H.I.M. parecia ser apenas mais um corre, mas muitas coisas aconteceram que o tornaram diferenciado, a começar pela chegada da banda. Não lembro exatamente o porquê, mas eu não estava no aeroporto quando a banda chegou. O terminal 3 ainda não havia sido inaugurado. Onde hoje é o terminal 2, havia os terminais 1 e 2, e onde hoje é o terminal 1, chamava-se terminal 4. Para entender melhor essa zona, clique aqui.
Todos os voos internacionais chegavam apenas pelos terminais 1 e 2. A banda viria da Cidade do Mexico, terminal 1. Entretanto, a produtora aplicou um nó tático nos fãs, ao fazer a banda embarcar para Miami e, então, para São Paulo. Isso aumentou o tempo de vôo e conexão em cerca de 4 horas, e alterou o terminal, pois o desembarque aconteceu pelo 2. Portanto, nenhum fã que estava no aeroporto, o que incluiu Leo e Ellen, sequer conseguiu ver algum dos integrantes. Eles só perceberam o que aconteceu quando uma passageira aleatória, que desembarcou no outro terminal, lhes disse que veio uma banda no mesmo voo que ela, de Miami.
Ainda assim, bastaria ir ao hotel, que sabíamos qual era, Blue Tree Morumbi, e conseguir as fotos. Mas não foi tão simples: integrantes da produção e do crew da banda blindaram os integrantes, impedindo o contato com os fãs, ninguém conseguiu nada.
Só comecei a participar do corre no dia seguinte, quando a banda sairia do país. Fui ao aeroporto para tentar algo no embarque. Vários outros fãs estavam à espera da banda, quase todos conhecidos de outros corres, mas era gente que fazia apenas corres muito específicos.
Sabíamos qual companhia aérea seria utilizada pela banda, mas concluímos que esperar na área de check-in poderia não ser a melhor opção, pois haveria menos tempo para que todos conseguissem as fotos. Pareceu mais indicado esperar na área externa, onde a van desembarcaria os músicos. Isso, entretanto, quase nos fez perder, pois eles desceram no andar do desembarque e subiram ao andar de embarque já dentro do terminal, ou seja, não passaram nem perto de onde estávamos. Uma das meninas entrou para ir ao banheiro e deu de cara com todos já finalizando o check-in. Ela voltou para nos avisar e, a partir daí, foi uma correria do satanás.
Mikko "Migé" Paananen, baixista do H.I.M. |
Janne "Burton" Puurtinen, tecladista do H.I.M. |
Mika "Gas Lipstick" Karppinen, baterista do H.I.M. |
Mikko "Linde" Lindström, guitarrista do H.I.M. |
Consegui com todos os músicos, mas o vocalista e principal nome da banda, Ville Valo, foi o primeiro a fazer o check-in e caminhava a passos rápidos para o portão de embarque. Calculei rapidamente que não conseguiria aborda-lo antes que ele embarcasse, então admiti a derrota. Ellen correu até ele e disse algo como "por favor, você esqueceu de tirar uma foto com meu amigo". Ele assumiu uma expressão estranha, como quem perguntasse "quem?", afinal, só estava ela ali. Ela apontou para mim, e comecei a correr. Essa tenho que admitir: não fosse por Ellen, eu simplesmente não teria.
Ville Valo, vocalista e guitarrista do H.I.M. |
Mais do que pelos nós táticos que levamos da produtora, esse foi o corre que marcou minha reaproximação com Ellen, após um ano e meio de afastamento. Pelos 3 anos seguintes, formamos um trio quase imbatível com Leo e conseguimos quase todas as fotos que quisemos.