A bem da verdade: eu não sei fazer corre de futebol! Quando quero fotos com jogadores de um time específico, como o Palmeiras, geralmente vou diversas vezes ao aeroporto, na saída ou na chegada, quando o time joga fora e, a cada vez, foco em apenas dois jogadores. É uma correria do inferno e é o que da pra fazer para conseguir fotos e autógrafos com eles. Não conheço, por exemplo, nenhum esquema para entrar no CT da Barra Funda e conseguir com todos de uma vez.
Com o sucesso do Palmeiras na Libertadores 2020, Anebelle, com quem fiz a maioria dos corres pandêmicos, ficou me enchendo o saco. Decidiu que queria porque queria uma foto com a "tia Leila" (a patrocinadora Leila Pereira, dona da Crefisa e da Faculdade das Americas). Toda vez que me enviava mensagens no Messenger, lá vinham umas três mensagens extras que diziam "tia leila, tia leila, tia leila". Era um indicativo para que eu me virasse e conseguisse um jeito para nos aproximarmos dela.
Meu advogado, Tercio, é palmeirense, frequenta o clube há algumas décadas e tem algumas amizades fortes por lá. Portanto, em dezembro de 2020, eu perguntei se havia alguma maneira de conseguir uma foto com a Leila. Ele disse que sim, que em janeiro haveria um evento com ela, com o presidente Maurício Galiotte, com o presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim Del Grande, e alguns outros nomes que poderiam interessar. Isso ficou no ar, mas no meio do mês seguinte, o cobrei, já que ele é conhecido por ser enrolão. Ele confirmou que no sábado seguinte haveria o tal evento, e que conseguiria me colocar para dentro.
O problema é que acho que ele não entendeu direito: o corre era muito mais para Anebelle do que para mim. Ele conseguiu confirmar o meu nome no evento, mas o dela não. É claro que quero uma foto com eles, mas definitivamente não fotos pandêmicas, de máscara, e isso é o máximo que conseguiria. Mesmo sendo o Palmeiras muito próximo de casa (15 minutos de caminhada), pensei dez vezes se deveria ir ou não. Mas fui.
O evento era a promoção da candidatura de Leila para conselheira. Havia pipoca, sorvete e água grátis. Era só pegar e consumir. Além disso, todos ganharam uma sacola com boné, camiseta e máscara da campanha de Leila. Assim que cheguei, Tercio já estava me esperando na entrada combinada, na Avenida Francisco Matarazzo. Tive, é claro, que me identificar para o pessoal que cuidava do controle de acesso, e minha entrada foi liberada.
Assim que entrei, ganhei a sacola com os brindes e avistamos Leila dando atenção a alguns dos presentes. Nos aproximamos e aguardamos a oportunidade de falar com ela. Quando consegui, foi tudo muito rápido, porque ela estava realmente requisitada, mas a foto pandêmica rolou sem problemas.
Leila disputava uma vaga no conselho, o que a tornaria elegível para ser a próxima presidente |
Tercio, que veio apenas me recepcionar, disse que estava almoçando com a família, que iria terminar o almoço, e que voltaria para me encontrar em meia hora. Aproveitei para dar uma volta pelo clube e consegui colocar ao menos o boné e a máscara que ganhei. Retornei e fiquei enrolando, tomando sorvete grátis, até que Tercio reapareceu com uma notícia inusitada. Existe um gandula famoso no Palmeiras, pois ele trabalha no clube desde a década de 1990. Jornais e TVs fizeram diversas reportagens com ele. Tercio me pediu para aborda-lo para tirarmos uma foto com ele, mas alertou "ele é mala".
Quando o tal gandula desceu, foi chamado por um pessoal que estava sentado em uma mesa - provavelmente seus conhecidos, pelo papo animado que rolou. Quando se despediu e se afastou, veio em nossa direção, então educadamente o abordei e pedi para tirar uma foto com ele. Ele disse "não, não" e saiu andando, me deixando com cara de tacho. Mano, não creio, levei naba do gandula, com certeza uma das piores nabas de todos os tempos, digna de ser descrita nas nabas mais absurdas, uma grande mancha para meu "curriculum". O cara é mais mala que Bruce Dickinson, Paul Stanley, Robert Plant, Yngwie Malmsteen - ao menos com eles consegui a foto, por mais que tenha sido difícil. Da forma como ele negou, não restou outra alternativa senão aceitar e engolir a naba.
Em seguida, o presidente Mauricio Galiotte apareceu e, simpático, aceitou tirar a foto numa boa. O que o tal gandula não contava é que o conselheiro amigo do Tercio que autorizou a minha entrada viu a naba que levamos, e assim que me afastei, ele contou o que aconteceu ao presidente. Mais a noite, quando eu já estava em casa, Tercio me mandou a seguinte mensagem de áudio: "mano, o gandula levou uma carcada do diretor e do presidente, por causa da naba... que ele deve estar procurando o caminho de casa até agora. Diretor, aquele camarada que você viu, estava do nosso lado... Ele levou direto pro presida. Diz que a comida foi fenomenal! HAHAHAHA Ta bom, a gente levou naba do gandula, mas o gandula se fudeu".
Mauricio Galiotte era presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras |
Após a foto com o presidente, eu e Tercio fomos passear pelo clube. Eu era sócio do Palmeiras quando era criança e adolescente, então frequentava de vez em quando. Algumas coisas, como a piscina, estão exatamente iguais ao que era, mas muita coisa mudou, principalmente devido à construção do estádio.
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