sábado, 27 de setembro de 2014

Napalm Death & Hatebreed

Quando eu estava no segundo grau, havia um maluco anti-social que estudava comigo e era muito fã de Napalm Death. Eu o cumprimentava todos os dias com voz gutural: "Napalm Death". Ele respondia com voz extremamente fina: "Viper". Quando o conheci, eu ainda não conhecia o som da banda, ele que me apresentou. Chegou a me mostrar uma gravação onde a maioria das músicas tinha pouquíssimos segundos de duração. Embora não fosse o que eu mais curtisse no mundo, era possível ouvir de boa, sem ficar irritado. Cheguei até mesmo a ter o "From Enslavement to Obliteration" em minha coleção de vinils.

O segundo grau acabou, tomamos rumos diferentes na vida e deixei de acompanhar a carreira da banda, nem sabia se ainda existia ou não. Em 2010, entretanto, no dia da morte do Dio, Leo, Rafael e mais alguns hunters fizeram o corre do Napalm Death, que estava hospedado no hotel Linson, em São Paulo. Eles me convidaram para me juntar a eles, e confesso que em nome do saudosismo fiquei realmente tentado, mas não fui. Era uma época em que eu fazia corres somente de bandas que era realmente fã. Mas me arrependi, deveria ter ido.

A banda demorou quatro anos para retornar ao país, desta vez em companhia do Hatebreed, e eu não perderia a oportunidade. Embora eu não conhecesse praticamente nada do trabalho dessa segunda banda, era também a chance de aumentar duas fotos em minha coleção de autógrafos, que a essa altura já estava ficando muito respeitável.

No dia em que as bandas chegariam em São Paulo, eu e Sheila, acompanhados por nossa amiga Juliana Novo, baterista do Crucifixion BR, fomos cedo ao aeroporto de Congonhas. Isso fazia sentido, pois há voos do Rio de Janeiro chegando a cada quinze minutos. No entanto, já se passava da hora do almoço e nada aconteceu. Eu sabia que a produtora costumava agendar voos cedo. O que ainda não sabia é que, para economizar nas passagens, trazia as bandas contratadas pelo aeroporto de Guarulhos, onde os voos do Rio para São Paulo são um pouco mais baratos.

Admiti a derrota e fomos para o hotel. Ao chegarmos, três dos integrantes ainda estavam lá, mas o baterista, Danny Herrera, optou por ir direto ao Carioca Club para fazer ajustes na bateria e já ficaria por lá até a hora do show. Provavelmente o Napalm Death não tem um roadie de bateria, e ele mesmo teria que fazer o serviço pesado.

Napalm Death foi a primeira banda extrema que abordei, então não sabia exatamente o que esperar. Será que os integrantes eram "normais" ou seriam esquisitões? Só havia um jeito de saber. E foram muito mais normais do que eu imaginava. Educados, tiraram fotos numa boa. Shane Embury, inclusive, mostrou-se muito gente boa. Só não consegui conhecer Danny Herrera, o que aconteceu somente em 2018, quando a banda retornou ao Brasil com o Cannibal Corpse. Houve também um show em São Paulo em 2016, mas não sou capaz de lembrar porque não fui ao corre.

Mark "Barney" Greenway, vocalista do Napalm Death
Mitch Harris, guitarrista do Napalm Death
Shane Embury, baixista do Napalm Death
Consegui a assinatura do Danny Herrera somente em 2018, quando a banda retornou ao Brasil com o Cannibal Corpse

Quanto ao Hatebreed, fiquei um pouco confuso, não sabia exatamente quem era quem, mesmo levando uma foto para autografar, e claro, me ajudar no reconhecimento. Achei todo mundo muito igual, então abordei quem consegui reconhecer. O baixista, Chris Beattie, em relação à foto que levei, cortou o cabelo e tirou a barba, só consegui reconhece-lo pela tatuagem no pescoço.

Frank "3 Gun" Novinec, o guitarrista, estava de bandana na foto. Isso é extremamente difícil para quem é péssimo fisionomista como eu. Ou ele aparecia de bandana na minha frente, ou fudeu, fico sem reconhecer. Ele provavelmente passou por mim, sem que eu fosse capaz de reconhece-lo. Eu poderia ter retornado no dia seguinte cedo para conseguir quem faltou na saída do hotel para o aeroporto, mas sinceramente fiquei com preguiça.

Chris Beattie (baixista) e Wayne Lozniak (guitarrista) do Hatebreed
Matt Byrne, baterista do Hatebreed
Falta autógrafos do Jamey Jasta e do Frank "3 Gun" Novinec

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Julio Iglesias

Julio Iglesias passaria por São Paulo em sua turnê de despedida. É claro que quando estou em casa ou mesmo nas ruas não ouço músicas dele, mas ele estaria em minha cidade, despedindo-se dos palcos... Por que não conhecer esse ícone da música latina e conseguir uma foto com ele, antes que se aposentasse de vez?! Falei com Estéfano, que disse que ele atendia, mas jamais olhava para a câmera. Ainda assim, julguei que valeria a pena.

No dia do show, fui com Sheila e Marcelo Zava ao hotel onde ele estava hospedado e aguardamos pelo retorno do músico. Quando ele chegou, estava acompanhado por duas mulheres, sendo praticamente carregado por ambas. Deu pra ver que ele não estava legal. Ainda assim, o momento era aquele: ou tentaríamos, ou ficaríamos sem.

Sheila o chamou uma ou duas vezes, mas ele pareceu não ouvir. Na tentativa seguinte, ele olhou, então ela completou: "podemos tirar uma foto com você?". Ele afastou as mulheres, levantou os dois braços, entrelaçando-os, depois os abaixou e disse: "vamos tirar fotos!". Ele realmente estava bem louco, nem nos corres de metal vejo alguém nesse estado.

As mulheres e o segurança pediram pra que fosse uma foto coletiva, para subirem rápido com ele. Não gostei muito, mas aceitamos, afinal, estávamos apenas entre amigos. Como previsto, Julio não olhou para a câmera. Também não pedimos para que ele autografasse nada, pois realmente percebemos que ele não estava nas melhores condições.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Dave Evans

Em 2014, foi anunciado um show improvável em São Paulo: Dave Evans, primeiro vocalista do AC/DC. Ele não é tão conhecido, ficou pouco tempo, mas o suficiente para gravar um compacto 7”, um single com as músicas “Can I Sit Next to You Girl” no lado A e “Rocking in the Parlour” no lado B, além de participar do primeiro clipe da banda. No primeiro álbum, o vocalista já era Bon Scott, mas foi Dave Evans que deu o pontapé inicial nessa que se tornaria uma das maiores bandas do mundo. Aqui o que importa é a história. 

Na biografia do grupo australiano conta-se que ele foi expulso da banda pois se recusou a subir no palco em uma apresentação sem nenhuma explicação lógica para isso. Em seu lugar, com o show prestes a começar e sem vocalista, o motorista da van que levava o grupo se ofereceu para cantar. Ele era simplesmente Bon Scott! A partir daquela noite, a história consagrada deste medalhão do rock e metal todos já conhecem.

Se quiser ouvir mais músicas na voz do vocalista original, há outros áudios no Youtube, basta pesquisar.


Dave chegou em São Paulo no dia 17, dois dias antes do primeiro show no país, em Curitiba. Ele faria outros 3 shows, em Jaraguá do Sul (SC), Várzea Paulista, e somente então retornaria a São Paulo quando, além do show, havia uma tarde de autógrafos agendada. Porém, se eu poderia conseguir essa foto antes, com certeza não optaria por esperar mais uma semana. Então, sabendo que Evans participaria de uma entrevista na Kiss FM no dia 18, fui até lá com Kevin, Sheila e Givaldo. Evans foi muito receptivo, acredito que não imaginou que encontraria fãs a sua espera, então curtiu o momento.


Uma semana depois, perguntei à Ellen como foi a sessão de autógrafos. Ela respondeu que foi triste, pois quando entrou no local, percebeu que estava completamente vazio. Esperava encontrar uma fila, ainda que pequena, mas na realidade era a única fã que ele tinha a atender. Disse que ele foi muito legal, e que deu pra esticar o papo de boa, já que ele não teria que atender mais ninguém.


O fracasso, entretanto, não se limitou à sessão de autógrafos. Eu ganhei um par de ingressos em uma promoção da Kiss FM. Ao ser confirmado como ganhador, tive que retirar o prêmio na sede da rádio. No dia do show, que aconteceu no Gillan's Inn, foi uma verdadeira palhaçada, daquelas que só acontece no Brasil. O local estava absolutamente vazio, às moscas mesmo.

O show deveria começar às 22hs, informação que claramente constava no ingresso, o que já é um pouco tarde, especialmente para quem trabalhou o dia inteiro, como era o caso da Sheila. No entanto já era quase meia noite e nada de começar. Revoltada, reclamou com o dono do lugar, que justificou-se dizendo que a casa estava um pouco vazia, mas que costuma melhorar depois da meia noite, portanto só começaria por volta de 01:00h da manhã. Revoltados, fomos embora sem assistir à apresentação. Óbvio que nunca retornamos a esse bar para nada, seja para curtir, seja para assistir a um show.

Fomos um pouco moles. Eu gastei tempo e dinheiro para buscar os ingressos, e mais tempo e dinheiro para ir a um show que não aconteceu no horário anunciado. Cabia um processinho. Mas é o tipo de coisa que os donos de bares fazem porque sabem que ninguém vai levar adiante. Hoje eu levaria. Eles tem que aprender a respeitar o consumidor. Por menos dinheiro que eu conseguisse, o fato de encher o saco já faria valer a pena.

sábado, 6 de setembro de 2014

Sabaton

Como já citei algumas vezes, é muito difícil relacionar-se com alguém que não é do corre. Você pode até levar a pessoa uma vez ou outra, mas ela nunca será capaz de compreender nossa motivação, nosso estilo de vida. Menos ainda se você literalmente abusar da boa vontade dela. E infelizmente foi isso que o Leo fez por anos com a Deise. Bem que avisamos, diversas vezes: "a Deise é uma mulher legal e você está vacilando, vai perde-la por causa de corre, e principalmente por causa de Wacken". Mas ele não nos ouvia.

Leo tem muito mais anos de corre que eu, começou em 1997 e eu em 2008. Eu o conheci no corre do Motörhead em 2009. O adicionei no Orkut e ele tinha quatro álbuns com as fotos de corres. Era tanta foto, com tantos músicos de metal, que  passei a chama-lo de mestre (observação: não confundir com o que aqui chamo de Mestre, é outra pessoa). Ainda que com o tempo eu o tenha superado, nessa época eu ainda estava um pouco atrás.

Leo não estava nem aí para repetir bandas. Por exemplo, se viesse uma banda com quem já tinha um monte de fotos, ainda assim lá estava de novo, quase sempre deixando a Deise só. Se a banda em questão substituiu algum integrante, vá lá. Mas ele ia sempre com trocas de integrantes ou não, pelo simples prazer do corre. Sou capaz de entender isso, mas será que Deise teria a mesma compreensão? Difícil...

Por minha vez, mais novato, quase todas as bandas eram novidade. Até então houveram poucas repetições, só de bandas que eu realmente sou muito fã. As que ia por ir, mas já tinha, deixava pra lá. E pulava várias, incluindo algumas que eu não deveria ter pulado, pois era oportunidade única. No entanto, com poucos anos de corre, ainda não sabia avaliar com precisão o que poderia ou não pular. Até hoje eu erro de vez em quando, mas bem menos, claro. Sheila também ficava puta da vida comigo, mas ao menos eu estava conseguindo bandas que até então não tinha, e isso era muito diferente do que o Leo vinha fazendo.

Leo tornou-se conhecido como Leo Wacken pois fazia questão de ir ao Wacken todos os anos. Mais uma vez, avisamos que isso era um erro terrível. Não bastava deixar a menina sozinha todo final de semana, uma vez por ano ele a deixava só por aproximadamente um mês. Seria muito mais jogo ir ano sim, ano não, e leva-la com ele. Isso provavelmente salvaria o relacionamento e ela seria um pouco mais compreensiva com o fato de não te-lo disponível na maioria dos finais de semana.

Às vezes ela até o acompanhava nos corres, mas era nítido que nunca foi uma de nós, nunca conseguiu viver ou se divertir como nós. Estava lá cumprindo uma simples obrigação de namorada, mas na maioria das vezes sua expressão dizia "que saco!". Leo não ouvia, fazia questão de se ausentar em todos os finais de semana e também um mês por ano.

Aconteceu o inevitável: a mina saturou de ficar só e terminou a relação assim que Leo retornou do Wacken no dia 3. No dia 5 teve corre, do Death to All. Leo chegou com uma cara de velório desgraçada e eu já sabia o porquê, pois sua agora ex namorada fez uma postagem muito estranha no Facebook. Telefonei assim que vi, então ele contou o que havia acontecido.

No dia seguinte, corre do Sabaton. Sendo sincero, eu não conhecia essa banda, fui apenas porque era "figurinha nova". Com o tempo tornou-se uma de minhas bandas prediletas, mas até esse dia a única música que ouvi - e gostei - foi Smoking Snakes. Leo passou em casa de carro, eu e Sheila seguimos com ele ao hotel, onde encontramos Sara, Karina e Ellen, além de Cammy, uma amiga do Rio a quem eu conhecia virtualmente, mas pessoalmente era a primeira vez.

O corre em si foi tranquilo, sem quase nada que merecesse ser destacado. Fato que Leo ficou quase todo o tempo no restaurante do hotel sendo consolado pelas meninas, especialmente por Sara e Karina. Ele estava arrasado, e parecia surpreso pela atitude de Deise de terminar a relação. Infelizmente, nós avisamos, enfim...

Era a primeira tour do Sabaton no Brasil. Todos os músicos atenderam numa boa. Joakin, inclusive, não se importou em gravar uma mensagem para os ouvintes da rádio Exmera, na qual Leo trabalhava na época.

No entanto, não vimos o guitarrista Chris Rörland. Um dos músicos nos confirmou que ele estava doente, com "caganeira", e que por isso nem estava saindo do quarto. Leo e Ellen estavam determinados a ficar até que ele aparecesse, e por isso esperaram até as 05:00hs do dia seguinte. Eu e Sheila não esperamos, retornamos de ônibus para casa. Como meu relacionamento com ela também não estava em seus melhores dias, e igualmente por causa de corres, deixei a foto com o Leo, para que ele tentasse pegar o autógrafo para mim. Não retornei no dia seguinte. Por sua vez, Ellen e Leo retornaram e conseguiram. Somente o conheci em 2016.

Joakim Brodén, vocalista do Sabaton
Thobbe Englund, guitarrista do Sabaton de 2012 a 2016
Pär Sundström, baixista do Sabaton
Hannes Van Dahl, baterista do Sabaton
Leo conseguiu a assinatura que faltava

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Celtic Woman

Eu não conhecia essa banda, mas chamou atenção quando houve o anúncio de 5 shows no Espaço das Américas, que não é um lugar pequeno, cabem 8.000 pessoas. É evidente que pesquisei e, embora o som delas passasse bem longe do metal, ainda assim curti. Valeria a pena conhece-las, são todas bonitas e muito talentosas.

Como sabia que Estéfano também se interessaria por esse corre, monitorei o Instagram das integrantes. Após identificar o hotel através de uma foto postada, fui com ele e Givaldo. As duas primeiras a aparecer foram Máiréad Nesbitt e Máiréad Carlin. Carlin demonstrou muita curiosidade sobre como sabíamos que elas estavam nesse hotel. Ficou surpresa quando respondi que reconheci um prédio em uma foto que ela postou no Instagram, o que me levou a identificar a avenida Paulista e o hotel Meliá Paulista.


As outras integrantes não foram tão legais: aceitaram assinar, mas não quiseram tirar fotos, pois alegaram que não estavam maquiadas.  ̶F̶r̶e̶s̶c̶u̶r̶a̶ ̶d̶a̶ ̶p̶o̶r̶r̶a̶!̶ Se eu fosse mega fã, provavelmente tentaria novamente. Apesar de haverem outros shows, não retornei: se não quiseram atender com essa justificativa, dificilmente atenderiam em outra oportunidade. 

Máiréad Nesbitt foi muito simpática e receptiva
Ainda mais legal, Máiréad Carlin postou nossa foto em seu Instagram