quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Lacrimosa

Elisa, a menina (de quase 30 anos) com quem estava saindo, pediu minha ajuda para conhecer o Lacrimosa. Era um corre que não planejava fazer, mas tudo bem, mudei os planos. Sete anos antes, conheci Tilo e Anne e eles foram sensacionais. Talvez valesse a pena reve-los.

Chegamos ao Blue Tree Morumbi quando o show ainda estava rolando. É um hotel sossegado, então entramos e nos acomodamos nos sofás à esquerda da porta giratória. A única fã que estava lá era a Jess, então apresentei uma à outra, e ficamos batendo papo. Entretanto, aquele dia reservava algumas surpresas desagradáveis. Quando a van chegou, um segurança, que até então eu não conhecia, entrou no hotel. Assim que nos viu começou a berrar enfurecido: "Saiam do hotel! Eu não quero vocês aqui! Fora!". Foi surreal demais: quase 10 anos fazendo corre e nunca vi nada parecido, nem tão gratuito. Estávamos em apenas 3 pessoas, super de boa. Não havia motivo nenhum para o que estava acontecendo. Meio sem saber o que fazer, saímos. Ele saiu também, ainda berrando, e foi até a van, de onde retirou os músicos, escoltando-os ao hotel.

Nesse momento me senti totalmente inexperiente, realmente não sabia o que viria a seguir. Deveríamos ir embora? Aquilo significava o fim do corre? Sinceramente não sabia responder. Decidimos esperar fora do hotel para ver o que aconteceria. Quando achava que não poderia piorar, piorou: cerca de 25 fãs apareceram. Eles seguiram a van em vários carros e, ao constatar qual era o hotel, foram estacionar os veículos nas proximidades e retornaram caminhando. Então apenas tente imaginar o monte de gótico vestido a carater na frente do hotel.

Emputecido, chamei as meninas para caminhar e comer alguma coisa, pois mais ou menos próximo havia uma loja de conveniência. A essa altura eu achava que já não era possível esperar nada de bom. Fomos, comemos, retornamos, e o cenário ainda era o mesmo. Entretanto, o segurança mala estava entre os fãs. Quando nos viu, me chamou para conversar, desculpou-se e disse que provavelmente os músicos atenderiam mais tarde. Eu não era capaz de entender mais nada.

Quando voltei onde estavam as meninas, surpresa: Elisa queria ir embora. Normalmente concordaria com ela, aquilo estava uma porcaria. Porém, o segurança disse que a banda provavelmente atenderia, então queria ficar para ver o que realmente aconteceria. Também experiente em corres, Jess concordava comigo: deveríamos ficar e observar mais um pouco. No entanto, a paciência de Elisa realmente se esgotou, e ela começou a perturbar como uma menina mimada, dizendo que estava cansada e queria ir para casa. É do tipo que fecha a cara e começa a ser grossa.

É foda, né?! Eu só estava ali porque ela quis, e agora que as coisas poderiam acontecer, estava esgotando o pouco de paciência que eu ainda tinha. Tanto encheu que finalmente concordei. Peguei o celular e já estava abrindo o app do 99, quando Anne e Tilo saíram do hotel. O corre estava realmente ficando surreal. Tirei as fotos das meninas com eles e uma delas tirou a minha foto. Finalizamos e finalmente pudemos ir cada um para sua própria casa, descansar de uma noite muito estranha. O que diabos aconteceu ali?!


Quando contei para Carlos, tudo se explicou. Ele disse que o tal segurança novo é irmão de outro segurança bem conhecido nosso... Conhecido por sempre atrapalhar os corres. O mesmo de Dream TheaterSarah Brightmann e Patrick Stewart, entre tantos outros. Sou ateu, mas Jesus Amado, já era difícil aguentar um, que dirá agora que eram dois?! Puta que pariu! Felizmente, nunca mais vi esse irmão. E mesmo o tal segurança, sumiu demais dessa época para cá. Graças a Deus!

Quanto à Elisa... Eu já tinha decidido terminar com ela 20 dias antes, no corre do Culture Club. Não aguentava mais aquela instabilidade emocional que me deixava extremamente irritado. Só não terminei ainda porque em duas semanas faríamos um cruzeiro que eu prometi a ela. Tenho muitos defeitos, mas sempre cumpri minhas promessas, dessa vez não seria diferente. A menos que algo mudasse muito, a ideia era terminar o relacionamento assim que desembarcássemos do navio.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Hammerfall

Quando estive no Rio de Janeiro para conferir o quanto difícil seria me aproximar de Madonna, tive uma tarde "um pouco mais quente" com uma amiga. Alicia* é muito fã de Hammerfall, e viria em menos de dois meses a São Paulo para assistir ao show, então prometi ajuda-la a conhecer os músicos.

O problema é que penso como hunter, e ela pensa como fã. Eu penso no corre, ela pensa no show. Mesmo podendo agendar a passagem para qualquer data, já que tinha disponibilidade de horário, decidiu chegar na manhã do dia do show, e nem esperou eu calcular em que dia deveria chegar para que pudéssemos recepcionar a banda no aeroporto. Como o Hammerfall desembarcou em Guarulhos na véspera, perdemos essa oportunidade para encontrar os integrantes. Sem problema, pois poderíamos fazer o corre após o show.

Para mim é ok sacrificar algumas músicas para correr ao hotel, chegar antes que a banda e conseguir fazer a abordagem. Para um fã, isso é quase um sacrilégio. "Como assim, perder o bis?! Que absurdo! Não saio antes do show terminar". Pouco antes de partir rumo a São Paulo, Alicia me avisou que desta vez não nos pegaríamos, pois dividiria o quarto com amigas. Isso foi um pouco decepcionante, mas tudo bem, ainda teríamos o corre para nos ver.

No dia do show, eu estava fazendo o corre como sempre faço, com as pessoas com quem sempre fazia. Alícia que era o fator diferencial na ocasião, logo, entendo que é ela que tem que se adaptar ao corre, não o corre a ela. Eu estava com o Leo e a Karina e eles dependiam de mim, pois eu era o único que tinha uma câmera. Leo estava de carro e partiria para o hotel assim que o bis começasse. Eu iria com eles e esperava levar Alícia conosco. Ela, entretanto, recusou-se a abandonar o bis para nos acompanhar, então passei o nome e endereço do hotel, onde esperava encontra-la mais tarde. Foi mancada deixa-la para trás, admito, mas ela não me deixou alternativas.

No hotel, tudo foi tranquilo. A banda chegou e nos atendeu, sem problema nenhum. Todos os integrantes são legais. Alícia não apareceu - depois disse que estava sem dinheiro para chamar um Uber para ir ao hotel, e que estava chateada comigo, pois interpretou o fato de eu te-la deixado para trás como represália por não ficarmos juntos desta vez. Fala sério! Ela fez tudo como quis e o culpado sou eu?! Se tivesse me ouvido, teria chegado na véspera ou sacrificado o bis, e teria conhecido a banda. Espero que na próxima vez ela me ouça e faça o corre como tem que ser feito!

Joacim Cans, vocalista do Hammerfall
Oscar Dronjak, guitarrista do Hammerfall
Pontus Norgren, guitarrista do Hammerfall
Fredrik Larsson, baixista do Hammerfall
David Wallin, baterista do Hammerfall