Meu interesse inicial nesta cidade, distante 102 quilômetros ou 01:20 hs de viagem de Londres, foi a existência do prédio onde funcionaram os Spaceward Studios, onde o Iron Maiden gravou o lendário "The Soundhouse Tapes". Consegui o endereço graças a uma imagem encontrada na internet. Nada que uma pesquisa no Google não revelasse. De manhã, não tão cedo, saímos da estação Victoria, em Londres, chegando em Cambridge por volta das 11:00.
Também encontrei um website dedicado ao estúdio, que encerrou suas atividades em 1988. A ideia era ver de perto o local onde a mágica aconteceu. Ali foi dado o pontapé inicial para que a banda de pubs se tornasse a gigante que é e conquistasse o planeta. Eu também queria reproduzir a foto da última noite de 1978, quando Steve Harris, Dave Murray, Paul Di'Anno, Doug Sampson e Paul Cairns e seu cachorro posaram em frente ao local. Embora também tenha participado das gravações, Cairns jamais foi creditado, até porque ficou pouco tempo na banda, cerca de 3 meses, e com certeza não estava mais quando o EP foi lançado.
A cidade não tem rodoviária, e o ponto final dos ônibus que chegam (ou ponto inicial dos que saem) é em torno de uma praça chamada Parker's Piece. A boa notícia é que o estúdio está em uma rua localizada a menos de 250 metros do local onde os ônibus estacionam, então basta uma breve caminhada para encontrar o hoje restaurante com muita história para contar. A mudança entre 1978 e 2019 realmente foi sutil.
Embora significasse a perda de um dia em Londres, achei por bem retornar somente de noite. Antes de chegar, estudei algumas coisas que eu e a Arianne poderíamos fazer nos arredores, alguns lugares que valeriam a pena visitar. Passamos uns bons 15 minutos curtindo o lugar onde jaz o famoso estúdio. Tiramos muitas fotos, mas agora era hora de caminhar e conhecer o que mais a cidade poderia nos proporcionar.
Saímos caminhando, visualmente guiados por dos pontos mais altos da cidade, a Igreja Great St Mary's, de mais de 800 anos. No caminho, passamos pelo Market Square, um mercado ao ar livre com diversas opções de comidas, roupas, flores, souvenirs... Não resistimos aos waffles belgas e paramos para experimentar.
De lá, fomos à já citada igreja, que é do lado. Por 4 libras você pode subir os 123 degraus que levam à torre, com provavelmente a melhor vista da cidade.
Desatentos com o passar do tempo, fomos caminhando devagar. Passamos pela famosa Universidade de Cambridge que, entre outras coisas, abriga uma capela fundada por Henrique VIII. Também passamos pelo relógio Corpus (ou Grasshopper). Trata-se de um disco de ouro de 24 quilates de cerca de um metro de diâmetro, que não possui ponteiros nem números. Há um gafanhoto gigante pousado no topo, chamado Chronophage - que em grego significa “comedor de tempo”. Foi inaugurado em 2008 pelo grande físico Stephen Hawking, já falecido.
Chegamos a mais um dos lugares que planejamos visitar, o museu Fitzwilliam, com entrada gratuita. Estávamos curtindo bastante, logo ao entrar demos de cara com diversas armaduras, espadas e outros artefatos medievais. A alegria, entretanto, durou pouco, pois em menos de 5 minutos avisaram que todos teriam que sair, pois o museu estava fechando. Conhecemos apenas o que está exposto próximo à entrada e ficou um fortíssimo gosto de "quero mais", mas infelizmente não teríamos mais um dia na cidade.
Só nos restava conhecer um último lugar: a casa onde viveu o pai da teoria da evolução, Charles Darwin, onde, é claro, fiz a palhaçada de fingir tirar uma foto com ele. Com certeza ele já passou por onde estou abraçando. Só cheguei com alguns anos de atraso.
Começava a anoitecer, estava bem frio. Decidimos finalizar nosso tour, encontrar uma cafeteria, e ficar de boa até a hora de retornar para Londres.
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