sexta-feira, 7 de junho de 2019

Raven + Leather Leone

Rodrigo Scelza foi o produtor que trouxe Raven e Leather Leone ao Brasil. Somos amigos há anos, então quando ele traz alguma banda, nunca se incomoda de me passar informações de hotel e de horários. Deste modo, sabíamos que as bandas sairiam para o The House (que hoje voltou a se chamar Hangar 110) às 15:30hs. Leo ficou de passar em minha casa às 14:30hs, em tese teríamos tempo de sobra.

Esse, no entanto, foi um dia de trânsito especialmente anormal em São Paulo. Ficamos por muito tempo parados em um congestionamento no Minhocão (viaduto Gal. Costa e Silva, pouco me importa se mudaram o nome). Quando conseguimos sair, foi ainda pior: as ruas do centro estavam absolutamente congestionadas. Quando, enfim, chegamos ao hotel, já era 15:45hs.

A van ainda estava parada em frente ao local, mas para nosso desespero observamos que os integrantes das bandas já estavam saindo do hotel e entrando na van. Eu e a Arianne descemos e fizemos a abordagem, enquanto Leo terminava de estacionar.

Na correria, não conseguimos fotos com todos. Eu, por exemplo, perdi John Gallagher, mas não me importei, pois já tinha foto com ele desde 2010. Sempre é bom renovar, afinal 9 anos se passaram, mas meu objetivo era conseguir foto com o baterista Mark Heller, pois ele era a "figurinha nova".

Leather é sempre boazinha, que mulher legal
Leather Leone, vocalista do Chastain
Mark Heller, baterista do Raven
Mark Gallagher, guitarrista do Raven

No retorno para casa, Leo comentou sobre a morte de Serguei. Essa notícia não me pegou de surpresa: quando o encontrei pela última vez, dois anos antes, ele já estava bastante zuado, parecia que nem sabia o que estava fazendo ali (no show do Made in Brazil, no Sesc Pompéia). O que eu não sabia é que outra notícia ainda pior estava a caminho, já no dia seguinte.

A internet de casa estava com problemas, e eu já tinha solicitado para a operadora enviar um técnico, o que ocorreria somente na segunda feira, dia 10. Nesse sábado, dia 8, passei quase todo o dia offline. Quando anoiteceu, decidi ir para perto de um mini mercado Extra, próximo de casa, apenas para acessar o wi-fi, ver o que estava rolando no Facebook e dar uma lida nas notícias em geral. Para minha surpresa, havia mais de 40 mensagens não lidas, o que é muito incomum. Quando fui ler, todas abordavam o mesmo assunto: o falecimento de André Matos.

No começo achei que poderia se tratar de alguma brincadeira, algum boato. Como assim?! Andre era apenas 11 meses mais velho que eu, nem tinha completado 48 anos ainda. Como todos infelizmente soubemos bem nesse dia, era real. Tirei alguns prints das notícias, pois quando retornasse para casa e contasse à Arianne, ela certamente não acreditaria. Apenas 5 dias antes, eu e ela quase o encontramos na saída do show do Avantasia.

Quando cheguei, ela estava deitada na cama. Essa foi a conversa que tivemos:

- Um dia que ficamos sem internet e parece que o mundo como conhecemos nunca mais será o mesmo.

- O que aconteceu?

- O Andre Matos morreu!

- Não morreu!

Ela não acreditou nem mesmo quando mostrei os prints, teve que ir ao mercado para confirmar e somente então acreditar. Para ela foi um grande baque, provavelmente foi a primeira grande perda com que teve que lidar. Por minha vez, eu estava vivendo em uma década que levou minha mãe, meus avós, vários amigos e ídolos na música (Dio, Lemmy, Jeff Hannemann, Clive Burr, entre outros), então Andre foi apenas mais uma perda para mim.

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