sexta-feira, 13 de abril de 2012

Queensrÿche + Fates Warning + Mike Portnoy

Sempre fui fã de Queensrÿche, desde que vi o clipe de "Take Hold of the Flame" nos antigos programas de video-clipes na TV, por volta de 1984. Por isso, conhecer Geoff Tate e cia. seria uma honra. Meu único lamento é que Chris DeGarmo não fazia mais parte da banda, mas ainda assim eu poderia conhecer 4 integrantes clássicos e o guitarrista que o substituiu.

Quando chegamos, eu e Sheila aguardamos no restaurante do hotel, enquanto outros hunters chegavam: Breno, Kevin, Leo, Rafael e Raphael. O primeiro a aparecer para beber foi justamente Geoff Tate. Que cara educado, sensacional, um verdadeiro gentleman. Conversou conosco numa boa, como se fôssemos os únicos fãs que ele tinha. O segundo a dar as caras foi Michael Wilton. Ele é quietão, na dele, mas nos atendeu sem problemas também.

Geoff Tate, um cara absurdamente educado e gente boa com os fãs
Michael Wilton, guitarrista do Queensrÿche

Os caras do Fates Warning desceram e se reuniram no hall. Aproveitamos para conseguir as fotos com eles, que foram muito amigáveis, e contaram estar à espera de Mike Portnoy, o baterista sustituto, já que o baterista oficial, Bobby Jarzombek, excursionava com Sebastian Bach. O bizarro dessa história é que os shows das duas bandas aconteceram no mesmo dia, em locais diferentes, ou seja, o batera do Fates Warning também estava em São Paulo, mas tocando com Sebastian. Enquanto nos atendiam, Mike Portnoy entrou apressado no hotel e subiu direto para o quarto.

Fates Warning: Jim Matheos (guitarrista), Ray Alder (vocalista), Joey Vera (baixista) e Frank Aresti (guitarrista)

Quando Portnoy desceu, veio direto falar conosco, com um sorriso no rosto, nem precisamos chamar. Disse que fez uma viagem de mais de 24 horas, saiu de Los Angeles, fez escala no Panamá, e então chegou a São Paulo na hora do rush. Por isso, foram mais 3 horas de van do aeroporto até o hotel. Disse também que estava de saída, pois iria ensaiar com o Fates Warning. Ficamos com aquela cara de "wtf?". Como assim, ainda iria ensaiar?? Pois é, o show era no dia seguinte e eles jamais tocaram juntos, aquele seria o primeiro e último ensaio. Ok que é um baterista muito acima da média mas, mesmo assim, que loucura, que disposição!

Mike Portnoy, sempre um cara legal, com disposição invejável

Mais tarde, Eddie Jackson e Parker Lundgren também desceram para beber, mas faltou Scott Rockenfield, que não deu as caras. O jeito seria retornar no dia seguinte...

Eddie Jackson, baixista do Queensrÿche
Parker Lundgren, guitarrista do Queensrÿche. 14 anos mais jovem que eu, o moleque é gente boa!

Ao chegar em casa, tivemos uma surpresa: nossa câmera tinha uma configuração que não conhecíamos, onde ao encostar no botão para tirar a foto, iniciava a gravação de um vídeo, que só era interrompido quando a foto era batida. Automaticamente, a câmera já produzia um único vídeo a partir de todos os pequenos vídeos capturados desta maneira. Nesse dia, por acidente, esse modo estava ativo. Apelidamos essa configuração como "modo picture hunter", e passamos a utiliza-la em todos os corres durante muito tempo.

Nesses vídeos, é possível ver como a coisa rola na maioria dos corres, ao menos os que não tem Jonas, Anebelle, hunters do bem ou algum outro imbecil: tudo na maior tranquilidade, educação e descontração.


No dia seguinte, retornamos com uma amiga, Tânia, que tinha por volta de 17 anos, e uma beleza que realmente chamava atenção. Ao menos o segurança que acompanhava a banda ficou impressionado. Eu e ele sempre nos encontrávamos nos corres - eu tentando conseguir as fotos, ele trabalhando - e mantínhamos uma relação cordial, inclusive éramos amigos no Facebook e tínhamos o número do celular um do outro.

Ele dificilmente ajudava com informação, mas também jamais atrapalhou em nada - ao menos até então. Após conseguir a foto com Rockenfield, eu, Sheila e Tânia caminhávamos para a estação de trem, pois voltaríamos para casa. Era o que chamamos de "abril maldito", o mês que mais teve shows interessantes em todos os tempos, então era impossível assistir todos, até porque a grana não estava sobrando.

Scott Rockenfield, baterista do Queensrÿche
Fiz algo que não costumo: levei um vinil para autografar. Não gosto, porque quase sempre volta amassado

Recebi uma mensagem do segurança no celular, questionando se iríamos ao show. Respondi que não, pois estávamos sem dinheiro. Ele respondeu "volte, eu tenho alguns ingressos cortesia e colocarei vocês 3 no show". Claro que foi um presentão, e sempre vou agradecer, mas sacamos logo que a verdadeira intenção do segurança era se aproximar de Tânia.


Assistimos aos shows "na cara do gol". Tão perto que, durante a apresentação do Fates Warning, Mike Portnoy olhou em nossa direção, nos viu e acenou, tudo sem parar de tocar. Quando tudo parecia bem, o mesmo segurança se aproximou de nós e disse que o show principal, do Queesrÿche, seria cancelado. Mais uma vez, o olhamos com cara de "wtf?", e ele disse que o vocalista surtou, pegou uma faca, e saiu tentando esfaquear todos da banda, ressaltando que ele e os demais seguranças foram obrigados a intervir.

O Fates Warning estava no palco quando recebemos a notícia inacreditável

Foi difícil de acreditar... como isso pode acontecer justo com quem foi o mais educado e amigável da banda? Ele, Michael, Eddie e Scott se aguentaram por mais de 30 anos, por que isso agora? Na noite anterior, quando o vimos, ele parecia bem, estava feliz... Acho que seria mais fácil de acreditar se dissessem que os outros tentaram esfaquea-lo, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário! Que loucura!

Após a apresentação do Fates Warning, já esperávamos pelo anúncio de cancelamento. Aquilo daria uma merda tão grande... A produtora teria que devolver o dinheiro de todos, isso se a galera não saísse quebrando tudo. Quem iria acreditar no que aconteceu?! No entanto, após um intervalo bem maior que o normal, enfim o Queensrÿche subiu ao palco. Desnecessário dizer que foi o último show de Geoff Tate com a banda. Foi substituído por Todd La Torre. Encontrei Tate em muitas outras ocasiões nos anos seguintes, e ele sempre foi o cara gentil, simpático e educado que conheci. É surreal demais ter que imagina-lo correndo atrás de todos com uma faca...

Imagino o arrependimento que teria se nunca tivesse visto Geoff Tate cantando com o Queensrÿche

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