sábado, 25 de abril de 2015

Steel Panther

Uma das atrações anunciadas no Monsters of Rock 2015 foi o Steel Panther, uma banda satírica de glam metal conhecida por suas letras humorísticas. É totalmente normal mulheres mostrarem os seios nos shows da banda, seja no palco, seja no público. A Ellen foi absolutamente poser ao abordar os integrantes, pois não colocou as mamas para fora quando tirou fotos com eles.




A primeira grande surpresa foi descobrir que, dos 4 integrantes, apenas o vocalista realmente tem cabelo comprido, todos os outros usam perucas. Porém, reconhece-los não foi uma tarefa tão difícil, pois quando cheguei no hotel, alguns hunters já os haviam abordado e sabiam quem era quem. Na primeira noite de corre, consegui conhecer dois, que foram muito gente boa.

Stix Zadinia (Darren Leader), baterista do Steel Panther
Lexxi Foxxx (Travis Haley), baixista do Steel Panther

Nesse festival, minha prioridade não era o Steel Panther, mas o Kiss, especificamente Paul Stanley. Passei os dias seguintes tentando conseguir conhece-lo, então as fotos que faltaram com os outros integrantes ficou para depois. No domingo, eu e Léo passamos a tarde no Renaissance, como convidados da Ellen, que estava hospedada.

Os funcionários do hotel não queriam permitir nossa entrada. A bem da verdade, todo hóspede tem direito a entrar com um convidado, mas quando bandas estão hospedadas, muitos hotéis tentam dificultar ao máximo. Sabíamos que éramos dois convidados, e que seria difícil a entrada de ambos, mas Ellen tinha uma carta na manga, pois observou que, em noites anteriores, cada integrante do Steel Panther levou para o quarto 5 mulheres. Então, bateu o pé, jogou isso na cara do gerente que, sem alternativas, teve que nos liberar.

"Eu também sou hóspede e também estou pagando. O meu dinheiro vale menos do que o dinheiro dos integrantes da banda? Sou menos hóspede que eles? Por que eles podem entrar com 5 mulheres em cada quarto e eu não posso receber dois convidados?"

Ficamos com Ellen a tarde inteira, mas nada aconteceu, então eu e Léo decidimos ir ao hotel onde estava o Kiss para tentar mais uma vez. A banda saiu sem atender, então retornamos ao Renaissance para conseguir as fotos que faltavam com o Steel Panther e o Judas Priest. O problema foi quando chegamos. Embora tivéssemos saído há menos de uma hora, o mesmo segurança que nos barrou horas antes, tentou impedir nossa entrada novamente, alegando que Ellen deveria autorizar mais uma vez. O problema é que não conseguíamos falar com ela, então tivemos que aguardar fora do hotel, na área dos fumantes.

Nisso, o vocalista do Steel Panther, Michael Starr, saiu para fumar um cigarro e sentou-se exatamente ao nosso lado. Iniciamos uma conversa, foi bem legal. Ele contou que a banda retornaria aos Estados Unidos somente no dia seguinte, mas que conseguiram adiantar as passagens, então já estavam quase de saída para o aeroporto. Não se importou em tirar fotos e dar autógrafos. 

Michael Starr, vocalista do Steel Panther

Quando Satchel, o único integrante que faltava, saiu, aconteceu algo absolutamente surreal: eu e Leo nos levantamos para aborda-lo, e o mesmo segurança se colocou na frente, de forma tão estabanada que pareceu um goleiro fazendo uma ponte, foi bizarro. No Renaissance, os seguranças atuam como se trabalhassem para a banda, não para o hotel. Até mesmo hospedado já tive a entrada negada, o que me obrigou a esfregar o cartão do quarto na fuça do infeliz. Enfim, a porta da van se fechou e a banda seguiu seu caminho para o aeroporto.

Mas eu e Léo não estávamos a fim de desistir tão fácil. Eu olhei para ele, ele olhou para mim, e decidimos: vamos para o aeroporto! Corremos para o carro e fomos, mas sabíamos que estávamos alguns minutos atrás da van. No caminho, enviei uma mensagem para Sheila, comunicando nossas intenções. Quando ela soube porquê iríamos ao aeroporto, respondeu, em caixa alta: "vocês são RETARDADOS!".

Embora o terminal 3 não fosse exatamente uma novidade - fora inaugurado há pouco menos de um ano - essa foi a primeira vez que fomos para o embarque. Léo estava receoso de ser multado, pois leu em algum lugar que a fiscalização estava pesando com quem não cumpria a determinação de parar apenas para embarque ou desembarque de passageiros. Portanto, a ideia era eu descer e localizar os caras, enquanto ele permanecia no veículo. Quando eu comunicasse onde a banda estava, Léo me encontraria, tiraríamos a foto rapidinho, e retornaríamos o mais rápido possível para o carro.

O terminal 3 é bonito, bem diferente dos terminais 1 e 2 (hoje unificados como terminal 2). No alto, há letras enormes que indicam onde ficam os guichês de check-in F, G e H. Demorei um pouco para descobrir que os músicos estavam no check-in H, e passei essa informação para o Léo, mas ele demorou para me encontrar. Me enviou uma mensagem "mano, não estou achando o check-in H, já rodei tudo e não acho". Pensei "fala sério!" e respondi "olha para cima". Dessa vez foi ele que deve ter se sentido como um personagem de desenho animado, quando crescem as orelhinhas de burro, mas pelo menos a partir de então nos encontramos rapidamente. Mas tudo isso demorou tanto que a banda não estava mais ali.

Saímos procurando pelo portão de embarque. Quando encontramos, Satchel já estava no corredor que serpenteava. Quando passou por nós, separado por uma barreira, eu mostrei a foto e pedi o autógrafo. Ele parou e assinou, mas toda a fila de passageiros atrás dele parou por causa disso. Pedimos para tirar uma foto com ele, que percebeu que estava atrapalhando, então respondeu que não poderia. Seguiu em frente, serpenteando por todo o caminho. Bem próximo ao portão de embarque, achou um canto que não atrapalhava os outros passageiros, então a foto rolou. Ele estava com o passaporte na mão e embarcou na sequência. Por pouco não perdemos essa foto.

Satchel (Russ Parrish), guitarrista do Steel Panther

Seguindo o plano, eu já estava pronto para correr para o carro, mas Léo disse que precisava ir ao banheiro. Eu não estava tão apertado mas, já que ele iria, aproveitaria para dar uma aliviada também. O banheiro fica a poucos metros do portão de embarque, e logo que nos encaminhamos, vimos um cara enorme vindo em nossa direção. Reconhecemos Yngwie Malmsteen imediatamente. Porém, como o abordamos na véspera, e ele é um puta de um chato, simplesmente desviamos para o banheiro e o deixamos embarcar sem ser incomodado. Então retornamos ao hotel para tentar conseguir as fotos com o Judas Priest.


Kiss

Em 2015, o Kiss retornou ao país para o Monsters of Rock. Ainda que eu não tivesse conseguido fotos com nenhum dos integrantes em minha primeira tentativa, em 2012, decidi que Paul Stanley deveria ser tratado como o alvo principal, já que ele tem a fama de ser o mais chato e difícil.

Ao chegar à primeira cidade da América do Sul, Buenos Aires, o Kiss alugou uma aeronave e voava para as outras cidades do continente com ela. Isso é relativamente normal com as bandas maiores e inviabiliza o corre de aeroporto. Não recordo exatamente como, mas recebi uma informação privilegiada muito boa: a banda não se hospedaria em Brasília, chegaria à cidade apenas próximo ao horário do show e, após, seguiria ao aeroporto, de onde voaria para São Paulo. Rapidamente calculei, concluindo que um bom horário para a chegada ao hotel seria por volta das duas horas da manhã.

Chamei apenas o Leo e a Sheila para tentar comigo. Quando chegamos, Carlos e Fernando estavam lá, provavelmente tiveram a mesma informação e a mesma ideia que nós. Casado, Fernando não poderia passar a madrugada na rua, então, por volta de duas e meia da manhã, como nada tinha acontecido, preferiu ir embora.

Na tarde seguinte, haveria o lançamento de “Eu S.A.”, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. As primeiras cem pessoas que comprassem o livro participariam de uma sessão de autógrafos com o autor, Gene Simmons. Experiente nesse tipo de evento, sei bem que a fila começa a se formar de madrugada. Então, se quisesse participar, teria de perder o dia lá, o que tornaria inviável não apenas o corre do Kiss, como os de outras bandas do Monsters. Malmsteen, por exemplo, desembarcaria de manhã. Preferi abdicar à foto e autógrafo certos para tentar a sorte.

Por volta de 03:30, um grupo de adolescentes apareceu. Eles planejavam seguir para a livraria, mas antes passaram no hotel para ver se a banda já havia chegado. Não demorou para que começassem a cantar “Rock And Roll All Nite” no meio da rua, vergonha alheia total.

Carlos disse “eles virão falar com a gente” e nem demorou para que o grupo se aproximasse de nós. Eu já tinha um plano: disse que a banda chegou, mas que somente Tommy Thayer parou para nos atender. Eles não acreditaram, então mostrei o autógrafo que consegui em 2012, o que conferiu credibilidade à estória. Eu estava com a mesma foto assinada por ele para tentar conseguir as assinaturas faltantes.

Desconfiados, perguntaram porque ainda estávamos ali, se a banda já chegou. Respondemos que esperávamos pelo horário em que os ônibus voltam a circular, para poder retornar para casa. Um espertinho ainda tentou argumentar: “e os ônibus noturnos?”. “Moramos em outras cidades, como Guarulhos e Suzano”, respondemos. Claro que não era verdade, mas os convenceu, pois se despediram e seguiram para a livraria. Um deles ainda comentou com um colega “te disse que era o Gene Simmons ali na janela, te disse!”.

Assim que viraram a esquina, desabamos de dar risada, até a barriga doer. Chegamos a rolar no chão de rir, foi memorável! Porém, logo os primeiros sinais começaram a aparecer. Normalmente, apenas um ou dois seguranças ficam fora do hotel. De repente, tinha segurança em todo lugar, parecia que tinham saído dos bueiros. Um deles veio falar com a gente, e garantimos que apenas chamaríamos à distância, sem invadir a área do hotel. Foi o que bastou para que esquecessem de nós e, então, os carros, cada um trazendo um integrante, dobraram a esquina. O primeiro foi o de Paul Stanley. Assim que ele desceu, uns cinco ou seis metros de nós, começamos a gritar, em inglês:

- Mr. Stanley, somos apenas quatro pessoas.

- Tire uma foto conosco, por favor.

- Estamos esperando há horas.

Ele parou para ouvir o que estávamos gritando, e ficou ali, virando a cabeça para um lado, virando para outro, mexendo no cabelo... Parecia uma diva! Alheios a isso, os outros integrantes passavam por ele e entravam no hotel. Stanley, enfim, respondeu: “tomorrow”, e entrou também.

Foi difícil acreditar no que acabara de acontecer: se ele não atendeu quando eram somente quatro fãs, até parece que atenderia no dia seguinte, quando seriam cinquenta. Broxados, fomos para casa dormir um pouco pois, em poucas horas, eu e Leo seguiríamos ao aeroporto.

De tarde, após o corre bem sucedido com o Yngwie Malmsteen, retornamos ao hotel. Eric Singer saiu para atender, mas não quis tirar fotos, apenas distribuiu autógrafos.


Quando Gene Simmons retornou do evento, foi abordado e aceitou tirar algumas fotos. Como tudo estava calmo, sem bagunça, formou-se uma fila. Quando minha vez estava chegando, Paul Stanley apareceu na varanda do bar do hotel e começou a autografar. Fui para lá, abandonando a chance de conseguir a foto com o Gene, e apostando na tentativa de conseguir ao menos o autógrafo de Stanley. Deu certo mas, quando retornei, Gene já havia finalizado e entrado no hotel. Naquele dia, nada mais aconteceu.


Na tarde do dia seguinte, estávamos no Renaissance mas, perto da hora em que o Kiss sairia para o show, resolvemos tentar mais uma vez. A banda, no entanto, saiu sem atender. Retornamos ao Renaissance para conseguir as fotos que faltavam com o Steel Phanter e com o Judas Priest.

Mais um dia se passou, e as bandas que ainda estavam na cidade iriam embora. Haveria uma última chance de tentar: aeroporto. Sendo São Paulo a última cidade da turnê sul americana, a banda teria que devolver a aeronave alugada e retornar em um voo comercial.

O Manowar também sairia por Guarulhos, mas decidi que o Kiss era mais importante e foi nisso que me concentrei. Leo, por sua vez, resolveu tentar. Enquanto eu e Sheila ficamos no terminal 3, ele ficou no 2, mas corria o risco de perder o Kiss.

Alguns policiais passaram por nós, conversando sobre o esquema da chegada do Kiss e, é claro, ficamos bastante espertos com isso. Um funcionário do aeroporto no viu e perguntou se fazíamos parte do pessoal da produção que estaria lá para recepcionar a banda. Quando dissemos que não, ele percebeu que fez besteira e se afastou, mas ficamos de olho nele. Foi então que percebemos que ele estava reservando, com cones, vagas para 5 carros. Já sabíamos então exatamente onde eles chegariam.

Leo voltou reclamando do Manowar. Ele conseguiu, mas todos foram chatos, e atenderam depois de muita insistência. Mas não havia tempo para essa estória, pois a banda estava prestes a chegar. Rafael também apareceu e, assim como há dois dias, éramos apenas quatro pessoas.

Quando os carros chegaram, meu foco manteve-se apenas no primeiro, onde estava Paul Stanley. Quando ele desceu, o chamei, dizendo que só queria uma foto e que esperava por aquele momento há mais de 30 anos. Ele aceitou, mas percebeu que havia outras pessoas comigo, sugerindo que fosse uma foto coletiva. Não gosto, mas ali só tinha amigos, então tudo bem.

Ufa! Essa foi difícil!
Era, então, a vez de Gene Simmons, mas infelizmente caí em uma armadilha do Eric Singer. Ele me chamou, dizendo que queria autografar a minha foto, mas ela já estava autografada por ele. Perdi um tempo precioso quando parei para explicar. Dias depois, pensando sobre isso, me dei conta de que foi proposital. Singer e Thayer são apenas funcionários de Gene e Stanley e suas funções incluem mais do que atuar como músicos no palco. Eles também agem como “boi de piranha”, atraindo atenção enquanto os outros dois escapam.


Ao conseguir desvencilhar de Singer, Gene já havia entrado no terminal. E foi aí que tudo começou a dar errado, pois os passageiros os reconheceram, e isso fez com que os seguranças pressentissem problemas. Eles resolveram que não seria mais seguro haver paradas ou interações com fãs. Gene autografou sem parar de caminhar. Pedi uma foto, mas ele, seguindo as orientações, não parou.


O jeito foi tentar tirar uma foto com Thayer, que parou, mas não por tempo suficiente para posar. Então, consegui apenas uma fotassa. Poderia ter sido muito melhor se Stanley não fosse tão chato sempre.

Deu um trabalho do satanás, mas consegui completar os autógrafos


Yngwie Malmsteen

Sempre ouvi dizer que o virtuosíssimo guitarrista sueco é mala. Todos os picture hunters da antiga tem ao menos uma estória para contar sobre ele, geralmente não muito boa. Carlos sempre diz que, há alguns anos, houve um meet & greet no Manifesto Bar e, ainda assim, ele somente aceitava receber os fãs que tivessem seu álbum mais recente. Quem não tivesse, que se danasse.

Em 2013, quatro amigos, dois homens e duas mulheres, o esperavam no aeroporto, na conexão entre o voo nacional e o voo internacional. Hoje existe passagem interna para essa conexão. Na época, qualquer passageiro deveria fazer o desembarque nacional e caminhar por cerca de 400 metros até o portão de embarque internacional. Uma das meninas era muito fã e disse que decidiu aprender a tocar guitarra ao ouvir sua música, que ele era a sua inspiração. Ele não se importou nem um pouco e recusou-se a tirar foto com todos.

Em 2015, Malmsteen retornou ao país para se apresentar no Monsters of Rock, em São Paulo. Todos os corres desse festival eu fiz com o Leo. Quando estava prestes a desembarcar, já estávamos esperando. Somente nós, mais ninguém. Então, avistei Renatão esperando no desembarque. Ele geralmente trabalha para a Top Link, mas naquele dia estava lá fazendo um bico que consistia em receber e conduzir Malmsteen ao hotel. Me aproximei e o cumprimentei. Tivemos uma conversa muito amigável, onde eu disse que ele poderia recepcionar e se apresentar para o músico sem ser incomodado e, somente depois, tentaríamos a abordagem. Ele concordou.

Como ainda faltavam alguns minutos, decidi sair do terminal para fumar um cigarro. Neste momento, o namorado da Fabi estava chegando para começar seu turno no aeroporto. Ele me viu e perguntou quem eu estava esperando. Quando respondi, resolveu usar o “crachá mágico” para entrar na sala de desembarque. Retornou pouco depois, contando que, após vê-lo, o ajudou a chegar à esteira onde as bagagens seriam descarregadas. Pediu uma foto e foi prontamente atendido. É muito difícil alguém negar após receber uma ajuda de um profissional uniformizado.

Após o músico passar pelo portão de desembarque, Renatão se aproximou para apresentar-se. Somente quando eles deram os primeiros passos em direção à saída, que eu e Leo tentamos nos aproximar.

O que aconteceu foi completamente surreal: quando notou nossa presença, ele levantou os braços, berrou “nããããããão” e acelerou os passos. Aceleramos também, em direção a outra saída, por onde ele teria que passar para chegar à van. Conhecendo bem a fama de mala dele, resolvemos usar a única arma que tínhamos: dar uma chorada, quase que implorando se fosse necessário. Não é meu estilo, mas valeria tentar.

Acabei usando um truque que quase nunca deu errado: disse que estava esperando para conhece-lo há quase 30 anos. Inacreditavelmente, funcionou, pois ele parou e disse que tiraria a foto, mas somente uma com nós dois. Sensacional, até porque, com um de cada lado, era possível cortar a imagem para parecer que foi uma foto individual. Mal o flash disparou e ele já estava apressado rumo à van novamente.


Eu ainda estava totalmente incrédulo com o que acabara de acontecer, mas Leo notou que simplesmente esquecemos de pedir autógrafos. De minha partem confesso, nem foi esquecimento. Tínhamos apenas duas fotos iguais e não pareceu uma boa ideia pedir para o cara que gostava de assinar apenas seu último álbum. Porém, ainda levado pelo espírito de “quem não chora não mama”, Leo pegou as fotos e correu atrás dele novamente. Inacreditavelmente, ambas voltaram autografadas. Foi um sucesso maior do que esperávamos, embora uma das fotos tenha borrado. Acabei ficando com ela, afinal foi Leo que conseguiu as assinaturas.


Mas a estória não termina aí. Quando a van chegou ao hotel, alguns fãs estavam ali na frente. Nenhum estava lá por causa dele, eram muitos artistas hospedados, mas ele provavelmente achou que estava e exigiu entrar pela garagem. Acontece que o procedimento, usado para grandes artistas, não é tão simples e requer autorização do gerente. O motorista o alertou sobre a possibilidade de demora, mas ele, ainda assim, foi irredutível. Então, o motorista entrou no hotel para conseguir o que era necessário e, meia hora depois, quando retornou, Malmsteen finalmente conseguiu entrar pela garagem, como um rockstar. Fãs que estavam hospedados relatam que ninguém o viu no hotel. Sua saída também aconteceu pela garagem.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Monsters of Rock 2015 (parte 1)


Poucos dias antes do Monsters of Rock, Dandara enviou uma mensagem pedindo ajuda para conhecer o Manowar. Sabendo que é uma banda repleta de integrantes chatos, respondi que não ajudaria. Eu nem me importo em passar o hotel depois que eu e meus amigos já conseguimos as fotos, o problema dos perguntadores de hotel é que eles querem ir comigo, então vão ficar querendo. No mesmo dia, ela postou um pedido de ajuda no Facebook, algo como "se alguém souber o hotel do Manowar, por favor me fale". Simplesmente ridículo!

Algumas bandas chegaram à cidade um pouco mais cedo do que o previsto. Se não me engano, o corre começou na quinta feira, quando passei a tarde sozinho no hotel onde estava o Manowar. Vi apenas Joey DeMaio algumas vezes, sem resultado algum. Ele simplesmente ignora, passa como se você não existisse, e não adianta chamar. Quando saiu do serviço, Sheila veio ao meu encontro. Joey saiu do hotel caminhando mais uma vez, e mais uma vez fomos ignorados. Decidi que esperaria até a volta. Se ele atendesse, bem, se não, dane-se.

Eu só não contava com o que viria a seguir. De repente, chegaram 10 fãs, entre eles, Dandara. DEZ!!! Estava somente eu e Sheila, e já estava difícil, de repente éramos 12. Não é muito quando se trata de uma banda acessível, com integrantes legais. Mas era o Manowar, fudeu, né?! Fim de corre!

Eu e Sheila nos levantamos e fomos embora. No caminho para casa, puto da cara, enviei uma mensagem para Dandara dizendo "estou te excluindo e bloqueando porque você é imbecil!". Não dei nem chance para que ela respondesse. Mania de fuder o corre dos outros! Descobriu o hotel?! Tudo bem, eu não posso impedir. Mas tem que chegar em bando?! Ela não conseguiu e ainda tirou minha chance de conseguir.

No dia seguinte cedo, eu e Sheila fomos ao aeroporto de Congonhas, para tentar conseguir fotos com o Judas Priest. Mais um fiasco! O aeroporto estava repleto de fãs, do pior tipo possível: aqueles que acham que será lindo se a banda chegar com eles cantando as músicas. É claro que os seguranças, vendo isso, fizeram um esquema para a banda passar sem atender ninguém. No meio da confusão, ainda consegui uma foto com Glenn Tipton, mas foi só. A maioria que foi ao aeroporto não conseguiu nada, exceto cantar e passar vergonha.

Bônus do dia: a sempre fofa, atenciosa e diferenciada Nicole Bahls
Glenn Tipton, guitarrista do Judas Priest

Carlos e Fernando se hospedaram por todo o final de semana no Renaissance, onde estava a maioria das bandas do festival. As únicas exceções eram Kiss, Ozzy Osbourne e Manowar. Ele disse que as coisas estavam meio complicadas, porque a presidente da Coréia do Sul também estava no hotel. Nenhum fã não hospedado conseguia entrar. Portanto, com essas informações, decidi que o corre recomeçaria somente de madrugada, em outro hotel, quando o Kiss chegaria de Brasília. Na manhã seguinte, eu e Léo fomos para o aeroporto de Guarulhos tentar o Yngwie Malmsteen. Conseguimos. Retornamos ao hotel do Kiss, onde não rolou nada de muito especial. 

Carlos contou que, pouco antes da presidente coreana deixar o hotel, os seguranças decidiram fazer uma limpeza, identificando e expulsando quem não era hóspede ou convidado. Anebelle conseguiu entrar, mas ficou desesperada quando percebeu o que estavam fazendo, então tentou que algum de nossos amigos hospedados a registrassem como convidada, mas é claro que não conseguiu.

Quando o segurança chegou nela, disse "a senhora não pode ficar aqui dentro sem estar hospedada, vai ter que sair". Anebelle recusou do jeito dela, berrando que não sairia. O segurança disse que chamaria a polícia e, exatamente nesta hora, chegaram várias viaturas que fariam a escolta da presidente que estava para sair. Ele aproveitou e disse "olha lá, chegou a policia". Não precisou de mais nada, ela saiu aos berros e xingando.

Como a presidente coreana foi embora, então, de noite, fomos ao Renaissance, onde conhecemos alguns integrantes do Steel Panther. Meus alvos principais eram os dois integrantes novos do Accept, o baixista do Judas Priest, Ian Hill, e os integrantes do Primal Fear, especialmente o vocalista Ralf Scheepers, que já cantou no Gamma Ray. Apesar dos seguranças do hotel não pararem de encher o saco, fui conseguindo as fotos aos poucos.

Mark Tornillo, vocalista do Accept
Uwe Lulis, guitarrista do Accept
Christopher Williams, baterista do Accept
Mais uma foto com Glenn Tipton. Eu só ia tirar a do Léo com ele, mas Glenn disse para eu tirar também
Richie Faulkner não estava tão legal quanto nas outras vezes que o encontrei, mas o que importa é que tirou a foto
O sempre gente boa e gigantesco Scott Travis
Ralf Scheepers, vocalista do Primal Fear, ex Gamma Ray
Aquiles Priester era o baterista do Primal Fear, banda onde ficou por apenas um ano
Clique aqui para ler como foi o corre com o Malmsteen, aqui para ler como foi o corre com o Steel Phanter e aqui para ler como foi o corre com o Kiss no Monsters of Rock 2015.

sábado, 11 de abril de 2015

Eluveitie

Eu estava completamente sem grana mas, como havia feito o favor de hospedar uma amiga de Manaus em casa algumas vezes há alguns anos, ela me pagou o ingresso para assistir o show. O problema é que faço coisas como sacrificar o bis para correr pro hotel e chegar antes da banda. Ela também queria fotos, mas se recusava a perder o bis.

Fui para o hotel sem ela, mas enviei instruções no whatsapp, explicando como chegar, detalhando cada baldeação que ela deveria fazer no metrô. Até que estava fácil: ela teria que caminhar do Carioca Club para a estação Faria Lima, pegar o metrô sentido Luz, fazer baldeação na Luz para a linha azul, sentido Tucuruvi, desembarcar na estação Caradirú, caminhar um trecho da avenida Cruzeiro do Sul até a Avenida Zaki Narchi e caminhar até o Novotel Center Norte. Adiantou alguma coisa?! Ela ficou com medo de se perder e não foi.

No hotel, encontrei-me com Leo, Karina, Givaldo e Ellen. A banda tinha 8 integrantes, apenas 6 vieram ao Brasil - Nicole Ansperger e Kay Brem não vieram, sabe-se lá porquê. 5 fãs não param 6 músicos de jeito nenhum, a menos que estejam muito afim de atender. Então escolhemos quem iríamos abordar. Eu queria uma nova foto com Anna Murphy, pois ela não veio em 2013, e em 2012 estava de cabelo preso, quem sabe desta vez eu conseguisse uma foto com ela de cabelo solto. O outro alvo era Matteo Sisti, que toca gaita de fole e flauta, era o novato da banda. No mais, eu iria tentar quem fosse possível.

Quando a van chegou, Anna Murphy estava linda, do jeito que eu queria. Foquei nela, a foto ficou maravilhosa. Em seguida abordei Matteo. Ainda consegui uma foto com Chrigel Glanzmann, e só. Os outros também ficaram longe de conseguir fotos com todos. 

Anna Murphy, linda do jeito que eu queria
Matteo Sisti era a figurinha nova da vez
Líder da banda, Chrigel Glanzmann é um cara legal que sempre espera para atender os fãs

Decidimos esperar por algum tempo no hall, quem sabe algum músico descesse para jantar ou por qualquer outro motivo. Foi quando Léo teve uma ideia que não concordei mas, enfim, eu não era ninguém para impedi-lo: ligar para o quarto dos músicos, para pedir para eles descerem e nos atenderem. Achei totalmente invasivo.

Funcionou assim: como é fluente em inglês, ele ligava para a recepção do hotel e pedia para transferir no quarto de algum músico. Como nenhum dos músicos é mega famoso e não havia esquemas especiais de nomes alterados - usados pelas bandas grandes para impedir que fãs consigam ter suas ligações transferidas para os quartos - a recepção transferia a ligação, e Leo explicava que éramos 5 fãs esperando no hall.

Inacreditavelmente, na primeira tentativa funcionou. Merlin Sutter desceu e veio falar conosco, todo sem graça: "eu pensei que vocês não queriam falar comigo". Explicamos que era impossível abordar todos, então abordamos primeiro quem ainda não tínhamos. Ele ficou um tempo conosco, depois voltou a subir.

Merlin provou ter respeito pelos fãs, por isso fiquei chateado quando ele saiu do Eluveitie no ano seguinte

Animado com o que aconteceu, Leo tentou novamente, desta vez ligou para o quarto de Ivo Henzi. Quando Ivo atendeu, Leo começou a falar todo animado, mas de repente fez uma cara estranha. "Me mandou tomar no cu e desligou".  😆

Faltava apenas tentar ligar para o quarto de Rafael Salzmann, mas preferimos finalizar e ir embora, até porque já estava quase dando o horário para o metrô encerrar as atividades, então ficaria mais difícil retornar para casa.

Cher

É claro que não sou fã de Cher, mas com certeza seria uma foto interessante. Entretanto, esse foi um corre que já me deixava broxado antes mesmo de sair de casa, pois o pessoal da página Cher Brasil no Facebook, com milhares de seguidores, divulgou o hotel. Eu realmente não entendo porque fãs comuns tem o prazer de compartilhar esse tipo de informação. Arriscam a chance de tentar conseguir um momento especial com Cher, como uma conversa, uma foto ou um autógrafo, para incentivar todos a... cantar na frente do hotel?! Fala sério! Que artista gosta disso?! Com meus anos de experiência, posso garantir que nenhum! Qual é a graça de ganhar um aceno, um "tchauzinho" à distância, quando se pode conseguir uma experiência bem mais completa e memorável?


O ânimo mudou um pouco quando, no dia em que ela chegou à cidade, Enzo e Anebelle conseguiram encontra-la e as fotos com ela rolaram numa boa. Então, mesmo com a divulgação, Cher é legal e ainda seria possível, desde que os fãs que aparecessem não estragassem a oportunidade com berros e outras atitudes inadequadas. Talvez valeria tentar.

Entretanto, no dia seguinte, eu tinha outras prioridades: acordei cedo para esperar por Iggy Pop no desembarque de Guarulhos. Após conseguir conhece-lo, fui ao desembarque nacional para tentar encontrar Dave Weckl, baterista de jazz e fusion, que lançou uma série popular de DVDs instrucionais para bateristas - na época, seria possível encontra-lo na conexão, quando saísse do voo nacional (Vitória) para embarcar no portão  de emabrque internacional. Eles eram mais importantes para mim do que Cher. Uma mensagem de Marcelo Zava, entretanto, mudou tudo:


Agora não era mais corre, era foto certa. Por outro lado, Dave Weckl poderia aparecer ou não. Eram muitos voos, muitos terminais. A lógica dizia que apareceria a qualquer momento, mas na real ele nem precisava voar naquele dia, poderia curtir um pouco das praias de Vitória, por que não?! Abortei a oportunidade de conhece-lo e me encaminhei ao hotel Emiliano, onde Cher estava. Quando cheguei, havia cerca de 50 pessoas, foi difícil acreditar que ela atenderia.

Entretanto, na hora marcada, um segurança do hotel organizou os fãs, dividindo-os em grupos com 5 pessoas, e cada grupo foi conduzido para dentro do hotel. Fomos levados a uma sala, onde esperamos por cerca de 20 minutos. Essa foi a primeira vez que entrei no Emiliano, deu pra matar um pouco a curiosidade, afinal é um dos hotéis mais caros de São Paulo.

Quando Cher finalmente apareceu, foi para proporcionar a todos uma experiência inesquecível. Veio para interagir, conversar, brincar, não foi apenas o lance de foto e autógrafo. Certamente ela estranhou quando me viu, mas ainda assim foi muito simpática. Adorou a caneta que levei para autografar, tanto que, depois de me atender, pediu para um segurança do hotel me pedir a caneta emprestada, para que ela pudesse autografar os itens de quem estava sem ou estava com canetas ruins.


"Ah, mas ela é linda e jovem como nas fotos?". É claro que não! Nesse dia, ela tinha 69 anos. Estava ótima para uma mulher da idade dela, mas não da para comparar com mulheres de 30 ou 40, como posts no Facebook dão a entender às vezes. Isso também é irrelevante, o que importa é como ela nos atendeu.  Eu continuo não sendo fã do trabalho dela, mas agora sou muito fã da pessoa incrível que ela é. Obrigado, Cher!




quarta-feira, 8 de abril de 2015

Viper Day 2015 - Parte 2

Esta é segunda parte do relato sobre o Viper Day 2015. Se ainda não leu a primeira, clique aqui para ler.

Pit Passarell apareceu bem louco, parecia não falar coisa com coisa, então perdi a segunda oportunidade para contar casos de 1985 a 1987, quando fui "roadie" do Viper, para saber se ele lembrava. Rolou apenas foto, até porque já tinha o autógrafo dele no Soldiers of Sunrise que levei para autografar.

Na sequência tirei uma foto com Silvano, proprietário do Manifesto. Ele fez alguns corres comigo e com Kevin em 2009. Houve outros, mas o que lembro perfeitamente que ele estava foi o do AC/DC. Tanto que a guitarra que ele levou para Angus Young autografar está exposta no Manifesto até hoje.

A seguir, o cara que eu mais queria conhecer nesta noite, o baterista do Vodu e do Volkana, Sergio Facci, que gravou todas as faixas de bateria do ábum Theatre of Fate, já que a banda estava sem baterista quando entrou em estúdio. Depois desse dia o adicionei no Facebook e às vezes interagimos lá.

André "Pomba" Cagni chegou logo a seguir. Ele era conhecido nos anos 80 como Steve Harris brasileiro, tocava pra caralho! Em uma das eleições dos anos 90 - a primeira em que votei foi para presidente em 1989 - votei nele para vereador, apesar de sua tendência à esquerda, porque via nele a esperança de ter alguém para representar a nós que gostamos de metal. Coisas de jovem, pois hoje sei que há assuntos bem mais importantes para serem representados do que a preferência musical.

O abordei dizendo "Fala Pomba, tudo bom? Eu já votei em você!", e ele respondeu "E vai votar de novo!". Hoje em dia Pomba é grande defensor da bandeira LGBT, até porque é LGBT. No entanto, dificilmente teria meu voto novamente porque somos ideologicamente muito diferentes. Assim como ele pode e deve defender os direitos LGBT, também posso buscar um candidato que esteja mais alinhado aos meus interesses, com projetos que valorizem questões como segurança pública ou mobilidade urbana, por exemplo. 

Como Sergio Facci, Pomba é um cara legal, e também passou a fazer parte dos meus amigos de Facebook. Ele e Sergio, inclusive, foram dois dos primeiros a me enviar condolências no dia em que minha mãe faleceu, em 2016. Em sua história com o Viper, foi o responsável pela produção do álbum Soldiers of Sunrise, então pedi para que também o autografasse.

Yves Passarell foi o próximo a chegar. Como em 2013 com Andre e Felipe e nesta noite com Valdério, contei algumas estórias da época em que fui "roadie" do Viper. Ele também não lembrou. Mas que porra! O que esses caras tomaram nos últimos 30 anos?! Parecem estar todos com alzheimer!

Pit Passarell chegou bem louco e não foi possível contar para ele as histórias de quando fui "roadie" do Viper

Silvano, que fez alguns corres comigo e com Kevin no passado, é o proprietário do Manifesto
Puta cara legal! Sergio Facci era o baterista brasileiro que eu mais curtia nos anos 80
Pomba também é muito gente boa, mas dificilmente eu votaria nele novamente
Autografado por Sergio Facci e Pomba. André Góis não assinou pois não era o vocalista que cantou neste ábum
Yves Passarell é outro desmemoriado. Não é possível, esses caras devem ter alzheimer!

O show já estava para começar, os primeiros da fila começaram a entrar. Acreditando que todos os músicos já chegaram, fui me despedir de Rudney. Mesmo explicando que estava sem grana, ele ficou indignado que eu não ficaria para o show, até porque fui eu quem apresentou o som do Viper para ele 30 anos antes. "Como assim, você não vai entrar?! Vai sim! Vou pagar seu ingresso!". Eu estava com Sheila, então recusei. "Eu pago o dela também!". Wow, não é todo dia que temos essa sorte, então claro que aceitamos.

Havia um cidadão com ele na fila, então Rudney disse "Lembra do meu irmão, o Rodrigo? Olha como ele cresceu!". Fiquei surpreso. Na última vez que o vi, ele tinha cinco anos. Jamais o reconheceria sem ajuda. Tiramos uma foto para recordar o momento e todos entramos no Manifesto.

Meu outro ex vizinho Rodrigo cresceu um pouquinho, né?!

Ja dentro do Manifesto, encontramos Renato Graccia, ex baterista do Viper, que a princípio não participaria do show mas veio para prestigiar o evento. Depois, na jam, é claro que subiu ao palco também.

Renato integrou o Viper após eu me afastar da banda, mas o conheci pessoalmente em 2014
Ah Maestro! Que falta que você faz!

Viper Day 2015 - Parte 1

Em 2015, o Viper criou o Viper Day, que a princípio seria apenas uma festa para comemorar os 30 anos do primeiro show da banda. Com o sucesso desta empreitada, tornou-se um evento anual. Esta primeira edição prometia a presença de diversos ex integrantes e convidados especiais, então era uma excelente oportunidade para conseguir fotos que eu ainda não tinha. Acompanhado de Sheila, fui para a frente do Manifesto, onde intencionava fazer apenas o corre, já que estava sem dinheiro para entrar e assistir ao show. Kevin também compareceu para fazer ambos, corre e show.

Tão logo chegamos e encontrei um ex vizinho, Rudney, que morou no prédio em que morei dos 2 aos 14 anos, entre 1974 e 1986. Conversamos um pouco e tiramos uma foto. Eu o encontrei quatro anos antes no show do Symfonia. Conseguimos nos reconhecer na ocasião porque somos amigos no Facebook também.

Rudney e eu éramos vizinhos. Apesar de ser mais novo de idade é mais velho no metal. Me apresentou o som do Motörhead 

Nossa conversa foi interrompida, e o corre começou quando vi chegar o ex baterista e ex guitarrista do Viper, Valdério Santos. Como os integrantes mais antigos, também o conheci pessoalmente em 1985, mas também perdemos contato por quase 30 anos. Lembro de um show de talentos realizado no Colégio Nossa Senhora de Sion na época, onde ele tocou Detroit Rock City com uma banda chamada Unmasked. Após o show, fui falar com ele, que me presenteou com o par de baquetas que utilizava essa noite, estilizadas com fita isolante. Agora que estávamos frente a frente novamente, contei essa e outras estórias, mas ele não lembrou, assim como Felipe e Andre não lembraram das estórias que contei quando os encontrei em 2013.

Guilherme Martin foi o segundo a chegar. Como não o conhecia há 30 anos, como a maioria dos músicos que apareceriam nesta noite, apenas tiramos uma foto. Felipe Machado chegou acompanhado por seu irmão Nando Machado, hoje no Wikimetal, aproveitei para tirar fotos com os dois.

Guilherme Martin é um dos poucos que eu não conheci 30 anos antes

Eu e Felipe Machado fomos amigos 30 anos antes desta foto, mas hoje ele não lembra de mim
Em 1985 existiam duas salas para a quinta série no colégio Sion, A e B. Eu estudava em uma e Nando na outra
Um dos convidados da noite, o vocalista André Góis, do Vodu, foi o próximo a aparecer. Ele gravou backing vocals em algumas músicas dos dois primeiros álbuns do Viper. O guitarrista Hugo Mariutti também chegou para o evento. Sheila disse que iria a uma padaria próxima para comprar água. Eu a aconselhei a ficar, pois Andre Matos poderia aparecer a qualquer momento. Ela respondeu algo como "não vou ficar com sede só por causa disso" e foi. Bastou sair que Andre apareceu. Embora não fosse fã, perdeu ali sua única oportunidade de conhece-lo e tirar foto com ele. Às vezes sinto que se arrependeu um pouco, principalmente depois que ele morreu, quatro anos depois.

Os caras do Vodu eram um bônus muito bom para mim, pois sempre fui fã da banda e não conhecia pessoalmente nenhum integrante
Hugo Mariutti substituiu Yves Passarell quando ele foi para o Capital Inicial
Sheila perdeu sua única chance para conhecer Andre Matos, falecido em 2019

O vocalista João Gordo apareceu para prestigiar o evento. Kevin, com sua habitual falta de noção, já "voou" nele, o que o deixou bastante irritado: "caralho, mal cheguei e já tem nego querendo foto. Não vou tirar foto porra nenhuma!". Claro que depois dessa deixei pra lá, pois seria pedir pra tomar naba. Além disso, eu já o tinha conhecido no ano anterior, quando se apresentou no Sesc Pompéia com o Ratos de Porão. Menos mal...

Este relato teve que ser dividido em partes devido a limitações do Blogger. Clique aqui para ler a parte 2.