domingo, 29 de novembro de 2020

Políticos do PSDB

Nunca fui fã do PSDB, sempre considerei que esse partido é a esquerda tentando se camuflar de direita, quase tão danoso ao Brasil quanto o PT. Eleitor desde 1989, votei apenas 3 vezes em candidatos do partido, duas delas em total desespero, quando tive que escolher entre merda (PT) ou bosta (PSDB); forçosamente optando pelo que parecia feder menos. A primeira vez foi no segundo turno de 2014; votei em Aécio para tentar impedir a reeleição de Dilma. No segundo turno de 2020, optei por Bruno Covas, não por gostar ou apoiar, mas para impedir Boulos de conquistar a prefeitura paulistana.

Também votei no Doria para governador em 2018, quando ele usava o slogan "Bolsodoria", e parecia que seria um aliado do presidente Bolsonaro, mas ele rapidamente traiu a todos os seus eleitores e nunca mais será eleito a nenhum cargo que disputar. Ainda assim, reconheço que historicamente o partido e alguns de seus representantes tiveram seus méritos. Fernando Henrique Cardoso, como Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, foi indiretamente o pai do Plano Real, que conseguiu reduzir os índices inflacionários brasileiros a níveis aceitáveis, estabilizando a economia, que só voltou a ser ameaçada após o desastroso primeiro governo de Dilma Rousseff. Foi necessário derruba-la e conduzir ao poder seu vice, Michel Temer, para limpar a merda que já estava em curso avançado. Por isso, é claro que uma foto com eles seria sensacional, ainda que na pandemia e com máscara.

Desde 2012 fiz algumas tentativas de conhecer Fernando Henrique Cardoso, sem sucesso. Na primeira, esperei um dia inteiro no interior do hotel Renaissance, onde o ex presidente participou de um evento, mas infelizmente ele usou alguma saída alternativa e nem ao menos o vi. Na segunda, em agosto de 2013, ele participou de um bate-papo no Teatro Eva Wilma. Eu e Sheila ficamos na entrada do lugar, quando o público já estava acomodado em seus lugares. A ideia era aborda-lo quando chegasse, pois tínhamos um compromisso e não poderíamos esperar pela saída. No entanto, ele atrasou e veio rodeado por diversos seguranças. Nem tentamos, pois estava claro que ele não pararia. Assistimos um pouco da palestra e fomos embora.

Em 2018, no dia do segundo turno, cheguei ao colégio Nossa Senhora de Sion, em Higienópolis, por volta das 06:50hs. Fiquei até às 13:30. Eu estava sozinho e já de saco cheio de esperar em pé, pois não havia onde sentar ou encostar. Acreditando que ele não apareceria mais, já que dificilmente teria uma opção entre Bolsonaro e Haddad, desisti. Depois soube que ele apareceu para votar pouco antes das 17:00hs, quando encerrava-se o horário da votação. Pior: para tentar o FHC nessa oportunidade, deixei de ir com o Eric a um colégio no Morumbi, onde vota o Faustão. Ele conseguiu de boa, e eu fiquei sem foto com Faustão e FHC.

Eu não votei no primeiro turno de 2020. As opções eram todas inaceitáveis. O menos ruim - e apenas menos ruim - era o Arthur do Val "mamãe falei", mas ele não tinha chance de ir ao segundo turno. Covas, Boulos e Russomano não me animaram a sair de casa. Já em 2018, eu planejei fazer dois corres de eleição em 2020: Faustão no primeiro turno e Ana Paula Arósio no segundo. Com a pandemia, e sabendo que as fotos rolariam de máscara, não me animei.

Boulos, porém, foi ao segundo turno, e o ex presidente (que vergonha!!!!) Lula recomendou voto nele "em defesa da democracia". Foi o incentivo que faltava para me fazer sair de casa e votar no Covas. E, já que eu sairia para votar, decidi aproveitar para fazer alguns corres de políticos do PSDB, incluindo o próprio FHC e o ex presidente Michel Temer. Temer, inclusive, vota na PUC, o mesmo local que eu.


Eu e Anebelle chegamos à PUC às 06:50. Por volta de 07:05, Michel Temer apareceu, acompanhado por um segurança, e foi imediatamente cercado pelos jornalistas que o esperavam. Como vimos o carro que o trouxe, decidimos esperar por ele próximos ao veículo. Após votar, ele saiu apressado, claramente tentando se desvencilhar dos jornalistas. Por um segundo pensei que não nos atenderia, mas felizmente veio em nossa direção quando mostrei a foto para autografar. Nos atendeu, mas foi chatinho. Tentou me devolver a caneta após autografar, mas queríamos mais dois autógrafos. Ele ficou reclamando, dizendo que tinha que ir. Após assinar, pedimos para tirar foto com ele, ainda que de máscara. Mais uma vez, ele reclamou, mas as fotos aconteceram.


É claro que nosso corre foi um prato cheio para os jornalistas, que aproveitaram o momento para nos fotografar e filmar. Um deles veio falar conosco quando Temer se foi, querendo saber porque pegamos os autógrafos. Como ele jamais entenderia o que fazemos da vida, menti dizendo que era para um blog sobre política que pretendia lançar, com uma promoção de inauguração onde seriam sorteados os autógrafos dos ex presidentes para os visitantes.

Aproveitei para votar e seguimos então para o colégio Sion. Chegamos por volta de 07:30, e demoraria cerca de 3 horas para que FHC aparecesse, segundo meus cálculos. Eu sempre soube que ele mora em um edifício na Rua Rio de Janeiro, mas eu nunca soube o prédio exato. Eu sabia também que, apesar de seus 89 anos, ele viria caminhando, possivelmente acompanhado pelo candidato Bruno Covas, exatamente como fez no primeiro turno.

Quando chegamos, rapidamente identificamos os diversos jornalistas e fotógrafos que o aguardavam. Esse tipo de corre tem uma vantagem: você pode relaxar, não precisa ficar prestando atenção. Se os jornalistas ficarem ouriçados é porque algo vai acontecer. E eles estavam todos de boa, reunidos em um canto, conversando entre si. Assim foi por algumas horas. Por volta de 10:00 hs, alguns correram para a rua Rio de Janeiro, outros permaneceram onde estavam. Decidimos acompanhar os que foram, e demos de cara com FHC e Bruno Covas caminhando, cercados por simpatizantes, mas não os abordamos - não era o momento ainda. Os jornalistas tiravam fotos e mais fotos, e não estávamos muito a fim de aparecer nelas, então apenas acompanhamos a uma certa distância.


Deixamos os dois seguir para a sessão onde o ex presidente votaria, com o plano de aborda-los na volta. Anebelle queria esperar na Rua Rio de Janeiro, mas eu não tinha tanta certeza de que Bruno Covas retornaria, já que no primeiro turno, após votar com FHC, ele seguiu para o Colégio Saint Paul's, nos Jardins, para acompanhar o voto de João Doria.

Quando os dois saíram do colégio, eu planejava aborda-los ali mesmo, assim que os jornalistas se dispersassem. Anebelle, entretanto, estava com a câmera e saiu correndo como uma doida. Eu corri atrás, berrando várias vezes para ela voltar, mas a doida não ouviu ou fingiu não ouvir. Então parei de correr e não demorou muito para que quem começasse a gritar fosse ela, para que eu a acompanhasse. Como não dei ouvidos, veio até mim.

Não demorou para que FHC passasse por nós, desta vez acompanhado apenas por dois amigos, na maior tranquilidade. Ele foi simpático e atencioso, assinou as três fotos no maior bom humor e não se importou em tirar fotos. Porém, assim como aconteceu com Silvio Santos em 2015, não gostei de minha foto com ele, pois a sombra em meu rosto não ajudou.


Retornamos para a frente do colégio para verificar se Bruno Covas ainda estava por lá, mas foi inútil. Exatamente como previ, ele foi votar com João Doria. Graças ao desespero da doida, perdemos a foto com ele. Porém, isso foi consertado de maneira magistral pouco mais tarde.

Quando caminhávamos para o carro, reencontramos FHC caminhando devagar à nossa frente, e decidimos aborda-lo novamente, já que não gostei da foto. Me desculpei, disse que a foto não ficou legal, e ele não se importou em tirar mais uma. Também não ficou ideal, mas melhorou um pouco. Qualquer dia o encontrarei novamente, espero, até para conseguir uma foto sem máscara. Logo em seguida, ele entrou no prédio onde mora, e finalmente sei qual é o prédio exato.


Seguimos para o colégio nos Jardins, e chegamos pouco antes que Doria e Bruno Covas. Tal como aconteceu com FHC, eles vieram acompanhados de uma comitiva enorme de simpatizantes. Anebelle se enfiou entre eles e conseguiu uma foto com João Doria. Eu não quis, pois já tenho uma de 2017, sem máscara. Ela também conseguiu uma foto entre João Doria e Bruno Covas, e me chamou para tirar também, mas me recusei, pois os jornalistas estavam tirando fotos e mais fotos. Fazer corre com Anebelle não é de todo ruim, mas ela definitivamente não entende o timing do negócio, aquela não era hora de abordar ninguém.

Enquanto esperávamos pela saída, Bia Doria, a esposa do governador, saiu do colégio. Fomos falar com ela, que foi mega simpática e ficou um tempo conversando conosco. Minha foto com ela não ficou muito boa, ela fechou os olhos, mas ok, qualquer foto com máscara sairia ruim. FOTASSA!


Após algum tempo, Doria e Covas saíram apressados do colégio, com os jornalistas carrapatos não querendo desgrudar. Eles caminharam por alguns metros e vi quando Covas entraria no carro que o aguardava. Para não ter que seguir até o colégio onde ele votaria, o abordei. Ele aceitou tirar a foto, e pedi que fizéssemos o V da vitória. Em uma situação normal, ele jamais seria a minha escolha, mas é delicioso irritar petistas e esquerdistas em geral. Boulos é o caralho, chupa!!!!


Fim de corre! Esse foi maravilhoso, tudo saiu exatamente como planejado. Perdemos Bruno no Sion, mas conseguimos no St. Paul's. Tá valendo! Mais tarde vi que o repórter que nos abordou na PUC postou uma nota no site. Ele aumentou um pouquinho a história, dizendo que eu iria também atrás do Lula. Se fosse, seria apenas para conseguir autógrafos para vender pros admiradores de bandido. Eu jamais tiraria uma foto com ele. Mas não foi o caso.

domingo, 8 de novembro de 2020

Krisiun

Para desespero dos pandêmicos, em 2020, quando ainda nem havia vacina no Brasil, o Krisiun realizou um show no Carioca Club. Todas os protocolos de segurança foram adotados, como lotação reduzida a 25% da capacidade, distanciamento entre as mesas, uso de máscaras, sanitização dos ambientes, aferição de temperatura, entre outros. Foi, de fato, o primeiro show presencial no Brasil desde o inicio das medidas de isolamento e confinamento social impostas por conta da pandemia. 

Eu já tinha fotos com toda a banda desde 2015, quando encontrei seus integrantes sem querer desembarcando no aeroporto de Guarulhos, enquanto esperava pelos músicos do Anathema. Anebelle ainda não tinha e me chamou para tirar as fotos dela. "É o que tem pra hoje", dizia. De saco cheio de ficar em casa por meses, topei. No horário combinado, ela passou em casa e seguimos para o Carioca Club. Quando chegamos, o show já tinha terminado. Fãs. banda, produção, todos confraternizavam numa boa em frente ao Carioca, a maioria sem usar máscara.

Sem tirar a máscara, Anebelle aproximou-se dos músicos e pediu para tirar uma foto com eles, no que foi prontamente atendida. Agora me diz: por que diabos essa doida quis sair de casa no meio da pandemia para tirar foto de máscara?????? Como apenas Moisés estava de máscara, removi a minha e tirei fotos decentes com Max e Alex. Moisés apressou-se em entrar na van enquanto eu tirava fotos, talvez nem tenha percebido que eu também queria com ele. Sem problemas, ele estava pandêmico. Minha lógica foi: se todos nos cuidamos até hoje, nenhum de nós está doente. Paguei pra ver, não peguei COVID e ainda consegui duas fotos ótimas.

Preservei a identidade da doida para evitar processo, mas a foto real está exatamente assim: banda sem máscara e ela com
Alex Camargo, baixista e vocalista do Krisiun
Max Kolesne, baterista do Krisiun

sábado, 7 de novembro de 2020

Paula Toller

Eu sempre soube que Paula Toller é mala. Muitos amigos tem foto com ela, mas todos, sem exceção, dizem que é chata. Marcelo Zava, por exemplo, contou que uma vez sabia que ela desembarcaria em Congonhas, e que aproveitou para levar dois CDs para autografar. Ela disse que só assinaria um, e que ele teria que escolher em qual deles queria. No fim ela assinou os dois, mas apenas porque Zé Congonhas, que não levou nada para assinar, tirou o outro CD da mão de Zava e deu para ela assinar. Sem alternativa, assinou. Mas que estresse desnecessário, né não?!

Carlos diz que, quando a encontrou, também no aeroporto, estava à espera de outra banda, mas havia dois fãs de Paula que queriam tirar foto com ela e, claro, ele também tiraria, como bônus. Os fãs fizeram a abordagem assim que ela passou pelo portão de desembarque, mas ela sugeriu que fosse uma foto coletiva. "Mas estamos só nós dois aqui", retrucaram. "Pois é, mas depois o fotógrafo também vai querer tirar, então serão 3 fotos". Puto da cara com a atitude imbecil, Carlos respondeu "Não, eu nem sei quem é você, só vou tirar as fotos deles, mas não quero foto com você".

Por isso, torci o nariz quando Anebelle me chamou para acompanha-la no corre da Paula Toller, que se apresentou no Teatro Santander, em show com isolamento social. Porém, como ela me ajudou no corre do Salt Bae, pareceu justo retribuir, embora eu soubesse que a naba seria certa. Se Paula já é chata em situações normais, imagine tendo a desculpa do COVID. Ah, dane-se, pelo menos eu sairia de casa... Bora!

Nossa experiência dizia que Paula ficaria no Hilton ou no Hyatt. Combinamos que tentaríamos antes do show no Hilton. Se não fosse lá, tentaríamos depois do show no Hyatt. Quando chegamos, ficamos de boa em frente ao hotel, quando fomos abordados por um segurança que não conhecíamos: "Posso ajudar?". Para não entregar nossa intenção, enrolei, dizendo que já me hospedei diversas vezes no hotel (o que é verdade) e estava com saudade, então vim dar uma volta por ali.

Algum tempo depois, Paula saiu do hotel e embarcou em um veículo. Anebelle nem a viu, pois estava desatenta, olhando para outro lado. Eu demorei demais para reconhece-la de máscara, pois já tinha visto diversas loiras mascaradas e todas pareciam mais ou menos iguais. Quando tive certeza que era ela, não havia mais tempo, pois já estava entrando no carro. Decidimos, então, ir ao Mc Donald's, já que teríamos longas horas de espera pela frente. Ao passarmos pelo tal segurança, ele disse "eu sabia que vocês estavam aqui pela Paula Toller", o que confirmou que era ela mesmo. Conversamos um pouco com ele, que se mostrou gente boa e não disposto a nos atrapalhar.

Comemos, retornamos e, de fato, foram longas horas de espera. Nesse meio tempo, conversei com um dos seguranças antigos, que me confirmou que entre os funcionários, nenhum morreu, embora ele conheça outras pessoas vitimadas pela doença. Então, ao menos no mundo dos corres, o COVID não trouxe mudança alguma: ninguém morreu. Eu soube do falecimento de alguns seguranças que trabalham com bandas, mas nenhum trabalhava com as bandas que costumo conhecer.

Quando Paula chegou já era quase uma hora da manhã. Anebelle fez a abordagem, mas Paula não reagiu. Ficou olhando para ela, sem dizer nada. A mulher que a acompanhava (assessora? empresária?) falou por ela, dizendo que se Anebelle quisesse uma foto, teria que ser com distanciamento social. Eu tirei a foto dela, quase um metro distante da Paula. Depois ela tirou a minha, unicamente para eu ter uma prova de que realmente estava fazendo corre, já que passei quase 12 horas fora de casa, e isso evitaria confusão com a Arianne. Porém, nada neste mundo me fará postar a foto real. Postarei essa com efeito de transformação em desenho, porque assim sempre poderei negar que fiz esse corre. Que ridículo, foto com distanciamento social!