sábado, 31 de março de 2012

Lacuna Coil + Lamb of God

Esse foi um corre onde tomamos uma sequência de nós táticos. Eu e alguns fãs/hunters fomos ao aeroporto de Guarulhos para tentar recepcionar o Lacuna Coil. Permanecemos o dia todo, cobrindo a chegada de todos os voos, mas a banda não desembarcou. Tudo bem, acontece, provavelmente decidiram não viajar no day-off. Porém, no dia seguinte, a saga se repetiu. Chegamos cedo e ficamos até o final da tarde, mais uma vez a banda não passou. Até hoje não entendo o que deu errado.

O ponto negativo desse segundo dia, e algo que me arrependo muito, foi a aparição de uma cadela abandonada, que ficou conosco por quase todo o dia. Nós conseguimos arrumar um pouco de água para ela, e também não me importei em lhe dar a carne de alguns hamburgueres que comprei no Mc Donalds. Dependente de transporte público, eu não tinha como leva-la. Eu poderia tomar um táxi, mas estava sem dinheiro. Me parte o coração saber que simplesmente a deixei à própria sorte.

Não lembro exatamente como, mas recebemos a informação de que a banda estava no Hilton. Atravessamos a cidade e seguimos para lá. Já no hotel, não havia sinal algum de que alguma banda estivesse hospedada. Confusos, não sabíamos o que fazer. Foi quando Rafael nos avisou que os caras do Hatebreed estavam no Meliá da rua João Cachoeira. Com o auxílio do GPS (que hoje é comum, mas na época era novidade), chegamos ao hotel rapidamente, de carona com o Leo. Logo que chegamos, não esperamos 5 minutos até que a van que trouxe o Lacuna Coil do show também chegasse.

Anos depois, Luciano Piantonni, um amigo que trabalhou com a banda nesse evento, que incluía, além do Lacuna Coil e do Hatebreed, também o Lamb of God, nos disse que Cristina Scabbia assustou-se quando percebeu que alguns fãs estavam em frente ao hotel. Como ele nos conhecia e sabia que somos de boa, a tranquilizou. A banda atendeu a todos, foi uma grande festa. 

Cristina Scabbia, vocalista do Lacuna Coil
Andrea Ferro, vocalista do Lacuna Coil
Marco Biazzi, guitarrista do Lacuna Coil. Ele saiu da banda em 2016
Cristiano Migliore, guitarrista do Lacuna Coil. Ele saiu da banda em 2014
Marco Coti Zelati, baixista do Lacuna Coil 
Cristiano Mozzati, baterista do Lacuna Coil. Ele saiu da banda em 2014

Eu já estava satisfeito, mas Leo decidiu entrar no hotel para conseguir fotos com os integrantes do Lamb of God, banda que até então eu não conhecia. Abordamos Randy Blythe próximo ao elevador. Ele estava com as mãos ocupadas, carregando algumas coisas, então disse que subiria, mas desceria em seguida para falar conosco. Esperamos por isso até hoje. Os outros músicos foram bem mais simpáticos e receptivos que o vocalista, então as fotos rolaram fácil. Poderíamos aproveitar e abordar os caras do Hatebreed também, pois todos estavam no bar do hotel, mas nem eu nem Leo sabíamos identifica-los, então deixamos para lá.

Mark Morton, guitarrista do Lamb of God
Willie Adler, guitarrista do Lamb of God
John Campbell, baixista do Lamb of God
Chris Adler, baterista do Lamb of God. Ele saiu da banda em 2019

quarta-feira, 14 de março de 2012

Air Supply

Quando o Air Supply anunciou um show em São Paulo para o começo de 2012, não me animei muito. Sheila, pelo contrário, queria ver o show e fazer o corre. Ok, o problema é que eu não tinha muita ideia de em que hotel a banda ficaria. O jeito foi ir ao show, que aconteceu no HSBC (hoje Tom Brasil), e tentar arrumar uma maneira de seguir a van depois, possivelmente de táxi. 

Até que foi legal, embora não seja o tipo de música que eu escute no dia a dia. Teve até uma música que eu sabia cantar, "The Power Of Love". Seria uma pena se eu tivesse cantado "Como eu Deusa", deixando a Sheila puta da cara, não?! 😆

Quando terminou encontrei, sem querer, com Breno, um então amigo com quem já tinha feito alguns corres antes. Ele estava acompanhado de Raphael, que tinha carro e estava disposto a seguir também. Quando a van com os músicos deixou o local, foi uma perseguição relativamente rápida, pois em pouco tempo chegamos ao hotel, Blue Tree Premium Verbo Divino. No caminho, percebemos que ninguém era capaz de diferenciar quem era Graham Russell e quem era Russell Hitchcock, então combinamos que, se fosse preciso, chamaríamos ambos de Mr. Russell 😆😆😆

Os músicos desembarcaram e eu, Sheila e Breno nos apressamos para aborda-los, enquanto Raphael estacionava o carro para poder tentar também. Mas não foi necessário, pois um outro casal de fãs teve a mesma ideia. Eles tiravam fotos, conversavam, tiravam mais fotos, conversavam... E a gente ali, de saco cheio com aquele lenga-lenga. A Sheila estressou e deu um esporro no casal, que simplesmente não parava de "alugar" os músicos.

Quando enfim tivemos nossa vez, Graham comentou sobre minha camiseta do Dio, dizendo que era fã, e que foi uma pena seu falecimento. Fiquei completamente surpreso em saber que ele conhecia o trabalho de Dio, pois são músicos de estilos totalmente diferentes, mas sem problemas, eu também sou fã de metal e os estava abordando...


Na época, não havia ônibus noturnos. Se alguém estava na rua após a meia noite, ficava quase sem opções para retornar para casa até pelo menos às 04:00 hs. Sobrava os táxis, mas era uma opção cara. Como esse horário já fora ultrapassado, Raphael gentilmente nos ofereceu uma carona, mas era algo que não fazia sentido, ao menos para ele, pois ele morava em Santo André e, nós, na zona oeste. Ainda assim, ele insistiu e aceitamos.

No caminho, reparamos que Breno tratou mal o Raphael por todo o percurso. Nos oferecemos para deixar uma grana com Raphael, pelo menos para cobrir o custo da gasolina, mas Breno disse que não precisava. Deixamos R$50,00 ainda assim. Eu e Sheila já desconfiávamos do mau-caratismo de Breno, pois tivemos alguns problemas em corres anteriores, como no do Blue Oyster Cult, mas ainda não estávamos plenamente convencidos. Naquela noite vimos que ele realmente não é uma boa pessoa. Ainda assim, a amizade durou mais alguns meses, até que eu resolvesse corta-la de vez. Sou amigo de Raphael até hoje.

domingo, 4 de março de 2012

Hail!

Era pra ser apenas o corre de uma superbanda, mas logo que chegamos ao Blackmore, encontramos Jonas, com quem eu e Sheila não tínhamos ideia desde o corre do Twisted Sister, quando, na esperança de ser o primeiro a ser atendido pelo facílimo e amigável A.J. Pero, “voou em cima dele”, quase derrubando Sheila, que estava com o tornozelo imobilizado.

Infelizmente demos ouvidos ao que tinha a dizer. É claro, desculpou-se pelo ocorrido, não apenas na ocasião citada, como também quanto ao que aconteceu em outros corres, como, por exemplo, quando foi posto para fora do Skye, carregado por seguranças, berrando e balançando os pezinhos no ar, no dia do Aerosmith. Usou o mesmo lenga-lenga de sempre, “a banda vai, os amigos ficam”, e prometeu tentar não agir mais assim. Infelizmente demos um voto de confiança, tão pleno, que fiz com ele quase todos os corres de 2012. Depois, o rompimento foi definitivo.

O lado bom é que antes achávamos que ele era idiota, agora temos certeza. Entre outras mancadas, em 2016, foi bêbado ao hotel do Testament e incomodou hóspedes, fazendo com que um hotel que sempre fosse fácil adotasse políticas anti-fãs. No mesmo 2016, puxou o cabelo de Steven Tyler, como uma menininha, foi ridículo! Em 2017, seu auge, conseguiu foder com o corre do Ace Frehley, apenas para conseguir uma FOTASSA. Eu tenho pouquíssimos arrependimentos, mas com certeza, se pudesse repensar uma decisão, não teria falado com ele nesse dia.

Sobre o corre: todos atenderam quando a banda chegou ao Blackmore, mas não atenderam a todos. Além de mim, Sheila e Jonas, também estavam Felipe Godoy, Rita, Arthur e o Mestre. Sete pessoas, não era muito. Enquanto abordamos Tim "Ripper", o mestre abordou Paul Bostaph. Depois, abordamos Andreas Kisser e James Lomenzo, mas Bostaph não esperou e entrou. Como sempre, queríamos a banda completa, seria terrível perder alguém que, por ser apenas ex Slayer, poderia não retornar - não tínhamos como saber que ele retornaria à banda no ano seguinte.

Tim "Ripper" Owens, ex vocalista do Judas Priest, do Iced Earth e de Yngwie Malmsteen
James Lomenzo, ex baixista do Megadeth
Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, era o único que eu já conhecia pessoalmente

Dessa forma, como todos estávamos sem dinheiro para ir ao show, o jeito foi caminhar até o shopping Ibirapuera, próximo ao local, e enrolar até a hora em que estivesse acabando. Nesse dia, eu e Sheila também nos tornamos um pouco mais próximos do casal Felipe Godoy e Rita.

Godoy revelou um grande segredo: ele retirou seu inseparável boné exibindo uma assustadora calvície, em contraste total ao seu longo rabo de cavalo. Era cabeludo e careca ao mesmo tempo. Felipe faleceu 2 anos e meio depois, aos 34 anos, vítima de infecção hospitalar. Essa foi uma grande tarde com ele, que jamais será esquecida.

Quando retornamos, esperamos ainda um bom tempo depois que o show terminou para que Bostaph saísse do local. Ao menos, quando saiu, nos atendeu sem problemas. Também conseguimos um bônus, o guitarrista Sílvio Golfetti, ex Korzus.

Paul Bostaph, baterista do Slayer no passado e no futuro dessa foto
Sílvio Golfetti, guitarrista fundador do Korzus