domingo, 20 de março de 2016

Steven Wilson

É muito difícil encontrar um músico "série c" que seja babaca, mas o ex integrante do Porcupine Tree, Steven Wilson, certamente é um deles. Ele veio a São Paulo para se apresentar no Carioca Club, local capaz de receber apenas mil pessoas.

Eu e Marcelo Zava fomos ao Meliá Jardim Europa, onde Steven Wilson e banda estavam hospedados. O interesse de Zava neste corre era o baixista Nick Beggs, que integrou o Kajagoogoo, uma de suas bandas favoritas.

Nick Beggs tem bagagem, tocou com músicos importantes, além de ser um dos fundadores do Kajagoogoo
Zava convenceu-me de que Beggs é um músico importante, que merece ter uma foto autografada só dele

Não sabíamos quem eram os outros músicos, mas já que estávamos no corre, por que não conhece-los também?! Com a ajuda de celular com internet, descobrimos como todos se pareciam, então conforme desciam para ir ao show, fazíamos a abordagem. A banda toda é bem acessível, exceto o próprio Steven Wilson.

Dave Kilminster, guitarrista do Steven Wilson
Craig Blundell, baterista do Steven Wilson
Adam Holzman, tecladista do Steven Wilson

Depois dos acontecimentos recentes, como não termos conseguido fotos com Olivia Newton-John, atrapalhados por Anebelle, ou sermos os únicos a conseguir fotos com Lionel Richie, eu e Carlos resolvemos fechar ainda mais as informações. A bem da verdade, quem realmente levantava informações entre quase todos que fazem corre sou eu, ele e Jéssica. Leo e Ellen são bons também. Estéfano também tem suas fontes, mas a maior parte dos outros tende a ser pedidor de hotel. Isso não significa que jamais alguém, que não seja nós, terá uma informação boa. Conseguir informação de vez em quando qualquer um consegue, mas nós conseguíamos sempre ou quase isso.

Alguns, como Givaldo, Guido e Samii, ajudamos por um bom tempo por serem amigos. Porém, de uma maneira ou outra as informações espalhavam-se, e logo um monte de indesejados, incluindo Anebelle, aparecia nos hotéis. Portanto, decidimos que não ajudaríamos mais ninguém, não importando quem fosse. Exceto, é claro, em situações especiais, como a vinda de um estrangeiro que poderia nos ajudar em algum corre em seu país de origem, por exemplo.

Uma menina, que por motivos óbvios não identificarei, entrou em contato comigo para perguntar em qual hotel estava Steven Wilson. Respondi que não ajudaria, explicando o porquê. Inconformada, ela insistiu e insistiu e insistiu. Fiz-lhe uma contra-proposta, com a maior certeza do mundo de que seria imediatamente recusada. Deste modo eu esperava que ela me deixasse em paz:

- Ok, quer o hotel? Eu te passo! Mas eu quero nudes! Me mande nudes que te falo o hotel!

Como previsto, ficou indignada. Disse que a proposta era um absurdo, recusando imediatamente. O assunto morreu sem eu passar nenhuma informação.

Eu e Zava descobrimos que Steven Wilson não estava no hotel, pois foi mais cedo para o Carioca Club, então voltamos para casa, mas retornaríamos mais tarde para tentar mais uma vez. A tal menina não me deixou em paz, insistiu a tarde toda. Ela não poderia tentar no aeroporto no dia seguinte, pois teria que trabalhar. Quando lhe disse que haveria apenas mais uma oportunidade para ver o cara naquele dia, ela cedeu. Enviou-me duas fotos nuas. Juro que não acreditei, tinha certeza que ela não chegaria a esse ponto. Mas já que chegou, passei a informação. Era justo.

Após o show, eu, Zava e ela - somente nós 3 - esperamos em frente ao hotel. Quando a van chegou, um segurança desceu e avisou que Steven Wilson não tiraria fotos, apenas autografaria um item por pessoa. A menina não levou nada para autografar, pois queria apenas tirar uma foto com ele. Zava também não. Eu fui o único a conseguir alguma coisa esta noite.


Fiquei com dó da menina. Provavelmente seja impossível ter noção, mas ela demorou muitas horas até ceder e enviar as fotos. Até então nunca tivemos nenhum envolvimento que nos levasse a trocar nudes, éramos apenas colegas de corre. Ela cumpriu o proposto, recebeu a informação como combinado, mas voltou para casa de mãos vazias. Este episódio, entretanto, serviu para nos aproximar. No ano seguinte, quando me divorciei, após retornar de Belém, eu e ela tivemos um caso que durou pelo menos 6 meses. Somos bons amigos até hoje e jamais deixarei de passar informação para ela novamente.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Maroon 5

Era dia de corre do Extreme Noise Terror, eu e Carlos não sabíamos o hotel, então fomos ao Hangar 110. Lá é um lugar que sempre dá pra tentar na porta, fácil. O que não contávamos é que... o voo da banda fosse desviado para o Rio de Janeiro, forçando o cancelamento do show. Já estava tudo ok, fãs dentro da casa de shows, nós na porta, prontos para conseguir as fotos, e a banda presa no Rio de Janeiro.

Para não voltar de mãos vazias, decidimos da uma passada no Fasano, onde estava o Maroon 5. Nem sabíamos direito que banda era essa, mas já que estava na cidade, e estávamos putos pelo cancelamento, fomos. No final, conseguimos 3/6 (ou 1/2) dos integrantes. E o Adam Levine? Em 2016, esse mala estava se recusando a tirar fotos até mesmo com atrizes globais. Mais uma vez, eu nem sabia que banda era essa, fui apenas por já estar na rua, então dane-se. Porém, em 2020, mais bonzinho, ele tirou com 8 fãs que o aguardavam, logo que a banda chegou ao hotel para se hospedar. Eu não estava entre eles, mas fiquei sabendo. Anebelle estava.

Mickey Madden, baixista do Maroon 5
Matt Flynn, baterista do Maroon 5
James Valentine, guitarrista do Maroon 5


quarta-feira, 16 de março de 2016

Simply Red

O corre do Simply Red pareceu simples até demais. Logo que eu e Sheila chegamos ao hotel Transamerica, percebemos a total falta de movimentação, não havia hóspedes nem fãs, estava uma tranquilidade absurda. No hall, apenas o segurança, nosso conhecido, sentado em um sofá. Ele estava tão de boa, que disse que os integrantes estavam prestes a descer, mas que precisaria ir ao quarto para pegar sua mala. Em outras palavras, nos deixou a vontade, pois sabia que não faríamos nada de errado, seria apenas foto e autógrafo. Com efeito, conforme desciam, nós abordávamos, e conseguíamos, na maior facilidade.

Kenji Suzuki, guitarrista do Simply Red
Steve Lewinson, baixista do Simply Red
Roman Roth, baterista do Simply Red
Dave Clayton, tecladista do Simply Red
Ian Kirkham, saxofonista e tecladista do Simply Red
Kevin Robinson, trompetista e flautista do Simply Red

O segurança retornou, anunciando que falou com Mick, e que ele não estava disposto a atender ninguém. A essa altura, Leandro Caíque e outros 2 fãs aleatórios já haviam juntado-se a nós. O mala não queria atender 5 pessoas, fazer o que?! Quando Mick apareceu, acompanhado pelo segurança, é claro que o chamamos a distância, mas ele aceitou somente autografar, um autógrafo bem tosco, por sinal. Tem gente que realmente não faz valer sair de casa para conhece-lo, e Mick Hucknall com certeza foi um deles.


Do Brasil, a banda seguiu para o Chile, onde o Iron Maiden também estava. Como ficaram no mesmo hotel, Nick "tietou" e postou uma foto com Steve Harris. Uma pena que Harris é sempre um cara legal, sinceramente seria lindo se tivesse dado naba nele. Será que o Bruce deu??? 👿


segunda-feira, 14 de março de 2016

Picture + Tygers of Pan Tang

Este relato talvez seja um choque de realidade para os fãs, que muitas vezes acreditam que qualquer músico de uma banda gringa minimamente conhecida é um rockstar que vive e respira rock'n'roll 24 horas por dia. Provavelmente isso seja absolutamente verdadeiro no caso das bandas série A e B. Quanto às bandas menores, ainda que de vez em quando haja uma turnê por outros continentes, seus integrantes levam vidas totalmente normais, amparadas por um segundo emprego que lhes garante a subsistência.

Quando eu e Sheila conhecemos os músicos do Picture, em 2014, eles foram tão amigáveis que os adicionamos como amigos no Facebook. A maioria manteve-se como enfeite, ou seja, nunca interagiu conosco pela rede social. A exceção foi o baterista Laurens Bakker, que às vezes curtia ou comentava em alguma postagem, e jamais se esquecia de parabenizar alguém no dia do aniversário.

O Picture é uma banda pequena, então seus músicos levam vidas normais. No caso de Laurens, ele trabalhava em uma plataforma de extração de petróleo em alto mar. Sua vida profissional alternava-se entre duas semanas de trabalho na plataforma e duas semanas de denscanso em terra fime. Quando estava em terra, sempre postava fotos que revelavam o quão comum era sua família, formada por sua esposa e sua filha; seu hobby, as pescarias, e principalmente, seu amor incondicional pelo maior xodó, a cadela Bora. Não era nada incomum ve-lo postar fotos e mais fotos com ela como tema principal.






















Trabalhando há algum tempo com artesanato em tecido, Sheila decidiu confeccionar uma Bora em miniatura para presentear Laurens. Ele ficou muito emocionado. Após o show de São Paulo, houve mais alguns shows antes que a banda retornasse à Holanda. Porém, quando isso aconteceu, Laurens fez questão absoluta de tirar e postar fotos da Bora com a mini-Bora.



Esta, entretanto, não é uma história com final feliz. Menos de um mês após retornar para casa com a mini-Bora, a verdadeira Bora faleceu. Não era exatamente novinha, já tinha 11 anos. Ainda assim, foi chocante, ficamos muito chateados ao saber.


Quanto ao corre, nada demais. Rinus Vreugdenhil, baixista do Picture, é um cara sensacional ao vivo, bem diferente daquele que não interage com ninguém pelas redes sociais. Como o Picture e o Tygers of Pan Tang chegaram mais ou menos no mesmo instante no hotel, não consegui a foto com o guitarrista do Picture, Andre Wullems, mas não me importei muito, pois já tinha com ele desde 2014.

Pete Lovell, vocalista do Picture. Ele saiu da banda em 2016
Mike Ferguson, guitarrista do Picture. Também saiu da banda em 2016
Rinus Vreugdenhil, baixista do Picture
Laurens Bakker, baterista do Picture
Jacopo Meille, vocalista do Tygers of Pan Tang
Robb Weir, guitarrista do Tygers of Pan Tang
Micky Crystal, guitarrista do Tygers of Pan Tang
Gavin Garay, baixista do Tygers of Pan Tang
Craig Ellis, baterista do Tygers of Pan Tang

sábado, 12 de março de 2016

Noel Gallagher

Lollapalooza é um festival triste, ao menos para mim. Sei lá como a produção consegue achar tanto artista esquisito que eu nem sabia que existia. Se vem um que quero conhecer já é muito. Neste ano, apenas Noel Gallagher me interessava.

Decidi ir com Carlos ao aeroporto de Guarulhos para resolver logo na chegada. Apesar de recebermos uma boa pista assim que chegamos - havia uma moça segurando uma placa com o logo do festival encostada em uma pilastra no terminal 3 - provavelmente foi uma ideia ruim, pois o aeroporto estava tomado por fãs de Florence and the Machine. Entre eles, o sempre problemático Mário, alguém sem noções mínimas de como ser gente. Ele berra e se joga na frente do artista, pula nos fãs, desrespeita segurança, não tem a menor educação ou limites. LGBT, se acha protegido contra tudo, pois qualquer coisa que fizerem com ele será homofobia. Neste dia tomaria uma lição.

Quando a vocalista de Florence and The Machine desembarcou, fez o que sempre faz: tumultou. O segurança que a acompanhava, entretanto, não estava para brincadeiras. Pediu para Mário se afastar uma, duas vezes. Na terceira foi um belíssimo tapa na orelha, cujo estalo ecoou por todo o terminal dois.

- AIIIIII! Você não pode encostar em mim!

- Posso sim e vou bater de novo se não parar com palhaçada!

Foi a única vez que vi um segurança efetivamente agredir um fã. Já vi ameaçar várias vezes, mas bater foi a primeira vez. Porém, Mário "pediu", assim como "pedia" sempre. Se o segurança precisasse de testemunha, eu seria o primeiro a me oferecer. Logo após a fala acima, comecei a filmar na esperança de ve-lo tomar mais um tapa, mas infelizmente não rolou. Depois deste dia ele sumiu, nunca mais ouvi falar. Graças a Deus! E observe: sou ateu.

Retornei ao portão de desembarque, onde uma galera ainda se aglomerava. Felizmente os fãs mais problemáticos se foram quando a vocalista de Florence and The Machine desembarcou, mas ainda havia muitos fãs de Noel Gallagher, e pior: Anebelle chegou acompanhada por Fernando.

Um japonês, que era um dos seguranças contratados pelo festival passou com o rádio ligado, propositalmente no máximo volume, no meio do corredor onde os fãs se aglomeravam, logo após o portão de desembarque. A voz no rádio dizia que Gallagher desembarcaria no terminal 3. Houve debandada geral, todos os fãs acreditaram e foram. Eu e Carlos permanecemos onde estávamos. Anebelle, que não tirava os olhos de nós, também permaneceu com Fernando, mas apenas por um tempo.

O pessoal da produção montou uma rodinha bem ao nosso lado e fingiu uma conversa, dizendo que o Gallagher realmente desceria no 3. Anebelle escutou e correu para o 3 também. Fernando, que a acompanhava, disse "seja o que Deus quiser" quando passou por nós. Eu e Carlos permanecemos impassíveis, nem ao menos debatemos se deveríamos ir ou não. 

Gallagher encontraria apenas eu, Carlos e Juliana - amiga de Carlos, que ele levou por ser fã de Oasis - parecia ser jogo ganho, aliás muito ganho. No entanto, Gallagher passou rodeado por seis seguranças. Carlos estava segurando um LP e ele viu, mas os seguranças não o deixaram atender. Valeu para dar risada da ingenuidade dos fãs que acreditaram, incluindo Anebelle. Por outro lado, teríamos que fazer o corre novamente...

Carlos aproximou-se dos integrantes da produção que disseram que Gallagher desceria no 3 e disse "Vocês estão pensando que aqui tem trouxa?! A gente faz isso há muito tempo pra cair num papinho desses". Também avisou um amigo que tinha ido ao 3: "o cara acabou de desembarcar no 2". Todos os fãs retornaram putos, querendo bater no segurança nipônico.

Enfim desembarcaram os músicos de Florence & The Machine. Os outros seguranças escoltaram a banda e o segurança japonês para a van. Se não o fizessem, o japonês certamente apanharia, a galera estava muito puta da cara...

Dois dias depois, ainda estava escuro quando eu e Sheila acordamos e saímos de casa, rumo ao aeroporto de Guarulhos. Sabíamos que o embarque seria muito cedo, então daria tempo dela retornar para trabalhar sem chegar atrasada. Havia apenas cinco pessoas esperando por Gallagher: eu, ela, Carlos e mais dois que não recordo. Mais uma vez, pareceu jogo ganho. Será?!

Quando o carro que o trouxe estacionou bem em frente onde estávamos, Noel já desceu dizendo que não tiraria fotos, mas autografaria um ítem por pessoa. Cara babaca do inferno!

quinta-feira, 10 de março de 2016

Lionel Richie

Todas as vezes que veio ao Brasil antes de 2016, Lionel Richie fez base Rio, ou seja: se hospedava no Rio de Janeiro e, quando o show era em São Paulo, vinha para a cidade poucas horas antes de entrar no palco, fazia o show, e retornava ao Rio de Janeiro. O mesmo acontecia com qualquer outra cidade: vinha, fazia o show e retornava ao Rio. Isso inviabilizava qualquer tentativa de conhece-lo pois, utilizando jato privado, descia em algum aeroporto alternativo, como Campinas ou Campo de Marte, onde o acesso seria impossível. O único de nós que já tinha foto com ele é Estéfano, pois, em ocasiões anteriores, foi ao Rio de Janeiro para assistir ao show e fazer o corre.

Desde o corre de Olivia Newton-John, eu e Carlos acreditávamos que desta vez ele poderia até fazer base, mas sairia do país por São Paulo. Tínhamos nossos motivos, que prefiro não revelar. Ainda assim, Jéssica decidiu ir ao Rio de Janeiro para tentar conhece-lo, junto com Marcelo Zava. Conseguiram sem dificuldades.

Jéssica e Lionel Richie, em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro

Richie veio a São Paulo de helicóptero, pousando no campo de Marte. Não tínhamos certeza se ele passaria a noite em um hotel ou se retornaria ao Rio. A ideia inicial minha e de Carlos era conseguir alguém que tivesse carro e estivesse disposto a segui-lo após o show. Como o Japonês mandou mensagem, e ele tem carro, decidimos utiliza-lo.

Eu, Sheila e Carlos nos reunimos na Galeria dos Pães, uma padaria próxima aos hotéis Fasano e Emiliano, que mais parece um shopping center, pelas inúmeras opções oferecidas e pela movimentação de clientes. Era um local estratégico, relativamente próximo ao Ginásio do Ibirapuera, onde o show aconteceu. Era melhor já estarmos na rua, prontos para agir.

Pedimos um lanche e, enquanto comíamos, discutimos a situação de Marcio. Até esse dia, ele fazia alguns corres conosco, mas tem a péssima mania de fazer broadcast, ou seja, espalhar informação. Na maioria das vezes, quem surgia com informação era eu ou Carlos. Passa-la para Marcio era o mesmo que divulgar na página do fã clube da banda ou do artista em questão. Gostamos de fazer corres com ele, é um cara legal e engraçado, mas não dava mais, então teríamos de lhe dar um ultimato: "ou você anda com a gente, ou você faz broadcast", sem meio termo.

Ele sempre negava, mas sabíamos que era mentira. Em 2011, por exemplo, eu estava a caminho do hotel onde estava o Red Hot Chili Peppers, quando Anebelle apareceu. Ela não sabia onde a banda poderia estar, então enviei uma mensagem para Marcio, dizendo "a banda está no hotel tal, NÃO passe para Anebelle". Não se passou nem 20 segundos e Anebelle disse que descobriu o hotel. Perguntei como, e ela me mostrou a mensagem que Marcio enviou. Não foi o único exemplo, aconteceu em várias outras ocasiões. 

Marcio sempre municiou com a nossa informação os que não sabem fazer corre, ou os que são vagabundos o bastante para ficar em casa esperando pela informação mastigada. Estava na hora disso acabar, não era mais possível confiar nem passar informações para ele, mas ainda oferecemos a chance de escolha. Como continuou negando que fazia broadcast, mesmo diante de todas as evidências, desse dia em diante nunca voltamos a fazer corres com ele. Continuamos amigos, conversamos sempre que nos encontramos, mas informação nossa ele não tem mais. 

Fomos interrompidos por uma mensagem de Jéssica, que nos informou o hotel correto. Com essa informação, começamos a discutir se deveríamos ou não avisar o Japonês, quando Sheila nos passou a maior lição de moral: "agora que vocês não precisam mais dele, não vão avisa-lo?! Vão sim!". Meio a contragosto, avisamos...

Após o show, estávamos em frente ao hotel quando um carro suspeito chegou. Dele, desceu um assessor gringo, que perguntou se alguém falava inglês. Sheila se ofereceu e iniciamos uma conversa, onde ele tentou orientar sobre como deveria ser nossa abordagem. Pediu, entre outra coisas, para ninguém gritar ou fazer escândalo, por exemplo. Até parece, isso é coisa da Anebelle e dos hunters do bem, mas felizmente não havia sinal deles naquela noite.

Vi quando Lionel desceu do carro e entrou calmamente no hotel, sem ser incomodado. Acreditei que os outros o chamariam, não o chamei para não ser indelicado com o assessor. Éramos 6 pessoas no local e eu e Sheila estávamos ocupados. As outras quatro, ao invés de prestar atenção no carro, tentaram ouvir a conversa e nem perceberam o que aconteceu. Era o fim do corre para Sheila. No dia seguinte, eu, Carlos e Japonês tentaríamos novamente, mas ela não poderia, pois estaria trabalhando.

Como sabíamos que Zava tentaria mais uma vez no hotel, e que outras pessoas também sabiam onde ele estava (havia dois aleatórios no dia anterior, lembra?!) e poderiam disseminar a informação, preferimos tentar no aeroporto. A estratégia deu certo: éramos os únicos. O problema é que aquela foi uma tarde um tanto chuvosa, o que causou o fechamento temporário, com atrasos de pousos e decolagens. Quando Lionel saiu do hotel, fomos informados por Zava que ele atendeu a todos.

Quando o carro chegou, ele demorou mais de meia hora para descer. Nós esperávamos calmamente, mas admito que é difícil, pois não havíamos entendido ainda o motivo de tanta demora. Uma das mulheres da produção que estava com ele é minha amiga, ela veio conversar conosco e disse que, devido ao atraso, a companhia atrasou o horário de check-in, e que estava aguardando abrir, para que pudesse fazer os trâmites, enquanto ele seguiria diretamente para o portão de embarque.

Quando ele desceu, estava falando ao celular. À distância,  Carlos mostrou os discos, e ele comentou "preciso desligar para falar com meus fãs". No maior bom humor, olhou para Carlos e disse algo como "é claro que vou assinar, você já me deu muito dinheiro", referência à quantidade de álbuns que ele carregava. Após assinar todos, era o momento das fotos. A produção estava tão de boa com a gente que, neste momento, era apenas nós e ele, todos já haviam entrado para fazer os trâmites.

Hello!

Anebelle, hunters do bem, e seja lá mais quem quisesse uma foto com ele, felizmente todos acreditaram que ele sempre fez base Rio, e nem ao menos saíram de casa, simplesmente assumiram que seria impossível tentar. Eu e Carlos calculamos todas as variantes, descobrindo a brecha que tornou possível conhece-lo. Todos perderam, nós vencemos! Isso exigia algum tipo de comemoração, então instituímos que sempre que conseguíssemos uma foto difícil, comemoraríamos com Stella Artois. Como não bebo, e não havia ninguém para tirar a foto, fiquei o responsável por fazer a selfie.


Essa imagem caiu como uma bomba atômica no universo dos hunters. A informação de que havíamos conseguido logo se espalhou. Anebelle ligou chorando para Estéfano, perguntando porque ele havia mentido sobre a base Rio, mas nem mesmo ele sabia que desta vez seria diferente. Jonas mandou textão para o japonês, dizendo que queria muito essa foto, que ele sempre o ajudava, e que esperava mais dele, pois não foi ajudado. Diferentemente de Marcio, entretanto, Japonês não usa a informação dos outros para fazer broadcast.

Esse, enfim, foi o corre que separou os homens dos meninos, os hunters dos pedidores de hotel. Anos se passaram e ainda há lamentos e comentários sobre o que aconteceu. Grande dia! 👍

quarta-feira, 2 de março de 2016

Olivia Newton-John

O corre da eterna parceira de John Travolta, Olivia Newton-John parecia fácil. Bastaria esperar no aeroporto, conseguir a foto e o autógrafo, e fim. Enquanto esperava, consegui um bônus, pois o narrador Galvão Bueno desembarcou. Muita gente dizia que ele é antipático, mas foi de boa. Você pode até não gostar dele, mas é uma parte importante na história esportiva brasileira: "Sai que é tua, Tafarel!!!", "Ronaldiiiiiiiiiiiiinho!", "Ayrton, Ayrton Senna do Brasil", "Acabooooou! Acabooooou! Acabooooou! É tetraaaaaaaa! É tetraaaaaaaa! É tetraaaaaaaa! O Brasil é tetra campeão mundial de futebol", e tantos outros bordões criados por ele que jamais sairão de nossas memórias...


Quando Olivia desembarcou, a abordei e entreguei a foto. Ela autografou e devolveu. Era só tirar a foto com ela, e fim. O problema foi o bando de idiotas que fizeram aquele corre. Ninguém sabia esperar a vez. Ela não estava me atendendo?! Esperasse terminar! Mas não, todos a cercaram, de forma tão desesperada e agressiva, que certamente a assustou. Pior: mais louca do que nunca, Anebelle, que normalmente já não sabe esperar a vez, neste dia resolveu cutuca-la insistentemente, a ponto de o marido de Olivia, John Easterling, interferir e praticamente arrasta-la para o carro que os aguardava. Foi uma das piores recepções de fãs a artistas que já presenciei. 

John Easterling, Olivia Newton-John e um dos músicos da banda da cantora

Os hunters do bem tomaram um táxi e seguiram o carro. Eu e Marcelo Zava não fomos tão ágeis, pois o carro dele estava estacionado um pouco distante. Como não sabíamos o hotel que ela ficaria, combinamos com o Japonês, que também estava de carro, que iríamos para os hotéis da região da Avenida Paulista, enquanto ele verificaria os da zona sul. Estávamos certos, pois um dos hunters do bem, passou a informação de qual era o hotel correto para Marcelo Zava, e era na região para onde estávamos a caminho. Avisamos o Japonês e seguimos para lá.

Anebelle, também de carro, teve o mesmo problema que eu e Zava, ou seja, carro estacionado longe. Como ninguém lhe passaria a informação, fez o que chamamos de via-crucis, indo de hotel em hotel até encontrar. E, infelizmente, encontrou. Apesar de toda confusão que causou no aeroporto, ela conseguiu foto com Olivia. Não satisfeita, achou que não ficou boa, e estava querendo tirar mais uma. Oh, meu saco! 😠

Quando Olivia saiu para jantar, eu estava fumando fora do hotel. Zava, Japonês e mais alguns a esperavam dentro do hotel, próximo ao elevador, e conseguiram. Anebelle também. Mais uma vez, a cena do aeroporto se repetiu, mas ainda assim ela conseguiu a segunda e a terceira foto. Novamente, a doida achou que nenhuma ficou boa, e queria mais. Acuado, o marido mais uma vez interveio, saiu apressado do hotel com Olivia, se pôs na frente dela para que ninguém a abordasse, e solicitou auxílio dos seguranças do hotel.

Eu e Carlos nos aproximamos para conversar com ele, mostrando um comportamento civilizado, que a maioria de quem estava ali jamais seria capaz de demonstrar. Ele disse que sentia muito, mas que a esposa não atenderia ninguém enquanto a doida estivesse ali. Não seria nada fácil, já que a maluca nunca larga o osso...

Sheila, que havia saído há pouco do trabalho, chegou ao hotel, mas disse que não ficaria, pois faria uma visita à minha mãe, que estava internada em um hospital. Me chamou para ir com ela, mas não aceitei. "É sua mãe! Você deve isso a ela!". Penso um pouco diferente: tive mais de 40 anos para falar o que quiser com ela, e ela comigo, e realmente falamos, éramos próximos. Uma hora a mais, que era o tempo autorizado para visita, não faria diferença alguma, e logo ela estaria em casa. Não fui e não me arrependi, embora ela tenha falecido três meses depois. Mantenho a posição: ter uma hora a mais com ela não faria diferença alguma.

Infelizmente nada mais aconteceu, pois arrumaram um esquema para que Olivia retornasse pela garagem, onde não havia a menor chance de contato. Pior: no dia seguinte, tive que fazer meu papel de marido e acompanhar Sheila em um exame que exigia a presença de acompanhante. Se houvesse tempo, tentaria mais uma vez. Porém, assim que o exame finalizou, recebi uma mensagem da Jéssica, comunicando que Olivia saiu do hotel, e atendeu os cinco fãs - Anebelle não estava lá - na maior má vontade. Infelizmente compreendo o porquê. Nos desculpe por isso, Olivia! Bem que gostaríamos que a doida sumisse para sempre, ela sempre nos atrapalha. Mas era a primeira vez que atrapalhou a ponto de eu não conseguir.