sábado, 23 de setembro de 2017

Bon Jovi

O certo é certo e é necessário reconhecer: enquanto estive casado, Sheila me acompanhou em dezenas de corres, onde muitas vezes nem ao menos sabia quem era o artista ou a banda. Ela é fã de MPB, mais especificamente de Marisa Monte, e conhecia poucas bandas de rock - a maioria pelo nome, não pelo som.

Claro que isso a fez ter fotos que são o sonho de muitos, tais como Iron Maiden, AC/DC, Kiss, Queen, Aerosmith, Motörhead, Roger Waters, Deep Purple, Saxon, Dream Theater, Queensrÿche, Anthrax, Blind Guardian, Scorpions, Europe, Whitesnake, Doro, Epica, entre outras, além de artistas de outros gêneros e atores hollywoodianos. Ela conseguiu foto até mesmo com Michael Schumacher, que eu não consegui.

Houve duas ocasiões onde a iniciativa de fazer o corre partiu exclusivamente dela: Marillion e Air Supply. Além disso, ela sempre deixou claro que gostaria de conhecer os Irmãos à Obra, Josh Holloway (ator de Lost que nunca veio ao Brasil) e, principalmente, Jon Bon Jovi.

O casamento acabou, mas a amizade permaneceu intacta. Em 2017, Bon Jovi foi uma das atrações confirmadas no festival São Paulo Trip. Na data em que a banda se apresentaria em São Paulo, eu estaria em Curitiba para tentar conhecer Alice Cooper, mas incentivei Sheila a se hospedar e tentar conhecer Bon Jovi - era o típico corre que não dá para fazer no modo fácil, apenas esperando na frente do hotel. Ela recusou, alegando não poder pagar pela diária, que é cara.

De fato, em um dia normal, a diária do Fasano ficava em torno de R$1.300,00. Com a lotação quase esgotada, o preço beirava o dobro. Como eu sabia que Ellen também queria se hospedar e dividir a diária, eu disse que pagaria a metade dela. Sendo assim, ela topou.

O plano era reservar somente uma diária, na data do show, quando deveriam tentar na saída da banda para o show, ou no retorno. Sabíamos que seria difícil, mas Sheila era experiente e Ellen sempre foi minha melhor "aluna" - em muitos pontos, me superou, pois desenvolveu técnicas de corre que eu não utilizava. Uma delas era, com artistas considerados difíceis, levar um presente para tentar fazer faze-los parar. Na maioria das vezes, mandava fazer uma camisa oficial da seleção brasileira, com o nome do artista em questão às costas.

Ainda houve um problema adicional: quando tentaram fazer a reserva, descobriram que a lotação foi atingida: não havia mais quartos disponíveis. Entretanto, assim como consegui, em 2011, um quarto de última hora no hotel do Iron Maiden em Brasília, devido à desistência de um hóspede, elas também poderiam ter essa sorte. E tiveram: no dia em que planejaram se hospedar, Ellen telefonou ao hotel logo cedo e foi informada de que houve desistência, portanto havia um único quarto disponível, por R$2.500,00. Ellen pagou tudo no cartão e quando retornei a São Paulo a reembolsei com a metade desse valor.

Quando o dia chegou, eu estava em Curitiba, acompanhando tudo à distância em tempo real. As duas sempre me enviavam mensagens contando o que estava acontecendo. De noite, recebi a confirmação: conseguiram! Fantástico! Questionei sobre a dificuldade, e a resposta foi que tudo aconteceu na saída para o show. Bon Jovi não parecia interessado em atender ninguém, passava por todos ignorando e dando naba. Havia alguns outros fãs que também se hospedaram, mas escoltado por seguranças, ele não parava. De fato, a única coisa que o fez parar foi o presente de Ellen.

Claro que Jon aceitou tirar uma foto com ela, mas houve algum problema com a câmera, que se recusava a disparar. Quase não rolou, mas Sheila conseguiu arrumar e as fotos aconteceram, tanto com ela, como com Ellen. Bon Jovi não atendeu mais ninguém, nem mesmo Lizandra, que também estava no hotel como convidada de um casal de amigos. Essa foi uma grana que valeu a pena gastar, fiquei realmente feliz, como se fosse eu mesmo conseguindo uma foto difícil.

A partir de agora eu e Sheila tínhamos as fotos com os artistas que mais queríamos, eu com o Iron Maiden, ela com Bon Jovi

Esse foi o penúltimo corre de Sheila. Depois desse, ela só fez o dos Irmãos à Obra, em 2019. Provavelmente só faça outro se Josh Holloway aparecer pelo Brasil.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Airbourne

Airbourne é uma banda interessante. Como o AC/DC, seus integrantes são australianos. O som remete demais ao dos conterrâneos muito mais famosos, a tal ponto que é possível confundir algum desavisado. No entanto, enquanto o AC/DC lota grandes arenas ao redor do planeta, o Airbourne não é tão conhecido, muitas vezes sofrendo para lotar lugares pequenos. Por mais que o som lembre, e daí?! Não é uma banda cover, o instrumental das músicas próprias atinge o mais elevado nível de competência do AC/DC que já vi. Não procure pela voz de Bon Scott ou Brian Johnson, concentre-se apenas no instrumental.

Em 2014, foi anunciado um show da banda em São Paulo, que aconteceria no Manifesto Bar. No entanto, com o falecimento do pai dos irmãos Joel O'Keeffe (vocal e guitarra) e Ryan O'Keeffe (bateria), o show foi cancelado. A estréia em terras brasileiras ocorreu apenas três anos depois, em 2017. Desta vez eu perderia porque estaria em Belém curtindo minha nova vida.

Eu não planejava vir a São Paulo apenas para ve-los - não tinha como fazer isso com todas as bandas que eu queria ver, então teria que escolher a dedo em quais valeria vir. Certamente me lamentaria muito por ter perdido a oportunidade. Como, entretanto, minha aventura em Belém durou apenas 20 dias, eu estava liberadíssimo para fazer o corre.

Conhece-los foi bem simples: mal chegamos ao aeroporto, e a banda chegou também, foi questão de minutos. Eu, Carlos e Guido rapidamente fizemos o que sempre fazemos, conseguindo fotos e autógrafos, nem há muito o que dizer, exceto que a molecada foi gente boa. Eu realmente acredito que é uma banda pronta para brilhar quando o AC/DC se aposentar o que, aliás, nem está muito longe de acontecer.

Joel O'Keeffe, vocalista e guitarrista do Airboune
Harri Harrison, guitarrista do Airbourne
Justin Street, baixista do Airbourne
Ryan O'Keeffe , baterista do Airbourne

sábado, 2 de setembro de 2017

Information Society

Information Society é uma banda que nunca fui fã, e já havia perdido diversas oportunidades para conhecer seus integrantes. Em anos anteriores, Leandro Caíque me chamou diversas vezes para acompanha-lo no corre, sempre feito com sucesso, mas eu recusava. Carlos sempre comentava como Paul Robb e James Cassidy são absurdamente legais com os fãs. Kurt Harland é menos amigável, mas geralmente atende sem problemas também. Seria uma boa chance para conseguir "figurinhas novas".

O que eu não contava era com um dia que pode ser resumido em um misto de cabacisse minha com filhadaputagem dos outros. Esse foi o corre em que estreei a câmera nova, Nikon Coolpix P900. Alguns dias antes, quando a recebi, observei que a bateria veio pré-carregada e o indicativo no visor indicava que a carga estava completa. Portanto, quando fui fazer o corre, não me preocupei em carrega-la.

O voo que trazia a banda pousou no meio da tarde no aeroporto de Congonhas. O primeiro a sair da sala de desembarque foi James Cassidy, então já o abordei. Após Carlos tirar a minha foto, o músico pediu para tirar mais uma, e então fez uma careta. Até aí, tudo beleza. O problema foi quando fui tirar a foto de Carlos: o visor da câmera apagou e não consegui religar, obviamente a bateria acabou. Cabacisse minha, assumo completamente. Mas Carlos foi outro cabaço, pois não levou uma câmera, assumindo que a minha seria o suficiente. O jeito foi tirar fotos com o iPhone.

James Cassidy é uma figura, nos recebeu como se fôssemos velhos amigos. Sensacional!

Abordamos Paul Robb, que também foi muito simpático e solícito, confirmando o que Carlos me dissera sobre ele e Cassidy serem bacanas com os fãs.


Até então, o corre estava dentro da normalidade, numa boa. O problema foi quando Kurt Harland apareceu. O namorado de Dandara, conhecido como Lombrigas, literalmente voou para cima dele, berrando e cutucando como se fosse uma fãzete chiliquenta, sem respeito nenhum. Supreendentemente, Kurt até atendeu um ou outro fã, limitando-se a pedir para ele ficar quieto, pois seria atendido quando chegasse a vez dele. Infelizmente falar com imbecil costuma ser inútil e desta vez não foi diferente. Resultado óbvio: Kurt emputeceu e não atendeu mais ninguém. Lombrigas é baixinho, um tapa meu o quebraria ao meio, mas e o medo de enfiar a mão na cara dele e ser acusado de agredir deficiente mental?!

Como sabíamos o hotel, eu e Carlos nos dirigimos para lá. Chegamos por volta das 19:00 hs e ficamos até cerca de uma da manhã do dia seguinte na espera. O show estava marcado para às 22:00 hs mas, conforme Carlos, esse tipo de show sempre atrasa muito. Foi quando a porta do elevador se abriu, era o manager da banda, que veio falar conosco. Disse que ninguém atenderia no hotel pois, enquanto estivessem hospedados, ali era a casa deles, e eles não atendem fãs em suas casas. Disse também que os integrantes estavam com medo de serem atacados por 20 fãs, como aconteceu no aeroporto. Respondemos "só estamos nós 2". E ele "aqui não vão atender. Vão para o Áudio, talvez eles atendam vocês antes do show". Todos desceram e passaram por nós, entrando direto na van. O manager foi o último a entrar.

Sabendo que a pé não chegaríamos a tempo, pegamos um táxi e fomos direto para uma garagem nos fundos do Audio Club, pois a entrada para os camarins da casa fica nela. A banda conseguiu chegar antes que nós, então paramos em frente à tal entrada, meio sem saber o que fazer. A porta se abriu: era o manager, que disse que Kurt não iria nos atender, mas que se quiséssemos, ele levaria o que tínhamos para ele autografar. Após alguns minutos, voltou com um dos autógrafos mais feios que já vi, tanto que eu mesmo poderia fazer e dizer que foi ele quem assinou. Por algum tempo pensei que o manager poderia ter assinado para se livrar de nós. Tempos depois, Raphael, que abordou Kurt em outra oportunidade, cara a cara, confirmou que aquele era mesmo o autógrafo dele.


O autógrafo que Raphael conseguiu prova que a assinatura feia é mesmo de Kurt

O corre terminou ali, fracasso total. Sinceramente, eu deveria ter enfiado a mão com gosto na cara do Lombrigas. Provavelmente ainda farei isso no futuro...