domingo, 12 de dezembro de 2010

Avantasia

Eu, Kevin, os amigos dele de Curitiba - Vergil, Gillian e Augusto - e Cintia, uma menina que conhecemos no hotel onde estava Glenn Hughes, cujo corre havíamos finalizado, estávamos a caminho do aeroporto de Guarulhos para tentar conseguir fotos com o Avantasia.

Até hoje chegar no aeroporto é um parto, mas ao menos é possível fazer tudo de metrô + trem, embora com muitas baldeações. Na época, tomamos um ônibus na Berrini, altura da Rua Quintana, que nos deixou na estação Anhangabaú. De lá, embarcamos no metrô, linha vermelha, até o Tatuapé, onde tomamos o ônibus que nos deixaria no aeroporto. Claro que seria impossível fazer tudo com tempo reduzido.

Quando estávamos no meio do caminho, recebemos um aviso que a banda chegou e atendeu os poucos fãs que estavam no aeroporto. Ficamos um tanto perdidos, sem saber o que fazer, pois não sabíamos o hotel. Quando tudo parecia perdido, recebi uma mensagem de Maria Claudia, informando que a banda estava em um que até então não conhecíamos, o Novotel Center Norte. Eu definitivamente precisava descobrir como essa galera sempre sabia onde as bandas estavam. Era uma habilidade que eu precisaria desenvolver. 

Mais uma vez tomamos um ônibus, desta vez do aeroporto para a estação Tietê e, de lá, caminhamos ao hotel. Era domingo, Sheila estava na casa de meus avós. Eu era esperado para o almoço, mas fazer um corre atrás do outro atrapalhou o plano. Como era um hotel bacana, não muito caro, e eu não estava com paciência para ficar sendo posto para fora pelos funcionários do hotel, decidi nem arriscar: me hospedei. Então, liguei para Sheila, convidando-a para me encontrar.

Antes que ela chegasse, alguns músicos apareceram, incluindo Amanda Sommerville, Michael Kiske (o principal alvo do corre), Sascha Paeth, Oliver Hartmann e Jørn Lande. Percebi que minha decisão de hospedar foi plenamente justificada: muitos fãs estavam por lá, provavelmente uns 60. Mais cedo ou mais tarde, o hotel tomaria a decisão de expulsar a todos, mas eu não seria afetado, pois estava "imunizado".

Amanda, com "comissão de frente" enorme, encostou tudo no meu braço na hora da foto, jamais esquecerei a sensação.
Sascha Paeth, muito gente boa
Esse sim: o mito, a lenda: Michael Kiske
Oliver Hartmann é mais na dele, mas atende também
Jørn Lande é muito, muito, muito gente boa!

Kiske, o mais aguardado pela maioria, decidiu atender como se deve: sentou-se em torno de uma mesa e pediu para que todos colocassem o que trouxeram para autografar. Era muita coisa, mas ele não se incomodou em assinar tudo.


O show, no Centro de Tradições Nordestinas, seria apenas no dia seguinte, uma segunda-feira. Então, após atender os fãs, a maioria retornou aos quartos para descansar. A exceção foi Amanda, que aproveitou a proximidade do Shopping Center Norte para passear e fazer algumas compras de supermercado. Chegou carregando sacolas, apenas a cumprimentamos, sem aborda-la novamente.

O problema é que Kevin resolveu usar sua chatice habitual. Disse que estava na cidade desde o dia anterior, passou a noite na rua, e estava precisando de um banho. Perguntou se poderia usar o banheiro de meu quarto para isso. Por mim, não haveria problemas, mas com certeza a Sheila reclamaria comigo se descobrisse. Em nome de tudo o que fez por mim no último ano e meio - afinal, sem ele, eu só teria foto com o Iron Maiden e com o Lemmy, permiti, desde que fosse rápido e deixasse tudo como encontrou. No fundo, eu sabia que não poderia confiar, mas fosse o que Deus quisesse.

É claro que não foi rápido e mais claro ainda que a Sheila chegou antes do chato sair. Ela queria subir para conhecer o quarto, mas tentei disfarçar, dizendo para ficarmos no hall, pois algum músico poderia aparecer. O diálogo que se seguiu foi mais ou menos esse:

- Quero deixar as coisas no quarto. Além disso, preciso usar o banheiro.

- Mas você não pode subir agora.

- Por que não?! O que você está escondendo?!

- O Chato pediu para usar nosso quarto para tomar banho.

- O QUEE????

A essa altura, eu já pensava em mil e uma maneiras de como torturar e matar Kevin, ele parece mulherzinha, não consegue tomar banho em 5 minutos; a bem da verdade já estava perto de completar meia hora que subiu ao quarto. Fiquei um pouco mais tranquilo quando imaginei que talvez a demora fosse porque estava arrumando o ambiente, deixando tudo como encontrou.

Quando chegamos ao quarto, ele já estava vestido, mas o banheiro estava um pandemônio, com chão encharcado, e a toalha que usou toda amassada, em formato de bola, em cima do vaso sanitário. Perguntei porquê fez isso, ele respondeu que não sabia onde coloca-la. Enfim, tomei mais uma comida de rabo da Sheila. Primeira e última vez que fiz um favor desses ao Kevin, ele é muito sem noção.

Ao anoitecer, a maioria dos músicos que ainda não tínhamos visto apareceram. O aguardado Tobias Sammet desceu, acompanhado pelo produtor do show e por seguranças. Foram ao bar do hotel, onde ficaram por algum tempo bebendo e conversando. Quando decidiu sair, aproveitou para atender os fãs. Ele tem uma marca de nascença no rosto e usa maquiagem quando está no palco. Ali, de cara limpa, não tinha como disfarçar, mas ele não se importou e tirou fotos ainda assim.

É sempre bom reencontrar o mestre alemão, Kai Hansen
Felix Bohnke nunca se incomoda em atender seus fãs
Bob Catley é sempre gente boa também
Tobias não se incomodou em tirar fotos, mesmo revelando sua marca de nascença. Muitos fãs nem imaginam

No dia seguinte, eu e Sheila saímos cedo para trabalhar, então o corre terminou sem conhecermos Miro Rodenberg e Robert Hunecle. O ano também terminou, este foi o último corre de 2010.

Sem muita ideia de como fazer uma foto para tantos autografarem, o jeito foi fazer algo genérico
É claro que o mentor do projeto, Tobias Sammet, mereceu uma foto exclusiva
A belíssima e talentosa Amanda também mereceu exclusividade
Kiske tentou zuar a si mesmo, adicionando uma barba, mas a caneta não pegou muito bem

sábado, 4 de dezembro de 2010

Rhapsody of Fire

Era a vez do Rhapsody of Fire, que se apresentaria no Santana Hall. Esse era um show que eu queria assistir, mas estava sem dinheiro. Fui ao aeroporto de Guarulhos e, quando a banda desembarcou, abordei Fabio Lione. Ele disse que atenderia, mas somente depois de fumar um cigarro. Levei-o então à área de fumantes, onde fumamos e conversamos um pouco. Hoje ele fala português quase perfeitamente, mas nesse dia a comunicação foi em inglês.

Fabio Lione, então vocalista do Rhapsody of Fire

Eu já abordei o Rhapsody of Fire e algumas de suas variantes – Luca Turilli’s Rhapsody e Rhapsody Reunion – algumas vezes, e sempre todos foram legais, especialmente os que integraram a formação do Rhapsody Reunion, então não foi difícil conseguir as fotos e os autógrafos.

Luca Turilli, então guitarrista do Rhapsody of Fire 
Nesta ocasião, Dominique Leurquin era o guitarrista convidado que excursionava com o Rhapsody of Fire
Patrice Guers, então baixista do Rhapsody of Fire
Alex Holzwarth, então baterista do Rhapsody of Fire
Alex Staropoli, tecladista do Rhapsody of Fire

sábado, 27 de novembro de 2010

Twisted Sister

Eu e Sheila planejávamos, mais uma vez, assistir ao show, mas ela recuperava-se de uma torção no tornozelo, que exigiu intervenção cirúrgica, devido ao rompimento nos ligamentos. Por isso, usava uma bota ortopédica imobilizadora, o que a deixava com os movimentos limitados. Ainda assim, passamos o dia inteiro no aeroporto de Congonhas, a espera do Twisted Sister, que não desembarcou. Concluímos que a banda desceu em Guarulhos.

Do aeroporto, seguimos ao Via Funchal, onde fomos à bilheteria para retirar os ingressos sem a maldita taxa de conveniência. A casa, entretanto, recusou-se a aceitar a carteira de estudante dela. Somando isso à condição física da Sheila, com a mobilidade reduzida, desistimos. Optamos por gastar o dinheiro dos ingressos na hospedagem, mais uma vez no Hilton. Iríamos ao hotel de qualquer maneira, mas planejávamos seguir para lá somente depois do show. Já que não assistiríamos mais a banda, seguimos para lá.

Levamos montagens feitas a partir das fotos que conseguimos com cada integrante no ano anterior. A idéia era conseguir o autógrafo de todos, emoldurar e colocar na parede de casa. A missão, mais uma vez, pareceu fácil demais.

Antes do show, Mark Animal Mendoza apareceu e confraternizou com os fãs que estavam fora do hotel. Perguntou a todos se iriam ao show, sugerindo que se apressassem para não perder o início. Quando retornou, nos viu e, pela expressão, lembrou-se de nós. No hall, sentados em um sofá, estávamos prestes a levantar para falar com ele. Quando percebeu a bota que a Sheila usava, ficou bastante preocupado, apressando-se em ajuda-la a levantar. Quis saber o que acontecera, e desejou completa recuperação. Depois, encontrou-se com os outros integrantes, e todos saíram para o show.


Quando a banda retornou, surpresa: apesar dos poucos fãs dentro e fora do hotel, os músicos usaram uma entrada alternativa, subindo rapidamente para seus aposentos. No entanto, não demorou para que Jay Jay descesse e atendesse a todos. Ele nos concedeu uma mini-entrevista, onde qualquer um poderia perguntar o que quisesse.

Uma van estacionou em frente à entrada principal e, de dentro, saiu o sempre doido e bem-humorado A.J. Pero – o único que ainda não havia voltado do show - dizendo algo como "por que vocês não me esperaram para a festa começar?!". A.J. foi cercado pelos fãs, atendendo a todos, enquanto fazia caretas e dizia frases engraçadas.

Meu último momento com o baterista A.J. Pero, que faleceu em 2015

O problema é que Jonas*, na esperança de ser o primeiro a ser atendido pelo músico, “voou em cima dele”, quase derrubando a Sheila que, lembrando, estava com o tornozelo imobilizado. O clima de festa estava estragado e a grande pergunta é “por que?”, já que A.J. sempre foi legal e sempre atendeu a todos. Quase soquei Jonas ali mesmo, mas deixei para lá. Depois ele se desculpou, mas não adianta, porque sempre consegue ser pior numa próxima ocasião.

Mark desceu a seguir e atendeu os fãs, embora o número tenha aumentado para cerca de 50. O bom é que, apesar do ocorrido, os fãs deixavam os músicos em paz ao conseguir fotos e autógrafos. Então eles permaneciam entre nós, sem que ninguém mais os cercasse, já que haviam atendido a todos.

Quando Eddie desceu, foi abordado, ainda dentro do hotel, por um fã. Eu e Sheila fomos os próximos e conseguimos nossas fotos e autógrafos. Neste momento, porém, a segurança falhou completamente ao permitir a invasão do hall pelos fãs que estavam do lado de fora, tendo certo trabalho para recoloca-los para fora. Fã que não sabe abordar banda é tenso, sempre atrapalha. Mas Eddie não os decepcionou e também atendeu fora. Diferentemente dos demais, fez apenas o básico, retornando ao hotel assim que não havia ninguém mais a atender. Ainda assim, fantástico!


Ás vezes me pergunto se os integrantes do Twisted Sister já foram fãs abordando suas bandas prediletas, porque eles têm a noção exata do que muitos passam para viver aqueles momentos. Como no ano anterior, a banda encomendou pizzas para distribuir aos fãs. Mas já era tarde, e após se alimentar, os fãs se dispersaram. Não demorou para que eu Sheila fôssemos dormir. Entre quem não estava hospedado, houve quem passou o resto da noite esperando pela descida de Dee Snider, que não aconteceu.

No dia seguinte, quando desci para fumar um cigarro, encontrei Jay Jay mais uma vez atendendo a todos fora do hotel. Mark também apareceu, mas o ponto negativo foi mesmo Dee Snider, que deu as caras somente para ir embora, ignorando a todos completamente. Cercado por seguranças, tirou foto somente com um conhecido produtor de shows de São Paulo, obviamente amigo pessoal do produtor responsável pelos shows da banda no Brasil. Dee ignorou até mesmo os seis fãs que estavam hospedados. Quem não estava, sequer conseguiu vê-lo. Diz a lenda que ele estava doente. Para mim, Dee foi simplesmente um babaca.


O pior dos piores

Conheci Jonas na fila do Manifesto Bar, no After Party do Kiss, no ano anterior. Ele, como Carlos, Estéfano e o Mestre, faz corres há muito mais tempo que eu. À primeira vista é simpático, tenta ser amigo de todos, elogia o tempo todo. Sempre diz que a amizade é mais importante que as fotos:  “a banda vai, os amigos ficam”. Mas não tem o menor pudor em atrapalhar quem quer que seja. Não respeita nada nem ninguém. Depois que a merda está feita, sempre se desculpa, alegando ficar emocionado quando o artista aparece - mesmo fazendo isso há pelo menos 30 anos.

Já o vi ser arrastado para fora do hotel por não saber se comportar. Em 2015, foi bêbado ao hotel do Testament e incomodou hóspedes, fazendo com que um hotel que sempre foi bacana com os fãs adotasse políticas para mante-los longe. Mas o auge foi quando Ace Frehley veio a São Paulo em 2017. Ao passar pelo portão de desembarque, o músico foi abordado por Léo, e aceitou tirar fotos. Sem nunca conseguir esperar a vez, Jonas grudou no Ace, atrapalhando a foto do Léo e conseguindo uma selfie ruim. Tanto fez, que o músico reclamou para o dono da produtora, alegando que não foram contratados seguranças para protege-lo. A partir de então, recusou-se a atender qualquer outro fã em São Paulo.

Tudo o que posso dizer sobre Jonas é ruim. Ele é a pessoa mais desprezível que conheci nesta vida.

domingo, 21 de novembro de 2010

Paul McCartney

Mal sabia eu que estava prestes a conseguir o maior feito de minha “carreira”, e sozinho, sem ajuda de ninguém. Paul McCartney se apresentaria em São Paulo. Todos os hunters com quem falei disseram que seria impossível, e nenhum deles apareceu no hotel naquele final de semana. 

Antes de continuar, é necessário compreender porque era tão importante para mim conseguir conhece-lo. Apesar de a banda da minha vida ser o Iron Maiden, sei, desde que nasci, que sou um filho dos Beatles. Meus pais se conheceram em 1970 e o primeiro papo entre eles foi sobre a banda de Liverpool. Nasci dois anos depois, e cresci cercado das músicas deles e das carreiras solo de seus integrantes. Lembro bem da cara de bunda que meu pai chegou em casa no dia em que John Lennon foi assassinado. Lembro das discussões intermináveis que apontavam Yoko Ono como a causadora da separação do quarteto. Lembro da viagem para o Rio de Janeiro que eles fizeram em 91 para ver Paul McCartney pela primeira vez no Brasil, e de quanto eles comentaram sobre o show de 93 em São Paulo.

Quando foram anunciados os shows no Brasil, uma ideia me veio à mente: se consegui abordar a banda da minha vida, por que não proporcionar aos meus pais a mesma oportunidade?! Não é mais possível conhecer John e George, e Ringo até então nunca tinha vindo ao Brasil, mas poderíamos tentar abordar McCartney para, quem sabe, conseguir uma foto e um autógrafo. Após falar com meus velhos, e perceber que se animaram com a ideia, bolei cuidadosamente um plano para fazer dar certo.

No dia do show, lá estávamos eu, Sheila e meus pais, hospedados no Grand Hyatt. Você, fã de Paul, sacrificaria o espetáculo pela possível oportunidade de ver Sir Paul McCartney de perto? Foi o que meus pais fizeram. Chegamos de manhã ao hotel, e não havia sinal dele, certamente recluso em sua suíte presidencial.

De tarde, o único sinal de vida foi na hora da saída de Paul para o estádio do Morumbi. Uns vinte fãs estavam na parte de dentro do hotel, hospedados, e não poderiam ser retirados pelos seguranças. Mais quarenta o esperavam do lado de fora. Os seguranças bem que tentaram isolar a área, mas os fãs que estavam fora deram um show de má educação ao cercar o carro e bater nos vidros. Sinceramente: o que eles achavam que iriam conseguir se comportando assim, berrando e pulando?! Depois não sabem porque falam mal do Brasil lá fora...


Ao perceber o número de fãs que também tiveram a idéia de se hospedar, e constatar a atitude chiliquenta de alguns deles, comecei a desconfiar que seria muito difícil ter acesso a ele. No entanto, nossa grande vantagem estava justamente no fato de não irmos no show. Aos poucos, os fãs foram se encaminhando ao estádio, mas ficamos ali, no hall, esperando pela volta de Paul. Somente quatro pessoas talvez não o assustassem, e quem sabe conseguíssemos alguma coisa. 

De repente apareceu um homem, que sabemos tratar-se do segurança pessoal de McCartney. Ele observou o álbum que minha mãe carregava, Ram, e disse, em inglês, para ela relaxar, pois ainda faltava pelo menos uma hora para Paul retornar. Em seguida, se dirigiu a mim e à Sheila, dizendo que Paul havia pedido para que ele selecionasse vinte fãs, que seriam atendidos assim que retornasse ao hotel. Todos nós estávamos entre os escolhidos, primeiro porque não havia muita gente a escolher, segundo porque fomos observados de tarde pela segurança, que percebeu que não éramos ameaça alguma ao Paul. Uau! Por essa eu não esperava mesmo!

Após uma hora, ele nos chamou e pediu para que aguardássemos do lado de fora do hotel. A essa altura, estava no hall também um casal, que também foi convidado para participar. Ela estava com um vestido extremamente curto e um decote provocante, enquanto ele não largava a filmadora. E foi ali que percebemos que havia algo errado. Ao invés de comemorar a grande chance oferecida, o casal iniciou uma discussão, dizendo que estavam hospedados e não iriam sair, mas acabaram cedendo. Lá fora, nos unimos a cerca de dez fãs que não estavam hospedados, mas também foram selecionados para a inusitada sessão de autógrafos. 

O segurança explicou que seria apenas um autógrafo por pessoa, e que fotos e filmagem estavam proibidos. Também pediu para que organizássemos uma fila. O casal mais uma vez começou a destoar, primeiro por não o deixar falar, interrompendo a cada instante, e depois, tentando retornar para dentro do hotel, com câmeras na mão - especialmente quando enfim chegou o ônibus com Paul. Eu perdi a foto com o Dio por causa de fãs assim, e agora ele estava morto. Se isso acontecesse novamente, por causa dos dois, certamente o pau ia comer. Todos na fila estavam irritados com o casal, que parecia estar ali apenas para tumultuar.

Após a chegada do ônibus, outra coisa passou a nos preocupar: se começassem a chegar os fãs que foram ao show, ninguém conseguiria nada, nem nós, nem eles. Seria muita gente, muita bagunça. Percebendo isso, os seguranças fizeram quem estava na fila entrar para a área em frente ao hotel, onde os carros manobram. Foi tudo extramamente organizado. 

Quando nos demos conta, lá estava ele, bem na nossa frente. Eu era um dos primeiros da fila e logo estava cara a cara com ele, tão próximo que se esticasse o braço poderia toca-lo. Ele me disse "good night", eu respondi o mesmo, retribuindo o cumprimento. Entreguei uma foto da banda e ele, sem querer, começou a autografar sobre outro músico. Percebendo o erro, olhou para mim e disse "eu assinei em cima dele, mas você sabe que o autógrafo é meu". Extremamente simpático e amigável. Foi tudo muito rápido, mas simplesmente mágico.

Meus pais foram atendidos na sequência. Ao sair, meu pai tremia como se não tivesse acreditado que conseguiu conhecer Paul McCartney após quase 50 anos como fã. Minha mãe olhava o autógrafo, como boba, petrificada. Eu disse: “mãe, aproveite enquanto ele ainda está atendendo, e olhe para ele. Você terá todo o tempo do mundo para olhar o autógrafo, quando ele entrar”.


Acho que Paul não demorou nem dois minutos para atender a todos. Ele acenou, despedindo-se, e entrou no hotel sem ser incomodado. Olhei em volta: tinha gente chorando, mas todos estavam em êxtase, com a exata noção de quanto foram privilegiados. A única coisa a lamentar foi não ter conseguido uma foto com ele, mesmo que coletiva. Ainda assim, não havia o que reclamar. Tínhamos quatro itens autografados, fantástico!

A dispersão dos fãs também foi rápida. Quem não estava hospedado se despediu e voltou para casa. Quem estava, entrou no hall. Então, os seguranças abordaram o casal que ficou tumultuando, confiscando os autógrafos que conseguidos. Mais tarde, encontramos um outro fã, arrasado, que havia levado um baixo idêntico ao utilizado por McCartney, mas o músico se recusou a autografar. Por um momento fiquei com pena.

Mais tarde, reencontramos o segurança, que perguntou se estávamos felizes. Estávamos extasiados, claro. Ele explicou que os dois que formavam o casal eram impostores do Pânico, estavam lá só para tumultuar mesmo. Quanto ao cidadão que teve o autógrafo no baixo negado, explicou que ele já havia conseguido o autógrafo em outro baixo idêntico, em Porto Alegre. Outra fã argumentou que não era o mesmo fã, mas se era, perdi a pena dele na mesma hora, pois certamente conseguiria o autógrafo para vender. Nem mesmo eu, que sou fã do Iron Maiden, venderei meu autógrafo um dia. Sei bem quanta gente gostaria de estar em meu lugar. E, sem dúvida, é uma bela história para contar em qualquer ocasião...


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Carl Palmer

Houve o show do lendário baterista Carl Palmer, ex integrante da banda Emerson, Lake & Palmer. Não sabíamos em qual hotel ele estava, então encontrei-me com Kevin e Deca no Carioca Club, onde aconteceu o show. Claro que tínhamos em mente que o Carioca é uma casa de pagode que ganha dinheiro extra alugando suas dependências para a realização de shows de rock e metal. Mas é desolador perceber que, naquela noite, Carl Palmer “abriu” para o Art Popular, o que estava bem claro no luminoso que tem na entrada do lugar.


Fernando, um amigo de Kevin, apareceu e também queria tentar conseguir fotos e autógrafos. Isso foi bom, pois como tinha carro, nos deu a possibilidade de seguir a van após o show. A banda estava no Estamplaza da Alameda Santos (que mais recentemente teve o nome alterado para Capcana). Na chegada, Palmer entrou sem atender ninguém; mas o motorista da van disse que logo desceria, pois ele o levaria para jantar. Aproveitamos para abordar os músicos da banda.


Paul Bielatowicz, guitarrista do Carl Palmer
Simon Fitzpatrick, baixista do Carl Palmer

Quando Palmer deceu, Kevin o abordou. Na maior má vontade, tirou fotos com Kevin, Deca e o Fernando. Então, olhou para mim e correu para a van. Se desse naba em todos, não haveria problema. Mas que palhaçada é essa de atender alguns e outros não?! Isso eu não iria tolerar. Puto da cara, decidi espera-lo pelo tempo que fosse necessário. Kevin e Deca, embora tivessem conseguido, resolveram ficar, apenas para me fazer companhia.

Foram longas cinco horas até que ele retornasse. E eu lá, em frente ao hotel, com cara de quem mataria alguém naquele dia. Palmer, embora fosse bem maior que eu, percebeu minha expressão de poucos amigos, então assinou tudo o que eu tinha e tirou a foto sem reclamar.



sábado, 30 de outubro de 2010

Sonata Arctica

Sonata Arctica é uma banda que eu queria muito conhecer, mas que não interessava a Kevin. Então, eu não tinha ideia de como descobrir o hotel. Na véspera do show, fui com a Renata em alguns possíveis hotéis, mas não encontramos sinais que indicassem que os músicos estavam em nenhum.

No dia do show, eu estava em frente ao Carioca Club quando a van chegou com a banda. Um único fã solitário tentou aborda-los para conseguir autógrafos em um CD, mas tomou uma naba gigantesca. Todos o ignoraram, como se ele não existisse. Embora eu soubesse que ali não era hora nem lugar, também compreendia que não é todo mundo que faz o que eu faço, e que as oportunidades não são as mesmas. Ele tentou o que estava ao alcance dele.


Quando o show terminou, fiquei em frente ao local, comendo um hot-dog naquelas barracas montadas em dias de show, esperando que algum milagre de última hora pudesse me indicar onde estavam. Mas isso não aconteceu, pois a van com a banda se foi e, com ela, minha esperança.

No dia seguinte, quase meio-dia, recebi uma mensagem da Renata, que disse ter seguido a van de carro, com amigas, e que a banda estava no Estanplaza da rua Funchal. Já era próximo do horário do check-out, então nem arrisquei sair. Mas tomei uma decisão: estava na hora de parar de depender dos outros e descobrir como “a mágica” era feita. Não adiantaria perguntar ao Kevin, pois ele não falaria: ele me dava o peixe, mas não me ensinava a pescar.

Anos depois, quando comecei a fazer corres com o Carlos, descobri o segredo de Kevin: ele não sabia nada, apenas recebia as informações mastigadas. Carlos geralmente encontrava com a banda, conseguia fotos e autógrafos, e somente depois passava a informação para ele ou, então, com uma boa suspeita de hotel, o enviava antes para confirma-la. Kevin era uma farsa! E uma farsa chata!


sábado, 16 de outubro de 2010

Doogie White e Nick Simper

Kevin me convidou para ir atrás de Doogie White e Nick Simper, que fariam uma apresentação no Blackmore. Simper foi o baixista da formação original do Deep Purple. White passou por muitas bandas importantes, incluindo, entre outras, Rainbow, Yngwie Malmsteen, Praying Mantis, Rata Blanca e Michael Schenker Group.

Chegamos ao hotel, mas eles já haviam saído para o show, então caminhamos algumas quadras e conseguimos as fotos em frente ao local. Kevin viu o produtor, Milton (da AWO Production) e foi falar com ele. Que cara legal! Ainda que não precisasse, nos ajudou com as fotos. Ele sabia que não ficaríamos para o show, mas ainda assim nos ofereceu um par de ingressos. Eu tinha algum compromisso, não pude aceitar. Pelo que lembro, Kevin também tinha algo para fazer.

Na volta para casa, conversamos sobre sobre o comportamento de Milton, quase que legal demais para ser verdade. Kevin me disse que era um ótimo produtor, mas possuía um defeito: não trazia bandas para ganhar dinheiro, trazia as que ele era fã e queria assistir ao show ou conhecer os integrantes. Desta forma, trazia artistas com pouco interesse do público, o que resultava em shows quase intimistas, de tão poucas testemunhas que se dispunham a pagar por eles. Isso era bom para nós, pois trazia artistas que outros produtores sequer cogitavam, mas ele, com certeza, amargou grandes prejuízos.

Foi a quarta vez consecutiva que fiz o corre sem ir ao show (antes houve Scorpions, Lacrimosa e Rush), mas também não era grande fã de nenhum desses artistas. Até assistiria de boa um show do Scorpions, mas não fazia muita questão.

Doogie White 
Nick Simper

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Rush

Outra banda que não sou tão fã veio ao Brasil: o Rush. Deca convidou-me para esperar com ela no aeroporto, mas não pude ir porque não daria tempo de sair do trabalho e ir a Guarulhos. Uma pena, pois ela e Bono conseguiram fotos lindas com Geddy Lee e Alex Lifeson.

Neil Peart não desembarcou com eles. Aliás, tudo para ele tinha esquema especial. Nem mesmo ficou no mesmo hotel que os outros músicos. O que ouvi é que ele tinha síndrome do pânico, e que evitava fãs a qualquer custo. Ainda assim, quando a banda foi para o Rio de Janeiro de avião, ele foi de moto, acompanhado por um segurança. 

Kevin tinha um plano para espera-lo na estrada, próximo a Taubaté, com uma faixa com dizeres em inglês, algo como “Neil Peart, pare e tire uma foto comigo”. Ele me chamou para acompanha-lo, mas achei idiota demais para ser tentado. Se o cara não quer atender meia dúzia de fãs comportados na porta do hotel, até parece que pararia para tirar foto com um maluco segurando uma faixa em uma estrada.

A questão é: como Kevin sabia que Neil iria de moto para o Rio? A essa altura, já sabíamos que os seguranças que acompanhavam as bandas eram sempre os mesmos. Conhecíamos todos pelo nomes, mantendo com eles uma relação cordial. Eles não se importavam muito conosco, pois sabiam que não iríamos “causar”, seria apenas foto, autógrafo, e era isso. Um deles, o que acompanhava Neil, comentou sobre os planos de Neil de seguir de moto.

Foi um corre desgraçado e sem grandes resultados. Ficamos na frente do hotel Emiliano por cerca de 14 horas, de manhã até de noite. Era um dia frio, com garoa. No meio da tarde, um dos funcionários saiu do hotel com uma bandeja repleta de copos de café, e nos ofereceu: “A banda pediu para servir vocês”, justificou. O episódio ficou conhecido entre nós como “o café do Rush”.


A banda chegou a São Paulo em uma quinta feira a noite. Na sexta, alguns hunters, como Kevin, conseguiram a foto com Alex. No sábado, dia em que fui, não houve sinal do Alex. De noite, um dos seguranças saiu do hotel para falar conosco: “Geddy está doente, mas ficou com pena de ver vocês aí o dia inteiro. Ele vai atender, mas somente um autógrafo por pessoa e uma única foto com todos vocês”. Foi assim que aquele corre finalizou para mim: uma porcaria de uma foto coletiva. Lamentável, pois a banda nunca retornou. 

Neil Peart, a foto impossível, faleceu em janeiro de 2020. R.I.P.



sábado, 25 de setembro de 2010

Toy Dolls

O Toy Dolls se apresentou em São Paulo. Esta é uma banda que eu queria muito conhecer, mas Kevin não queria e nem sabia o hotel. O jeito foi recorrer a outros picture hunters e um deles, o Mestre, disse que sabia o hotel. Fomos ao Linson, na rua Augusta, onde esperamos a tarde toda, mas não vimos sinais que indicassem a presença da banda: era o hotel errado. Tive que esperar oito anos até que a banda retornasse ao país para que eu pudesse, enfim, conhece-la.

Meu primeiro contato com o Mestre foi no corre do Motörhead, em 2009. Ele sempre foi um sujeito estranho. Embora faça corres há muito mais tempo que eu, e tenha fotos incríveis, nunca foi bom o bastante. No dia do Toy Dolls, eu ainda não sabia, é claro. Mas com o passar do tempo, observei que ele não é capaz de descobrir os hotéis mais elementares sozinho.

Ele apenas tenta ser o cara legal, e espera que alguém o chame para o próximo corre. Quando isso não acontece, faz textões nas redes sociais, dizendo que as pessoas não valorizam a amizade, que todos vendem a mãe por uma fotinho com banda. O exagero é tão grande que, a impressão que passa é que fotinho com banda é a causa de todo mal do mundo

Ele chegou a criticar publicamente quem tenta conseguir fotos com bandas, mas continua nos hotéis para tentar conseguir fotos também. Levou um belíssimo come de um assessor de imprensa que o viu em um hotel em Limeira. Sobre o apelido, há quem o chame de Mestre mas, para mim, não passa de mestre dos fracassados. Todos aqueles que são rejeitados quando tentar fazer corre conosco (porque são fracos) acabam de uma maneira ou de outra fazendo corres com o Mestre. Que beleza!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lacrimosa

Uma das meninas que conheci no corre do Heaven & Hell, Maria Claudia, sempre me chamava para fazer corres “estranhos”. No dia em que tentei conhecer o Dream Theater, ela queria que eu a acompanhasse no corre do Korpiklaani. Ouvi a banda pela primeira vez através de sugestão dela e gostei, mas não perderia a chance de conhecer o Dream Theater para tentar encontrar com uma banda que eu nem sabia da existência até pouquíssimo tempo antes.

De tanto insistir, ela me convenceu a acompanha-la no corre de outra banda que nunca ouvi falar: Lacrimosa. Diferentemente do Korpiklaani, ouvi o som e não gostei. Mas aceitei acompanha-la. Fomos ao hotel, Blue Tree Faria Lima, e esperamos no hall.

A banda chegou por volta de duas horas da manhã e ficou conosco por outras duas horas. Foi um dos corres mais legais de todos os tempos. Tilo Wolff e Anne Nurmi tiraram fotos, deram autógrafos, conversaram, contaram estórias. Ao final, fumaram um cigarro sentados em um canteiro de árvore em frente ao hotel. Eles nos trataram tão absurdamente bem que fiquei chateado por não conseguir gostar do som deles, por mais que tentasse. E quebrei minha regra de não tirar fotos com quem não sou fã: foram tão legais que seria um absurdo recusar. E já que eu iniciara minha coleção de autógrafos em fotos, fez todo sentido levar uma para eles assinarem também.


sábado, 18 de setembro de 2010

Scorpions e Delain

A bem da verdade: não sou fã de Scorpions. Até tenho dois ou três LPs, gosto de uma música aqui, outra lá, e é isso. Porém, após mais de um ano recusando acompanhar Kevin em corres de bandas que não sou fã, decidi ir neste. A morte de Dio mudou meus pensamentos. Até aqui, deixei de conhecer muitos artistas importantes porque não sou fã, incluindo Tony Martin, Joe Lynn Turner, Jon Lord, Yes, Asia, Faith No More, Focus, Iggy Pop, J.J. Jackson, The Cult. Porém, o fato de eu ser fã ou não, não os torna ruins ou sem importância.

Decidi que passaria a frequentar alguns desses corres, desde que não atrapalhasse os verdadeiros fãs. O Scorpions estava em minha cidade e eu poderia até não ser o fã número um, mas conhecia e gostava de algumas músicas. Melhor aproveitar a oportunidade.

Desta vez não estava disposto – e nem com dinheiro – para assistir ao show, e muito menos para pagar pela hospedagem. Além do mais, durante o tempo que fiz corres, observei que muitos hunters não iam ao show, apenas tiravam as fotos e retornavam para casa.

A banda estava hospedada no Grand Hyatt. Ao chegar, entrei e fui diretamente ao restaurante, onde estava Kevin. Assim como ele, pedi algo para comer, o que em tese evitaria a expulsão do lugar. Naquele dia, vimos somente o guitarrista Rudolf Schenker e o baixista Pawel Maciwoda, que nos atenderam sem problemas.

Rudolf Schenker e a porra do dedo do Kevin no canto superior esquerdo
Pawel Maciwoda, baixista do Scorpions

No dia seguinte, o Delain apresentou-se pela primeira vez no Brasil. O ingresso já estava comprado há tempos. Na semana do show, a produtora anunciou que as primeiras 400 pessoas a entrar teriam direito a um meet & greet gratuito. Receoso em não estar entre elas, cheguei extremamente cedo, e passei o dia todo na fila que, ao final, tinha no máximo 150 pessoas. Eu poderia estar o dia no hotel do Scorpions, aparecendo no Carioca Club apenas para o meet. 

O show foi genial, mas o meet foi ruim, com o pessoal da produção apressando o tempo todo. Nem dava para conferir se uma foto ficou ou não boa, e já tinha alguém enchendo o saco, empurrando para a saída. Fora as mesas que definiam a separação entre você o músico. Na tentativa de salvar a foto, sem querer me aproximei demais de alguns deles, e ficou meio esquisito. Desse dia em diante, sempre que pudesse escolher entre corre ou meet & greet, escolheria corre, sem pensar duas vezes. Além do mais, ficou nítido que a “bondosa” oferta foi uma tentativa de lotar o local. Com capacidade para 1.000 pessoas, imagine o quanto estava vazio com apenas 150.

Charlotte Wessels, vocalista do Delain
Ewout Pieters era guitarrista do Delain
Otto Schimmelpenninck, baixista do Delain
Sander Zoer era baterista do Delain
Martijn Westerholt, tecladista do Delain
Assim que o show acabou, tomei um taxi para o Grand Hyatt. Ao chegar, Kevin já sabia em que hotel estava o Delain. Eu realmente ficava intrigado de como ele conseguia sempre saber de tudo. Até tive uma certa “coceira” para ir e tirar outra foto com a lindíssima Charlotte Wessels, mas faltava finalizar o Scorpions, então apaguei “o fogo no rabo” e permaneci onde estava.

Infelizmente era tarde: o que tinha que acontecer já havia acontecido. De tarde, enquanto eu estava na fila do Delain, Klaus Meine atendeu a todos no hotel. Pawel viu Kevin com aquele monte de LPs, então espalhou todos pelo chão e deitou-se com eles. Eu só acreditei porque vi a foto.




No dia seguinte, lá estávamos novamente no Grand Hyatt. Somente James Kottak atendeu. Para todos faltava apenas foto com o Matthias Jabs. Para mim, faltava também com o Klaus. Após passar o dia inteiro no hotel, estava chegando a hora da banda ir para o show. Foi quando o chefe de segurança do hotel, muito educado, falou conosco:

- Eu deixei vocês aqui dentro por três dias, sem atrapalhar. Mas agora o pessoal da produção pediu e eu preciso pedir para vocês saírem.

Meu corre finalizou ali. No fim, consegui 3/5 da banda, mas poderia ter conseguido 4/5 se não fosse a “bendita” promoção de meet do Delain. Nunca mais caio nessa!

James Kottak era o baterista do Scorpions


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Paul Di'Anno

Paul Di'Anno tinha 23 shows confirmados no Brasil, e eu tinha uma intuição forte de que ele se aposentaria em breve dos palcos, então decidi que assistiria o maior número possível dos shows.  Com a grana e disponibilidade profissional que tinha, consegui ir em três. Como possuía algumas milhas acumuladas no Smiles e muitos amigos no Rio de Janeiro, decidi que essa seria a primeira cidade a visitar.

Após trabalhar normalmente o dia inteiro, saí do escritório direto para o aeroporto de Congonhas, onde embarquei em um voo da Gol para a "cidade maravilhosa". Fátima e Ricardo Pacheco estavam à minha espera, me deram uma carona ao Hard Rock Cafe, onde ocorreu o show. Lá, encontrei outros amigos, incluindo as groupies Fani e Yolanda, que sempre estavam em São Paulo atrás das bandas,  ou embaixo delas, em cima, de quatro, sei lá... Claro que nem poderia ser considerado um corre pois, após a apresentação, Di'Anno ficou disponível para qualquer um que quisesse uma foto e/ou autógrafo. 


Lá pelas duas horas da manhã, saí do local com Padro e sua mãe, Elaine, que me deram uma carona para o apartamento deles, no Leblon. Mesmo tendo que trabalhar no dia seguinte, Padro me chamou para sair, passar a noite na orla com ele e amigos/as. Aceitei, pois minha presença no Rio era tão rara que fazia todo o sentido aproveitar a oportunidade.


De manhã, tomei um táxi para o aeroporto, voei, e ainda cheguei uns 20 minutos atrasado no trampo. Foi uma das raras vezes em que fui completamente irresponsável. Trabalhei virado em um dia que demorou demais para passar, como é ruim trabalhar com sono.