Os hunters das antigas costumam dizer que só existem duas pessoas consideradas fotos impossíveis: Madonna e Elton John. O caso de Elton John é complicado. Dois de seus melhores amigos estão mortos: o estilista Gianni Versace e John Lennon foram assassinados por fãs. Ele é milionário, famoso, série A+, não tem porque se arriscar. Pode se dar ao luxo de reservar todo um andar do hotel apenas para si e sua equipe, e realmente o faz.
Estéfano sempre me disse que ele é um "fantasma", ninguém vê. Carlos já dá uma versão diferente "eu estava no Hyatt tentando conhecer outra banda quando o manager do Elton John desceu e veio falar comigo, acreditando que eu era fã. Ele disse que eu poderia chama-lo, mas que não seria atendido. Nada de fotos nem autógrafos. Mas sim, você o vê saindo do hotel, normal, sem esquema de garagem, ele simplesmente não atende".
Em 2015, quando Elton John veio para o Rock in Rio, um conhecido do Facebook, que é brasileiro mas trabalha no exterior com grandes produções, foi contratado para integrar a equipe local, responsável pelos shows de Rod Stewart e Elton John. No caso de Elton, havia duas equipes, a local, que ele integrava, e a que acompanha o cantor em todo o mundo. Esse camarada contou que rolou uma barreira física separando as equipes. "Somente a equipe dele tinha acesso a ele, eu só o vi no palco, a barreira nos impedia de ve-lo de qualquer outra maneira. Trabalhei no show do cara e não o vi". Surreal! De qualquer forma, com essas referências, jamais me animei a tentar conhecê-lo.
Já Madonna... até onde sei é chata mesmo. Eu também seria se tivesse os fãs dela, os que a chamam de diva, berram, choram, cercam o carro etc etc etc. Em 2012, acompanhei atentamente à distância quando ela passeou pela orla de Ipanema com o namorado, cercada por diversos seguranças e coberta da cabeça aos pés, em uma inútil tentativa de parecer menos visível.
Em 2017 ela retornou ao Rio de Janeiro para prestigiar o casamento da modelo Michelle Alves com o empresário Guy Oseary, responsável por gerenciar a carreira não apenas de Madonna, mas também do U2. Claro, havia muitos outros convidados, incluindo Dakota Johnson, Owen Wilson, Matthew Mcconaughey, Mía Maestro, P. Diddy, Ashton Kutcher, Demi Moore, Anthony Kiedis e Flea (Red Hot Chilli Peppers), entre outros. Decidi ir ao Rio para descobrir qual é a real dificuldade de chegar perto de Madonna. Apesar de todas as celebridades presentes, esse era meu único objetivo.
Foi amplamente divulgado pela imprensa que todos ficariam no Fasano, em Ipanema. Já estive em frente a ele em diversas ocasiões, mas nesse dia estava diferente, literalmente envelopado, pois colaram um adesivo branco em todos os vidros que o cercam, cobrindo-os completamente, tornando impossível que qualquer um que estivesse fora conseguisse ver o que acontecia dentro.
Quando cheguei à cidade, me instalei em um hotel barato, também em Ipanema, há duas quadras do Fasano. Fui à orla, comi um camarãozinho, e estava pronto para começar a missão. A grande vantagem do Rio de Janeiro é que a maioria das pessoas simplesmente não liga para famosos. Em uma cidade onde encontrar um global ao acaso é absolutamente normal, ninguém liga.
Há poucos hunters no Rio, eu só conheço quatro ou cinco. Há sempre muito menos gente nos hotéis do Rio, mesmo em época de Rock in Rio. Ainda assim, muitos dos que vão aos hotéis são de outras cidades. Estéfano sempre utilizou esse recurso muito bem: se um artista era difícil em São Paulo, no Rio seria bem mais acessível. Em 2012, quando tentei conhecer Alanis Morissette, apenas 4 pessoas a aguardavam em frente ao hotel Unique, mas ela preferiu sair pela garagem, então nem ao menos a vimos. Chegou ao Rio de Janeiro, foi à praia, e atendeu todos que se interessaram em conhecê-la. No Rio é sempre mais fácil!
Retornando... o Fasano estava cercado, mas nada realmente impeditivo, era apenas para que os fãs mantivessem certa distância, mas dava para ver e chamar quem chegasse ou saísse. Estava sossegado, era menos de 20 pessoas. Isso, para o Rio de Janeiro, é um número altíssimo, mas ao menos estava todo mundo de boa. Se alguém quisesse atender, atenderia a todos em menos de 5 minutos. Porém, a maioria dos convidados tem fama de ser chata, que foi confirmada ou reforçada na ocasião.
De noite, quando houve o evento, apenas três atenderam aos chamados. Perry Farrell, vocalista do Jane's Addiction e pai do festival Lollapalooza; Adam Clayton e The Edge, do U2. Clayton parou de atender justamente quando chegou minha vez, por pura babaquice do segurança, que pediu para ele não me atender ao ver que eu tinha uma foto para autografar. "É para vender", alegou. Vender!? Eu!? Só se for vender pra pagar o cachê da mãe do segurança!
De fato, as fotos eram para minha coleção pessoal. Realmente me desfiz de parte da coleção, mas somente três anos depois, em 2020, quando estourou a pandemia do corona virus e fiquei sem nenhuma fonte de renda, em um momento onde minha situação financeira estava muito delicada. Mesmo assim, a intenção nunca foi vender.
Além do mais, existe uma maneira fácil aos artistas preocupados com a vendagem de seus autógrafos. Sabe como faz para que um autógrafo perca todo ou grande parte de seu valor comercial? Basta assinar nominal. "To Adriano, Adam Clayton". Não vale mais porra nenhuma e ninguém quer comprar. Além do mais, se o problema era o autógrafo, por que retirar o artista, sem ao menos deixar rolar a foto? "Segurança" e "babaca" muitas vezes são mais do que sinônimos!
Já The Edge atendeu a todos. Como não exibi a foto para ele autografar, o otário não me atrapalhou novamente.
De fato, as fotos eram para minha coleção pessoal. Realmente me desfiz de parte da coleção, mas somente três anos depois, em 2020, quando estourou a pandemia do corona virus e fiquei sem nenhuma fonte de renda, em um momento onde minha situação financeira estava muito delicada. Mesmo assim, a intenção nunca foi vender.
Além do mais, existe uma maneira fácil aos artistas preocupados com a vendagem de seus autógrafos. Sabe como faz para que um autógrafo perca todo ou grande parte de seu valor comercial? Basta assinar nominal. "To Adriano, Adam Clayton". Não vale mais porra nenhuma e ninguém quer comprar. Além do mais, se o problema era o autógrafo, por que retirar o artista, sem ao menos deixar rolar a foto? "Segurança" e "babaca" muitas vezes são mais do que sinônimos!
Já The Edge atendeu a todos. Como não exibi a foto para ele autografar, o otário não me atrapalhou novamente.
Perry Farrell, vocalista do Jane's Addiction |
The Edge, guitarrista do U2 |
Vimos a maioria dos outros convidados, estavam todos chatos. Anthony Kiedis e Flea estavam o nojo em pessoa. Durante todo o dia, saíram diversas vezes do hotel, sempre acompanhados por seguranças, não oferecendo a menor chance de contato. Eu, apesar de estar louco para me redimir da besteira que fiz em 2011, quando me recusei a tirar foto com Anthony Kiedis, não estava nenhum pouco interessado em sair me humilhando para conseguir a foto. Na real, ele que se danasse! Por mais que você não acredite, eu não estava no Rio de Janeiro para tirar fotos.
Mas... e Madonna??? Absolutamente ninguém conseguiu vê-la, ela sempre entrou e saiu do hotel pela garagem, em carro com vidro filmado. Chance ZERO. Os outros artistas, por mais que fossem chatos e não estivessem a fim de atender, pelo menos ofereceram a possibilidade de ser vistos. Madonna, nem isso. No entanto, ela, que faz tanta questão de ser invisível e insuportável no Brasil, hoje em dia se enfia no meio do povão em manifestações como “Black Lives Matter”, na easy London. Realmente não da pra entender o que se passa na cabeça dela, não pode perder 5 minutos para atender quem a admira, tirar uma foto ou dar um autógrafo...
Mas afinal, se eu não estava no Rio para tirar fotos, que diabos eu estava fazendo lá? Mais uma vez: o objetivo principal era saciar minha curiosidade de quanto difícil seria tentar abordar Madonna. Já o objetivo secundário... Eu tenho uma amiga no Facebook, chamada Alícia*. Certo dia, conversando no Messenger, acabamos caindo pra putaria, o papo esquentou tanto que decidimos nos pegar caso um dia ela viesse a São Paulo ou eu fosse ao Rio. Não estávamos interessados em nos relacionar, seria isso e acabou.
De fato, nosso encontro aconteceu no dia seguinte, justamente quando os outros integrantes do U2 resolveram sair do hotel para atender aos fãs que os esperavam. Se estivesse lá, teria conseguido fotos com toda a banda, mas não estava. Do U2 só tenho foto com o The Edge, mas não me arrependo. Não sou fã, seriam apenas figurinhas novas, duas fotos a mais. Preferi fazer o que fiz, com quem fiz.
Aproveitei a oportunidade para conhecer pessoalmente Leandro, um dos hunters do Rio. Na noite anterior, fiz o corre acompanhado por Vitor, outro hunter do Rio. É sempre bacana trocar informações com quem faz o mesmo que eu em outras cidades, estados e até mesmo países.
No dia seguinte, encontrei Luciana, com quem iria a São Paulo para fazer o corre do Helloween. Antes de seguir ao aeroporto, fomos a uma loja de câmbio, pois em dois dias seria a minha viagem ao Chile. Como encontrei uma ótima cotação para os pesos chilenos, decidi comprar 3.000,00 reais em pesos chilenos. Foi um erro que saiu muito caro, eu deveria ter mantido o plano original, de levar dólares para pagar os hoteis e pesos para as despesas menores.
Mas afinal, se eu não estava no Rio para tirar fotos, que diabos eu estava fazendo lá? Mais uma vez: o objetivo principal era saciar minha curiosidade de quanto difícil seria tentar abordar Madonna. Já o objetivo secundário... Eu tenho uma amiga no Facebook, chamada Alícia*. Certo dia, conversando no Messenger, acabamos caindo pra putaria, o papo esquentou tanto que decidimos nos pegar caso um dia ela viesse a São Paulo ou eu fosse ao Rio. Não estávamos interessados em nos relacionar, seria isso e acabou.
De fato, nosso encontro aconteceu no dia seguinte, justamente quando os outros integrantes do U2 resolveram sair do hotel para atender aos fãs que os esperavam. Se estivesse lá, teria conseguido fotos com toda a banda, mas não estava. Do U2 só tenho foto com o The Edge, mas não me arrependo. Não sou fã, seriam apenas figurinhas novas, duas fotos a mais. Preferi fazer o que fiz, com quem fiz.
Aproveitei a oportunidade para conhecer pessoalmente Leandro, um dos hunters do Rio. Na noite anterior, fiz o corre acompanhado por Vitor, outro hunter do Rio. É sempre bacana trocar informações com quem faz o mesmo que eu em outras cidades, estados e até mesmo países.
No dia seguinte, encontrei Luciana, com quem iria a São Paulo para fazer o corre do Helloween. Antes de seguir ao aeroporto, fomos a uma loja de câmbio, pois em dois dias seria a minha viagem ao Chile. Como encontrei uma ótima cotação para os pesos chilenos, decidi comprar 3.000,00 reais em pesos chilenos. Foi um erro que saiu muito caro, eu deveria ter mantido o plano original, de levar dólares para pagar os hoteis e pesos para as despesas menores.
Parecia muito, mas não vale porra nenhuma! |
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