sábado, 10 de abril de 2010

Blaze Bayley

Um velho conhecido, Blaze Bayley, retornou a São Paulo para um show no Manifesto Bar. Naquela manhã, recebi um telefonema estranho. Yolanda*, uma amiga do Rio de Janeiro, que havia ficado em minha casa para o show do Metallica, pediu para ficar lá novamente, com uma amiga, por alguns dias. Sem entender direito, falei com Sheila, e concordamos em recebe-las. Eu iria encontra-las no show, então após o trabalho, fui direto para lá. Como cheguei cedo, Blaze ainda não havia chegado. Quando chegou, consegui a foto. Mal sabia que ele atenderia todo mundo novamente e, desta vez, sem a cara de velório do ano anterior. Melhor para mim, pois tirei duas fotos com ele naquele dia. Como ponto negativo, acabei não abordando Dave Bermudez, pois ele não desgrudava de uma menina, estava agarrado com ela o tempo todo, e fiquei "meio assim" de ser inconveniente.


Jay Walsh, guitarrista do Blaze Bayley
Nico Bermudez, guitarrista do Blaze Bayley
Claudio Tirincanti, baterista do Blaze Bayley

Quando encontrei com Yolanda e Fani*, comecei a compreender tudo. Elas vieram do Rio de Janeiro para São Paulo na van da banda. Contaram uma estória difícil de engolir, sobre Blaze ser excessivamente legal com os fãs, em uma tentativa de explicar a carona. Na verdade, uma pegou o baixista e outra estava com um dos guitarristas. Anos depois, me contaram que nessa aventura, vieram com apenas R$10,00 – somando o dinheiro das duas.

A partir desse dia, por alguns anos, elas sempre vinham do Rio para se encontrar com as bandas em São Paulo. Jovens e sem dinheiro, ainda assim estavam em todos os shows, em todos os hotéis. Por algum tempo, até tentaram disfarçar, mas depois despirocaram de vez e falavam abertamente sobre ter pego esse ou aquele músico, ou até a banda inteira de uma vez, era tipo topa tudo.

Yolanda contou que abordavam algum músico, perguntando se gostaria de transar com elas, as duas de uma vez. Em troca, claro: backstage, viagens, diversão. Poderiam até ter uma vida ruim durante a semana, mas nos finais de semana estavam nos melhores hotéis, comendo e bebendo por conta das bandas, assistindo aos shows de cima do palco, e ainda transavam com os rockstars que muitas desejavam.

Fani dizia “quando você pega um boy na balada, você não transa com ele!? Com banda é a mesma coisa, não muda nada”. Pra dizer a verdade, eu nunca liguei muito para isso. Desde que não atrapalhassem o corre, por mim tudo bem.

Eu conheci muitas groupies no decorrer dos anos, mas essas foram as únicas que simplesmente não viam diferença no tamanho das bandas. Enquanto a maioria desejava – e algumas vezes conseguia - nomes enormes como Jon Bon Jovi, Bruce Dickinson ou Dave Mustaine, para as duas o que importava era a quantidade, então poderia ser uma super banda ou uma bandeca desconhecida, elas estariam da mesma forma, agindo sempre da mesma maneira.


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