Decidimos ir ao hotel, nos encontramos por volta de 14:30hs em frente ao Quality Faria Lima. Não havia nenhum sinal de que a banda pudesse estar lá. Era, porém, um pouco cedo. Se viessem depois do almoço de Pomerode, onde apresentaram-se na noite anterior, Belphegor e as bandas brasileiras poderiam ainda não estar em São Paulo. Isso confirmou-se quando Carlos viu, no Instagram, uma foto tirada dentro do avião, onde se via claramente integrantes do Crypta e do Belphegor. O jeito era esperar mais um pouco.
O problema foi o sol, fortíssimo, que atingia toda a área em frente ao hotel. Ficar horas esperando nessas condições seria péssimo, então atravessamos a rua e nos mantivemos na sombra, relativamente longe. De repente algo bizarro aconteceu. A banda chegou de... carro?! Vimos quando ao menos Helmuth Lehner desembarcou, foi nele que ambos concentramos a atenção. Não percebemos neste momento se o resto da banda veio com ele. Com a confirmação do hotel e acreditando que todos os músicos estivessem lá, mantivemo-nos à espera. Não demoraria tanto assim para que saíssem para o Carioca Club.
Somente quando Helmuth desceu é que percebemos que apenas ele veio mais cedo. Se tivéssemos percebido antes, teríamos caminhado ao Carioca Club e muita coisa já poderia ter se resolvido. Ele nos atendeu numa boa. A expressão dele está estranha?! Nem repara, em todas está as fotos igual, comigo, com Carlos e com "Jéssico" (Filipe, namorado da Jessica, que fez corres conosco até 2021, mas que hoje reside em Portugal).
Seguimos para o Carioca Club. Além do Belphegor, as bandas que nos interessavam no festival eram Krisiun, Crypta e Ratos de Porão. Eu já tinha foto com todos do Krisiun, no Crypta faltava apenas a foto com a nova guitarrista, Jéssica di Falchi, além de fotos não pandêmicas com Luana Dametto e Tainá Bergamaschi. Com Fernanda Lira não era necessário, pois tenho uma foto boa com ela tirada em 2012, mas seria bom renovar se não estivesse pandêmica. Com o Ratos de Porão tinha, até então, tinha fotos apenas com Gordo e Boka, faltava Jão e Juninho.
O show do Belphegor já rolava há algum tempo quando Fernanda Lira, do Crypta, e Juninho, do Ratos de Porão, saíram do Carioca Club. Ninguém usava máscaras, nem nós, nem os produtores, nem fãs, nem mesmo a esposa de João Gordo, Viviana Torrico, que estava exatamente na nossa frente neste momento. Mas o casal pandêmico, claro, usava. Carlos ficou indignado e comentou comigo "que punk de meia tigela!", o que concordei completamente.
Muitas pessoas acreditam que em um belo dia o coronavírus simplesmente desaparecerá, mas a verdade é que daqui para frente teremos que conviver com ele de forma endêmica para sempre. Algumas pessoas vão adoecer, outras poucas morrerão, mas normal. Acontece até mesmo com gripe comum, faz parte da vida. Pessoas morrem. E sempre serão os mais fracos, jamais dois jovens fortes como Fernanda e Juninho. O pior já passou! Usarão máscara até quando? Por que diabos tomaram a vacina se não confiam nela?!
Carlos, que desde jovem é frequentador assíduo de baladas, sempre conta que quem frequentava o Madame Satã na década de 1980 ganhava, na entrada, um vale "sangue do diabo". O tal "sangue do diabo" era feito misturando o resto das bebibas que sobrava nos copos e garrafas dos clientes. João Gordo frequentava o Madame nessa época e ficava na entrada abordando todo mundo, querendo o vale que a maioria dispensava.
Agora ali, na minha frente, outro músico do Ratos de Porão usava máscara sem necessidade, por puro e simples medo do vírus. Como eu não tinha uma foto com ele, o chamei e tirei, mas é definitivamente decepcionante. Ele tira a máscara quando está no palco, em um ambiente fechado onde vírus circulam livremente. Não há mais o que justifique usa-la. Nem valeria a pena tirar outra foto pandêmica com Fernanda, então nem a abordei quando ambos retornaram para os camarins do Carioca Club.
Apenas lembrando que, em novembro de 2020, quando nem vacina havia ainda, os caras do Krisiun fizeram o primeiro show presencial após o início da pandemia, no mesmo Carioca Club. Após a apresentação, os músicos - exceto Moisés - saíram da casa sem máscaras, tirando fotos com qualquer um que os abordasse.
Após o fim da apresentação do Belphegor, Helmuth saiu em frente ao Carioca Club para fumar, e estava nem aí de atender a galera, tirou fotos com todo mundo que quis. Os músicos contratados saíram algumas vezes, principalmente para carregar os instrumentos para a van. Abordamos o ex baterista do Vader, James Stewart. Educadamente, respondeu que estava ocupado e que falaria conosco mais tarde. O guitarrista Molokh passou por nós diversas vezes, sempre acompanhado por uma "ficante" brasileira, mas não o abordamos. O único integrante que não vi foi Serpenth.
Após o último show, seria uma boa ideia permanecer ali e aguardar ao menos a saída do Jão, o único integrante do Ratos de Porão que jamais encontrei. Entretanto, na confusão da saída de fãs, vi quando ao menos Helmuth embarcou na van, que ligou o motor e partiu. Mesmo a pé, nosso caminho daria menos voltas, então corremos e conseguimos chegar ao hotel antes. Para nossa surpresa, Helmuth era o único passageiro. Onde diabos estariam os demais?! Não fazia sentido algum, uma banda desse tamanho com integrantes em dois hotéis? Decidimos aguardar onde estávamos.
Moisés, do Krisiun, chegou de carro com a esposa. Carlos tirou uma foto com ele. Eu deveria ter tirado também, mas estava entretido em observar a aproximação de uma segunda van que despontou na rua do hotel. Ela estacionou exatamente à nossa frente, do outro lado da rua. Trazia o batera James Stewart e três das meninas do Crypta. Todos descarregaram a van, era tanta mala e instrumento que lotou o hall do hotel. Nos oferecemos para ajudar, mas elas agradeceram e disseram que não seria necessário. Ok, elas que sabem.
A primeira a falar conosco foi a novata Jéssica di Falchi, que infelizmente estava pandêmica. Depois, renovei as fotos com Tainá Bergamaschi e Luana Dametto, desta vez sem máscara com ambas. Na única vez que as vi, em janeiro de 2021, a vacinação no Brasil tinha começado há apenas cinco dias, mesmo assim somente para profissionais de saúde e idosos com mais de 90 anos. Nenhum de nós estava vacinado na ocasião, mas ainda assim Tainá não usava máscara. Minha foto com ela só não foi com ambos sem máscara porque Fernanda Lira protestou quando eu ia abaixa-la apenas para tirar a foto.
Pouco depois, Jéssica di Falchi tirou a máscara ainda no hall do hotel. Ficamos sem graça de pedir uma nova foto |
A foto não pandêmica aconteceu com um ano e meio de atraso |
Quem não a conhece e a julga por seu tamanho não imagina o quanto ela é gigantesca com as baquetas na mão atrás de uma bateria |
James Stewart acabara de fazer seu último show com o Belphegor, ao menos nesta turnê |