sexta-feira, 23 de junho de 2017

Liberation Festival 2017

A cada foto que tiro com um grande artista e posto em minha linha do tempo no Facebook, os comentários são sempre tão previsíveis: "que sorte!", "como você é sortudo!", "eu queria ter essa sorte". Sorte?! Na maioria das vezes é tudo, menos sorte. Entretanto, quando King Diamond veio ao Brasil para se apresentar no Liberation Festival, em 2017, a sorte certamente sorriu para nós.

Estavam acontecendo conflitos entre certos profissionais que trabalham indiretamente com shows. Não posso dizer quem estava envolvido ou o que acontecia, porque envolve terceiros, mas enfim, quem se beneficiou fomos nós. Um desses profissionais, para tentar ferrar o outro, que não gostava de "hunters", nos deu uma informação que não teríamos como ter de outra maneira: King Diamond chegaria mais cedo do que pensávamos ao Brasil e faria alguns ensaios no Family Mob Studio. A informação veio completa, com data, horário e tudo mais.

O que não sabíamos é que isso estragaria completamente o plano dos hunters do bem. Como todos planejaram se hospedar, a ideia deles era espalhar a informação para que o hotel lotasse e nós, os hunters do mal, não conseguíssemos. Seria uma pena se o plano desse errado, não?!

Quando King Diamond chegou no estúdio, já o abordamos. Ele foi bacana, tirou fotos e autografou de boa. Na saída, tentamos abordar os músicos, mas rapidamente eles entraram na van, então só consegui abordar um. Ainda sem saber do plano dos hunters do bem, eu, Carlos e Jéssica decidimos que não iríamos ao hotel, não seria mais necessário.

Kim Bendix Petersen, mais conhecido como King Diamond. Uma lenda, mas muito humilde!
Mike Wead, guitarrista do King Diamond

No dia do show - que não fui porque estava completamente sem dinheiro - eu e Sheila fomos ao Espaço das Américas para conhecer Juan, um hunter colombiano que veio ao Brasil especialmente para a ocasião. Ele era nosso amigo no Facebook há alguns anos, e sempre trocávamos figurinhas a respeito dos corres em nossos países. Quando chegamos, ele me cumprimentou com um beijo no rosto, o que lhe rendeu o apelido de "El gay de Bogota".

Juan, hunter da Colombia. Ele faz em Bogotá o mesmo que faço em São Paulo: corres

Juan, aliás, queria nos ensinar a fazer corres. Desde antes da banda chegar ao Brasil, ele tentou determinar em qual hotel King Diamond ficaria: "Galera, fiz uns estudos dos hotéis brasileiros e consegui determinar que ele deve ficar no Hyatt ou no Renaissance ou no Unique". Fique quieto, El Gay de Bogota, desde muito antes de você chegar ao Brasil, já sabíamos que ele ficaria no Meliá Jardim Europa.

No dia seguinte, eu, Carlos e Jéssica fomos ao aeroporto, acompanhado de El Gay de Bogota. Claro que seria justo ajuda-lo, já que ele não conhecia muita coisa no Brasil. Ainda assim, ele continuava se achando mais esperto do que nós. Sabíamos por onde King Diamond passaria quando chegasse ao aeroporto mas, ainda assim, ele achou que estávamos errados e resolveu esperar em outro andar. Resultado: quase perdeu a oportunidade de conhece-lo.

Juan tirou essa foto de Carlos e eu. Em nossa opinião, nada define mais um corre do que ela

A primeira banda a embarcar foi o Lamb Of God. Consegui a foto que faltava com o vocalista Randy Blythe, que não nos atendeu em 2012. Não lembro porque não tirei foto com John Campbell, mas não me importei muito, pois já tenho foto com ele desde 2012.

Randy Blythe, vocalista do Lamb of God
Mark Morton, guitarrista do Lamb of God 
Willie Adler, guitarrista do Lamb of God
Chris Adler era o baterista do Lamb of God. Ele saiu da banda em 2019

O Carcass, outra banda que tocou no festival, demorou demais para aparecer. Carlos decidiu esperar pelos integrantes próximo ao portão de embarque, eu e Jéssica preferimos tentar King Diamond novamente. Próximo ao embarque poderia ser arriscado, pois a essa altura muitos fãs estavam no aeroporto, e ele poderia dar naba em todos e embarcar, se houvesse qualquer tipo de confusão. Era melhor estar mais distante.

"Ah, mas você já conseguiu, por que tentar novamente?". Simples: eu queria outro autógrafo, para enviar para Diego, um amigo hunter chileno. Afinal, o show no Espaço das Américas foi a única apresentação de King Diamond na América do Sul; logo ele não iria para o Chile. Diego fazia o mesmo quando uma banda ia ao Chile, mas não vinha ao Brasil. Desta maneira, todos aumentávamos nossas coleções de autógrafos.

Enquanto esperávamos por King Diamond, abordamos todos os músicos da banda dele que passaram por nós. Eles chegavam separadamente ao aeroporto, provavelmente porquê cada um retornaria para sua própria cidade. Enfim consegui conhecer o guitarrista Andy LaRocque, o único a fazer parte de todas as formações e gravar todos os álbuns com King Diamond. Também abordei Hel Pyre, backing vocal. Os outros músicos, Matt Thompson, Pontus Egberg e Livia Zita, não vimos passar, devem ter ido direto ao portão de embarque.

Andy LaRocque foi gente finíssima
Hel Pyre, backing vocal do King Diamond

Quando King Diamond finalmente apareceu, consegui o autógrafo que queria, e mais uma foto, mas infelizmente foi em vão. Ao sair do aeroporto, perdi a pasta com todos os autógrafos que consegui naquele dia. Infelizmente, Diego ficaria sem o autógrafo.



El gay de Bogotá percebeu a falta de movimentação no andar onde ele estava, então foi verificar o que acontecia no andar onde estávamos. No último segundo antes de King Diamond embarcar, ele conseguiu a foto, mas quase ficou sem. Eu retornei para próximo do portão de embarque, onde estava Carlos, mas ele disse que o Carcass já havia embarcado, todos o atenderam. Não foi o corre perfeito, perdi o Carcass e meia banda do King Diamond, mas ainda assim valeu demais!

sábado, 10 de junho de 2017

Luis Mariutti

A formação que tocou em meus álbuns prediletos do Angra contava com André Matos, Rafael Bittencourt, Kiko Loureiro, Luis Mariutti e Ricardo Confessori. Eu já conhecia todos pessoalmente, exceto Mariutti. Após sair do Shaman e da banda solo de André Matos, embora tenha participado de algumas bandas e projetos, Mariutti tornou-se um cara difícil de ser encontrado, pois aparecia poucas vezes em público. Ele passou um tempo focado em sua academia, deixando um pouco a música de lado.

Entre 2014 e 2016, não lembro ao certo, Kevin me chamou para acompanha-lo em um corre onde Luis tocaria com o irmão Hugo. Não recordo exatamente qual era a banda ou projeto, mas o local era na rua Augusta. Porém, eu estava exausto e acabei deixando passar. Corres de artistas nacionais são uma merda, porque dão preguiça. Você sempre acredita que terá uma próxima oportunidade, então acaba perdendo ótimas chances.

Terrivelmente arrependido, procurava agora me redimir comigo mesmo. Por isso não exitei quando Cassandra disse que ele participaria de um show no Manifesto Bar, com a Falaschi All Star Band. Eu nem quis saber quem estava ou não participando do show, ele era o único alvo. Encontrei-me com Cassandra, e fomos ao Manifesto. Após o show, consegui a foto facilmente. Enfim completei a formação que considero clássica. 

Valeu a pena esperar, que fotão da porra!

Mas havia algo perturbador em Cassandra: sua obcessão por André Matos a fazia viver em mundo criado por ela mesma. Sei bem que ela sempre trabalhou com produção e que tem muitos contatos, mas falava dos músicos do Shaman como se fossem grandes brothers, como se os visse o tempo todo. Nessa noite, quando Mariutti saiu do Manifesto, ela o abordou, mas ele não pareceu reconhece-la, parecia atender ao pedido de uma fã qualquer.

No carro, retornando para casa, ela me pediu para pegar algo no porta luvas, e acidentalmente encontrei uma certidão de casamento que atestava que ela era... casada com André Matos!!! Foi quando contou algo surreal, dizendo que André queria trazer para o Brasil o filho que tinha com a ex esposa sueca, mas que as leis suecas só permitiriam se ele fosse casado, então André lhe pediu para que casassem no papel, embora os dois não se relacionassem - mas passaram a morar juntos. Uma história confusa e difícil de engolir.

No mesmo mês, o perfil oficial do André no Facebook fez um post dizendo que havia uma fã que apresentava-se para todos como sendo sua fotógrafa e assessora e que, no entanto, ambos não tinham nenhuma relação pessoal ou profissional. Classificando-a como perseguidora, André salientava que medidas judiciais seriam cabíveis se essas atitudes não cessassem imediatamente.

Para mim, estava mais do que na cara que ele se referia à Cassandra. Por sua vez, ela tentou se defender dizendo que todos sabiam que o André não usava redes sociais, e que a responsável pelo post foi uma assessora que "não gostava dela", mas que pediria para o próprio André se retratar, o que obviamente nunca aconteceu. Pouco tempo depois, o post foi apagado, com um aviso: "recado dado"!

Cassandra sempre se vangloriava das inúmeras vezes em que supostamente levou ou foi buscar André no aeroporto. De acordo com ela, isso acontecia todo o tempo. No entanto, em todas as vezes que encontrei André chegando ou partindo, jamais ela estava com ele ou esperando por ele.

Nessa época, Cassandra anunciou a todos que estaria grávida. Em 14 de setembro, coincidentemente a data de aniversário do André, ela anunciou o nascimento, mas demorou para postar fotos. Que mãe não postaria?! Quando, enfim, postou, eram imagens do bebê sozinho, deitado. Facilmente dava para saber que as fotos foram retiradas da internet, em uma pequisa simples no Google era fácil encontrar exatamente as mesmas imagens. Suas amigas queriam visita-la para conhecer o bebê, mas sempre esbarravam em alguma desculpa.

Depois, quando falo sobre mulheres loucas, acham que estou exagerando. Éramos amigos, mas ainda assim preferi me afastar, era muita loucura pra minha cabeça. Pra finalizar, não era ela quem estava com André quando ele morreu. É óbvio que não!