seleção olímpica, e Edu Dracena, ex zagueiro que agora era assessor de futebol. Então imagine: em uma mão eu segurava o cartaz. Na outra, a pasta com as fotos e a caneta, além da câmera pendurada no pescoço. A cada carro que parasse, teria que rapidamente identificar o jogador - o que estava cada dia mais fácil - e tomar a ação apropriada: ignorar, tirar foto, pegar autógrafo ou tirar foto e pegar autógrafo.

Havia um grupo de meninas, todas muito jovens e um tanto emocionadas. Seria inútil pedir a alguma para ajudar a tirar minhas fotos. Essa geração de foto com celular não está acostumada a utilizar câmeras, ainda mais uma semi-profissional como a minha. Por mais que seja basicamente apenas apertar um botão, tem pequenas particularidades, como dar um leve toque no mesmo botão para focar, e só então apertar para bater a foto. Isso provavelmente seria complicado demais para elas, nem arrisco.

O primeiro a parar foi Lucas Esteves. Uma das meninas comentou que enviou mensagem para o Instagram dele na véspera, e que ele havia prometido atende-la. Promessa cumprida, foi até mesmo um dos poucos que desceu do carro - além dele, só Abel Ferreira e Deyverson tem esse costume. Entretanto, como outros carros com jogadores continuavam a sair, o ignorei, apesar de não ter foto com ele, pois poderia perder algum dos alvos que realmente interessavam ou, em outras palavras, cuja assinatura seria capaz de ajudar a pagar minhas contas.

O segundo a parar foi Dudu. Algumas meninas deram berros - como mecionei antes, elas são um tanto emocionadas. Eu não tinha nada para ele autografar, pois já havia conseguido meses antes no aeroporto. Porém, diferentemente da primeira vez que o encontrei, agora ele estava sem máscara. Logo, aproveitei para tirar outra foto.

A seguir, o meio campista Danilo. Como Esteves, parou apenas porque a mesma menina entrou em contato com ele pelo Instagram. Foi gente finíssima. Porém, mais uma vez, deixei de tirar uma foto que eu não tinha para monitorar os carros que continuavam a sair após o fim do treinamento do dia. Eu ainda perderia mais um jogador com quem não tinha foto neste dia: Marcos Rocha. Mesmo assim, perdi Jaílson e Gustavo Gomez, pois não consegui faze-los parar - se a doida estivesse lá provavelmente seria um pouco mais fácil. 

Por falar em doida, a dita cuja apareceu, falando que estava fazendo algumas compras para a mãe e que passou apenas "para conferir se eu realmente fui". Claro que viu as meninas e ficou reclamando, dizendo que "estava muito cheio". Que pessoa negativa e desgradável que ela é, reclama de tudo. As meninas estavam de boa. Apesar de emocionadas, não atrapalhavam ninguém - e alguns jogadores "raros" estavam parando apenas por causa delas. Felizmente, não ficou muito tempo até dizer que tinha que ir embora. Logo depois, saiu o carro de Rony, o jogador que ela mais queria conhecer.

Quando Rony parou, entreguei a foto para assinar. Enquanto ele assinava, comentei que não consegui reconhece-lo na primeira vez que o encontrei. Ele quis saber porquê, respondi "você estava de óculos e boné". "Mas eu sempre ando assim". Se é assim, neste dia eu estava com sorte, pois ele estava sem os acessórios. Anebelle viu a cena à distância e retornou correndo, esbaforida. É doida mesmo com o pé machucado, mas aproveitei que estava ali para tirar mais uma foto, com Rony bem mais reconhecível do que na primeira que tirei. Bati a foto dela, que então se mandou de vez.

A seguir, Andrey Lopes, mais conhecido como Cebola, saiu caminhando do CT. Aproveitei para tirar uma foto com ele. Auxiliar técnico, substituiu interinamente Wanderley Luxemburgo após sua demissão do Palmeiras em 2020, até a chegada de Abel Ferreira. O time, sob seu comando, teve desempenho impecável, com 100% de aproveitamento.

A seguir, um dos mais aguardados. Em minha quarta tentativa, William Bigode finalmente parou para atender. Foi mega gente boa, distribuindo fotos e autógrafos a todos os presentes. Claro que aproveitei a oportunidade para conseguir um dos autógrafos que pagou minhas contas do mês.

Por fim, Abel Ferreira saiu, parou o carro, desceu e atendeu a todos. Não o incomodei pois, após uma série de tentativas frustradas, era a terceira vez em apenas uma semana que eu o via. Nas duas vezes anteriores, consegui foto na primeira e foto + autógrafo na segunda. Era hora de deixa-lo em paz. Mas as meninas fizeram a festa!

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