O que mais nos interessou quando o show do Blue Öyster Cult foi anunciado em São Paulo nem foi a banda propriamente dita, mas a presença do ex baixista do Quiet Riot, Rudy Sarzo. Rudy passou pela banda em quatro oportunidades, entre 1978 e 1979, 1982 a 1985, 1987 e de 1997 a 2003.
Na noite anterior ao show, eu e Sheila fomos ao Blue Tree Morumbi, onde nos encontramos com Breno. Foi quando começamos a perceber quem ele era de verdade. Toda a banda estava no hotel, menos Rudy, que tinha ido dar uma entrevista na rádio, se não me engano, na Kiss FM. Conseguimos todas as fotos, fácil, menos com o baterista, Jules Radino. Breno nos disse que, pouco antes de chegarmos, ele abordou Jules, que foi completamente grosso. Por isso, propôs que ninguém pedisse foto para ele. Meio a contragosto, aceitamos. Queríamos fechar a banda como sempre, mas pareceu ok nos solidarizar, se ele realmente foi tratado assim.
Houve uma hora em que estávamos todos sentados em um sofá, aguardando pela chegada de Rudy, quando Jules sentou-se na poltrona em frente e puxou papo conosco. Queria saber onde havia um bar de samba, para que ele pudesse ir. Respondemos que aqui é São Paulo, não é como no Rio de Janeiro, onde há samba em cada esquina; que aqui até tem samba, mas são eventos isolados, e que seria difícil saber onde haveria um naquela noite, era plena quinta-feira.
A conversa se estendeu por pelo menos meia hora, e ele mostrou-se muito gente boa, mas estávamos irredutíveis em não pedir para tirar fotos com ele. O problema é que, no dia seguinte, o moleque e vagabundo do Breno voltou ao hotel e tirou fotos novamente com todos, incluindo Jules. Ou seja: perdemos uma foto para ajuda-lo, e ele deu uma mancada dessas... A banda nunca retornou ao Brasil para que eu pudesse consertar esse erro.
Eric Bloom, vocalista e guitarrista do Blue Öyster Cult
Donald "Buck Dharma" Roeser, guitarrista do Blue Öyster Cult
Richie Castellano, tecladista e guitarrista do Blue Öyster Cult
Rudy Sarzo, baixista do Blue Öyster Cult de 2007 a 2012
Você pode não acreditar, mas esse foi um dos corres mais aguardados da minha vida. Sempre tive uma paixão platônica por Sharon Den Adel. Lógico que sei que ela é casada, mãe de três filhos, mas e daí, eu também era casado, é apenas admiração de fã. Mesmo se fôssemos solteiros, eu jamais tentaria nada, pois sei me colocar no meu lugar.
No dia em que a banda desembarcou no Brasil, lá estava eu e Sheila no aeroporto, assim como alguns outros fãs e hunters. Nunca tínhamos visto o segurança que foi recepcionar a banda, mas ele veio falar conosco pouco antes dos músicos desembarcarem: "é o mesmo grupo de sempre, sei que vocês são de boa. Eu não vou atrapalhar se a banda quiser atender". A partir de então, ele tornou-se meu amigo, a ponto de me convidar para seu casamento anos mais tarde. Ele sempre deixou claro que jamais me passaria qualquer tipo de informação, mas também jamais atrapalharia se os músicos quisessem atender.
Meu plano era abordar os músicos primeiro, pois todos os fãs se concentrariam em Sharon. Depois, quando já tivéssemos foto com todos, tentaríamos com ela também. O problema é que simplesmente paralisei quando vi aquela deusa na minha frente. Eu só tremi em frente a um artista 4 vezes: com Steve Harris, Paul McCartney, John Travolta e... Sharon Den Adel.
O plano falhou completamente: ao invés de abordar os outros músicos, fiquei olhando Sharon atender os outros fãs. Tava bobão, aéreo mesmo, era como se estivesse na frente de uma deusa. Não gostei da foto que tirei com ela, eu estava com cara de medo. Quando fui tentar os outros músicos, todos já estavam na van, exceto o gente-finíssima baixista Jeroen van Veen.
Sharon den Adel, vocalista do Within Temptation
Jeroen van Veen, baixista do Within Temptation
Como Leo não conseguiu foto com todos também, decidimos ir ao Espaço Victory, onde aconteceria o show, já que não tínhamos a menor ideia de em qual hotel a banda estaria. A ideia era seguir a van para o hotel depois da passagem de som. Quando a van saiu, se inciou uma longa perseguição. Seguimos da estação Carrão ao Anhangabaú. De repente, sem mais nem menos, o motorista estacionou na rua Alvaro de Carvalho, desceu e caminhou para longe. Eu e Leo ficamos com aquela cara de "wtf?!", então resolvemos tentar ver através dos vidros escurecidos da van se havia algum papel ou alguma coisa que nos indicasse o hotel.
Estávamos de cara colada nos vidros da van, quando fomos surpreendidos por um senhor, que disse: "vocês estão procurando pelo motorista dessa van?". Respondemos "sim", e ele nos disse que ele tinha ido a um hotel ali perto - e apontou para o Braston da Martins Fontes. Simplesmente não acreditávamos na sorte que tivemos, então fomos rapidamente para lá. Mal entramos e já vimos que Martijn Spierenburg estava sentado em uma das mesas do restaurante, tomando um café, mas não o incomodamos.
Quando os outros músicos começaram a descer para ir à passagem de som, fomos conseguindo as fotos que faltavam. Era fevereiro, então um bloquinho descia a rua ao som de marchinhas de carnaval. Sharon ficou encantada e começou a dançar ali, na nossa frente. Mágico, surreal... Paralisei de novo, nem pedi outra foto para ela.
Mike Coolen, baterista do Within Temptation
Stefan Helleblad, guitarrista do Within Temptation
Ruud Jolie, guitarrista do Within Temptation
Martijn Spierenburg, tecladista do Within Temptation
Quando a van partiu, retornamos ao carro e voltamos para o Carrão, para assistir ao show. Antes de começar, houve o meet & greet para os sorteados em uma promoção - eu não me inscrevo nessas porcarias, seria tirar a chance de alguém que não tem as mesmas habilidades que eu. Foi a coisa mais ridícula e deprimente que já vi. Fotos individuais? Autógrafos? Interação com a banda? Que nada, foi uma foto coletiva e olhe lá. O tempo total do meet foi de inacreditáveis 38 segundos!!!!
Decepcionada, Jess me perguntou onde a banda estava. Eu falei, mas disse para ela guardar a informação para ela e no máximo mais um amigo. Eu não retornaria para o hotel depois do show, pois já tinha conseguido o que queria, mas ainda assim não gosto de bagunça. Não tem porquê levar um batalhão para encher o saco da banda. Todos querem tirar fotos, mas cada um que se vire e consiga sua própria informação, né não?! Fiquei muito puto quando soube mais tarde que mais de 50 fãs apareceram no hotel. Ela começava a se queimar comigo...