A cada foto que tiro com um grande artista e posto em minha linha do tempo no Facebook, os comentários são sempre tão previsíveis: "que sorte!", "como você é sortudo!", "eu queria ter essa sorte". Sorte?! Na maioria das vezes é tudo, menos sorte. Entretanto, quando King Diamond veio ao Brasil para se apresentar no Liberation Festival, em 2017, a sorte certamente sorriu para nós.
Estavam acontecendo conflitos entre certos profissionais que trabalham indiretamente com shows. Não posso dizer quem estava envolvido ou o que acontecia, porque envolve terceiros, mas enfim, quem se beneficiou fomos nós. Um desses profissionais, para tentar ferrar o outro, que não gostava de "hunters", nos deu uma informação que não teríamos como ter de outra maneira: King Diamond chegaria mais cedo do que pensávamos ao Brasil e faria alguns ensaios no Family Mob Studio. A informação veio completa, com data, horário e tudo mais.
O que não sabíamos é que isso estragaria completamente o plano dos hunters do bem. Como todos planejaram se hospedar, a ideia deles era espalhar a informação para que o hotel lotasse e nós, os hunters do mal, não conseguíssemos. Seria uma pena se o plano desse errado, não?!
Quando King Diamond chegou no estúdio, já o abordamos. Ele foi bacana, tirou fotos e autografou de boa. Na saída, tentamos abordar os músicos, mas rapidamente eles entraram na van, então só consegui abordar um. Ainda sem saber do plano dos hunters do bem, eu, Carlos e Jéssica decidimos que não iríamos ao hotel, não seria mais necessário.
Kim Bendix Petersen, mais conhecido como King Diamond. Uma lenda, mas muito humilde! |
![]() |
Mike Wead, guitarrista do King Diamond |
![]() |
No dia do show - que não fui porque estava completamente sem dinheiro - eu e Sheila fomos ao Espaço das Américas para conhecer Juan, um hunter colombiano que veio ao Brasil especialmente para a ocasião. Ele era nosso amigo no Facebook há alguns anos, e sempre trocávamos figurinhas a respeito dos corres em nossos países. Quando chegamos, ele me cumprimentou com um beijo no rosto, o que lhe rendeu o apelido de "El gay de Bogota".
![]() |
Juan, hunter da Colombia. Ele faz em Bogotá o mesmo que faço em São Paulo: corres |
Juan, aliás, queria nos ensinar a fazer corres. Desde antes da banda chegar ao Brasil, ele tentou determinar em qual hotel King Diamond ficaria: "Galera, fiz uns estudos dos hotéis brasileiros e consegui determinar que ele deve ficar no Hyatt ou no Renaissance ou no Unique". Fique quieto, El Gay de Bogota, desde muito antes de você chegar ao Brasil, já sabíamos que ele ficaria no Meliá Jardim Europa.
No dia seguinte, eu, Carlos e Jéssica fomos ao aeroporto, acompanhado de El Gay de Bogota. Claro que seria justo ajuda-lo, já que ele não conhecia muita coisa no Brasil. Ainda assim, ele continuava se achando mais esperto do que nós. Sabíamos por onde King Diamond passaria quando chegasse ao aeroporto mas, ainda assim, ele achou que estávamos errados e resolveu esperar em outro andar. Resultado: quase perdeu a oportunidade de conhece-lo.
![]() |
Juan tirou essa foto de Carlos e eu. Em nossa opinião, nada define mais um corre do que ela |
A primeira banda a embarcar foi o Lamb Of God. Consegui a foto que faltava com o vocalista Randy Blythe, que não nos atendeu em 2012. Não lembro porque não tirei foto com John Campbell, mas não me importei muito, pois já tenho foto com ele desde 2012.
![]() |
Randy Blythe, vocalista do Lamb of God |
![]() |
Mark Morton, guitarrista do Lamb of God |
![]() |
Willie Adler, guitarrista do Lamb of God |
![]() |
Chris Adler era o baterista do Lamb of God. Ele saiu da banda em 2019 |
O Carcass, outra banda que tocou no festival, demorou demais para aparecer. Carlos decidiu esperar pelos integrantes próximo ao portão de embarque, eu e Jéssica preferimos tentar King Diamond novamente. Próximo ao embarque poderia ser arriscado, pois a essa altura muitos fãs estavam no aeroporto, e ele poderia dar naba em todos e embarcar, se houvesse qualquer tipo de confusão. Era melhor estar mais distante.
"Ah, mas você já conseguiu, por que tentar novamente?". Simples: eu queria outro autógrafo, para enviar para Diego, um amigo hunter chileno. Afinal, o show no Espaço das Américas foi a única apresentação de King Diamond na América do Sul; logo ele não iria para o Chile. Diego fazia o mesmo quando uma banda ia ao Chile, mas não vinha ao Brasil. Desta maneira, todos aumentávamos nossas coleções de autógrafos.
Enquanto esperávamos por King Diamond, abordamos todos os músicos da banda dele que passaram por nós. Eles chegavam separadamente ao aeroporto, provavelmente porquê cada um retornaria para sua própria cidade. Enfim consegui conhecer o guitarrista Andy LaRocque, o único a fazer parte de todas as formações e gravar todos os álbuns com King Diamond. Também abordei Hel Pyre, backing vocal. Os outros músicos, Matt Thompson, Pontus Egberg e Livia Zita, não vimos passar, devem ter ido direto ao portão de embarque.
![]() |
Andy LaRocque foi gente finíssima |
![]() |
Hel Pyre, backing vocal do King Diamond |
Quando King Diamond finalmente apareceu, consegui o autógrafo que queria, e mais uma foto, mas infelizmente foi em vão. Ao sair do aeroporto, perdi a pasta com todos os autógrafos que consegui naquele dia. Infelizmente, Diego ficaria sem o autógrafo.
El gay de Bogotá percebeu a falta de movimentação no andar onde ele estava, então foi verificar o que acontecia no andar onde estávamos. No último segundo antes de King Diamond embarcar, ele conseguiu a foto, mas quase ficou sem. Eu retornei para próximo do portão de embarque, onde estava Carlos, mas ele disse que o Carcass já havia embarcado, todos o atenderam. Não foi o corre perfeito, perdi o Carcass e meia banda do King Diamond, mas ainda assim valeu demais!