Nunca vi uma banda sofrer tanto quanto o Theatre Des Vampires. Tudo começou em 2012, quando foi anunciada a turnê sul-americana, com passagem por Venezuela, Argentina, Brasil, Guatemala e Colômbia. Quando a banda desembarcou em Caracas para o primeiro show, foi abordada pela polícia local e deportada. Os integrantes ainda tentaram negociar para prosseguir ao próximo destino, Buenos Aires, mas nada feito: foram colocados no mesmo avião em que vieram, retornando para Roma. De volta à Itália, a banda comunicou aos fãs o adiamento da turnê. Felizmente, não demorou tanto para que algumas cidades fossem remarcadas, entre elas, São Paulo.
O ingresso estava barato, mas eu estava realmente sem dinheiro, então decidi ir para a frente do News Club, na rua Augusta, onde aconteceria o show, para tentar conseguir ao menos uma foto com a vocalista Sonya Scarlet. Após esperar por algum tempo, a banda chegou ao local de táxi (wtf?! nunca vi isso!!!), acompanhada por Dewindson, vocalista da banda de abertura, Ravenland. Não havia muitos fãs em frente ao local, mas mesmo assim os músicos apressaram-se em entrar na casa, não consegui aborda-la.
Mais tarde, fiquei sabendo que a banda estava hospedada em um tal hotel Paris, no Anhangabaú. Eu nunca tinha ouvido falar nesse hotel mas, sem problemas, iria lá ao dia seguinte. Combinei com uma amiga e fomos. Chegando lá, que desgraça! Bem ao lado das escadas rolantes que ligam a rua Cel Xavier de Toledo à Rua Formosa... Sabe aqueles "hotéis" que cobram 20 reais por 2 horas, 30 reais por 3 horas, ou 50 reais por período de 12 horas, utilizados apenas quando você está sem dinheiro e quer dar uma rapidinha?! Pois é, era em um desses que estava o Theatre Des Vampires.
Havia um bar em frente, então sentamos em volta de uma mesa, pedimos uma coca-cola, e ficamos aguardando pela saída da banda para o aeroporto. De vez em quando, toda a banda, incluindo Sonya, aparecia na (mesma) janela. Será que o produtor teve coragem de colocar todos no mesmo quarto?! Não posso afirmar isso, mas por tudo que vi, eu não duvidaria!
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O hotel à esquerda e o bar que ficamos à direita. Observe a Torre Eiffel pintada na parede do hotel Paris |
Quando a banda saiu, os músicos apenas autografaram a foto que levei, e entraram na van. Ou não entenderam que queríamos tirar foto com eles, ou já estavam tão de saco cheio com tudo o que estava acontecendo, que simplesmente ligaram o foda-se. Sonya foi a única que parou para nos atender com foto e autógrafo.
Mais tarde, conversei com Karina, que foi ao show. Ela disse que havia no máximo 40 pessoas dentro da casa. Isso não pagaria nem as passagens para trazer a banda ao Brasil, certeza que o prejuízo que o produtor teve com esse show foi monstruoso, mas fica a pergunta: não seria melhor cancelar e assumir o prejuízo, do que fazer a banda vir e submete-la a condições tão precárias de transporte, hospedagem e sabe-se lá o que mais?!
Karina continuou, dizendo que a casa de shows não era boa, com palco muito baixo, quase que um tablado: "os caras tocaram quase no nível do chão, mano". O som estava bom, mas houve um atraso considerável. A previsão é que o show iniciasse às 18:00 hs, mas a banda principal se apresentou somente às 22:00 hs. Curiosamente, essa foi a última passagem da banda no Brasil, e não há nenhuma previsão de retorno. Por que será?!
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