sábado, 29 de agosto de 2015

Sérgio Moro

O então juiz e principal nome da Operação Lava-Jato, Sérgio Moro, participaria de uma palestra na Academia Paulista de Direito Criminal (APDCRIM), versando sobre o mecanismo de colaboração premiada. A entrada para o evento custava 20,00 ou a doação de 5 quilos de ração para cães. O material recolhido foi doado para o abrigo "Latido Feliz de Suzano", de acordo com o site da academia.

Esse corre eu tive que fazer sozinho: simplesmente ninguém quis me acompanhar, e olhe que chamei vários amigos. Curiosamente, tempos depois, (quase) todos os que fazem corres queriam uma foto com ele.

Cheguei cedo para estudar quais seriam as possibilidades de entrada do juiz que, na época, já tinha diversos inimigos. Com certeza não seria tão fácil. Uma viatura de polícia apareceu apenas para verificar se estava tudo tranquilo, o oficial disse que o juiz já estava chegando. Em frente ao local, apenas uma senhora idosa aguardava por ele. Chatinha, ela puxou conversa e não parava de falar. Disse que queria entregar um livro para Moro. Já previ que ela seria capaz de me causar problemas para conseguir a foto. Eu tentei ensina-la a usar a câmera, mas ela disse que já sabia.

Quando o carro com Moro chegou e ele desembarcou, a senhora "voou" em cima dele. Completamente sufocante, não calava a boca, e o juiz deixou claro que estava incomodado, apressando os passos em direção à entrada. Quando passava por mim, o jeito foi apelar, então eu disse que vim de muito longe apenas para tirar uma foto com ele. Ele parou, mas a senhora, que tanto sabia bater foto, não conseguia de jeito nenhum, ela apertava o botão e nada, apertava e nada... Moro me disse algo como "desculpe, tenho que entrar", então peguei a câmera das mãos dela e fiz uma selfie. Melhor do que nada... 

Desespero puro, mas ao menos ele olhou para a câmera

Acabei tirando uma foto deles também... Ficou linda! A minha ficou uma porcaria! Mas que Fdp!!! Queria ter um  pouquinho mais de maldade no coração, para não enviar a foto para o e-mail que ela me passou. Mas enviei 😞

Tempos depois, Moro foi nomeado Ministro da Justiça pelo Presidente Jair Bolsonaro. Ele saiu do governo com uma atitude de moleque mimado, "atirando" no homem que lhe deu a maior oportunidade de sua vida. Isso fez com que uma foto que eu prezava tanto acabasse se tornando uma foto qualquer. Dane-se o Moro...

Minha foto deveria ser assim, se eu estivesse com alguém que sabe tirar fotos


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Nicolas Sarcozy

A cantora Carla Bruni, italiana de ascendência francesa, veio ao Brasil para fazer um show no Teatro Bradesco. Seu marido, o ex presidente francês Nicolas Sarcozy, a acompanhou, não apenas como marido, mas também para cumprir agenda de compromissos, que incluiu um encontro com o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e um encontro com o ex presidiário Lula.

O alvo do corre era Bruni, mas Sarcozy era um bônus interessantíssimo, apesar de suas posições políticas que contrastavam fortemente com as minhas. Foi, entretanto, mais fácil conseguir encontrar com ele do que com ela. Eu e um amigo passamos a tarde toda em frente ao Fasano, onde o casal se hospedou. Não houve sinal dela, que provavelmente saiu pela garagem sem que percebêssemos, ou foi cedo demais, ainda antes de chegarmos, passando a tarde inteira no local do show. 

Encontramos Sarcozy quando ele retornou ao hotel, após um dos compromissos. Fernando o abordou, e ele aceitou parar para nos atender. Estava acompanhado de dois seguranças que, provavelmente armados, não ligaram muito para nossa presença, já que em momento algum demonstramos ser uma ameaça à segurança do ex presidente.


Quando percebemos que Bruni já não estava mais no hotel, seguimos ao Teatro Bradesco, onde planejávamos tentar algo em alguns locais onde os artistas costumam passar para entrar no teatro. A presença do ex presidente estragou o plano, já que a segurança estava reforçada demais, e passagens geralmente acessíveis em dias de shows comuns estavam propositalmente bloqueadas. 

Depois do show, Fernando retornou ao hotel e conseguiu a foto quando Bruni chegou do show. Eu desisti, pois não seria muito sensato de minha parte estar casado e ficar sabe-se lá até que horas na rua para tentar uma foto que, embora bastante legal, seria apenas uma "figurinha" nova para a coleção.

Três anos mais tarde, tal como Lula, Sarcozy também foi detido por irregularidades no financiamento de campanha em 2007.


sábado, 22 de agosto de 2015

Nuclear Assault

Alerta de spoiler: este é muito mais um relato sobre as tretas dos corres, do que sobre o corre propriamente dito:

Este foi o corre que separou definitivamente o Mestre dos hunters do mal. Eu não trocava mais ideia com ele desde 2013, quando deixou de falar comigo porque sua então namorada, que não vai com a minha cara, pediu. Carlos fazia corres com ele desde os anos 80, então de vez em quando insistia em ajuda-lo. Conta que, em 1998, quando o Iron Maiden veio ao Brasil com a turnê do Virtual XI, a banda ficou no hotel Transamérica, na Marginal Pinheiros.

Sabendo disso, Carlos hospedou-se com um amigo que não mora mais no Brasil. Havia um pacote barato de hospedagem por todo o final de semana, mas Mestre estava sem dinheiro para dividir a conta com eles. Os dois disseram que não haveria problema pois, quando ele aparecesse, seria registrado como convidado. Entretanto, o Mestre chegou com alguém que Carlos descreve como "um moleque bobo, que ninguém gostava". Folgado, o tal ainda perguntou com quem ele tinha que falar, pois o Mestre havia lhe dito que ele também seria colocado como convidado. Carlos chamou o Mestre de canto imediatamente:

- Porra, eu te disse que você era convidado, não era para trazer mais ninguém, ainda mais esse cara.

- Mas ele é meu amigo.

- Não interessa! Com ele você não vai ficar aqui com a gente. Mande ele embora!

Contrariado, Mestre recusou-se, voltando para casa resmungando e praguejando. Retornou ao hotel no dia seguinte, sem o chato. Carlos continua o relato:

"Desde sempre o Mestre decide fazer corres com aqueles que não sabem, ou com aqueles que ninguém gosta, porque atrapalham o rolê. Lembro de uma vez, há muito tempo, que o Destruction... o Destruction ou o Grave Digger, uma das duas bandas, tocou no Palace. O Mestre apareceu no corre com um torcedor do Grêmio que nem sabia o que estava fazendo ali. A gente fazendo corre e ele querendo falar do Grêmio". "Esses são os amigos do Mestre, se tem alguém que a gente não gosta, mais cedo ou mais tarde acabará fazendo corres com ele". Não é a toa que hoje o Mestre anda com os hunters do bem, e passa o dia inteiro postando sobre "pessoas que não dão valor à amizade, pois preferem fotinho com banda", sempre salientando que se essas pessoas "precisarem de uma bolsa de sangue, ele não irá ajudar". 😆

Retornando ao Nuclear Assault, o produtor que trouxe a banda tinha por padrão deixar os músicos sempre no mesmo hotel: Paulista Wall Street, na Bela Vista. Todas as bandas que ele trazia ficavam lá. Portanto, era algo automático: quando a produtora dele trazia uma banda, bastaria ir para esse hotel, nada mais simples e fácil. Porém, sua esposa estava prestes a dar a luz, o que poderia acontecer a qualquer momento. Por isso, desta vez ele decidiu utilizar outro hotel, na rua Monte Alegre, que ficava quase vizinho ao apartamento onde mora com ela. Se houvesse qualquer emergência, ele poderia pega-la e sair rapidamente para o hospital. Como Carlos é amigo, ele o avisou sobre a mudança.

Sabendo que o Mestre iria para a Bela Vista automaticamente, Carlos o convidou para fazer o corre conosco, mas ele disse que já tinha marcado com os amigos dele. Eram 7 ou 8 moleques bobos, que começaram a fazer corres há pouco tempo (e, aliás, nem fazem mais) e ainda estavam deslumbrados com a novidade. Meu Deus do Céu, quem em sã conciência aparece no hotel de uma banda com um batalhão desses??? Carlos tentou dissuadi-lo, mas Mestre não recuou:

- Vamos só nós, Mestre. Depois que a gente conseguir as fotos você pode passar o hotel para os seus amigos.

- Não, são meus amigos, eu combinei com eles, então vou vou com eles...

Sendo assim, Carlos deixou que o Mestre e seus amigos fossem para o hotel errado. Eles ficaram o dia todo, mas não viram ninguém. Quando chegou em casa e viu nossas fotos com a banda, fez um textão no Facebook: "Esconderam o ouro! Com amigos como esse, quem precisa de inimigos?! bla bla bla". Essa foi a última tentativa de reaproximação com o Mestre de nossa parte.

Quando ao corre, não há muito o que dizer. Quando chegamos, os músicos já estavam na recepção, prontos para sair para a passagem de som, então rapidamente eu, Sheila e Ellen conseguimos as fotos e autógrafos, e finalizamos. Carlos foi mais tarde, e Mestre poderia estar com ele, mas preferiu estar com os amigos no hotel errado, paciência...

John Connelly, vocalista e guitarrista do Nuclear Assault
Eric Burke, guitarrista do Nuclear Assault
Dan Lilker, baixista do Nuclear Assault
Glenn Evans, baterista do Nuclear Assault

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Glenn Hughes

Minha vida financeira com Sheila não atravessava seus melhores momentos, por isso, combinamos que eu só faria corres inéditos, de bandas e artistas com quem eu ainda não tinha fotos. Todo corre gera gastos: a condução, a foto que levo para autografar, muitas vezes um lanche... Então, eventualmente, eu fazia o que chamava de "corre secreto", ou seja, fazia o corre, mas não a deixava saber, pois se soubesse eu teria que ouvir bastante.

Nunca gostei da foto que tirei com Glenn Hughes em 2010, e estava injuriado pois, no ano anterior, ele permaneceu praticamente um mês no Rio de Janeiro, durante a Copa do Mundo, sem ser "incomodado" por ninguém. Exceto Vitor, nenhum carioca se dispôs a conhece-lo. Por isso, quando Gleen enfim veio a São Paulo, era hora de reencontra-lo. Nada poderia dar errado: o voo pousaria às 15:30 em Guarulhos, até as 16:00 hs eu já teria a foto, e chegaria em casa antes da Sheila, então não ouviria bronca nenhuma. Saí de casa e fui à Guarulhos.

O problema é que o voo atrasou muito - com nova previsão de chegada para 19:30hs. Nesse horário, Sheila já estaria em casa há quase uma hora. Por isso, com dor no coração, abandonei o corre, deixei meus amigos no aeroporto e retornei para casa. Mais tarde, Ellen disse que, quando ele desembarcou, atendeu e foi bacana. Menos mal que eu ainda poderia tentar no hotel.

Descobrir o hotel nem foi tarefa tão difícil, pois Doug Aldrich fez uma postagem no Instagram, então rapidamente reconhecemos o local. Após o show, no hotel, Glenn entrou sem atender ninguém, o que é compreensível: estava cansado, havia muitos fãs. Sem problemas, eu sabia mesmo que havia perdido a melhor chance ao abandonar o aeroporto.

Os músicos que o acompanharam não se importaram em atender, incluindo Doug Aldrich. O problema, mais uma vez, foi Jonas. Ele estava no aeroporto e conseguiu fotos com Glenn e Doug. Que diabos fazia no hotel?! Já não conseguiu?! Fica sempre cercando, sempre enchendo o saco. Nem parece que estava à beira de fazer 50 anos, sempre agindo como menininha, como fãzete apaixonada.

Quando Doug parou para atender, Jonas foi o primeiro a falar com ele. Elogiou seus trabalhos com o Dio, com o Whitesnake, tirou foto, pegou autógrafos. Porém, quando passou a vez para outro fã, nem assim saiu de perto, sempre cercando. Na minha vez, lá estava ele de papagaio de pirata. Que filho da puta! Fode vários corres e ainda estraga a foto dos outros!

Jonas fazendo o que faz de melhor: fodendo a foto dos outros
Pontus Engborg é um cara legal. Jonas não quis foto com ele, já que ele nunca tocou em uma banda grande

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Andy Summers + Gerard Butler

Quando o ator Gerard Butler veio ao Brasil para gravar um comercial de carro, fomos ao Emiliano, hotel onde ele estava, para tentar conseguir uma foto com ele. Na primeira noite, não deu em nada, ou quase. Dois bônus inesperados estavam no hotel também. O primeiro foi o lutador do UFC Anderson Silva, também conhecido como Spider, que não se importou de tirar uma foto conosco.

O ex-Campeão Peso Médio do UFC, Spider, foi gente boa e atendeu todos que quiseram tirar uma foto com ele

Estéfano viu o ex guitarrista do The Police, Andy Summers no hall do hotel. Ele e Carlos conversaram rapidamente sobre o quanto é chato com os fãs, quando Summers decidiu sair. Eu e Sheila chamamos, mas fingiu que não ouviu e entrou no carro. Pesquisando na internet, descobrimos que ele estava na cidade para uma mostra de fotografias na inauguração da "Leica Gallery São Paulo". Composta por 42 imagens em preto e branco, a mostra apresentava registros da vida do artista em viagens que fez ao redor do planeta entre 1978 e 2014.

Como não houve sinal da presença de Butler, fomos para casa e retornamos no dia seguinte cedo. Foi um longo dia de espera, mas bastante recompensador, a começar pela foto inusitada que conseguimos, por ser com quem foi, e por como aconteceu: estávamos todos olhando para o hotel, sem prestar atenção no que acontecia ao redor, esperando pela aparição de Butler. Nisso, Andy Summers passou por nós, tão rápido e tão inesperadamente, que não conseguimos sequer reagir. Nenhum de nós o viu chegar, apenas quando passou por nós é que percebemos, mas já era tarde, pois entrou no hotel.

Um pouco mais tarde, Summers saiu novamente, desta vez com toda bagagem. Mais uma vez chamamos, e novamente fomos ignorados: fingindo que não ouviu, entrou no táxi que o levaria ao aeroporto. Já havíamos desistido quando um brasileiro que o acompanhava perguntou se queríamos tirar fotos com ele. Respondemos que sim, então entrou no táxi, disse algo para Summers, que milagrosamente saiu para nos atender. Foi algo bem rápido, apenas 3 fotos, e já correu para o táxi novamente.

Andy Summers, uma das fotos mais difíceis, foi fácil para mim e para Sheila

Todas as estórias que ouvi de Summers no trato com os fãs são ruins, eu simplesmente não acreditava como foi fácil para nós, isso sim pode ser chamado de sorte! Carlos sempre conta sobre uma vez em que Summers estava hospedado no hotel "Bourbon Convention Ibirapuera": "eu estava sozinho quando Summers desceu. Ele autografou todos os CDs que levei mas, quando pedi a foto, disse que não tinha tempo e entrou na van. Nisso, o motorista desceu e foi resolver algo dentro do hotel. Me aproximei da van e disse "tem tempo sim, desça e tire uma foto comigo". Só então tirou, com a maior cara de cu".

Raphael conta "em 2012, houve um show com ele, Roberto Menescal e a cantora Cris Delanno. Quando acabou, havia duas mesinhas no foyer do teatro, então logo pensei que era para Summers e Menescal atenderem. Que nada, era para Menescal e Delanno. Andy ficou sentado em um banco, um pouco afastado. Se pedisse autógrafo, de boa, ele atendia. Mas não queria tirar fotos, tirou apenas uma com uma garotinha cega. Eu o abordei algumas vezes, acho que três ou quatro, e ele sempre dizia "não". Acho que o venci pela insistência, pois na última ele falou sim". 

Retornando ao corre principal, enfim Gerard Butler decidiu sair.  Assim que deu o primeiro passo fora do hotel, Sheila disse "nós estávamos esperando por você". Ele respondeu "eu que estava esperando por você!". Fudeu, perdi a mulher! Enfim, ele veio até nós e atendeu a todos na maior boa vontade, não apenas quem estava à espera, como também algumas pessoas que estavam no bar em frente ao hotel e que o reconheceram enquanto Butler nos atendia. Um mendigo entrou na área do hotel para pedir esmola e aproximou-se de Butler, que o abraçou, pensando que ele também queria uma foto. Sheila teve que explicar quem ele era e porquê estava ali.