sábado, 6 de setembro de 2014

Sabaton

Como já citei algumas vezes, é muito difícil relacionar-se com alguém que não é do corre. Você pode até levar a pessoa uma vez ou outra, mas ela nunca será capaz de compreender nossa motivação, nosso estilo de vida. Menos ainda se você literalmente abusar da boa vontade dela. E infelizmente foi isso que o Leo fez por anos com a Deise. Bem que avisamos, diversas vezes: "a Deise é uma mulher legal e você está vacilando, vai perde-la por causa de corre, e principalmente por causa de Wacken". Mas ele não nos ouvia.

Leo tem muito mais anos de corre que eu, começou em 1997 e eu em 2008. Eu o conheci no corre do Motörhead em 2009. O adicionei no Orkut e ele tinha quatro álbuns com as fotos de corres. Era tanta foto, com tantos músicos de metal, que  passei a chama-lo de mestre (observação: não confundir com o que aqui chamo de Mestre, é outra pessoa). Ainda que com o tempo eu o tenha superado, nessa época eu ainda estava um pouco atrás.

Leo não estava nem aí para repetir bandas. Por exemplo, se viesse uma banda com quem já tinha um monte de fotos, ainda assim lá estava de novo, quase sempre deixando a Deise só. Se a banda em questão substituiu algum integrante, vá lá. Mas ele ia sempre com trocas de integrantes ou não, pelo simples prazer do corre. Sou capaz de entender isso, mas será que Deise teria a mesma compreensão? Difícil...

Por minha vez, mais novato, quase todas as bandas eram novidade. Até então houveram poucas repetições, só de bandas que eu realmente sou muito fã. As que ia por ir, mas já tinha, deixava pra lá. E pulava várias, incluindo algumas que eu não deveria ter pulado, pois era oportunidade única. No entanto, com poucos anos de corre, ainda não sabia avaliar com precisão o que poderia ou não pular. Até hoje eu erro de vez em quando, mas bem menos, claro. Sheila também ficava puta da vida comigo, mas ao menos eu estava conseguindo bandas que até então não tinha, e isso era muito diferente do que o Leo vinha fazendo.

Leo tornou-se conhecido como Leo Wacken pois fazia questão de ir ao Wacken todos os anos. Mais uma vez, avisamos que isso era um erro terrível. Não bastava deixar a menina sozinha todo final de semana, uma vez por ano ele a deixava só por aproximadamente um mês. Seria muito mais jogo ir ano sim, ano não, e leva-la com ele. Isso provavelmente salvaria o relacionamento e ela seria um pouco mais compreensiva com o fato de não te-lo disponível na maioria dos finais de semana.

Às vezes ela até o acompanhava nos corres, mas era nítido que nunca foi uma de nós, nunca conseguiu viver ou se divertir como nós. Estava lá cumprindo uma simples obrigação de namorada, mas na maioria das vezes sua expressão dizia "que saco!". Leo não ouvia, fazia questão de se ausentar em todos os finais de semana e também um mês por ano.

Aconteceu o inevitável: a mina saturou de ficar só e terminou a relação assim que Leo retornou do Wacken no dia 3. No dia 5 teve corre, do Death to All. Leo chegou com uma cara de velório desgraçada e eu já sabia o porquê, pois sua agora ex namorada fez uma postagem muito estranha no Facebook. Telefonei assim que vi, então ele contou o que havia acontecido.

No dia seguinte, corre do Sabaton. Sendo sincero, eu não conhecia essa banda, fui apenas porque era "figurinha nova". Com o tempo tornou-se uma de minhas bandas prediletas, mas até esse dia a única música que ouvi - e gostei - foi Smoking Snakes. Leo passou em casa de carro, eu e Sheila seguimos com ele ao hotel, onde encontramos Sara, Karina e Ellen, além de Cammy, uma amiga do Rio a quem eu conhecia virtualmente, mas pessoalmente era a primeira vez.

O corre em si foi tranquilo, sem quase nada que merecesse ser destacado. Fato que Leo ficou quase todo o tempo no restaurante do hotel sendo consolado pelas meninas, especialmente por Sara e Karina. Ele estava arrasado, e parecia surpreso pela atitude de Deise de terminar a relação. Infelizmente, nós avisamos, enfim...

Era a primeira tour do Sabaton no Brasil. Todos os músicos atenderam numa boa. Joakin, inclusive, não se importou em gravar uma mensagem para os ouvintes da rádio Exmera, na qual Leo trabalhava na época.

No entanto, não vimos o guitarrista Chris Rörland. Um dos músicos nos confirmou que ele estava doente, com "caganeira", e que por isso nem estava saindo do quarto. Leo e Ellen estavam determinados a ficar até que ele aparecesse, e por isso esperaram até as 05:00hs do dia seguinte. Eu e Sheila não esperamos, retornamos de ônibus para casa. Como meu relacionamento com ela também não estava em seus melhores dias, e igualmente por causa de corres, deixei a foto com o Leo, para que ele tentasse pegar o autógrafo para mim. Não retornei no dia seguinte. Por sua vez, Ellen e Leo retornaram e conseguiram. Somente o conheci em 2016.

Joakim Brodén, vocalista do Sabaton
Thobbe Englund, guitarrista do Sabaton de 2012 a 2016
Pär Sundström, baixista do Sabaton
Hannes Van Dahl, baterista do Sabaton
Leo conseguiu a assinatura que faltava

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