Quem me conhece sabe que sou apaixonado por aviação. Alguns aviões são capazes de me tirar de casa apenas para ve-los de perto: Airforce 1, Antonov AN-124, B-2 Spirit, Lockheed YF-12, SR-71 Blackbird, entre outros. Alguns já vi de perto, em aeroportos ou museus: Ed Force One, Airbus A-380,
Concorde, o caça Harrier e a aeronave que fui ver nesse dia, Antonov-AN 225 Mriya.
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Foto: reprodução da internet |
O Antonov-AN 225 Mriya foi um cargueiro produzido na década de 1980 na Ucrânia. Segundo informado pelo prefeito da cidade ucraniana Bucha e pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, quando da Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, mais precisamente no dia 27 de fevereiro, o único exemplar do Antonov An-225 Mriya foi destruído por um ataque russo no hangar do aeroporto de Hostomel, próximo a Kiev, onde a aeronave estava, durante a Batalha do Aeroporto Antonov.
Foi a maior aeronave de asa fixa do mundo e esteve disponível comercialmente para transportar cargas de grandes proporções, podendo, inclusive, transporta-las na parte externa e superior da fuselagem, desde que tenham um mínimo de aerodinâmica.
Seu projeto foi encomendado pelo Programa Espacial soviético, em substituição ao Myasishchev VM-T, para transporte do ônibus espacial. Seu primeiro voo foi em 21 de dezembro de 1988. Com o colapso soviético, ficou 8 anos abandonado, apodrecendo ao ar livre, até ser recuperado e restaurado para voltar a voar.
Apenas uma aeronave deste modelo foi produzida completamente, embora haja uma segunda que nunca foi completada ou posta em operação. Tinha 84m de comprimento, 88,4m de envergadura e 18,1m de altura, seu peso sem carga e combustível era de 285 toneladas e o peso máximo de decolagem era 640 toneladas. Os 6 motores turbofans Ivchenko-Progress D-18T lhe permitiam atingir 800 km/h de velocidade de cruzeiro a 11.000m. A autonomia de voo com tanques de combustivel cheios era de 15.400 kms. No entanto, com carga máxima (300 toneladas), a autonomia diminuia para apenas 4.500 kms.
Nesta ocasião, o Antonov pousou no aeroporto de Guarulhos para buscar um transformador de 155 toneladas, fabricado pela empresa ABB, com destino ao Chile. Antes fez um pouso em Viracopos, em Campinas, para buscar um equipamento que seria usado no embarque do transformador. Como a decolagem seria às 08:00hs, decidi passar a madrugada no aeroporto, acompanhando toda a operação. Infelizmente houveram problemas no embarque da carga, então a decolagem foi adiada para às 19:30. Exausto, não pude esperar, mas também não valeria a pena, pois já estaria escuro e a visão não seria das melhores.
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Assim como eu, uma galera estava na cabeceira da pista, pronta para acompanhar o pouso |
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O Antonov pousou às 20:40 |
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Caminhei da pista para o terminal 2 enquanto o avião taxiava. Quando cheguei ele já estava estacionado |
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O bico já estava levantado, para dar acesso ao enorme compartimento de carga |
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Tentei fotografar o leme, mas essa câmera não me ajudava nas fotos noturnas |
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Já estava amanhecendo, foi uma longa noite no aeroporto |
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Tentativa de fotografar o trem de pouso |
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Até mesmo um gato esteve no aeroporto para prestigiar o Antonov |