Ozzy Osbourne

Conseguir uma foto com Ozzy Osbourne não é missão impossível mas é muito, muito trabalhoso. Não é tão difícil ficar cara a cara com ele, mas geralmente ele não atende. Se você estiver em seu dia de sorte, consegue. Se não, tente em outra ocasião. Não adianta imaginar, as coisas são como são e Ozzy não é tão legal quanto parece, aceite isso!

Em 2015, no Monsters of Rock, eu estava focado em Paul Stanley. Como ele não atendia, essa tarefa me ocupou tempo demais, de forma que não houve como tentar conhecer Ozzy. Por outro lado, Jonas já tinha fotos com o Kiss, então foi algumas vezes ao hotel onde ele estava hospedado, para tentar a sorte no café da manhã. Não foi de primeira, mas ele conseguiu tirar uma foto com o Príncipe das Trevas.

Por isso, não foi difícil decidir pagar pelo meet & greet: poupa tempo e esforço. O problema eram as regras quase absurdas do evento, que era caro: 700 dolares (ou 2300 reais na cotação da época). Você não poderia levar nenhum item para autografar. O meet concedia apenas o direito a uma foto com ele. Dane-se se não ficasse boa, dane-se se algo chamasse a atenção de Ozzy e ele olhasse para outra direção, o fotógrafo jamais teria a sensibilidade de dizer "não ficou boa, vamos tirar outra", era simplesmente problema seu. Como as fotos eram publicadas em um site conforme o meet acontecia nas diversas cidades da turnê, logo observei algumas que chamaram minha atenção, pois ele nem ao menos olhava para a câmera.

Por outro lado, observei que, em algumas delas, Ozzy aparecia "enforcando" quem estava com ele na foto, e sua expressão era sempre boa, focada na câmera, geralmente fazendo caras e bocas. Portanto, decidi pedir para que me enforcasse também.

Em São Paulo, 83 pessoas participaram do meet & greet. São mais de 58.000 dólares por 10 minutos de "trabalho" de Ozzy - ou ainda menos, já que quando é apenas foto acontece muito rápido. Você fica literalmente um segundo ao lado dele.

Pior: no Brasil, quem organiza o meet é a produção brasileira, e brasileiros adoram se achar donos do artista. Um dos participantes retirou um álbum do casaco e entregou para Ozzy autografar no momento da foto. Ele não se importou, mas os integrantes da produção ameaçaram todos os que ainda não haviam tirado foto: "o próximo que entregar algo para ele autografar será expulso e ficará sem foto!". Foi comovente, parece até que faziam o favor de nos deixar ficar...

Quando chegou minha vez, eu disse "Please, hang me!", e ele respondeu "no! no! no! no! no!". Sinceramente, vai se fuder, Ozzy! Eu paguei 700 dólares por essa foto, você não estava me fazendo favor algum! Menos mal que minha foto ficou boa.

Ao menos o meet também dava direito ao ingresso de pista VIP. Porém, logo após tirar a foto, saí do estádio e fui embora. Não, não assisti ao show. Bruce Dickinson estava em São Paulo para palestrar no VTex Day, um evento voltado para empresários de e-commerce. A palestra seria apenas no dia seguinte, mas ele já estava na cidade e, bem... para mim o corre sempre será importante que o show, ainda mais se for corre de Iron Maiden versus show de Ozzy Osbourne.

Logo após o show, Carlos e Jéssica estavam no aeroporto para tentar algum contato com Ozzy. Não os acompanhei, pois já tinha a foto, então preferi ficar hospedado no hotel onde Bruce Dickinson estava. No mesmo dia, Dandara, uma das representantes dos "hunters do bem" postou algo como "Fui andando do terminal 1 até a base militar que tem ao lado do hotel Pulmann e descobri corretamente de que era por lá que Ozzy entraria. Infelizmente lá não é possível tentar, mas eu sou foda, a CIA deveria me contratar". Seria uma pena se Ozzy usasse outra entrada, não?!

Carlos e Jéssica o encontraram no terminal 2 embarcando normalmente, ele aceitou autografar, mas recusou-se a tirar fotos. Desde então, em nosso grupo "Hunters do Mal" no whatsapp, nos referimos a essa criatura e seus amigos - com as mesmas habilidades investigativas que ela - como "melhores que a CIA".