terça-feira, 15 de novembro de 2016

Antonov an-225 Mriya

Quem me conhece sabe que sou apaixonado por aviação. Alguns aviões são capazes de me tirar de casa apenas para ve-los de perto: Airforce 1, Antonov AN-124, B-2 Spirit, Lockheed YF-12, SR-71 Blackbird, entre outros. Alguns já vi de perto, em aeroportos ou museus: Ed Force One, Airbus A-380, Concorde, o caça Harrier e a aeronave que fui ver nesse dia, Antonov-AN 225 Mriya.

Foto: reprodução da internet
O Antonov-AN 225 Mriya foi um cargueiro produzido na década de 1980 na Ucrânia. Segundo informado pelo prefeito da cidade ucraniana Bucha e pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, quando da Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, mais precisamente no dia 27 de fevereiro, o único exemplar do Antonov An-225 Mriya foi destruído por um ataque russo no hangar do aeroporto de Hostomel, próximo a Kiev, onde a aeronave estava, durante a Batalha do Aeroporto Antonov.

Foi a maior aeronave de asa fixa do mundo e esteve disponível comercialmente para transportar cargas de grandes proporções, podendo, inclusive, transporta-las na parte externa e superior da fuselagem, desde que tenham um mínimo de aerodinâmica.

Seu projeto foi encomendado pelo Programa Espacial soviético, em substituição ao Myasishchev VM-T, para transporte do ônibus espacial. Seu primeiro voo foi em 21 de dezembro de 1988. Com o colapso soviético, ficou 8 anos abandonado, apodrecendo ao ar livre, até ser recuperado e restaurado para voltar a voar.

Apenas uma aeronave deste modelo foi produzida completamente, embora haja uma segunda que nunca foi completada ou posta em operação. Tinha 84m de comprimento, 88,4m de envergadura e 18,1m de altura, seu peso sem carga e combustível era de 285 toneladas e o peso máximo de decolagem era 640 toneladas. Os 6 motores turbofans Ivchenko-Progress D-18T lhe permitiam atingir 800 km/h de velocidade de cruzeiro a 11.000m. A autonomia de voo com tanques de combustivel cheios era de 15.400 kms. No entanto, com carga máxima (300 toneladas), a autonomia diminuia para apenas 4.500 kms.

Nesta ocasião, o Antonov pousou no aeroporto de Guarulhos para buscar um transformador de 155 toneladas, fabricado pela empresa ABB, com destino ao Chile. Antes fez um pouso em Viracopos, em Campinas, para buscar um equipamento que seria usado no embarque do transformador. Como a decolagem seria às 08:00hs, decidi passar a madrugada no aeroporto, acompanhando toda a operação. Infelizmente houveram problemas no embarque da carga, então a decolagem foi adiada para às 19:30. Exausto, não pude esperar, mas também não valeria a pena, pois já estaria escuro e a visão não seria das melhores.

Assim como eu, uma galera estava na cabeceira da pista, pronta para acompanhar o pouso
O Antonov pousou às 20:40
Caminhei da pista para o terminal 2 enquanto o avião taxiava. Quando cheguei ele já estava estacionado
O bico já estava levantado, para dar acesso ao enorme compartimento de carga
Tentei fotografar o leme, mas essa câmera não me ajudava nas fotos noturnas
Já estava amanhecendo, foi uma longa noite no aeroporto
Tentativa de fotografar o trem de pouso
Até mesmo um gato esteve no aeroporto para prestigiar o Antonov

sábado, 12 de novembro de 2016

A morte de Milton (AWO Concerts)

Na manhã de 12 de novembro de 2016, um sábado, a notícia da morte de Milton se espalhou rapidamente entre os que o conheciam. São as vantagens (ou desvantagens) da era digital. Não tenho muitos detalhes, pois não era mais tão próximo dele nem de sua filha Sthefany, mas basicamente sofreu infarto fulminante. Era, em primeiro lugar, a perda de um amigo, ainda que não fôssemos mais próximos, mas também o fim do sonho de vê-lo recuperar-se financeiramente e voltar a produzir shows, que era o que ele realmente gostava de fazer. Eu não sei exatamente sua idade quando se foi, mas estimo cerca de 55, jovem demais para morrer.

Graças a ele, tive a oportunidade de conhecer bandas e artistas que com certeza não conheceria se dependesse de outros produtores. Por exemplo, quem diabos traria ao Brasil o quase desconhecido Nick Simper, baixista original do Deep Purple, que tocou entre 1968 e 1969 - quando eu nem nascido era - e gravou os três primeiros álbuns, para tocar no Blackmore quase jogado às moscas?! Absolutamente ninguém! A AWO também foi responsável pela única vinda do Dio Disciples ao Brasil, em 2013; pela primeira tour do UFO no Brasil em 2010 e do Y&T em 2013 - a qual me arrependo pra caralho de ter pulado o corre. Em outras palavras, somente raridades que nenhuma outra produtora teve coragem de bancar. Milton não se importava de assumir o prejuízo, desde que ele próprio assistisse ao show. Abaixo, alguns flyers de shows produzidos pela AWO:

Miltão, esteja onde estiver, espero que esteja em paz, e com a consciência de que fez muita gente feliz, pois trouxe bandas que ninguém teve coragem. E que sua amada filha Stephany, de quem você era inseparável quando vivia entre nós, também esteja bem e em paz. Não é nada fácil ficar orfã com apenas 17 anos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Peppino di Capri

A bem da verdade, no passado, Leandro Caíque* me convidou para fazer o corre do Peppino di Capri ao menos uma vez, provavelmente duas, mas não aceitei. Ele foi, conseguiu, e o elogiou bastante, disse que era um senhor absolutamente simpático e agradável. Tanto falou, que decidi conferir por mim mesmo.

Naquela noite, eu, ele, Marcelo Zava e Fernando aguardávamos em frente ao hotel onde ele estava hospedado. Annebelle também esteve por lá mais cedo, mas tendo que trabalhar no dia seguinte, não permaneceu. São tantos artistas que gostamos, que tentamos conhecer e não são legais como esperávamos, que não dá para recusar conhecer um grande nome de um estilo que não curtimos tanto assim, mas que torna a experiência do encontro com os fãs em algo memorável.

Foi exatamente o que aconteceu quando ele chegou. Peppino não fala inglês, nós não falamos italiano. Mas ele tentava se comunicar conosco em italiano, respondíamos em português, e estava tudo certo. Ele parecia feliz em encontrar alguém esperando por ele, então autografou tudo o que tínhamos e tirou foto com todos. Foi uma grande festa, é realmente alguém diferenciado. Que viva muitos anos ainda, pois é de artistas assim que o mundo precisa.


terça-feira, 8 de novembro de 2016

Roberto Rivellino

Gosto de futebol e seria um prazer conhecer todos os jogadores que integraram as seleções de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 além, de é claro, a seleção de 1982. Mas é difícil, os jogadores das 3 primeiras Copas citadas estão idosos ou mortos, e mesmo entre os convocados de 1982 já há 3 falecidos - Dirceu, Sócrates e Valdir Perez. São poucas as oportunidades para encontrar ex-jogadores, geralmente é necessário conseguir um por um, o que é trabalhoso e difícil.

Por isso, quando Ricardo Ramalho me disse que Roberto Rivellino desembarcava todas as terças-feiras, por volta das 08:15hs, em Congonhas, é claro que eu não iria desperdiçar a oportunidade. Fui lá e consegui, fácil.


domingo, 16 de outubro de 2016

Aerosmith

Como em 2012 consegui fotos e autógrafos apenas com Steven Tyler, Tom Hamilton e Joey Kramer, e não fiz o corre quando a banda retornou em 2013, em 2016 tentei pela segunda vez, na esperança de conseguir conhecer Joe Perry e Brad Whitford. O corre se iniciou em um sábado a noite, fui ao hotel Unique, onde um pequeno grupo de fãs também aguardava pela banda, mas nada aconteceu.

No dia seguinte, retornei. Esperava ver alguns fãs em frente ao local, como na noite anterior, mas nada do imaginei foi tão surreal e assustador quanto o que encontrei. Cerca de 500 fãs se amontoavam, não estou brincando, havia ao menos 500 pessoas no local. Como parecia impossível conseguir qualquer contato, desisti e voltei para casa. Fiquei chocado ao descobrir que algum tempo depois Steven Tyler saiu e atendeu todo mundo. Cara, eram 500 pessoas!!!!

Retornei no dia seguinte quando estava mais sossegado, com "apenas" 40 fãs. Após horas de espera, Joey Kramer saiu e atendeu a todos. Joe Perry tem fama de não ser muito amigável, então com aquele número de fãs, eu não esperava ve-lo. Mas o que parecia impossível aconteceu: Perry estava na rua e atendeu a todos quando chegou. Apenas uma condição: somente fotos, sem autógrafos. Para facilitar, nos organizamos e tiramos a maioria das fotos em uma única câmera, a minha. Depois enviei por e-mail ou whatsapp todas as fotos dos outros fãs.

De Joey Kramer eu não esperava outra atitude, pois é sempre gente boa! 
Uma pena que não consegui o autógrafo, mas ainda assim saí no lucro: foto com Joe Perry é algo raro

Logo depois, vimos quando o carro com Steven Tyler saiu do hotel. Imaginamos que talvez ele pudesse atender na volta, mas um segurança, que é meu amigo, me chamou em um canto e avisou que parte dos integrantes decidiu mudar para outro hotel, o Renaissance. Não entendi porque, isso é totalmente incomum, mas agradeci e segui para lá.

Quando cheguei, muitos já se amontoavam em frente ao local. Qual é o problema dos fãs de Aerosmith?! Não sabem ficar quietos, parece que só ficam felizes quando conseguem espalhar a informação, tornando o corre muito mais difícil para todos. Porém, a banda ainda ficaria mais dois dias em São Paulo, então abandonei esse corre e fui fazer outro, do Andrea Bocelli.

Conseguimos determinar que Joe Perry e Joey Kramer permaneceram no Unique, enquanto os demais mudaram para o Renaissance. Como meu alvo era Brad Whitford, passei o dia seguinte inteiro no Renaissance, mas nada aconteceu. De noite, entretanto, houve uma movimentação muito estranha: todos os integrantes da equipe da banda saíram e se reuniram em frente ao hotel.

No meio daquele monte de gente, duplas ou solitários eventualmente se afastavam e caminhavam na rua Haddock Lobo, descendo em sentido à rua Oscar Freire. Concluí que iriam jantar em algum lugar, que poderia ser o mesmo local onde os músicos jantariam, e que fizeram daquela maneira para não despertar a atenção dos fãs.

Chamei Rafaela, que estava fazendo o corre comigo e disse para me seguir discretamente. Quando mais uma dupla começou a descer a rua, nós a seguimos. Eu estava correto: todas as duplas encontraram-se no interior do Figueira Rubaiyat, um dos mais caros e requintados restaurantes de São Paulo. Para mim, estava bem claro que Steven Tyler & cia também estariam lá.

De repente, três outros fãs apareceram. E mais dois. E mais 5. Quando dei por mim, havia 50 pessoas em frente ao local, e mais outro tanto dentro do restaurante, pois alguns, incluindo o Japonês, decidiram "jantar" - na verdade, entraram, escolheram uma mesa e pediram as opções mais baratas, apenas para ter direito a permanecer no local. Quase todos que estavam no hotel agora estavam lá.

Sei bem que não sou o único esperto no mundo mas, mais uma vez, qual o problema desses caras? Estava tão óbvio que a informação se espalhou em grupos de fãs no whatsapp. Alguém descobriu (provavelmente um no trio que chegou logo após nós) e disseminou para todo mundo. Assim fica difícil! Mas o pior ainda estava por vir...

Quando Tyler saiu do restaurante, escoltado por seguranças, decidiu não atender. Se ainda a galera fosse minimamente organizada, formasse uma fila e mostrasse que não haveria tumulto, quem sabe o vocalista decidisse atender. Era Steven Tyler, né? No dia anterior, atendeu muito mais. Mas foi só o vocalista pisar fora do restaurante para começarem os gritos e a muvuca.

Eu nem me mexi, pois entendo perfeitamente, era muita gente, causaria um tumulto enorme em frente ao local. A maioria dos fãs, entretanto, não sabem fazer corre, agiram como verdadeiros imbecis ao seguir o vocalista até a van, tentando forçar selfies ou enfiar algo para autografar na cara dele. Não deve ser fácil ser Steven Tyler.

Mas o que já está ruim sempre pode piorar: Jonas correu, empurrando todos que conseguia, se enfiando até chegar perto o bastante de Steven Tyler para... puxar o cabelo dele! Até hoje ele nega, diz que não fez, mas eu e muitos que estavam naquela noite sabemos bem o que vimos. O histórico desse fode-corre também depõe contra ele: em 2012, por exemplo, foi retirado à força do Skye Bar pelos seguranças do Unique, ao se jogar em cima dos fãs, distribuindo cotoveladas em todos, tentando se aproximar de Steven Tyler. Nem mesmo Anebelle é tão doente!

Enquanto estávamos no restaurante, Tom Hamilton e Brad Whitford chegaram ao hotel e atenderam aos poucos fãs que estavam em frente ao local. Quando retornamos, todos já estavam em seus quartos ou, ao menos, dentro do hotel. Era hora de voltar para casa, para tentar novamente na manhã seguinte. Mas todas as oportunidades já haviam acontecido. A banda saiu pela garagem do hotel, sem possibilitar nenhum contato com os fãs.

Apenas como referência, esse foi o corre em que conheci Lizandra.

sábado, 17 de setembro de 2016

Glenn Hughes + Circus Maximus

Um ano se passou desde que perdi a oportunidade de ver Glenn Hughes no aeroporto. Ele retornou a São Paulo e era hora de tentar novamente. No dia do show, eu e Marcelo Zava fomos ao hotel, mas Glenn estava insuportavelmente mala. Havia somente duas pessoas esperando, nós. Quando retornou da passagem de som, passou com cara de poucos amigos, escoltado pelo produtor.

Na saída para o show, a palhaçada foi ainda maior, com todo um esquema para que ele entrasse na van sem ser incomodado, envolvendo até mesmo os seguranças do hotel, que ficaram incumbidos em preencher os espaços entre a porta do hotel e a van. Que ridículo, totalmente desnecessário! Somos educados, apenas o chamaríamos. Se não quisesse atender, paciência, poderíamos fazer o que?! Quem invade hotel e força a barra são os teens e os hunters do bem.

Na ocasião, Zava quase enfiou a mão na cara de um segurança folgado do hotel. Se isso acontecesse, embora não precisasse de minha ajuda - já que Zava é maior que eu - eu o ajudaria, seria um quebra pau da porra! Quando chegamos ao hotel, até conversamos numa boa com ele, que foi bastante educado. Porém, logo quis mostrar serviço e começou a falar besteira, por exemplo, "que jamais sairia de sua casa para perder tempo atrás desses caras de banda". É nosso hobby e ele não tem nada com isso, mas ainda assim tentamos levar numa boa, simplesmente ignorando-o. Ele decidiu passar ao próximo nível.

Não representávamos nenhuma ameaça, não tentamos entrar nenhuma vez, mas ainda assim ele ativou o fechamento automático da porta, apenas para tirar nossa visão do que acontecia dentro do hotel. Até então, a porta estava aberta o tempo todo. Revoltado, Zava decidiu ficar passando de um lado para o outro, apenas para ativar o sensor, fazendo a porta abrir, nos possibilitando ver o que rolava.

O segurança pediu para ele parar, e Zava perguntou se ele não tinha nada melhor pra fazer, além de encher nosso saco. Ele, então, pediu para Zava se retirar da área do hotel, e esperar na calçada. Zava se recusou, dizendo que ali era uma área pública, e que se quisesse que ele saísse, era só tentar tira-lo. Baixinho, o segurança arregou.

Mais tarde, um senhor saiu com um cachorro, permitindo que ele "se aliviasse" no jardim do hotel. O mesmo segurança foi reclamar, mas o senhor o mandou tomar no cu, alegando que era dono de dois apartamentos e que, desta maneira, também o pagava, inclusive para limpar a sujeira do cachorro dele. Hahaha, chupa! Adoro quando segurança folgado se fode!

Mais uma vez a foto com Glenn Hughes não rolou, mas como sempre, os músicos que o acompanharam nos atenderam. Eu e Zava desistimos quando a van saiu, levando a banda para o show. Poderíamos retornar ao término da apresentação, mas julgamos que seria perda de tempo. Por outro lado, um amigo nosso, Zé, que fez parte da equipe de produção que trouxe Glenn Hughes ao Brasil em 2010, foi e conseguiu a foto com Glenn, unicamente porque Pontus o reconheceu e o levou até ele. Não fosse o fato de produzir o show em 2010, não teria conseguido. Não consegui entender porque ele estava tão chato neste ano.

Soren Andersen (guitarrista) e Pontus Engborg (baterista) do Glenn Hughes
Nesta oportunidade, consegui os autógrafos de Soren e Pontus. Glenn assinou somente em 2018

Como bônus, consegui duas fotos com integrantes do Circus Maximus, que também estavam no hotel, já que vieram ao Brasil pela mesma produtora.

Lasse Finbråten, tecladista do Circus Maximus
Truls Haugen, baterista do Circus Maximus

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Marilyn Manson

Não, não sou fã de Marilyn Manson. Apenas fiz esse corre pela fama que ele tem de ser uma foto difícil, quis conferir por mim mesmo qual era a dificuldade. O voo, previsto para chegar às 14:00 hs, estava muito atrasado, não era um pequeno atraso, era um atraso de 12 horas! Portanto, era necessário decidir se valeria a pena estar no aeroporto às 2 da manhã apenas para tomar naba. Por outro lado, talvez essa fosse a oportunidade ideal, já que certamente somente nós seríamos loucos o bastante de esperar por ele a esse horário... Tentar ou não tentar, eis a questão.

Apenas 5 pessoas o aguardavam: Fernando, Carlos, eu, Jéssica e Wesley. O namorado de Jéssica, Filipe, também estava, mas apenas para acompanha-la. Então, já que a chance de naba era gigantesca, o incumbimos de filmar quando a coisa acontecesse. Quando Manson desembarcou, já veio até com reforço de funcionários do aeroporto - como se precisasse, afinal, não eram os hunters do bem, éramos nós. Sem berros, sem forçar selfie, sem desespero: o vídeo é claro. Nós o chamamos, ele não quis atender, iríamos fazer o que?! Soca-lo? Claro que não!

Frame extraído do video
Autografado por Tyler, Twiggy e o batera que veio (não descobri o nome até hoje, não era o Gil)

Manson ficou dentro do carro por 15 ou 20 minutos, enquanto a produção aguardava a liberação de algum equipamento que sua equipe trouxe. Se ele quisesse, poderia ter nos atendido umas 30 vezes, mas não quis, fazer o que?!

Mas o pior - não para nós, que desistimos - ainda estava por vir. Enzo*, um hunter conhecido por sempre berrar e fazer escândalo, muitas vezes conseguindo fotos difíceis na base do grito, estava com uma amiga no Skye Bar, do hotel Unique, onde Marilyn estava hospedado. Ele me passou o seguinte relato:

"Ele estava em uma mesa em frente à nossa, com alguns integrantes da crew (equipe) e algumas groupies. Quando levantou-se para sair, fiz aquela imploração de sempre, mas ele me ignorou e seguiu para o elevador. Antes de descer, apontou o dedo pra mim e falou "agora vou entrar no elevador com essas garotas bonitas e você vai ficar aí sozinho pedindo". Toda a crew deu risada da minha cara, me senti humilhado".

Felizmente eu e Enzo não fazemos muitos corres juntos, pois os estilos dos artistas que tentamos conhecer geralmente é muito diferente. Eu jamais berraria ou me humilharia para conseguir uma foto. Fico sem, não é meu estilo. Já ele diz que não importa, já que o artista nunca mais o verá novamente.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Hellyeah + King of Asgard

Nesse dia valeu a pena o fato de eu mandar fazer de uma vez todas as fotos dos corres do mês. Eu, Carlos e Jéssica estávamos no aeroporto de Guarulhos, esperando pela chegada do voo que traria o Hellyeah, banda do ex baterista do Pantera, Vinnie Paul, quando, de repente, observamos o desembarque de outra banda que, inicialmente, não reconhecemos. Rapidamente, verifiquei nas fotos, e reconheci alguns dos integrantes que estavam à nossa frente: era o King of Asgard, que veio para se apresentar no Thorhammerfest. 

Não esperávamos por isso mas, já que estavam ali, bônus! Banda pequena, os integrantes devem ter se sentido, eu os imagino contando a alguém quando regressaram à Suécia: "chegamos no Brasil e havia fãs nos esperando no aeroporto" 😆 Independentemente da piada, se realmente isso aconteceu, não me importo. Toda banda cujos integrantes são legais deve ser prestigiada!

Karl Beckman, vocalista e guitarrista do King of Asgard
Ted Sjulmark, guitarrista do King of Asgard
Jonas Albrektsson, baixista do King of Asgard
Jonas Albrektsson, baixista do King of Asgard

Quando o Hellyeah chegou, foi comprovado o que o Carlos nos contou, Vinnie Paul era gente finíssima. Mal saiu do portão de desembarque e já veio nos atender, na maior boa vontade. Por isso mesmo fiquei tão chocado quando, dois anos depois, ele faleceu, vitimado por ataque cardíaco. Definitivamente, os bons morrem cedo 😔 É só ver que os malas estão todos velhos.

R.I.P. Vinnie Paul!

Chad Gray, vocalista do Hellyeah
Tom Maxwell, guitarrista do Hellyeah
Christian Brady, guitarrista do Hellyeah
Kyle Sanders, baixista do Hellyeah
Vinnie Paul, baterista do Hellyeah


domingo, 28 de agosto de 2016

Placido Domingo - o último corre de conexão de saída

Um dos Três Tenores, Placido Domingo, foi a Manaus para se apresentar com Ivete Sangalo no Amazônia Live, projeto socioambiental do Rock in Rio, iniciativa que previa a plantação de três milhões de árvores na Amazônia. Quando soube, verifiquei qual seria o destino seguinte do cantor, e fiquei feliz quando descobri que era Dubai.

Vamos à lógica: existe voo direto Manaus-Dubai? Não! Nessa época, por mais imbecil que fosse, 90% dos voos internacionais passavam por São Paulo ou Rio de Janeiro. O Rio não oferecia voo direto, apenas havia opções para uma ou duas paradas, já o voo de São Paulo era direto. Portanto, estava claro que ele passaria por São Paulo para ir à maior cidade dos Emirados Árabes Unidos. Corre de conexão era para quem sabia fazer corre de verdade, não para pedidor de hotel.

Lucas Rafael, um hunter de Manaus, disse que o abordou, e que ele foi bastante acessível, rolou foto e autógrafo de boa. Sendo assim, chamei Carlos para fazer esse corre. O que não sabíamos, é que esse seria o último corre de conexão de saída de nossas vidas. Verificamos os voos diretos de São Paulo para Dubai. Como só havia um, não foi difícil determinar o horário do voo de Manaus que ele viria.

Esperamos no terminal 2, desembarque nacional, por algum tempo. Um senhor parecido com ele desembarcou, mas em um primeiro momento não o reconhecemos. Como aparentemente todos os passageiros do voo de Manaus já haviam saído, decidimos ir ao terminal 3, verificar se aquele senhor estaria no check-in da Emirates. Quando chegamos, bingo, ele estava, conversando com um funcionário da companhia. Quando o funcionário se afastou, perguntamos se era Placido Domingo, e recebemos a confirmação. Logo que finalizou o check-in, o cantor veio em nossa direção. O abordamos, ele foi muito simpático e não se importou de autografar ou de tirar fotos conosco.


Quando um artista vinha ao Brasil, mas não ao Chile, eu pegava mais de um autógrafo, e os enviava gratuitamente para os meus amigos hunters chilenos. Eles faziam o mesmo quando uma banda ia ao Chile, mas não vinha ao Brasil. Desta maneira, todos aumentávamos nossas coleções de autógrafos.