Outra banda que não sou tão fã veio ao Brasil: o Rush. Deca convidou-me para esperar com ela no aeroporto, mas não pude ir porque não daria tempo de sair do trabalho e ir a Guarulhos. Uma pena, pois ela e Bono conseguiram fotos lindas com Geddy Lee e Alex Lifeson.
Neil Peart não desembarcou com eles. Aliás, tudo para ele tinha esquema especial. Nem mesmo ficou no mesmo hotel que os outros músicos. O que ouvi é que ele tinha síndrome do pânico, e que evitava fãs a qualquer custo. Ainda assim, quando a banda foi para o Rio de Janeiro de avião, ele foi de moto, acompanhado por um segurança.
Kevin tinha um plano para espera-lo na estrada, próximo a Taubaté, com uma faixa com dizeres em inglês, algo como “Neil Peart, pare e tire uma foto comigo”. Ele me chamou para acompanha-lo, mas achei idiota demais para ser tentado. Se o cara não quer atender meia dúzia de fãs comportados na porta do hotel, até parece que pararia para tirar foto com um maluco segurando uma faixa em uma estrada.
A questão é: como Kevin sabia que Neil iria de moto para o Rio? A essa altura, já sabíamos que os seguranças que acompanhavam as bandas eram sempre os mesmos. Conhecíamos todos pelo nomes, mantendo com eles uma relação cordial. Eles não se importavam muito conosco, pois sabiam que não iríamos “causar”, seria apenas foto, autógrafo, e era isso. Um deles, o que acompanhava Neil, comentou sobre os planos de Neil de seguir de moto.
Foi um corre desgraçado e sem grandes resultados. Ficamos na frente do hotel Emiliano por cerca de 14 horas, de manhã até de noite. Era um dia frio, com garoa. No meio da tarde, um dos funcionários saiu do hotel com uma bandeja repleta de copos de café, e nos ofereceu: “A banda pediu para servir vocês”, justificou. O episódio ficou conhecido entre nós como “o café do Rush”.
A banda chegou a São Paulo em uma quinta feira a noite. Na sexta, alguns hunters, como Kevin, conseguiram a foto com Alex. No sábado, dia em que fui, não houve sinal do Alex. De noite, um dos seguranças saiu do hotel para falar conosco: “Geddy está doente, mas ficou com pena de ver vocês aí o dia inteiro. Ele vai atender, mas somente um autógrafo por pessoa e uma única foto com todos vocês”. Foi assim que aquele corre finalizou para mim: uma porcaria de uma foto coletiva. Lamentável, pois a banda nunca retornou.
Neil Peart, a foto impossível, faleceu em janeiro de 2020. R.I.P.
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