sábado, 29 de outubro de 2011

Aerosmith

Após passar o dia todo no aeroporto, conseguir fotos com o Sirenia, e descobrir que o Aerosmith desembarcou no outro terminal, era hora de radicalizar. Eu e Sheila decidimos nos hospedar, mas com receio, já que poucos dias antes, Steven Tyler sofreu uma queda no banheiro, no Paraguai, o que obrigou o cancelamento do show no país, além da necessidade de reconstruir alguns dentes quebrados. Será que ele tiraria fotos com o rosto roxo e inchado? Teríamos que descobrir.

Fomos direto à recepção do Unique, onde, após o check-in, nos ofereceram champanhe de boas vindas. Uau! Já nos hospedamos em outros hotéis 5 estrelas antes, como Hilton, Hyatt e Tivoli, mas champanhe de boas vindas foi a primeira vez. A seguir, uma funcionária nos acompanhou até o quarto. Logo ao entrar no elevador, percebemos que era totalmente escuro com uma leve iluminação sobre nossas cabeças. Neon?! Não sei. Os corredores mantinham o mesmo estilo. Sinceramente, eu adorei!

Corredores do Hotel Unique. Imagem: reprodução da internet

De noite, decidimos jantar no Skye, um sofisticado restaurante contemporâneo e bar, localizado na cobertura do hotel, com piscina e vista panorâmica. Sabíamos que não seria barato, mas aquele era dia de aproveitar. Pizzas de 60 reais, imagina quanto valia isso em 2011. Não eram tão grandes, mas estavam absolutamente deliciosas.

Sheila: "A Brazuca", molho de tomate, mussarela e catupiry, carne seca desfiada, farofa de mandioca e queijo coalho
eu: "A Bacana", molho de tomate, mussarela e alho poró refogado, camarões, gengibre, gergelim e toque de queijo cheddar

Enquanto comíamos, Steven Tyler chegou, rodeado por alguns seguranças do hotel e o segurança brasileiro, Sombra. Ele sentou-se em um banco em volta de uma mesa próxima aonde estávamos. Não reagimos, continuamos a comer, apenas comentamos como aquele momento era surreal. Quando terminamos, partimos para a sobremesa.

Escolhi esse sorvete que veio em um formato meio esquisito e nem era tão bom assim
Sheila também quis sorvete, a escolha dela foi melhor que a minha

Após o jantar, permanecemos sentados, esperando por uma oportunidade para abordagem. Houve um momento em que Sheila precisou ir ao banheiro. Antes que ela retornasse, Steven Tyler também foi, acompanhado por um segurança do hotel. Eles se encontraram no corredor enquanto ele ia e ela retornava. Ela pediu para tirar uma foto com ele, que pegou a câmera da mão dela, fez uma selfie e devolveu.

Quando, bem mais tarde, Tyler tentou sair do local, nosso amigo curitibano Vergil, que também estava hospedado, levantou uma placa com os dizeres "Dream On a photo with Steven Tyler until my dream comes true...". Steven viu e resolveu atender, ele foi o primeiro a conseguir foto e autógrafos. O que se seguiu foi uma loucura: o bar estava infestado de fãs, todos esperando por uma oportunidade. Ele foi completamente cercado por muitos que não tinham a menor noção de civilidade ou respeito. Sozinho, Sombra não daria conta de todos. Solícito, Steven Tyler até tentou atender, mas estava uma zona generalizada.


Mas Sombra tinha um problema adicional: Jonas. Completamente descontrolado, ele se jogava em cima dos fãs, enquanto berrava "Sombra" diversas vezes. Revoltado com o que acontecia, Vergil pegou a caneta prata e rabiscou várias vezes a camisa branca de Jonas, que nem percebeu, pois se comportava como uma menininha na frente de todos.

Ele tanto fez, que foi retirado à força do local por dois seguranças do hotel. Um veio de um lado, outro veio de outro, e só o vimos berrando, sendo arrastado para longe, balançando as perninhas no ar. Mais um papelão de nosso "amigo" desequilibrado. Sem Jonas, Sombra conseguiu colocar seu cliente em segurança, conduzindo-o ao elevador. Naquela noite, nada mais aconteceu.

Na manhã seguinte, acordamos cedo. Após o café, descemos ao hall, onde estava Deca e uma amiga, que decidiram se hospedar nesse segundo dia. Eu e Sheila não renovaríamos nossa estadia, mas sabíamos que não teríamos hora para sair. No começo da tarde, Tom Hamilton apareceu, acompanhado por um segurança. Ele nos atendeu e saiu para atender o pessoal que o aguardava fora do hotel.

Tom Hamilton, baixista do Aerosmith

Após retornar com Tom Hamilton, o segurança trouxe, um pouco mais tarde, o baterista Joey Kramer, que fez o mesmo. Mas foi só, nem sinal dos outros integrantes. Depois de certo horário, sabíamos que a banda já deveria estar no estádio, e somente então conseguimos relaxar.

Tantos anos tirando fotos e eu nunca aprendo a fazer uma cara boa

Após o show, Tyler apareceu mais uma vez no Skye, mas os fãs estavam bem mais tranquilos que na noite anterior. Todos se organizaram em uma fila e a coisa rolou. Quando chegou minha vez, eu quis fazer tudo o mais rápido possível, pois havia muitas pessoas na fila, e eu queria que todas fossem atendidas. Então, após a foto, saí rapidamente, mas Tyler correu até mim e disse algo que não consegui compreender. Jamais saberei o que ele tentou dizer, nem porque foi tão importante interromper o atendimento para me falar o que quer que fosse. Quando retornou para atender quem faltava, eu e Sheila fomos para o quarto, era hora de dormir.

Tyler estava nem aí com o olho roxo e tirou fotos com todo mundo

Sombra, o segurança, era meu amigo no Facebook - na vida real também, mas isso é outra estória. Ele postou essa estória incrível:

"Por volta das 02:00 hs, começou a chover. Me aproximei da janela do Skye e percebi que haviam alguns fãs na rua, debaixo de chuva, na esperança de que algo ainda acontecesse. Eu contei para Steven Tyler, que imediatamente fez questão de descer. Ele ordenou que colocássemos todos os fãs dentro do hotel e atendeu a todos. Depois disse a eles "agora que eu atendi vocês, por favor, saiam da chuva e vão para suas casas". Isso me emocionou, nunca trabalhei com um artista que tivesse tanto respeito pelos seus fãs."

Vergil também contou essa estória, disse que quando chegou do show - já que estava hospedado - viu Tyler no saguão atendendo a todos, e não era má ideia tirar mais uma foto. A diferença é que não foi algo rápido, Tyler fez questão de conversar com todos e, inclusive, lembrou-se que Vergil era o cara da placa, da noite anterior. Depois, certificou-se que todos foram atendidos, se despediu e falou para todos se cuidarem, pois realmente estava começando a chover. No dia seguinte, antes da banda partir para o aeroporto, havia umas 70 pessoas do lado de fora do hotel, ele atendeu todo mundo. Quase todos os músicos atenderam, exceto Brad.

Faltam as assinaturas de Brad e Joe

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Saxon

Na primeira vez que tentei conhecer os integrantes do Saxon, fomos ao hotel errado. Após esperar por algum tempo, surgiu a informação de que a banda estava em outro hotel, então seguimos para lá. Quando a banda retornou do jantar, conseguimos abordar apenas três integrantes. Não lembro se os outros subiram para seus quartos sem nos atender ou não foram jantar mas, enfim, só conseguimos abordar Biff Byford, Doug Scarratt e Nigel Glockler.

Todos foram legais, mas Biff estava muito, muito doido. Ele perguntou quantos fãs éramos ali, no hotel, quando respondemos "8", ele disse que éramos todos convidados dele para o show, que bastava dar uma lista com os nomes que entraríamos na pista vip. Exceto as groupies, Sheila era a única mulher na ocasião, então tirou um papel da bolsa, fizemos a lista e entregamos para ele, que seguiu para o merecido descanso. Doug também se despediu e subiu.

Nigel, por sua vez, estava com Yolanda e queria comprar preservativos. Foi uma cena muito engraçada: os dois bêbados, quase que entrelaçando pernas, tentando se manter de pé, caminhando para a farmácia, que ficava a umas duas quadras de distância. 

Biff Byford, vocalista do Saxon
Doug Scarratt, guitarrista do Saxon
Nigel Glockler, baterista do Saxon

No dia seguinte, eu e Sheila decidimos primeiro ir ao show, depois ir ao hotel para tentar as fotos que faltaram. Por sua vez, alguns "amigos" que estavam conosco na noite anterior, resolveram retornar ao hotel de tarde. Um deles, Breno, nos disse depois que, quando encontrou Biff, perguntou se estava tudo ok com os nomes na lista. Confuso, Biff respondeu: "Lista?! Que lista?!". Ele estava tão louco que nem lembrava mais. Quando Breno explicou, Biff disse que não estava mais com o papel, e pediu para que ele fizesse uma nova lista. Ele fez, incluiu alguns nomes, e excluiu alguns, incluindo o meu e de Sheila. 

Quando chegamos para o show, fomos a um guichê especial, apenas para a retirada de ingressos para quem tinha nome na lista. Ficamos surpresos em saber que nosso nome não constava na relação. Explicamos a estória para a mulher que nos atendeu, e ela foi compreensiva. Disse que não poderia fazer nada, mas também disse que havia muitas pessoas que não haviam retirado os ingressos, acrescentando que se ao menos duas não os retirassem, ela permitiria nossa entrada. Foi o que aconteceu.


Aquele foi um show no mínimo inusitado: só tinha a galera do corre na pista VIP. Eu, Sheila, Breno, Leo, o Mestre, Kevin e nem me lembro mais quem. Sacrificamos a última música - justo a que eu mais queria assistir, Power & the Glory - para assegurar que chegaríamos ao hotel antes da banda.

Quando o show terminou, não apenas a galera do corre, muitos fãs foram ao hotel. Muitos mesmo. Sorte que o Saxon é uma banda cujos integrantes são todos legais. Apesar do elevado número de pessoas, a banda atendeu a todos.

Nibbs Carter, baixista do Saxon
Paul Quinn, guitarrista do Saxon