domingo, 15 de março de 2009

Iron Maiden - São Paulo

Como chegamos cedo à cidade, fomos para casa e dormimos mais um pouco. Ao acordar, já fomos ao Hilton, mas logo seguimos para o show. A fila quilométrica estava assustadora, mas não me importei de ser um dos últimos a entrar, nem de ficar em um lugar absurdamente distante do palco. O importante era estar próximo à saída, para rapidamente deixar o local e retornar ao hotel.

Distante do palco, mas mais perto do hotel

Quando chegamos, a Sheila quis subir logo, para tomar banho. Eu fiquei em frente à porta principal, fumando um cigarro. Nessa hora, observei que um dos seguranças do hotel não tirava os olhos de mim. Acho que ele não gostou de ver um cabeludo com camiseta do Iron Maiden e relativamente sujo de lama – quem estava em Interlagos sabe do que estou falando. Quando tentei entrar, ele se colocou na frente, impedindo a minha passagem. Ainda perguntou se poderia me ajudar. Eu apenas saquei o cartão que dá acesso ao quarto, coloquei na cara dele, e respondi: 


- É claro que pode. Sai da minha frente que eu vou para o meu quarto!

Eu não gosto de ser mal-educado com ninguém, mas funcionário de hotel parece que gosta de encher o saco, e eu já estava de saco cheio. No ano anterior, eu cheguei a literalmente pendurar o cartão de acesso ao quarto no pescoço, de tanto que tentavam barrar minha reentrada a cada vez que eu saía para fumar um cigarro.

Depois de subir e também tomar banho, descemos para o bar. Conhecemos o diretor do Flight 666, Sam Dunn. Perto de nós, entre os fãs, estava o “chorão colombiano”. No filme, há uma cena do show em Bogotá, onde um fã chora enquanto segura a baqueta que ganhou de McBrain. No entanto, aquele “colombiano” estava ali, ao nosso lado. Quando o viu, Sam apressou-se em se desculpar: “Eu sei que você é brasileiro, mas o clima na Colômbia estava tão pesado, com os fãs sendo maltratados pelas tropas do exército, que preferi colocar a sua cena para mostrar algo de bom no show de lá”. Ele respondeu que não havia problema, o importante era estar no filme. Bruno é paulistano e mora em Curitiba, onde a cena foi gravada em 2008.

Sam Dunn é conhecido por ter dirigido filmes/documentários/shows sobre heavy metal
Mais tarde, conversando com Bruno sobre o episódio, ele me contou como tudo aconteceu: “O Nicko havia se machucado jogando golfe. Ao final do show, eu berrei o nome dele, ele olhou, e perguntei se o punho dele estava melhor. Foi nessa que ele jogou a baqueta para mim. Não tive que pular, que me esticar, nem nada. Ele jogou na minha mão ao responder que estava melhor. E foi aí que eu morri de chorar. Me emocionei, não por ter pego uma baqueta aleatória, mas pela comunicação com ele - a primeira que eu tive com a banda. Isso fez com que eu conhecesse a banda toda depois, mas a primeira a gente não esquece”.

Bruno, "The Crying Man", apareceu no filme Flight 666
Naquela noite estávamos no bar quando Steve Harris apareceu. Eu, Sheila, Bruno, Ricardo e sua esposa, Fátima. O pessoal do hotel anunciou que o bar seria fechado – uma conhecida artimanha para torna-lo exclusivo da banda. Sabíamos que não poderiam nos expulsar enquanto estivéssemos consumindo, então nossas bebidas durariam a noite toda, se necessário. A bem da verdade: se a banda queria o bar apenas para ela, que atendesse a meia dúzia de fãs que estava lá: todos iriam dormir, ficaríamos felizes em deixar o bar apenas para a banda. Mas não fazia questão de atender, nem nós fazíamos questão de sair.

Steve preferiu sentar em um banco, enquanto estávamos em cadeiras ao redor de uma mesa. Ele estava há cerca de um metro atrás de onde eu estava sentado, conversando com Jeff Daniels, um dos primeiros roadies do Iron Maiden. Quando a conversa esfriou e fizeram uma pausa, Sheila foi até ele e rapidamente entregou um presente que eu estava tentando entregar há alguns dias, desde o aniversário dele em Manaus: uma camisa oficial do Palmeiras.

Todos sabem que Harris é grande entusiasta e colecionador de itens de futebol. Achei que seria o mínimo que eu poderia fazer por alguém que já fez tanto em minha vida. Mas quem entregou a camisa foi ela. Simplesmente foi lá, fez uma breve explicação, e retornou. Está valendo: não era horar de incomodar e nem de pedir fotos. Foi bacana ver o Harris abrir um sorriso ao receber a camisa verde-limão e tentar repetir “Pal-mei-ras”. 

Quando Steve subiu para dormir, nós também fomos. Mas acordamos cedo pois, quem sabe, algum deles tomaria café da manhã. Estaríamos lá para descobrir. O primeiro a aparecer foi o Bruce. Como no ano anterior, esperamos que finalizasse a refeição e, então, quando chamou o elevador, falamos com ele. Desta vez ele pareceu incomodado, mas como não tinha para onde ir, rolou a foto. A cara de bunda está nítida. O elevador chegou em seguida, e ele se mandou.


Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden
A seguir, veio Steve Harris, que foi bem mais simpático, tirando fotos comigo e com a Sheila, e autografando alguns itens. Mas era isso: o horário do café já estava finalizando, e os outros integrantes provavelmente ainda dormiam. Decidimos descer e passar por outras áreas do hotel para ver se algo acontecia.


Steve Harris, baixista e fundador do Iron Maiden
No térreo, havia fãs por todos os lados, hospedados, não hospedados. Parece que os funcionários do hotel gostam de perturbar somente quem tem cara de fã - e eu tinha. Então era frequente algum funcionário perguntar se eu estava hospedado. Se a resposta fosse “não”, eu seria posto para fora. Como outros não tinham tanta “cara de fã” assim, não eram incomodados. No meio da movimentação havia uns cabeludos que pareciam invisíveis. Simplesmente ninguém percebia que eles estavam ali. Era a banda de Lauren Harris. Ah se os fãs eles imaginassem que mais tarde o guitarrista, Richie Faulkner, tocaria no Judas Priest, hein?! Resolvemos aborda-los, e eles ficaram muito surpresos ao perceber que tínhamos o álbum, que foi devidamente autografado por todos. Em minha foto com eles, até eu reconheço que parece que sou um integrante da banda.

Lauren Harris band e eu
Mais tarde, fomos novamente ao andar exclusivo, onde reconhecemos Jeff Daniels, que passou a noite toda conversando com o Harris. Ele foi extremamente simpático e agradável. Tivemos um longo papo e, claro, tiramos uma foto. Quando nos despedimos, eu e a Sheila resolvemos sair do hotel para encontrar alguns amigos do lado de fora. 

Jeff Daniels foi o primeiro roadie da história do Iron Maiden
Adrian Smith, acompanhado de um segurança, saiu do hotel apenas para atender os fãs que estavam por lá. Rolou uma foto coletiva com Sheila, Adrian, eu e mais um fã que não tenho ideia de quem seja. Isso infelizmente é coisa de segurança que quer agilizar, colocando o máximo possível de gente em apenas uma pose. Acaba estragando uma foto que tinha tudo para ser legal.

Adrian Smith, guitarrista do Iron Maiden
De volta ao hotel, encontramos Sean Brady, técnico de som do Adrian Smith. Pedimos a foto, e fomos prontamente atendidos.

Sean Brady, técnico de guitarra do Adrian Smith
Encontramos também Steve Gadd. Homônimo do grande baterista, Gadd também foi baterista, tocando na banda Charlie, mas agora era o tour manager do Iron Maiden. Fizemos uma abordagem com muito tato pois, mais cedo, vimos que ele se recusou a tirar fotos com fãs que o reconheceram – boa parte da equipe do Maiden “ficou famosa” com o Flight 666. Poucos anos mais tarde, em 2013, faleceu em decorrência de um câncer. Que descanse em paz.

Steve Gadd era o tour manager do Iron Maiden
Saímos do hotel, pois havia um comentário de que Nicko McBrain sairia para atender a galera, assim como Adrian fez minutos antes. E realmente foi o que aconteceu. Nicko autografou tudo, tirou fotos, sempre brincando com todos.

Nicko McBrain, baterista do Iron Maiden
À noite, resolvemos tentar tirar uma foto com o massagista e segurança Peter Lokrantz. Normalmente ele é uma figura mal vista pelos fãs, pois muitas vezes impede que haja contato com algum integrante. Mas estávamos lá há dias, desde Manaus, e não tivemos nenhum problema com ele, pois tentamos sempre respeitar e fazer a abordagem nos melhores momentos. Para nós, sempre foi melhor perder a foto do que ser inconveniente.

No bar, ele estava em um canto, com cara de que estava de saco cheio. Sheila se aproximou e ambos iniciaram uma conversa. Ele disse que, se dependesse dele, estaria na cama, mas que tinha que trabalhar. Sheila pediu a foto. O diálogo seguiu:

- Comigo?! Mas eu sou feio!

- Não, você é legal.

- Então vamos sair do bar. Não é certo eu impedir fãs de tirar foto com a banda e, de repente, eu tirar fotos.

Nos afastamos um pouco, e a foto rolou de boa. Ele me disse que aquilo era só um trabalho. E eu pensei “seu fdp, você é pago para acompanhar as pessoas que inspiram a minha vida. Se não dá valor, deixe-me tomar seu lugar”. No fundo, bem no fundo, ele é um cara legal, fazendo o trabalho dele.

Peter Lokrantz, massagista e segurança do Iron Maiden

Voltamos ao bar, onde conhecemos Deca. Eu achava que era apenas uma fã, mas, com o passar do tempo, descobri que ela era bem mais do que isso – este é um assunto que será retomado em outra oportunidade.

Quando Bruce apareceu, algumas meninas foram tirar uma foto com ele. Nem me mexi, já que de manhã eu já havia conseguido. Quem me interessava ainda era Janick Gers, o único com quem ainda não havia tido contato naquele ano. E não demorou muito para que ele aparecesse. Rolou uma foto coletiva. Não gosto, mas como eu já tinha com ele do ano anterior, tudo bem.

Janick Gers, guitarrista do Iron Maiden

sexta-feira, 13 de março de 2009

Iron Maiden - Rio de Janeiro

Quando chegamos ao Rio de Janeiro, tomamos um táxi que nos levou ao hotel. O problema é que não tínhamos dormido nada e pior, faltava muito para o horário do check-in. Alguns amigos estavam a caminho do hotel, inclusive o "Padro". Falarei mais sobre ele em outras oportunidades.

Passamos a tarde toda com eles, mas morrendo de sono. Quando começou a anoitecer, resolvemos conhecer, enfim, o quarto. A ideia era dormir um pouco, até meia noite, e acordar para aproveitar a madrugada no bar, possivelmente com a presença da banda. Mas estávamos num estado de exaustão tamanho que, mesmo após o alarme nos acordar, simplesmente ignoramos, voltamos a dormir e só despertamos na manhã seguinte. Já havia até amanhecido, embora fosse um tanto cedo ainda.

Era pouco mais de 6 horas quando resolvemos dar uma volta na praia. Na verdade, achamos um absurdo pagar 8 reais por uma lata de coca-cola consumida no quarto do hotel, enquanto em qualquer quiosque na praia pagaríamos 2 reais. Isso na época, hoje não seriam esses os valores, mas a proporção seria mais ou menos igual. Nossa ideia era buscar algumas cocas para substituir as que tomamos. Ao sair, um dos seguranças do hotel veio atrás, gritando como um louco. Quando ele se aproximou, nos disse para tomar cuidado e deixar todos os nossos pertences no hotel, pois seríamos assaltados. Ah, o Rio de Janeiro continua lindo, especialmente naquele lugar cercado de Rocinha por todos os lados. O mesmo hotel, aliás, que no ano seguinte sofreu uma invasão de traficantes e mais de trinta pessoas foram feitas reféns.

Mais tarde, descobrimos que perdemos uma excelente noite no bar, pois Adrian Smith apareceu e interagiu com os poucos fãs que estavam por lá. Paciência, fazer o que?!

De tarde, fomos à estreia de “Flight 666”, com a presença da banda, que assistiu boa parte do filme com os fãs. Porém, não ficou até o final. Apenas Nicko ficou um pouco mais, disse algumas palavras depois da exibição, mas logo foi embora também. A chance de interagir com algum integrante até existiu, mas foi pequena e longe de onde estávamos.

Rod Smallwood em frente ao local enquanto aguardava a chegada da banda
Nicko e Rod ficaram até o final

A noite fomos ao show com o Padro e sua mãe, Elaine e, depois, seguimos para o apartamento deles em Ipanema, onde ficamos quase até amanhecer, pois nosso vôo para São Paulo era bem cedo.


terça-feira, 10 de março de 2009

Iron Maiden - Manaus

No final de 2008, o Iron Maiden anunciou as cidades brasileiras da segunda perna da turnê “Somewhere Back in Time”. Como Bruce havia anunciado no show daquele ano que a banda retornaria ao Brasil em 2009, eu passei um bom tempo juntando algum dinheiro para poder assistir ao show em mais cidades, não apenas em São Paulo. A princípio seria Rio de Janeiro e mais uma. Me decidi por Manaus quando soube que o aniversário de Steve Harris, 12 de março, coincidiria com a apresentação na cidade. Então, entrei na comunidade do show de Manaus no Orkut e interagi com algumas pessoas. Descobri que só havia um hotel capaz de receber o Iron Maiden na cidade: o Tropical. Rapidamente fiz a minha reserva e também no Hilton, em São Paulo. Restava saber apenas o hotel em que a banda ficaria no Rio de Janeiro. 

Quando chegou o dia, eu e Sheila embarcamos em um voo da extinta Avianca (que ainda chamava-se Ocean Air) rumo a Manaus, com escala em Brasília. Ao chegar, fomos direto ao hotel, após sermos devidamente “roubados” pelo taxista, que só aceitava fazer corridas com o preço fechado, evidentemente em valores bem maiores do que os que dariam com o taxímetro rodando. Felizmente, hoje em dia temos serviços como o Uber, que nos libertam de aproveitadores como esse.

O calor na cidade era infernal, mas sinceramente eu gosto. Passamos o dia nas dependências do hotel, testando a nova câmera fotográfica que compramos especialmente para a ocasião. Reparamos, porém, que algumas fotos não ficavam boas, e demoramos para entender o porquê. O quarto mantinha o ar-condicionado ligado em força total e, quando saíamos para fotografar, a lente embaçava imediatamente. Um efeito interessante causado pelo contraste de temperaturas.

Ao anoitecer, encontramos dois casais. Um, de amigos da Sheila, que ela conhecia a partir de uma comunidade do seriado Lost no Orkut. Outro, de amigos meus, a quem conheci na comunidade do show de Manaus. Todos fomos a uma pizzaria. Após, meus amigos perguntaram se eu gostaria de ir ao local do show, onde o palco estava sendo montado, antes mesmo da chegada da banda à cidade. Achei que seria uma boa ideia, e fomos.

Havia um segurança que não queria nos deixar entrar. No entanto, foi só falar que viemos de São Paulo especialmente para a ocasião, que fomos liberados para dar uma olhada. Tiramos algumas fotos e acompanhamos atentamente a montagem do palco e das luzes por uma equipe local, para o que se tornaria realidade em apenas dois dias: Iron Maiden na Amazônia.


Na manhã seguinte, era hora de voltar ao aeroporto, para recepcionar o Ed Force One. A proximidade da chegada da banda fazia com que esse fosse o principal assunto na cidade. No caminho, em todos os lugares, haviam outdoors do show. Na TV só se falava nisso. Então, é claro que o aeroporto estava tomado pelos fãs de Iron Maiden. Conheci uma galera muito legal por lá. E, enquanto esperávamos, fui entrevistado por uma TV local.

Para assistir um show, é normal o pessoal de Manaus embarcar em um avião para São Paulo ou Rio de Janeiro, mas alguém de São Paulo vir para Manaus pareceu um pouco inusitado para eles. Antes mesmo de chegar à cidade, eu fui entrevistado por jornais locais. A história de que um fã havia conhecido a banda, difundida na comunidade do Orkut, soou bem para os jornalistas.



 

Após acompanhar o pouso, retornamos imediatamente para o hotel. A ideia, claro, era ter algum contato com a banda. Ainda faltava conhecer o Dave Murray. Porém, não tivemos vida fácil. Mesmo hospedados, o hotel estava gradeado, cercado de fãs, e demoramos um pouco para conseguir entrar. Fui entrevistado mais uma vez, por um reporter de outro canal, que havia visto minha entrevista anterior.


Aconteceu algo que nunca vi antes nem depois. Foi reservada uma parte de um andar apenas para a banda e sua equipe e ninguém estava autorizado a passar por lá, nem mesmo hóspedes. Mesmo quem estava em um quarto no mesmo andar era obrigado a dar uma volta maior para chegar até ele. Absurdo completo, mas foi o que aconteceu. Tempos depois, um amigo definiu bem, com ironia: “parecia que eles estavam com medo de ataque de índios”.

Manaus é o principal centro urbano, financeiro e industrial da Região Norte do Brasil. É a cidade mais populosa do Amazonas e de toda a Amazônia com mais de 2,1 milhões de habitantes. Não há ataques de índios e qualquer fala em contrário só demonstra preconceito e ignorância. No entanto, esse comentário pareceu descrever o comportamento da banda que, em Manaus, procurou se esconder a todo custo, nem parecia que eram os mesmos caras que conheci um ano antes.

Foi nessa tarde que conheci o autor do comentário. Um casal, na faixa dos 50 anos, havia acabado de retornar de uma viagem por Bali, Jacarta e Indonésia, onde esteve apenas para assistir aos shows do Iron Maiden. Agora estava ali, pronto para fazer a turnê brasileira completa.

Carioca, Ricardo Pacheco indicou qual seria o hotel em que a banda se hospedaria no Rio de Janeiro: Intercontinental. Imediatamente fiz a minha reserva pela internet. Eu acreditava que aquele senhor sabia o hotel apenas por morar na mesma cidade em que o show aconteceria. Na realidade, ele sabia muito mais do que eu seria capaz de imaginar.

Eu e Sheila fomos dar uma volta pelo hotel e encontramos Rod Smallwood e o fotografo John McMurtrie descansando à beira da piscina.  Mais a noite, encontramos também Lauren Harris, a filha de Steve Harris que comandava a banda de abertura daquela turnê, que levava seu nome. Ela estava acompanhada pelo assistente de palco, Ashley Groon, falecido em 2022.

Eu já previra a possibilidade de encontrar com Lauren. Portanto, havia comprado o CD da banda dela, e levei para conseguir autógrafos. A abordei e consegui a foto e o autógrafo, fácil. Ashley, que era um palhaço completo, no bom sentido, fez questão de aparecer em todas as fotos, sempre fazendo alguma careta ou, no caso da foto com a Sheila, mostrando os mamilos, o que a fez ficar vermelha de vergonha, totalmente sem graça.


Já estava anoitecendo e o casal amigo da Sheila, da noite anterior, veio nos buscar para dar uma volta pela cidade. Conhecemos o Teatro Amazonas por fora e comemos no McDonald's. Quando retornava ao hotel, lembrei que deveria avisar uma conhecida, que conheci na comunidade de Manaus, confirmando que a banda estava mesmo por lá. Eu realmente não queria fazer isso, pois o hotel já estava suficientemente lotado de fãs  e a banda parecia não querer interagir com ninguém. Mas combinado é combinado e a avisei. Aquilo, sem querer, acabou salvando minha noite.

Em 40 minutos, ela chegou com a irmã, e ambas também se hospedaram. Sua beleza despertou a atenção de integrantes da equipe da banda, que a levaram para conhecer Janick Gers e Dave Murray. Eu aproveitei a deixa e finalmente consegui a foto que faltava.



Na manhã seguinte, no café da manhã, houve um comentário de que a banda havia saído para passear. Já que os músicos não estavam no hotel, eu e Sheila resolvemos passear também, conhecer os arredores. Ao sair, descemos até o rio e um dos barcos ancorados nos chamou a atenção. Chamado Batelão, tiramos diversas fotos em frente a ele.


Seguimos nosso passeio caminhando pela orla até chegar a um local onde Sheila aproveitou para testar o zoom da câmera nova, fotografando vários barcos que passavam pelo rio. Mais tarde, ao ver as fotos no computador, surpresa: um dos barcos era o Batelão, e seus passageiros eram o Iron Maiden, a equipe, a banda da Lauren... todos tinham ido navegar no Batelão! Mais tarde ainda, alguns fãs mostraram fotos do momento em que a banda deixou o hotel para navegar. Então, quando saímos, a banda ainda não havia saído. Paciência!


De tarde, um amigo de São Paulo, que estava morando na cidade há algum tempo, apareceu no hotel para nos dar uma carona até o show. Antes, perguntou se eu já havia visto algum integrante do Iron Maiden por ali. Por acaso, naquele exato momento, Bruce estava no bar do térreo conversando com um piloto de avião uniformizado. Quando levantou e se despediu, algumas meninas o abordaram, e ele tirou algumas fotos. Carlos, meu amigo, se aproximou. Quando faltava somente ele, Bruce simplesmente saiu correndo e o deixou na mão.

O show foi maravilhoso, mas logo retornamos ao hotel, pois nosso voo para o Rio era de madrugada. A banda estava no bar comemorando o aniversário de Harris, mas cercada por seguranças, então resolvemos não incomodar. Quando fui para o quarto, meu caminho se cruzou com o de Michael Kenney que, para quem não sabe, é o técnico de baixo do Steve Harris e também o tecladista do Iron Maiden em apresentações ao vivo. Pedi a foto e ele aceitou sem problemas, segurando uma caixa de Havaianas nas mãos. Depois, apenas pegamos nossas coisas e seguimos para o aeroporto, pois um casal de amigos nos deu uma carona.