Lá estávamos novamente hospedados em nosso hotel predileto. Conseguimos a confirmação de que o AC/DC ficaria no Hilton duas semanas antes, quando nos hospedamos para tentar conhecer o pessoal do Twisted Sister, e um dos funcionários nos confirmou que Angus e os outros músicos também ficariam lá. Na mesma hora, fiz a reserva. Não fosse pelo Stratovarius, que em 2009 ficou no Mercure Moema (que então chamava-se, se não me engano, Parthenon), eu começaria a achar que o Hilton era o único hotel utilizado pelas bandas que tocavam em São Paulo. Todas as outras que tentei conhecer ficaram lá: Iron Maiden, Motörhead, Heaven & Hell, Twisted Sister e, agora, AC/DC.
No dia do show, Angus desceu com a esposa para o bar do térreo, mas a chance de contato foi zero, pois os seguranças que o acompanhavam não permitiram qualquer aproximação. Quando a banda saiu para o show, apenas eu, Sheila e Ricardo Pacheco estávamos no local por onde passou Brian Johnson, sozinho, sem segurança. É claro que o chamamos, mas ele não parou, apenas disse que estava atrasado e que nos atenderia no dia seguinte. Confiamos e o deixamos em paz.
Apenas um ano antes, em 2008, a HoundsTV.com postou um pequeno vídeo do vocalista do AC/DC sendo questionado por um fã se ele já havia se aproximado de alguém para pedir um autógrafo. "Sim, eu pedi para Chuck Berry uma vez em 1975", respondeu Brian. "Ele foi o maior babaca que já vi na minha vida - o homem mais rude que eu já conheci. Ele disse que assinava um autógrafo por dia e que, naquele dia, ele já tinha cumprido sua cota. Eu não quero ser um cuzão como ele foi".
O show foi absurdo em todos os sentidos, a começar pela venda dos ingressos. Lembro que fiquei insanas nove horas tentando compra-los pela internet e mal acreditei quando consegui. Já no Morumbi, cometemos o erro de permanecer até a última música e, de onde estávamos, na arquibancada, foi possível ver que a van da banda deixou o estádio assim que o primeiro fogo de artifício pós show estourou. Como saímos junto com todos os fãs, foi muito difícil conseguir um táxi para o hotel, então chegamos muito depois da banda e, naquela noite, nada mais aconteceu.
No dia seguinte, cerca de 10 fãs hospedados aguardavam pela saída da banda. Um dos seguranças que acompanhava os integrantes veio falar conosco, alegando que a banda atenderia, mas apenas fora do hotel. Isso não parecia fazer sentido, mas ainda assim confiamos. Se somando aos de fora, eram 22 fãs.
Os seguranças do hotel, a pedido dos seguranças da banda, instalaram algumas grades de isolamento. Eis que surgiu o gigantesco baixinho. Angus Young foi um dos mais simpáticos, atendeu a todos com calma, a única exigência - feita pelos seguranças, não diretamente por ele - é que ele assinaria apenas um item por pessoa. Por mim, sem problemas, eu só estava com o Back In Black.
Malcom foi o segundo a sair, mas apenas olhou em nossa direção antes de embarcar na van. Por algum tempo acreditei que ele fosse mala. Eu não sabia que já estava doente e que estaria morto poucos anos depois, após sofrer de demência por um longo período.
Malcom apenas deu uma olhada rápida, mas entrou na van sem atender ninguém |
O terceiro foi Phil Rudd, que veio até nós, mas não quis tirar fotos. Ao menos autografou um item de cada fã. Sheila aproveitou para tirar a minha primeira FOTASSA.
Restava Brian Johnson cumprir o que nos prometeu no dia anterior. Quando saiu, foi ainda pior do que Malcom, pois nem ao menos olhou antes de embarcar apressado. Brian foi conosco, assim como Chuck Berry fora com ele, um cuzão. Com a banda completa, a porta foi fechada, e a van seguiu rumo ao aeroporto. O final do corre estava decretado.
Kevin ainda nos chamou para ir do hotel ao Manifesto Bar tentar conseguir fotos com o Skid Row, que se apresentava naquela tarde, mas estávamos cansados e com visita em casa. Dois amigos, Alexandre e Jee, vieram do Rio de Janeiro e Manaus apenas para a ocasião. Passaram dois dias conosco no hotel, mas certamente não aguentariam mais algumas horas de correria. Acabei deixando para lá. No entanto, foi uma má decisão, pois desde então o Skid Row nunca retornou ao Brasil. Até foi confirmada uma turnê em 2013, mas provavelmente devido à baixa vendagem, as apresentações que a banda faria no país foram canceladas.
Phil Rudd assinando meu Back In Black |
O quarto foi o simpaticíssimo Cliff Williams que, como Angus, atendeu a todos com calma e atenção |
Restava Brian Johnson cumprir o que nos prometeu no dia anterior. Quando saiu, foi ainda pior do que Malcom, pois nem ao menos olhou antes de embarcar apressado. Brian foi conosco, assim como Chuck Berry fora com ele, um cuzão. Com a banda completa, a porta foi fechada, e a van seguiu rumo ao aeroporto. O final do corre estava decretado.
Kevin ainda nos chamou para ir do hotel ao Manifesto Bar tentar conseguir fotos com o Skid Row, que se apresentava naquela tarde, mas estávamos cansados e com visita em casa. Dois amigos, Alexandre e Jee, vieram do Rio de Janeiro e Manaus apenas para a ocasião. Passaram dois dias conosco no hotel, mas certamente não aguentariam mais algumas horas de correria. Acabei deixando para lá. No entanto, foi uma má decisão, pois desde então o Skid Row nunca retornou ao Brasil. Até foi confirmada uma turnê em 2013, mas provavelmente devido à baixa vendagem, as apresentações que a banda faria no país foram canceladas.