terça-feira, 19 de julho de 2016

Alexander Skarsgård

Apenas observe minhas fotos, qualquer uma: em 95% das vezes eu nem ao menos encosto na pessoa. Não abraço, apenas fico do lado. Isso chama-se respeito: a pessoa não é minha amiga, não tenho intimidade nenhuma com ela, eu sei quem ela é mas ela não sabe quem sou eu. Brasileiro adora achar que é amigo de todo mundo, gosta de pegar, de encostar, de ser "quente". Para os europeus, entretanto, isso é um costume no mínimo estranho.

Certa vez, por exemplo, vi uma fã pedir um abraço para Floor Jansen, vocalista do Nightwish, que respondeu "me desculpe, eu só abraço minha família e amigos próximos". Abraçar pode ser ok no Brasil, mas na Europa não é. Portanto, tomei como padrão não encostar no momento da foto, sendo o artista abordado europeu ou não.

Quando o ator e diretor sueco Alexander Skarsgård veio ao Brasil, mal sabia o que o esperava. Apenas imagine: os responsáveis por "The Legend of Tarzan", onde ele era o ator principal, entram em contato e dizem "você será enviado para o Brasil para divulgar o filme". Ele pensa "Brasil?! Carnaval, praia, mulheres, peitos, bundas?! Tô dentro!" e comemora. Embarca no avião, todo feliz e animado com as perspectivas que o aguardam.

De volta à realidade, quando pousou, mal deu dois passos após passar pelo portão de desembarque e já foi recepcionado pela líder dos hunters do bem, Dandara*. Sem repeito nenhum, ela sempre faz questão de tirar fotos bem agarrada, com rostinho colado. Isso, claro, se o infeliz for baixinho, o que felizmente não foi o caso.

Já no hotel, um fã, gay, também queria um abraço. Ao menos foi educado, pois pediu, e Alexander aceitou. O problema foi a quantidade: o ator ficou quatro ou cinco dias em São Paulo, e não via problemas em atender os fãs que o aguardavam, em todas as oportunidades: quando saía para almoçar, quando retornava, quando saiu para o evento, quando retornou, quando saía para jantar, quando retornava. Durante quatro ou cinco dias, esse fã ficou postado em frente ao hotel todo o tempo, e a cada vez que o ator atendia, tirava uma foto com ele, e lhe dava um abraço. A pergunta é: por que? Por mais que seja seu ator favorito, pra que 30 fotos? Isso é algo que nunca entenderei...

Um outro fã levou uma foto de Alexander pelado, para autografar. O ator olhou e disse que não iria assinar porque era uma montagem, colocaram o rosto dele no corpo de outro homem. O fã insistiu, pediu para ao menos assinar no verso, mas o ator negou-se terminantemente.

Por fim, no dia em que eu fui, havia uma fã que viu uma entrevista onde o ator declarou ter ficado encantado com a culinária brasileira, especialmente com farofa. Em frente ao hotel há um boteco, desses onde o pessoal dos escritórios da região almoça todos os dias. Ela foi lá e comprou uma porção para viagem, e entregou ao ator.

Muita calma nessa hora, vamos analisar: em primeiro lugar, Alexander jantou no Figueira Rubaiyat, um dos restaurantes mais caros e requintados da cidade. No site há a opção para fazer o download do cardápio, onde se observa que há três opções: Farofa Rubayat, Farofa Luiz Tavares e Farofa de ovos. Seja lá qual delas o ator provou, apenas imagine quanto custa a porção, que é minúscula. Por mais que tenha sido na melhor das intenções, não há como comparar a farofa em embalagem descartável metalizada do boteco com a farofa do Figueira. Apenas imagino o ator, desavisado, abrindo o presente sobre a cama do hotel... que desgraça! 😆😆😆😆😆

Essa foto de Figueira Rubayat é cortesia do Tripadvisor
Imagem ilustrativa

Por tudo o que expus, não é difícil concluir com 100% de certeza: Alexander foi o cara mais legal que abordei em minha vida. Ele atendeu todos os dias, bem mais que uma vez ao dia. Passou por poucas e boas, e ainda assim continuou atencioso com os fãs. Não é por nada não, mas se eu fosse ele, jamais voltaria ao Brasil.


quinta-feira, 7 de julho de 2016

Richie Sambora + Orianthi

Sheila não estava em São Paulo, pois viajou para passar um tempo com sua família que reside em outro estado. Sem ela, o corre do Richie Sambora começou na quinta-feira, um dia antes da chegada do ex guitarrista do Bon Jovi, pois os integrantes vieram ao Brasil separadamente. A banda não estava em turnê, logo cada músico estava em um local diferente do planeta e o ponto de encontro seria já no Brasil. Não me recordo exatamente como, mas a Jessica sabia que Glen Sobel, o baterista do Alice Cooper, chegaria ao país um dia antes que Sambora. Fomos ao aeroporto e conseguimos fácil. Muito gente boa!

Como o Alice Cooper não estava em turnê, Glen Sobe aproveitou para participar dos shows de Richie Sambora no Brasil

O corre pra valer só começava no dia seguinte, sexta-feira. Como praticamente ninguém que faz corres tinha foto com o Sambora, sabíamos que muitos tentariam encontra-lo já no aeroporto, portanto achamos que seria mais adequado tentar no hotel. Marcio tirou muitas FOTASSAS épicas no desembarque do guitarrista.

O que realmente não contávamos era com a presença de fãs comuns no hotel. A bem da verdade: fã é uma merda. Poderia ir no hotel quieto e conseguir uma foto, um autógrafo, uma conversa, um momento especial, mas faz questão de espalhar a informação para o máximo de pessoas possível. Muitas vezes posta o nome do hotel onde o artista está em uma fã page no Facebook, disseminando a informação. E mesmo que passe apenas para um amigo, esse amigo passará para outro, que passará para outro, que passará para outro... E foi exatamente o que aconteceu. Como eu sempre digo "amigos unidos levam naba juntos!".

Fui com Marcelo Zava ao Sheraton, onde constatamos a presença de vários rostos conhecidos de outros corres. Mas pior, muito pior, o hotel também estava cheio de fãs. E não deu outra: quando Richie e Orianthi chegaram, foram imediatamente cercados por um bando de animais que não sabem fazer corre. Gente como eu sabe respeitar, aguardar a vez. Fã não, parte pra cima, não quer nem saber. E é claro que isso assusta os músicos que, se param para atender, logo desistem e entram correndo o máximo que podem. Eu até consegui tirar uma foto de Marcelo Zava com a Orianthi em meio à confusão, mas foi só. Ele não conseguiu tirar minha foto com ela e muito menos conseguimos alguma coisa com Richie Sambora.

Na manhã seguinte, logo cedo, ele passou em minha casa e retornamos ao hotel. Esse seria um longo dia e completamente épico, mas ainda não sabíamos disso. De manhã, a única movimentação foi quando Wesley Safadão passou por nós. O hotel tem um heliponto, que ele utilizou para se deslocar. Viu aquele monte de cabeludo e passou por nós com a certeza de que não seria reconhecido. Mas foi, nós o chamamos e conseguimos a foto. Por mais que não faça música que gostamos, ainda assim foi gente boa e nos atendeu sem problemas.

Diz a lenda que quando dois safadões se encontram, é necessário tirar uma foto para registrar o momento

A tarde foi morta, sem sinal nenhum de que algo fosse acontecer. Nem parecia que algum artista estava hospedado no hotel. Com a chegada da noite, Anebelle, a doida dos corres, enfim apareceu. Zava sentou-se próximo a ela e ficaram conversando. De saco cheio após um dia de espera totalmente improdutivo, eu, Carlos, Jéssica, alguns outros amigos e até mesmo alguns aleatórios que também aguardavam pelo Sambora, resolvemos ir ao shopping para comer alguma coisa. Fomos ao McDonalds, onde comemos e conversamos. Inevitável alguém reclamar da chegada de Anebelle.

Carlos relembrou um certo corre do Slipknot, que eu não fiz: "um dos músicos desceu e a Anebelle foi a primeira a aborda-lo. Como sempre, achou que a foto ficou feia e pediu mais uma. Ainda não contente, pediu outra. Quando me dei conta, ela já tinha tirado cinco fotos com o cara e eu ainda estava no zero. Neste momento a porta do elevador se abriu e desceu um hóspede aleatório. Para me livrar dela, eu apontei para ele e disse "olha, é o guitarrista". Deu certo! Ela "voou" até ele e ficou pedindo para tirar foto com ele, que não estava entendendo nada. Só assim que consegui minha foto com o cara".

Uma das meninas que tinha se sentado à mesa conosco era uma loirinha muito bonita, daquelas que chamam atenção naturalmente. Ela não estava acreditando no que ouvia. Nós garantíamos que a doida ia aos corres, mas não sabia nem quem eram os artistas com quem tirava foto - tanto que bastou dizer que um hóspede era famoso para querer tirar uma foto com o cara. Ela continuava incrédula que alguém realmente fizesse isso, então decidimos provar na prática, desde que topasse nos ajudar. Nós a disfarçaríamos com chapéu e óculos escuros e a faríamos entrar no hotel, então a abordaríamos como se fosse a Orianthi. Ela, é claro, nos atenderia em inglês, como se realmente fosse.

Felizmente, o hotel tem muitas entradas, então foi relativamente fácil manda-la para fora sem ser percebida. Sem ela, retornamos ao hall, onde estavam Zava e Anebelle, e aguardamos. Quando a menina entrou na maior pose de rockstar, nos comportamos como se realmente fosse a Orianthi. Nos levantamos, a abordamos e fingimos que tiramos fotos com ela. Zava já chegou abraçando e pediu para eu tirar uma foto dela com ele. Depois disse que sabia que não era a Orianthi, mas não sabia quem era, então tirou e depois nos perguntaria quem era. Claro que acreditamos (só que não), assim como acreditamos (só que não) que ele conseguiu tirar uma foto com Michael Jackson, mas a câmera caiu em um bueiro e a foto foi perdida. Totalmente verídico HAHAHAHA

Anebelle, por sua vez, estava totalmente desesperada, pois não conseguia se aproximar da menina, já que propositalmente a cercamos, então ficou berrando "Orionthi! Orionthi!". Seria uma pena se o nome  fosse Orianthi, não?! Ela só sossegou quando também conseguiu a foto, o que comprovou a tese de que pessoas como ela, que abordam alguém que nem sabe quem é, realmente existem. A cena foi tão patética que até mesmo os seguranças do hotel deram risada.

Marcelo Zava e Orionthe

Não dava mais para ficar ali, todo mundo estava "rachando o bico por dentro". Precisávamos sair de lá e dar risada até cansar. Retornamos ao shopping. Lembro de ter até mesmo deitado no chão de tanto rir. 

Mais algumas horas se passaram e a meia noite se aproximava. Muitos já tinham desistido. Cansado, desisti também. Fora o Safadão e a Orionthi, era um corre que se arrastava por quinze horas sem nenhum resultado. Zava disse para ficar um pouco mais, mas eu estava de saco cheio. Respondi que iria caminhar até o carro, onde o esperaria. Isso seria uma forma de pressiona-lo para abandonar o corre também. Entretanto, quando cheguei no carro, estacionado algumas quadras distantes do hotel, Zava me ligou dizendo "mano, volta rápido, o cara vai atender!". Sem entender nada, retornei.

Quando cheguei havia uma fila organizada em frente ao hotel. Zava guardou meu lugar, e explicou que o casal retornou da rua e prometeu atender a todos, desde que fosse de maneira organizada. Sambora estava negociando com o hotel por um espaço onde pudesse atender sem a confusão do dia anterior. De fato, após alguns minutos, o tal evento se iniciou. Foi praticamente um meet & greet totalmente gratuito, coisa fina mesmo!

Richie Sambora não se importou em nos atender, ele só queria que fosse organizado e sem confusão
Como seu namorado, Orianthi foi bastante simpática com os fãs
Por mim, da melhor maneira possível, o corre tinha definitivamente acabado. Alguém me explica por que diabos Zava retornou ao hotel no dia seguinte, se conseguiu fotos tão boas quanto as minhas?! No entanto, não conseguiu mais nada. Neste dia, domingo, Sheila retornou da viagem.

Após o show em São Paulo, a banda seguiu para Porto Alegre, onde tinha mais uma apresentação agendada. Fazer o corre de conexão era a opção para quem não tinha conseguido, incluindo Sheila, Carlos e Jéssica (que desistiram antes dele antender no sábado). Eu não fui ao aeroporto para tentar, mas Sheila foi e ficou me avisando em tempo real sobre o que estava acontecendo. Mas não foi tão fácil quanto pensávamos que seria.

"Quando Sambora e Orianthi desembarcaram, havia poucos fãs no terminal 2, mas eles não pararam para atender ninguém. No máximo, permitiram selfies sem parar de caminhar, enquanto arrastavam seus carrinhos de bagagem. Alegaram que estavam com pressa para não perder o voo de saída do Brasil. Havia uma van esperando, que os levou ao terminal 3. Corremos como doidos e conseguimos chegar antes. Como eu já tinha conseguido as selfies, deixei que quem não conseguiu (por exemplo, Jessica) os abordasse. Quando entraram no terminal, o caos estava formado. Havia muitos fãs, incluindo Anebelle. Até onde pudemos ver, ninguém mais conseguiu nada. Eles embarcaram o mais rápido que puderam."


Como já se tornou tradicional desde o corre de Lionel Richie, o sucesso no aeroporto foi comemorado com Stella Artois.

Carlos, Jonny, Estéfano, Jessica e Sheila comemoram o sucesso do corre com a tradicional Stella Artois