sábado, 25 de maio de 2013

Platina

Platina foi uma ícônica banda de hard-rock paulistana dos anos 80. Lançou apenas um álbum auto-entitulado, em 1985, que foi o suficiente para deixar saudade. Dois de seus integrantes trilharam uma carreira musical de respeito e bastante conhecida: os irmão Andria e Ivan Busic, que depois tocaram na banda Taffo e, principalmente, no Dr. Sin.

Tenho uma história pessoal com o álbum: em 1985 eu era muito próximo aos integrantes do Viper. Estudava no mesmo colégio que Felipe Machado - Nossa Senhora do Sion, em Higienópolis, São Paulo - e frequentemente visitava algum integrante. Numa dessas visitas, Felipe e Yves me chamaram para acompanha-los até a Galeria do Rock, onde planejavam colar e distribuir flyers de um show que estava para acontecer. Entramos na Baratos Afins e o dono, Luiz Calanca, mostrou a capa do álbum do Platina, uma banda que nunca ouvi falar até então. Eu só vi porque os acompanhava, ainda era segredo, pois o álbum só foi lançado algumas semanas depois. Após o lançamento, movido pela curiosidade, retornei à loja e comprei o LP, que sinceramente adorei.

Em 2012, a banda se reuniu para gravar o cover One Of These Days, do Whitesnake. Embora sem Daril Parisi, houve a esperança de que fosse o ensaio para um retorno definitivo, mas foi apenas uma brincadeira entre velhos amigos.

No ano seguinte, a consolação: os integrantes originais, incluindo Daril Parisi, reuniram-se no Manifesto Bar para única apresentação especial. Era a chance que eu precisava para conhecer os dois integrantes que faltavam, já que eu havia conhecido os irmãos Busic no ano anterior, no evento Dr. Sin's Help, também no Manifesto Bar. Kevin, que também tinha o álbum, se interessou em me acompanhar para conseguir os rabiscos.

Eu, ele e Sheila chegamos no meio da tarde, e ainda não havia qualquer movimentação em frente ao Manifesto. Como Kevin nunca consegue esperar quieto, retirou o encarte do álbum e começou a zuar as roupas dos músicos, que realmente eram ridículas, embora muitas vezes fosse padrão para bandas de Hard Rock/Glam. Dávamos boas risadas quando um cara enorme, de dentro de um carro, perguntou o que estávamos rindo. Kevin foi até ele e disse o motivo. O cara saiu com cara de poucos amigos, apontou para um dos integrantes e disse "ta vendo esse cara? Sou eu!". Não havíamos reconhecido, mas era Sergio Sheman, o vocalista. A cara de bravo foi apenas brincadeira, então conversamos por um bom tempo, até a chegada dos sempre gente boa irmãos Busic, acompanhados de Edu Ardanuy, quando já começava a anoitecer.

Sergio Sheman, vocalista do Platina
Andria Busic, baixista do Platina
Ivan Busic, baterista do Platina
Edu Ardanuy, então guitarrista do Dr. Sin

Um pouco mais tarde, chegaram os músicos que faltavam: Marcelo Souss, convidado especial, e finalmente, Daril Parisi. Após conseguir fotos e autógrafos com todos, entramos no carro e fomos embora. Lamentei muito não ter ficado, mas era época de vacas magras, e eu realmente não tinha dinheiro para entrar, por mais que o ingresso fosse em conta. Espero que mais shows assim ainda se realizem no futuro, pois ainda quero ver esses caras ao vivo, com essa banda!

Marcelo Souss, tecladista convidado
Daril Parisi, guitarrista do Platina

Pra finalizar: tudo a ver ir a um corre do Platina com uma camiseta do Slayer, certo?! Até o Sergio Sheman zuou: "tem certeza que você é fã de Platina?!"...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Yes

Marcelo Zava passou de carro em casa para me buscar e fomos ao encontro de Sheila, que saía do trabalho às 17:00hs. O prédio onde fica sua hoje ex empresa é literalmente no mesmo complexo onde fica o Hilton, o hotel onde os integrantes do Yes estavam, e também o Sheraton. Porém, decidimos comer algo antes de iniciar o corre, então fomos ao shopping D&D, que fica integrado ao Sheraton. Pedimos um lanche no McDonald's, e após degusta-lo estávamos prontos para iniciar. Porém quando intencionamos ir para a frente do hotel, Zava observou que Chris Squire jantava em um dos restaurantes da praça de alimentação.

Quando finalizou a refeição, Squire saiu empurrando a cadeira de rodas da esposa, que é cadeirante. Um pouco constrangidos, pois não contávamos com isso, fizemos a abordagem. Entretanto, ela não pareceu se incomodar, foi mega gente boa e interagiu muito conosco, queria saber se fomos ao show, se gostamos... Apenas pediu para afastarmos a cadeira, pois não queria aparecer nas fotos, embora não nos importássemos se estivesse. Ele foi mais caladão, mas aceitou tirar fotos e autografar. Foi a única vez que o vi, pois faleceu dois anos depois. Nos oferecemos para empurrar a cadeira de volta ao hotel, mas educadamente recusaram, então apenas os acompanhamos, como se fôssemos seguranças. Até porque todos iríamos ao mesmo lugar...

Chris Squire, baixista do Yes de 1968 a 1981 e de 1983 a 2015, quando faleceu

Cometi um erro imperdoável, pois esqueci a caneta prata em casa. Zava tinha somente caneta preta, ficou horroroso, porque a imagem que levei é escura. Mais a noite, conforme os integrantes saíam para o show, os abordávamos e conseguíamos as fotos, exceto, é claro, com o mala da banda, Steve Howe. Eu já sabia que é chato, pois Yes é a banda predileta de Zava, que sempre encontrava os integrantes quando tinha show em São Paulo. Howe assina, mas não tira fotos. Sempre foi assim, inclusive quando vinha com o Asia. Sabendo disso, preparamos uma armadilha para ter um prêmio de consolação: uma câmera oculta, que o filmou atendendo a mim e ao Zava. Enquanto Howe nos atendia, Alan White passou e entrou na van.

Geoff Downes, tecladista do Yes
Jon Davison, vocalista do Yes


Um pouco mais tarde, Kevin chegou. Comentamos sobre o vídeo que fizemos com Steve Howe e ele usou toda a sua falta de noção para fazer algo parecido. Em frente ao hotel há um balcão da empresa que administra o estacionamento, e havia um jovem trabalhando. Kevin o convenceu a tirar fotos quando Howe o atendesse. O problema é que se o velho visse, a coisa ficaria feia. É o tipo de coisa que eu simplesmente não faço: eu estava me divertindo, mas o cara estava trabalhando, ganhando o dinheiro dele. Se fosse descoberto e Howe reclamasse para algum funcionário do hotel, poderia até mesmo perder o emprego, quem sabe até mesmo por justa causa. Mas vai explicar isso pro Kevin, simplesmente não está nem aí...

Mais cedo, eu e Zava deixamos a câmera em cima do balcão, mas era isso, apenas uma câmera em cima do balcão. Com a conivência do trabalhador, Sheila fingiu-se de cliente, como se estivesse pagando pelo estacionamento. Como ela via o visor, ela no máximo faria algum ajuste discreto na posição caso fosse necessário. Na real, nada indicaria a Howe que estava filmando. Já neste caso era diferente, pois o moleque estaria com a câmera nas mãos batendo fotos, ainda que sem flash. E a merda prevista aconteceu: por um instante, Howe virou o rosto e percebeu o que acontecia. Ficou maluco, gritando e esperneando: "No pictures! No pictures! No pictures!".

Exatamente como previ, foi à recepção e protocolou uma reclamação. Espero realmente que nada tenha acontecido, que tenha sido somente uma advertência. Porém, pela minha experiência no mercado de trabalho, aquilo foi caso pra demissão certa. Eu mesmo já fui demitido por muito menos.

Autografado por todos menos por Alan White. Ficou uma verdadeira merda :(

Não me recordo porque não conseguimos ver Alan White. Talvez tenha voltado mais tarde do HSBC, talvez tenha usado uma entrada diferente no hotel, realmente não sei. Sem problemas, retornaríamos no dia seguinte para completar a missão. Para minha sorte, Kevin tinha uma foto extra para autografar, e nao se importou em me ceder, para que eu tentasse pegar autógrafos melhores. Já em casa, não achei a caneta prata mas achei azul, deveria servir.

No dia seguinte, quando a banda saiu para o aeroporto, abordamos Alan White. Ele, entretanto, piscou no momento da foto e ja entrou na van, não foi possível pedir outra, Mais uma vez, sem problemas. Quando postei a foto em minhas redes sociais, um amigo enviou a mesma foto, mas com olhos abertos. "Espero que goste, usei os olhos dele mesmo". Gostar?! Eu adorei! Minha primeira foto Photoshopada!

Esta é a foto original, parece que Alan White está dormindo
Minha primeira foto Photoshopada. Pareceu um pouco estrábico, mas ok, melhor que de olhos fechados

Steve Howe ainda estava puto com o que aconteceu na noite anterior e não atendeu, nem mesmo autografou. Kevin, é claro, não ficou satisfeito, e seguiu ao aeroporto. Eu o acompanhei, porque depois iríamos encontrar a Sheila, almoçar, e seguir para o corre do Platina. Já no aeroporto, encontramos nosso amigo Ricardo Ramalho e Kevin fez com ele a mesma coisa que fez com o jovem na noite anterior. A diferença é que ningém corria o risco de demissão. Mais uma vez, o chato abordou Steve Howe, enquanto Ricardo tirava várias fotos. Entretanto, desta vez Howe não percebeu. Mantive-me afastado, apenas observando de longe o que acontecia.

Consegui autógrafos um pouco melhores, mas faltou o de Steve Howe aí

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Stratovarius

O corre do Stratovarius em 2013 provavelmente foi o mais simples de todos que já fiz com essa banda. Nem há muito o que dizer, todos os integrantes atenderam de boa os 2 fãs que apareceram para recepciona-los no aeroporto: eu e Juliana. Até mesmo Timo Kotipelto, que é "malinha" (atende mas, se puder, escapa) atendeu de boa. Adorei a camiseta dele, embora não seja novidade para ninguém que ele é fã de Iron Maiden.

Enfim consegui a foto com Timo Kotipelto, na terceira tentativa. A nhaca acabou!
Matias Kupiainen, guitarrista do Stratovarius, sempre um cara bacana
Lauri Porra, baixista do Stratovarius, sempre um gente fina
O então novo baterista, Rolf Pilve, é mais na dele, mas atende de boa também
Jens Johansson, o tecladista, é um dos caras de banda mais legais para se conhecer, sempre bem-humorado

domingo, 12 de maio de 2013

Steve Grimmett & The Sanity Days

Eu, Sheila, Leo e Deise fomos ao Manifesto para o corre de Steve Grimmett & The Sanit Days. Mestre já estava por lá e contou que os músicos chegaram cedo para a passagem de som, mas Steve Grimmett viria somente mais tarde. Formada apenas por ex integrantes do Onslaught, esse seria um corre no mínimo interessante, com somente "figurinhas" inéditas para mim. Quase conheci Steve Grimmett em 2010 quando encontrei os caras do Raven, pois o ex vocalista do Grim Reaper era o responsável pelo show de abertura. Entretanto, quando cheguei ao hotel, já havia saído para o Carioca Club. Decidi esperar por uma próxima oportunidade, que felizmente chegou.

Um pouco mais tarde, a passagem de som foi finalizada e Alan e Jase saíram para fumar. Essa foi a oportunidade que tivemos para conhece-los. Quando Steve Grimmett, que nesta época ainda não tinha a perna amputada, chegou para o show, o abordamos. Após, decidimos finalizar, embora ainda não tivéssemos conhecido Steve Grice. Pareceu melhor do que esperar pelo término de um show que ainda nem tinha começado. Não havia indício de que conseguiríamos vê-lo antes.

Steve Grimmett, vocalista do The Sanity Days
Alan Jordan, guitarrista do The Sanity Days
Jase Stallard, baixista The Sanity Days

A curiosidade deste corre é que foi o último em que eu e o Mestre éramos amigos. Nos conhecemos em 2009 no corre do Motörhead, e desde então fizemos muitos corres juntos. No final de 2012, ele começou a namorar com a cuidadora de idosos que conheci no corre do Motley Crüe em 2011. Como eu e ela estávamos tretados desde 2012, ela o proibiu de falar comigo. Mestre também é conhecido como "O virgem de 50 anos". Carlos sempre comenta: "o conheço há 30 anos e nunca o vi com mulher nenhuma, nem antes nem depois da cuidadora de idosos". Mestre acatou o pedido, pois não falava comigo quando estava com ela, mas continuávamos fazendo corres e falando normalmente quando não estava. Entretanto, permanecíamos amigos no Facebook.

Na mesma semana, ele avisou que iria me excluir a pedido dela, que ficou puta da cara quando soube que eu estava no corre e falei com ele. Meu argumento foi: "vocês são muito diferentes e esse namoro não vai longe. Se me excluir e vocês terminarem, nem adianta vir falar comigo, pois não terá volta". Ele se desculpou mais uma vez e excluiu. Um ano se passou, e como previsto o namoro acabou. No corre do Uriah Heep, ele tentou me cumprimentar estendendo a mão com um sorriso no rosto, como se nada tivesse acontecido, mas foi ignorado. Muitos anos se passaram e continuamos sem trocar ideia. Ele se tornou mais um dos que fala mal de mim por aí desde então.

Se eu arrumar uma namorada, de corre ou não, que me proíba de falar com um amigo apenas porque não gosta dele, será solemente ignorada. Se já éramos amigos antes dela estar comigo, ela terá que aceitar esse fato. Tentar bater de frente será pior, pois vai me perder mais cedo ou mais tarde. Exceto, é claro, se o motivo justificar. Meu amigo a estuprou? A agrediu? Houve algo realmente grave? Se sim, é claro que ficarei do lado dela, inclusive se o relacionamento terminar. Se não, não perderei uma boa amizade por causa de buceta, não mesmo. Não sou escravoceta como o Mestre.

Mestre sempre foi conhecido por fazer montagens bem humoradas com fotos, mas depois deste dia passou a faze-las quase que somente com indiretas. Como eu utilizava o termo "picture hunter", criado por Jonas para indicar pessoas que fazem corres, ele passou a criar mais e mais montagens com mensagens raivosas aos picture hunters, como se ele mesmo não fosse um deles, além de postar frases e pensamentos, como "se um ex amigo precisar de uma bolsa de sangue não é para me procurar, pois não ajudarei" e "fotinho com banda vale mais do que a verdadeira amizade". Abaixo, pérolas tiradas de seus perfis em redes sociais.

Comovente, quase caiu uma lágrima

domingo, 5 de maio de 2013

Xandria

Foi a primeira banda que veio ao Brasil após o início de minha parceria com Milton. Como combinado, perguntei se gostaria que eu pegasse autógrafos extras para ele, mas sua resposta foi negativa, pois curtia apenas bandas mais clássicas, tal como Rainbow, Deep Purple, Black Sabbath, Iron Maiden etc. Bandas novas como Xandria não eram sua praia. Nem a minha: é uma banda que fui conhecer somente por ser "figurinha nova", mas mal conhecia o som.

Por isso, fiquei chocado quando fui ao aeroporto para esperar a chegada dos integrantes. Quando a vocalista Manuela Kraller passou pelo portão de desembarque, nem a reconheci, estava totalmente diferente da foto promocional que levei para a banda autografar. Photoshop foi usado com força ali. Quanto aos demais músicos, o baixista Steven Wussow é incrivelmente gente boa e ficou um tempo tentando se comunicar conosco. Por sua vez o guitarrista Marco Heubaum é meio esquisitão, fechado, daquele tipo que apenas balança levemente a cabeça quando alguém pergunta se pode tirar uma foto com ele, mas nem se dá ao trabalho de vocalizar a resposta. Esses foram os que me chamaram mais a atenção de alguma maneira mas, enfim, todos atenderam, foto e autógrafo.

"Cê ta louco", usaram 10 quilos de Photoshop aí. Daí para mais...
Manuela Kraller, vocalista do Xandria de 2010 a 2013
Philip Restemeier, guitarrista do Xandria
Marco Heubaum, guitarrista do Xandria
Steven Wussow, baixista do Xandria
Gerit Lamm, baterista do Xandria