O Twisted Sister se apresentaria pela primeira vez no Brasil. Como eu me hospedaria, utilizei o banco de horas do serviço para não trabalhar na tarde daquela sexta-feira. Para chegar ao Hilton de transporte público era complicado, pois ainda não havia a linha amarela ligando o metrô à CPTM, então eu e Kevin usamos a ponte orca para chegar ao trem.
Quando chegamos no hotel, fiz o check-in e decidimos esperar no bar do térreo. Estávamos lá, conversando e petiscando, quando o Supla apareceu. Mal chegou e veio falar com a gente, fazendo algum comentário sobre a minha camiseta do Iron Maiden. Disse também que havia acabado de entrevistar Dee Snider. Foi tão legal que não teve como não tirar uma foto, tornando-se, assim, o meu primeiro bônus.
Pouco depois, o gigantesco baixista, Mark "The Animal" Mendoza, saiu do elevador e caminhou em nossa direção. Já estávamos levantando para aborda-lo, mas ele nos manteve sentados com um sonoro “sit down”. No entanto, foi apenas uma brincadeira, já que ele é dos caras mais legais que conheci. Veio até nós, tirou foto e autografou tudo que tínhamos. O problema é que, apesar da discografia lançada pela banda nos anos 80 ter apenas cinco álbuns, Kevin levou 25, vários repetidos. No dia seguinte, não apenas tinha todos autografados por todos os integrantes como, não contente, foi à Galeria do Rock e comprou mais alguns álbuns e um pôster. A banda pareceu não se importar, e quase todos os integrantes realmente demonstraram estar felizes em tocar no Brasil e de ter a oportunidade de interagir conosco.
Não demorou e os demais músicos, exceto Dee Snider, apareceram. Como havia alguns fãs fora do hotel, fomos para lá. Não foi como tinha sido com o Iron Maiden ou com o Motörhead, quando quase sempre havia um integrante da produção ou algum segurança para que as coisas acontecessem o mais rápido possível. A banda passou a tarde conosco, tirou fotos, deu autógrafos, distribuiu fotos autografadas - que trouxe apenas para presentear os fãs - e fez questão de tirar uma foto conosco, que ilustrou a página principal do website da banda.
Eddie Ojeda, guitarrista do Twisted Sister |
A. J. Pero, hoje falecido, era o baterista do Twisted Sister |
Jay Jay French, guitarrista do Twisted Sister |
Quando saiu do serviço, Sheila juntou-se a nós e também conheceu todos, incluindo Dee Snider, que finalmente apareceu. Destoando dos demais, não foi muito simpático. Mas atendeu e isso é o que importa.
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Dee Snider, vocalista do Twisted Sister |
No dia seguinte, muitos fãs esperavam fora do hotel. Quando a banda saiu para passar o som, a cena se repetiu: muita simpatia, fotos, autógrafos, brincadeiras, caras e bocas. Até mesmo Dee Snider parecia estar de bom humor. Mark Mendoza pegava as mulheres no colo para posar para fotos, e enforcava os homens.
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Mark "The Animal" Mendoza, baixista do Twisted Sister |
A essa altura, alguns rostos bem conhecidos haviam aparecido. Ricardo e Fátima Pacheco vieram do Rio de Janeiro especialmente para a ocasião. Deca também se juntou a nós. Estávamos todos no bar do hotel quando anunciei que subiria ao quarto para deixar algumas coisas e, então, seguiríamos para o show. Quando retornei, Kevin, que não estava hospedado, perguntou se poderia deixar algumas coisas no nosso quarto.
Quando o conhecemos, no dia do Motörhead, Sheila me disse que o havia achado chato. Ele tomava conta da conversa, falando alto, demais e sem parar, sem dar espaço para os outros. A princípio eu não concordei, mas naquela situação foi exatamente o que aconteceu. Eu começava a concordar: Kevin é chato! Não demorou para que esse fosse o apelido dele. Até mesmo na agenda de contatos do celular, eu o cadastrei como Kevin Chato. Curioso foi descobrir que não fui o único que teve essa ideia: ele também está como Kevin Chato no celular do Carlos. E é unânime, não há quem o conheça que seja capaz de discordar.
Após o show, houve uma última surpresa: a banda percebeu que muitos fãs a aguardavam fora do hotel, e encomendou algumas pizzas para eles. As letras TS foram cuidadosamente “impressas” em cada uma com ketchup ou maionese, quando salgada, ou com leite condensado, quando doce. Achei sensacional, pois os músicos mostraram saber que muitos fãs passam horas tentando algum contato, vão ao show e, às vezes, passam o dia sem se alimentar direito. Embora eu não precisasse, achei de uma gentileza sem tamanho, um profundo respeito pelos fãs.
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Twisted Pizza |
Naquela noite, conhecemos o tour manager da banda, Danny. Ele nos contou que o dinheiro de todos acabou, então foi essa a motivação que finalizou qualquer atrito entre os integrantes e os colocou novamente na estrada. Melhor para nós, o importante é que estavam de volta, prontos para chutar bundas e nos pagar pizza!
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Danny era o tour manager do Twisted Sister |
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